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Na manhã desta terça-feira (5), representantes e integrantes de nações de maracatu de baque virado promoveram um ato em frente à Prefeitura do Recife, localizada na região central da capital, na tentativa de levar algumas demandas da categoria diretamente ao prefeito João Campos (PSB). Entre elas, um aumento no valor da subvenção paga aos grupos para custeio do Carnaval. Quinze nações de baque virado compareceram ao ato, chamado pela Associação de Maracatus de Baque Virado de Pernambuco (Amanpe).

Durante o ato, a mestra Joana Cavalcante, primeira e única mulher a reger uma nação, o Encanto do Pina, falou sobre as dificuldades que as nações vem enfrentando durante esses quase dois anos de pandemia. "As nações estão sucateadas, tem gente que nem pra fazer um ato tinha dinheiro pra vir. Eles acham que a gente só sobrevive do Carnaval? Ao longo do ano, as atividades que a gente faz dentro das nossas comunidades a gente faz como? A gente tá lutando pra sobreviver".

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De acordo com a mestra, a categoria vem tentando, em vão, pedir o auxílio da gestão municipal para a manutenção da manifestação secular, reconhecida como Patrimônio Imaterial Cultural do Brasil, pelo IPHAN, e diante disso, ainda não foi possível vislumbrar qualquer atividade para um possível Carnaval em 2022. "Como se pensa no Carnaval sem (ter) nada? Sem nenhuma ajuda de custo, sem apoio. A gente não tá conseguindo nem sobreviver dentro das nossas comunidades. As nações movimentam a sobrevivência de muitas famílias, muitos trabalhadores, e tá todo mundo desamparado".

A falta de valorização dos integrantes e grupos que mantém viva a tradição do maracatu de baque virado dentro do estado de Pernambuco, e no Recife, também foi colocada em pauta durante o ato. O mestre da nação Estrela Brilhante do Recife, Fábinho, disse ser "revoltante" o descaso e citou um exemplo. "A prefeitura criou o Recife Virado e botou um grupo percussivo para representar o maracatu quando aqui temos nações centenárias (para isso), é um absurdo. As nações têm 100 anos de valorização da cultura e eles botam um grupo de percussão na hora de mostrar nossa cultura", disse em relação à solenidade realizada no último mês de setembro.

Com mais de duas décadas de história, a nação do Maracatu Encanto do Dendê está juntando forças para voltar para ‘a rua’. Após uma parada de seis anos, por problemas financeiros e estruturais, o Dendê mudou de direção, de casa, e agora busca apoio dos apaixonados por esta tradição pernambucana para reviver seus momentos de glória. Nesta sexta (28), a nação apresenta uma live, em seu canal do YouTube, para apresentar o novo momento e levantar fundos a fim de regularizar sua documentação. 

Fundada em 1998, no bairro da Guabiraba, Zona Norte do Recife, por Edmilson Lima do Nascimento, o Mestre Missinho, o Encanto do Dendê se apresentou nos principais eventos do Carnaval do Recife, como a Noite dos Tambores Silenciosos e a abertura oficial do evento, quando ainda era realizada por Naná Vasconcelos; além de também se apresentar na cidade vizinha, Olinda. Além disso, a nação desenvolvia projetos sociais em sua comunidade, promovendo oficinas de percussão, costura e confecção de instrumentos. Em seus tempos áureos, o Encanto do Dendê chegou a contar com 130 integrantes, entre batuque e corte.

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No entanto, com o passar do tempo, manter a nação passou a ser tarefa muito difícil para o Mestre Missinho. Com pouco apoio do poder público, dificuldade em levantar recursos e problemas de saúde, o fundador do Dendê acabou abandonando as atividades. Após converter-se à religião evangélica, Missinho começou a vender instrumentos e fantasias da nação, e tudo indicava que essa trajetória havia, de fato, chegado ao fim. Porém, no início de 2020, uma visita despretensiosa à casa de Missinho mudaria o curso dessa história. 

Na época à frente da Nação Aurora Africana, o mestre de apito Danillo Mendes, encontrou-se com Missinho para uma visita cordial. Na ocasião, o fundador do Dendê sugeriu ao mestre que se juntasse a um de seus sobrinhos, Adílio Santos, para assumir a nação. Os dois toparam o desafio e caíram “de cabeça” no projeto de retomada do Encanto; o primeiro à frente do batuque e o segundo, assumindo a presidência da agremiação. 

O mestre de apito Danillo Mendes assumiu o batuque da Nação Encanto do Dendê. Foto: Reprodução/Instagram

Danillo e Adílio receberam o Dendê com quase nada: apenas poucos instrumentos - um gonguê feito de cilindro de oxigênio e dois caixas sem pele - um estandarte e um documento completamente desatualizado, a “escritura”. Meses mais tarde, o mestre de apito acabou se desvinculando do Aurora Africana e decidiu dedicar-se exclusivamente à ‘nova’ nação. “Sou muito grato à minha escola, minha formação foi no Aurora Africana. Tudo que passei lá dentro serviu pra criar a minha forma de ver maracatu. Vem muito dessa escola para o Encanto do Dendê”, disse Danillo em entrevista ao LeiaJá. Com o mestre vieram alguns batuqueiros de sua antiga ‘casa’ e outros simpatizantes que decidiram somar na reconstrução desse maracatu.  

Nova fase

O desafio do Encanto do Dendê, agora, é colocar toda sua documentação em dia para poder participar de editais de auxílio financeiro e, futuramente, voltar a participar dos eventos oficiais de Carnaval no Recife e Olinda. A nação já conseguiu apoio de amigos e outros grupos, como Pitoco de Aiyrá, da Nação Estrela Brilhante do Recife, Jamesson Florentino, da Nação Baque Forte, e do grupo Tambores de Olokun. Com essa ajuda inicial, e dinheiro investido do próprio bolso, o mestre e Adílio começaram a confeccionar novos instrumentos e outros materiais necessários para a retomada da nação. Tudo tem sido feito e guardado na oficina de marcenaria de Danillo, localizada em Jaboatão, Região Metropolitana do Recife.

Para reforçar o retorno do Dendê, nesta sexta (28), a nação apresenta uma live, em seu canal oficial do YouTube, com seus batuqueiros e alguns convidados. Durante a apresentação, o público poderá contribuir com qualquer valor através de doações feitas pelo PIX. O apurado será empregado na regularização dos documentos da agremiação. 

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O objetivo do mestre Danillo, e demais componentes que embarcaram nesse ‘sonho’, é, tão logo seja possível, reviver os momentos de glória do Dendê na rua, lugar onde o maracatu vive toda sua plenitude. “Eu quero ver o Encanto na rua, tocando o baque virado dele e só dar sequência pra que a agremiação nunca deixe de existir. Que tudo isso (a pandemia) passe, que nenhuma pessoa mais conhecida da gente vá embora por causa desse vírus e que no próximo Carnaval a gente esteja na rua, na avenida tocando e  se divertindo. O propósito não é disputar nada com ninguém, é só batucar e botar a baiana pra rodar a saia”, finaliza o mestre. 

Serviço

Live da Nação Encanto do Dendê

Sexta (28) - 20h

Youtube e Facebook

PIX: 060.893.684-74



 

Para quem toca maracatu de baque virado, a chegada do segundo semestre é o fim das férias pós-Carnaval. É quando batuqueiros e demais integrantes das nações, em Pernambuco, começam a tirar a poeira dos instrumentos e figurinos para começarem a preparação de mais uma festa. Alguns, iniciam os trabalhos até antes disso. Em 2020, porém, o movimento será diferente. Com a pandemia do novo coronavírus ainda em curso no Estado, e no Brasil, não se sabe como será o Carnaval de 2021 e os brincantes precisam de estratégias para não deixar o brinquedo morrer. 

É aí que entram as redes sociais, que abriram espaço para que a tradição possa ter sua manutenção garantida durante esse período de distanciamento social e incertezas. Se em meados do século 20 Chico Science fincou uma parabólica na lama e assim levou o peso do maracatu para o resto do país e parte do mundo, a nova geração, neste século 21, afinou os modens e diminuiu ainda mais os limites geográficos para cultura pernambucana. Apesar de secular, o baque virado provou ser adaptável aos novos tempos e é através das lives, pelas ondas da internet, que batuqueiros, nações e mestres estão conseguindo manter seus tambores ressoando. 

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É de sua casa na comunidade da Bomba do Hemetério, Zona Norte do Recife, que o batuqueiro Vinícius Alves de Souza, o Vini, comanda a página Maracatus PE (@maracatuspe), com quase 1.300 seguidores. Integrante da Nação Sol Brilhante, e neto de uma das maiores referências dentro do baque virado - Dona Ivanise, fundadora da Nação Encanto da Alegria, falecida em 2007 -,  Vini criou o perfil para ajudar a promover as nações, sobretudo as menores. “É uma página para falar sobre maracatu, porque não tinha nenhuma, não tinha nenhum tipo de divulgação”, disse em entrevista ao LeiaJá.

Com a chegada da pandemia Vini resolveu movimentar o perfil promovendo lives com outros batuqueiros e mestres de diversas nações: “Eles não tinham onde se manifestar, contar sua história, falar sobre sua nação, e a página serviu pra isso. Fui o primeiro a fazer as lives e hoje quase todo dia tem uma live sobre maracatu em várias páginas, fico feliz por plantar essa semente”. Segundo Vinícius, a audiência das transmissões do Maracatus PE vem de países como Bélgica, França e Alemanha, além dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Alagoas e outros. Tudo é feito de maneira simples, sem grandes aparatos, e às vezes, “a internet falha”, mas o resultado tem sido positivo e a resposta tanto do público quanto dos maracatuzeiros tem sido a melhor possível. “Já tenho umas lives agendadas que os próprios mestres me pediram”, comemora. 

Vini em live com o mestre Felipe, da Nação Encanto da Alegria. Imagem: Reprodução/Instagram

Próximo à casa de Vini, na comunidade do Alto José do Pinho, outro batuqueiro também resolveu abrir um canal de comunicação para as nações de maracatu. Thiago Rodrigo da Silva, mais conhecido como Thiago Nagô, tem conversado com batuqueiros e mestres de diferentes nações, no seu perfil pessoal (@thiagonago), em uma série que ele batizou de A vida e a história dos batuqueiros tradicionais dos maracatus nação. 

A motivação de Nagô é mostrar ao público a parte ‘de dentro’ das nações e seus integrantes, compartilhando uma vivência que muitas vezes fica escondida atrás do som dos batuques e do brilho dos figurinos. “O pessoal de fora quando vem visitar as nações de maracatu só vê o lado cultural do brinquedo, mas além disso existe uma vida pessoal do batuqueiro, do mestre, muitos com  trabalhos sociais e outros que passam por dificuldades financeiras durante o ano, fora do maracatu. Então eu queria que a gente pudesse compartilhar essas histórias de fora da nação, como é o dia a dia, como é lidar com preconceito, com racismo dentro das comunidades”. 

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Integrante da Nação Estrela Brilhante do Recife, Nagô já promoveu bate-papos com batuqueiros e mestres de diferentes gerações e nações - de Afonsinho, do Leão Coroado, herdeiro direto de um dos mais respeitados mestres de maracatu, Afonso Aguiar, falecido em 2018, ao mestre Teté, um dos mais antigos mestres em atividade em Pernambuco, liderança da tradicional nação Almirante do Forte.

Nas conversas, além de histórias pessoais e sobre as nações, Thiago e seus entrevistados compartilham fundamentos e ensinamentos do maracatu. O público tem aproveitado a oportunidade para entender um pouco mais sobre a manifestação pernambucana. “Tem muitos grupos espalhados pelo Brasil e fora do Brasil, isso talvez seja uma forma de eles se conectarem com a gente, com as nações de maracatu. É uma forma de comunicação com essa galera que não tem oportunidade de estar pagando passagem o ano todo para para vir para o Carnaval do Recife e acompanhar de perto as nações”. 

Thiago Nagô em live com o contra-mestre Toinho e mestre Teté, da Nação Almirante do Forte. Imagem: Reprodução/Instagram

A estratégia parece ter caído como uma luva para os brincantes e apaixonados pelo maracatu, mas existem limitações. Jamesson Florentino (@florentinojamesson), presidente e articulador da Nação Baque Forte (@maracatubaqueforte), de Tejipió, Zona Oeste do Recife, enumera algumas. “Você tem que ter tempo, local, equipamento, e daí a gente já percebe uma certa desigualdade para alguns grupos, alguns maracatus poderem realizar”. 

O articulador também tem feito lives em suas redes sociais, entrevistando integrantes de nações e compartilhando conteúdo relacionado à manifestação. A prioridade, segundo ele, é dar espaço para aqueles que têm mais dificuldade no acesso à comunicação. “A gente começou dialogando exatamente com esses maracatus que estavam meio à margem, mais distantes, e foi bem legal a resposta, a participação das pessoas. Mas você vê que são poucos grupos que fazem, acho que uns cinco no máximo e no universo de quantos tem, né? Existe um mercado em torno disso, e tem muitas pessoas que consomem. Eu esperava que houvesse uma coisa mais coletiva pra realizar essas interações por iniciativa de alguma organização que promovesse, mas não houve, conversando com outros grupos a gente resolveu tomar nossa própria iniciativa”. 

Mas, apesar de ver bons resultados vindos dessa interação em tempos de isolamento social, através das redes, Jamesson acredita que no pós-quarentena o ‘maracatu virtual’ não se firmará como uma tendência. “Os maracatus que tem uma certa estrutura, disponibilidade de pessoas que entendem desse tipo de procedimento talvez consigam continuar com esse formato, mas acho que isso não vai ficar não, porque o principal da cultura popular é o contato. A cultura é o povo na rua, o ensaio, o desfile, a comunidade batendo perna e vendo o que tá acontecendo”. 

Jamesson Florentino em live com mestre Marcelo Thompson, da Nação de Oxalá. Imagem: Reprodução/Instagram

EAD do batuque

Além de bate-papos e entrevistas, os batuqueiros estão promovendo também aulas de percussão à distância. Thiago Nagô é um deles. O percussionista levou sua experiência de oficineiro, com aulas e workshops presenciais realizados  em grupos de todo o Brasil, para a internet. Em turmas online, ele tem ensinado, além do maracatu de baque virado, ritmos tradicionais do Candomblé Nagô e da Jurema Sagrada, com as aulas de ilu. “É bem diferente com relação à aula presencial mas tá sendo uma experiência boa. Tô conseguindo administrar bem essas aulas, passar um pouco do meu conhecimento e poder também tá sobrevivendo da música que é o mais importante”.

Jamesson, do Baque Forte, também tem ministrado oficinas online. Ele ensina ritmos como afoxé e o coco, além de técnicas para instrumentos como congas, pandeiro e bombo, em aulas gratuitas. “Antes de fazer, eu conversei com várias pessoas da área pra me orientar sobre essa questão do mercado. Mas, a gente que é da cultura há um certo tempo nunca teve muito esse tato com a coisa do dinheiro, do cobrar por um conhecimento, então ficou difícil pra mim entender essa coisa de criar um espaço virtual, pra pessoas pagarem e aprenderem aquilo, já que é uma coisa que é do povo. Aí comecei a soltar alguns materiais ao vivo e alguns que eu tô organizando ainda”. 

Segundo o oficineiro, a experiência tem servido também para que ele próprio possa desenvolver um certo conhecimento com captação e edição de vídeo, e apesar de algumas dificuldades, o compartilhamento de saberes e experiências através das redes sociais tem sido positivo. “O pessoal gosta, acompanha. Eu tenho um pouco de limitação por causa de equipamento, espaço, mas à medida que você vai fazendo, vai melhorando, Talvez com o tempo eu vire um digital influencer”, brinca. 

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Onde e como se conectar

Apesar de dificuldades e limitações técnicas, a vontade dos maracatuzeiros de levar sua mensagem e tradições além parece ser maior. São vários os canais nos quais é possível acompanhar lives sobre o brinquedo pernambucano, conferir aulas dos ritmos tradicionais e ficar por dentro do que acontece no meio do maracatu. Além dos entrevistados desta matéria, vários outros batuqueiros e nações - sem falar nos vários grupos percussivos, apadrinhados por maracatus de Pernambuco, espalhados por todo o país -, têm aproveitado o isolamento social provocado pela pandemia do coronavírus para se conectar pelas ondas da internet, seja pelo Instagram ou YouTube. Confira alguns.

Nação Estrela Brilhante do Recife (@estrelabrilhantedorecife); Nação Cambinda Estrela (@maracatunacaocambindaestrela); Nação Porto Rico (@ncaoportoricooficial); Nação Leão Coroado (@maracatuleaocoroado); Nação Gato Preto (@maracatugatopreto); Pitoco de Aiyrá (@pitocoaxetu). 

 

Na última semana, uma ação policial contra o grupo de maracatu Baque Mulher Matinhos, do Paraná, causou a reação de batuqueiros e pessoas ligadas a essa expressão cultural em todo o Brasil. Impedidas de realizar o seu ensaio, algumas integrantes chegaram a ser detidas e tiveram seus instrumentos levados pela polícia. Após as imagens da ação viralizarem na internet, nações pernambucanas, grupos de todo o país e a própria Associação de Maracatus de Pernambuco (Amanpe), se pronunciaram em repúdio ao ocorrido. 

A ação aconteceu na última quarta (22), quando o grupo Baque Mulher Matinhos realizava seu ensaio na Praia Brava (PR). As batuqueiras foram abordadas por cerca de oito policiais militares ordenando o fim do ensaio sob a alegação de que o grupo estaria incomodando os moradores. Os oficiais também apreenderam instrumentos e acabaram detendo três integrantes.  Nas imagens que circularam pela internet é possível ver que a ação termina de forma truculenta, uma das meninas chega a ser chamada de "vadia” . O Baque Mulher Matinhos é um dos representantes nacionais do Baque Mulher, grupo criado no Recife (PE) pela Mestra Joana Cavalcante, única mulher mestra de maracatu nação. 

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Após as imagens do caso viralizarem, grupos de maracatu, nações pernambucanas e a Amanpe assinaram nota oficial em repúdio ao ocorrido. "Estamos revoltados com tamanha violência, opressão, ignorância e truculência (mais uma vez) por parte de uma corporação que deveria oferecer segurança, à estas mulheres e à população. Tem que haver reação, mobilização em prol da Cultura e de seus fazedores e fazedoras, tem que haver denúncia, pois é absurdo o que está acontecendo, nos faltam palavras, nesse momento de consternação absoluta"! Assinam a nota grupos de Minas gerais - como o Tira o Queijo e Coletivo Couro Encantado -; do Rio de Janeiro - Rio Maracatu e Tambores de Olokun -; União Européia - União Maracatu e Tumaraca Paris -; e nações pernambucanas - como o Aurora Africana, Raízes de África, Nação de Oxalá e Leão Coroado -; além da Amanpe.  

Confira na íntegra

A ASSOCIAÇÃO DOS MARACATUS NAÇÃO DE PERNAMBUCO - AMANPE, juntamente com INÚMERAS Nações de Maracatu de Pernambuco e diversos coletivos culturais, tais como: Trovão das Minas, Baque de Mina, Tira O Queijo, espaço Gonguê e TODOS os grupos percussivos de Maracatu de Baque Virado sediados em BH/MG, estamos REVOLTADOS com tamanha violência, opressão, ignorância e truculência (mais uma vez) por parte de uma corporação que deveria oferecer SEGURANÇA, à estas mulheres e à população.

Tem que haver REAÇÃO, mobilização em prol da Cultura e de seus fazedores e fazedoras, tem que haver DENÚNCIA, pois é absurdo o que está acontecendo, nos faltam palavras, nesse momento de consternação absoluta!

O Maracatu de Baque Virado (também chamado de Maracatu-Nação) é o mais antigo ritmo afro-brasileiro - Patrimônio Imaterial do Brasil, titulo este concedido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).

Temos DIREITOS assegurados por Lei, para exercermos nossas atividades e trabalhos culturais em locais públicos, em plena luz do dia, e, de acordo com Leis, que deveriam ser respeitadas, consta que:

CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL.

"Art. 5º) Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País, a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença..."

Prestamos todo nosso apoio e solidariedade às companheiras que foram obrigadas a vivenciar esta violência, mas somente nosso apoio, não basta. Tem que haver DENÚNCIA e REAÇÃO, de todos os grupos culturais, sejam estes do Brasil e do mundo e os coletivos que desejarem assinar esse manifesto, repudiando esse estado opressor, serão muito bem vindos, mais que isso, necessários!

 

As ruas do bairro da Mangabeira, na Zona Norte do Recife, vão se encher de maracatu de baque virado, nesta segunda (10), na celebração do 20º aniversário da Nação Encanto da Alegria. Cerca de 60 batuqueiros sairão em arrastão, da sede da agremiação, às 18h, rufando seus tambores em homenagem à atual campeã do Carnaval do Recife.

Fundada pela yalorixá Ivanize Maria Tavares em 1998. a nação Encanto da Alegria, uma das mais jovens de Pernambuco, já tem lugar cativo no Carnaval pernambucano. Tendo sido liderada pela própria Ivanize, coroada rainha da nação em 2013, até sua morte, o Encanto teve como primeiro mestre Antonio Pereira de Sousa, o Mestre Toinho, um dos pupilos do célebre Luís de França, do Maracatu Leão Coroado e com ele gravou dois CDs, Encanto da Alegria: pequena longa história e Maracatu Nação Encanto da Alegria, facilmente encontrados na internet.

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Em 2018, o Encanto da Alegria, agora comandado pelo Mestre Felipe Tavares, considerado o mais jovem mestre de baque virado no Estado, conquistou o título de Campeão do Carnaval do Recife, pelo grupo especial. Há mais de duas décadas, o troféu não saía das mãos de outras duas nações, a Estrela Brilhante do Recife e a Porto Rico, que praticamente revezavam-se como campeãs ano a ano.

Serviço

Aniversário da Nação de Maracatu Encanto da Alegria

Segunda (10) | 18h

Sede da Agremiação (Rua Coremas, 40 - Mangabeira)

Gratuito

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O maracatu de baque virado está prestes a ganhar mais uma honraria. O projeto da deputada Luciana Santos, que pretende instituir o dia 1º de agosto como Dia Nacional do Maracatu, foi aprovado, na última quarta (7), pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Agora, a instituição da data depende apenas da aprovação do Senado.

Segundo o relator da CCJ, Rubens Pereira Junior, a data de alcance nacional deverá promover o reconhecimento da  importância dos maracatus por se tratarem de uma das expressões culturais mais tradicionais do país.

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O dia 1º de Agosto, que em Pernambuco já é comemorado como Dia Estadual do Maracatu, foi escolhido por ser o dia do nascimento do Mestre Luiz de França, importante maracatuzeiro que comandou a tradicional nação Leão Coroado por mais de três décadas. Agora, o projeto segue para apreciação do Senado para instituição da data comemorativa.

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Ao entrar no Rosário, sede do Maracatu Estrela Brilhante de Igarassu, o que se vê são rapazes, de todas as idades, encourando e afinando tambores. Eles estão preparando a casa para a festa desta sexta-feira (8), que vai comemorar os 193 anos da nação. Com quase dois séculos de história, o Estrela de Igarassu é a nação de baque virado mais antiga em atividade no estado de Pernambuco. Sua tradição e longevidade lhe garantiram reconhecimentos importantes como o título de Patrimônio Vivo de PE, ponto de cultura e o Prêmio de Culturas Populares do Ministério Da Cultura, conferido neste mês de dezembro. Mas, sobretudo, a nação de Igarassu detém o reconhecimento do público, maracatuzeiros ou não, que veem nela autoridade e o brilho que só uma grande estrela pode ter.

O Estrela Brilhante de Igarassu é mantido pela família Santana, que segue os ensinamentos deixados pelas duas últimas rainhas da nação, D. Mariú e D. Olga, esta falecida em 2013, aos 74 anos. Hoje, quem preside o maracatu é Gilmar Santana de Batista, filho de Olga, neto de Mariú, e mestre de apito no Estrela há mais de 20 anos. 'Tio Má', como é chamado, se orgulha de dar continuidade ao trabalho da avó e da mãe e faz questão de manter as tradições aprendidas com elas. “Ela (a mãe) dizia ‘é assim’ e era assim mesmo. E eu tento fazer do mesmo jeito. Tentando fazer o melhor e não deixar cair a nossa tradição.”, diz.  

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Esta tradição é defendida com força em Igarassu, ao passar das gerações. A nação tem seu próprio jeito de dançar, de vestir os integrantes e de tocar: “A diferença é o ritmo, a gente toca com uma baqueta e um bacalhau, o suingue é completamente diferente.”, diz o mestre. Outra característica que diferencia o Estrela da quase total maioria dos maracatus é a proibição de mulheres tocando em seu batuque. A regra costuma chamar bastante atenção, mas Gilmar explica o porquê: “Toda hora a turma faz essa pergunta. Os batuqueiros do maracatu representam os ogãs de dentro do terreiro e não existe mulher ogã. Do mesmo jeito que a gente faz a religião, a gente traz para o folguedo, com a sinceridade que vem lá de dentro do terreiro.” O maracatu de baque virado tem ligação estreita com a religião de matriz africana, o Candomblé. Para resolver este ‘problema’, foi criado o Bloco Aláfia, que sai no Carnaval de Olinda, aos domingos, com todos que queiram tocar o baque da nação, inclusive, as meninas.

Mantendo as raízes, o Estrela conseguiu extrapolar os limites geográficos de Igarassu. Apesar da maioria dos batuqueiros e baianas serem da região, muitos são aqueles que vêm de fora para brincar. Todos os anos, pessoas do Recife, São Paulo, Curitiba, Minas Gerais e até do Japão, vêm para a cidade para sair no carnaval dançando e tocando. Os batuqueiros mais experientes, e o próprio Gilmar, também viajam pelo mundo dando oficinas que ensinam os fundamentos do seu maracatu e vários são os grupos, espalhados pelo Brasil e fora dele, que desenvolvem trabalhos inspirados na nação de Igarassu. “Com a nossa simplicidade, a gente vai pra avenida e vê gente se arrepiando, chorando e querendo brincar com a gente.”, diz Gilmar.

Continuidade

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Na família Santana, quem vai nascendo vai entrando no maracatu num movimento quase orgânico. As crianças aprendem o baque e a dança instintivamente, como comprova o pequeno Josuel Paulino Barbosa, de 11 anos, bisneto de Dona Olga e batuqueiro “desde novinho”: “Ninguém me ensinou, não. Aprendi só.”, diz orgulhoso.

Os mais velhos, já trabalham efetivamente na manutenção da tradição familiar. Como Rogério de Souza, neto de Olga e sobrinho do mestre Gilmar, que hoje, assume a função de contra-mestre da nação. Rogério também viaja dando oficinas que ensinam o baque do Estrela de Igarassu e a confecção de instrumentos de maracatu: “É responsabilidade e é muita emoção, um orgulho enorme. Tem nem palavras para falar.”, resume o batuqueiro.  

Manutenção

Para manter uma nação de “grande porte”, como classifica Gilmar, é preciso muita dedicação. A receita vem de apresentações, oficinas, venda de instrumentos e subsídios governamentais como o recebido pelo título de Patrimônio Vivo. Tudo é investido na própria nação: “Financeiramente, é trabalhar para o maracatu. Prova tanto que é o primeiro maracatu que tem seu ônibus, tem uma sede boa, um som bom. Tudo com dinheiro do maracatu, sem pedir nada para o poder público. A gente trabalha com as nossas pernas. Passa por dificuldade porque todo mundo passa, querendo ou não. Mas a gente segura a onda, se agarra com Deus e Dona Emília (a calunga da nação), e deixa o barco andar”, fala Gilmar.

Ao lado dele, trabalha também o irmão Gilberto Santana, o Tio Bel, e o sobrinho Rogério. Para Tio Bel, continuar o trabalho deixado pela família é missão: “Cultura só faz quem gosta. É uma coisa que veio dos meus avós, da minha mãe, agora está comigo, meu irmão e Rogério, pra gente manter a tradição da nossa família. A gente tem que levar até... Aí é Jesus quem vai dizer.”

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Celebração

Nesta sexta-eira (8), dia em que completa 193 anos de atividades, o Estrela Brilhante de Igarassu abre sua sede, no Sìtio Histórico de Igarassu, para uma grande festa. À partir das 15h, os integrantes da nação recebem os amigos para uma tarde de batuque e shows com os convidados, Dinda Salú e Trio Paraíba, Murilo Silva e Coco de Dona Olga. A comemoração é aberta ao público. 

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O Carnaval só acontece em fevereiro mas, para fazer bonito durante a festa mais esperada do ano, as nações de maracatu de baque virado, e grupos percussivos, começam os trabalhos muito tempo antes para deixar a percussão afinada. Parte das agremiações está ‘tirando o pó’ das baquetas e colocando o batuque em dia com seus integrantes. Confira um roteiro de nações e grupos percussivos que já estão com as portas abertas, trabalhando para o Carnaval de 2018.

Nação

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As nações de baque virado ‘guardam o maracatu’ tão logo o Carnaval se encerra. Elas passam boa parte do ano paradas mas, em meados de outubro, já é hora de voltar a trabalhar. Além das apresentações, durante a folia, as nações também participam do concurso oficial da Prefeitura do Recife. A disputa é acirrada e é preciso estar bem afinado para conquistar o título de campeão e mostrar toda a beleza da nação na avenida. Veja quem já está ensaiando para o próximo ano.

Nação do Maracatu Almirante do Forte

Sábados |  16h

Estrada do Bongi, 1319 – Bongi

 

Nação do Maracatu Porto Rico

Quartas e sábados | 20h

Rua eurico Vitruvio, 483 - Pina

 

Nação do Maracatu Encanto do Pina

Segundas e sextas - 20h

Rua Osvaldo Machado, 504 - Pina

 

Maracatu Nação Estrela Brilhante de Igarassu

Sextas | 19h

Rua Barbosa Lima, 274, Sítio Histórico, Igarassu - PE

 

Nação de Maracatu Estrela Brilhante do Recife

Donmingos |  16h

Rua Tuina, 15 - Alto José do Pinho

 

Nação do Maracatu Aurora Africana

Quartas | 19h

Domingos |  15h

Casa da cultura (Praça de Eventos) - Centro de Jaboatão

 

Maracatu Nação Cambinda Estrela

Sábados -19h

Rua Doutor Elias Gomes, 420 - Chão de Estrelas


Grupo percussivo

Os grupos percussivos agregam os apaixonados por maracatu e, inspirados nas nações, tocam o baque virado e, também, outros ritmos brasileiros. Os grupos costumam manter suas atividades durante todo o ano, com pequenas pausas para um descanso após o carnaval. Durante a folia, eles desfilam pelas ruas do Recife e Olinda mas não entram nas competições carnavalescas.

Bloco Alafia

Quarta - 20h

Mercado da Ribeira - Olinda

(Gratuito)

Batuques de Pernambuco

Domingo | 15h (oficina) e 16h (ensaio)

Praça do Carmo (em frente à FOCCA)

Inscrições: (81) 98822-7168

 

Tambores Dumundo

Domingo | 16h (ensaio)

Av. Marquês de Olinda, Bairro do Recife

A partir do mês de novembro, o grupo passa a ensaiar pelas ruas de Olinda, também aos domingos, com saída às 16h, da Prefeitura.

 

Quebra Baque

Domingo | 16h

Rua Tomazina, 199 - Bairro do Recife

Inscrições: (81) 98825-6782

 

Grupo Yalú

Sábados | 13h e 15h

Domingos | 13h e 15h

Rua da Moeda, 121 - Bairro do Recife

Inscrições através do site.

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No dia 1° de agosto, Pernambuco celebra uma de suas manifestações populares mais representativas, o maracatu. O brinquedo popular dá visibilidade ao Estado em todo o Brasil e no mundo e é tombado como Patrimônio Cultural pernambucano. Para comemorar a data - escolhida em homenagem ao nascimento do mestre Luis de França - brincantes de Olinda e do Recife promovem uma verdadeira festa com encontros de nações e grupos no próximo domingo (31), nas duas cidades.

No Sítio Histórico de Olinda, a concentração de diversas nações de maracatu de baque virado do município será às 16h, em frente à prefeitura. De lá, os maracatuzeiros seguem em cortejo até o Largo do Varadouro, onde será realizada uma cerimônia em reverência à data. A festa, realizada pela Associação dos Maracatus de Olinda, já é tradicional no calendário do município.

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Já na capital pernambucana, a festa será no Bairro do Recife, com início às 13h. As nações de maracatu Porto Rico, Leão da Campina, Estrela Brilhante do Recife e os grupos Várzea do Capibaribe e Maracatômico desfilam seus baques pelas ruas históricas. Também haverá participações do Tambores de Ogun e do coral Voz Nagô, além de oficinas, palestras e exposição de indumentárias, na Rua Bom Jesus.

Um palco localizado em frente ao arco do Marco Zero receberá apresentações ao longo de toda a tarde. O Maracatu Rural também estará representado com a participação do Cruzeiro do Forte. A comemoração recifense é uma iniciativa do Maracatu Porto Rico. Os eventos de ambas as cidades são gratuitos. 

Confira este e muito mais na Agenda LeiaJá.

Serviço

Comemoração do Dia Estadual do Maracatu

Domingo (31) | 16h

Prefeitura de Olinda

Gratuito

Domingo (31) | 13h

Bairro do Recife

Gratuito

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Batuqueiros de diversas nações de maracatu de baque virado estão se mobilizando para prestar sua última homenagem ao percussionista Naná Vasconcelos - falecido na manhã desta quarta (9) em decorrência de um câncer de pulmão. Eles se reunirão em frente à Assembléia Legislativa de Pernambuco (Alepe), nesta quinta (10), às 9h, e sairão em cortejo até o Cemitério de Santo Amaro, onde ocorrerá o sepultamento.

A homenagem ao mestre Naná deve reunir diferentes maracatus que tocarão em cortejo até o cemitério de Santo Amaro. Já estão confirmadas as presenças das nações Aurora Africana, Raízes de Pai Adão, Almirante do Forte e Cambinda Estrela.

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Naná Vasconcelos foi um dos grandes responsáveis pela valorização da cultura do baque virado em Pernambuco, tendo levado esta expressão artística a todo o mundo. Ele promovia, há 15 anos, a abertura oficial do Carnaval do Recife, na qual reunia cerca de 500 batuqueiros de diversas nações para tocarem juntos durante a cerimônia. Para o presidente da Associação dos Maracatus de Pernambuco (Amanpe), Fábio Sotero, a perda do músico será bastante sentida: "Ele era uma força a mais para as nações, ele tinha um apreço grande e lutava pelo nosso trabalho. Vai fazer muita falta porque ele era um grande chefe de batalha. A cultura popular em geral perde muito com a ida dele", lamentou. 

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Quem assiste à abertura do Carnaval do Recife, no Marco Zero, não imagina o trabalho que dá para realizá-la. Cerca de um mês antes do espetáculo, o percussionista Naná Vasconcelos visita as sedes das nações de maracatu de baque virado participantes para ensaiá-las uma a uma. Paralelamente, encontros pontuais entre os maracatus e Naná são realizados no Bairro do Recife  para juntos alinharem os batuques. Na noite desta quinta (15), o músico esteve na comunidade do Bongi para ensaiar a Nação Almirante do Forte. 

Naná falou ao Portal LeiaJá sobre a importância deste evento que projeta a folia pernambucana e os maracatus para todo o mundo, "É um momento único porque conseguimos juntar grupos que competem. Você não vê isso no Rio de Janeiro.", disse o músico. Ele lembrou do cenário em que as nações viviam antes do início deste "movimento social", há 14 anos, quando os maracatus se restringiam à suas comunidades: "O fato de eu visitar as nações abriu uma porta para quebrar preconceitos, social e religioso. As pessoas tinham medo de vir, por ser na comunidade e do candomblé. Hoje vem universitários, turistas, pessoas de classe-média", afirma o percussionista.

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Para o Carnaval de 2015, Naná Vasconcelos reúne 12 nações de maracatu, com cerca de 600 batuqueiros na abertura oficial do evento. No palco, as cantoras convidadas Fafá de Belém - que cantará a Ave Maria no ritmo dos tambores - e a cabo-verdiana Lura - que executará canções brasileiras. A abertura do Carnaval do Recife será no dia 13 de fevereiro, às 19h.

Programação

Até o  dia do grande show Naná ainda passa por mais 10 nações, faz três ensaios na Rua da Moeda, Bairro do Recife, e dois ensaios gerais no Marco Zero. Nesta sexta (16), ele encontra com as Nações Estrela Brilhante do Recife e, novamente, o Almirante do Forte, para um ensaio coletivo na Rua da Moeda, às 18h.

Sábado (17) | 18h

Maracatu Porto Rico

Rua Eurico Vitrúvio, n°483, Pina

Quarta (21) | 18h

Maracatu Encanto da Alegria

Rua Coremas, n° 40, Mangabeira

Quinta (22) | 18h

Maracatu Nação Tigre

Rua Padre Marques de Almeida, n° 58, Peixinhos

Sexta (23) | 18h 

Maracatu Porto Rico, Maracatu Encanto da Alegria, Maracatu Nação Tigre

Rua da Moeda - Bairro do Recife

Sábado (24) | 18h

Maracatu Raízes de Pai Adão

Rua Abidon Lima, n° 86, Água Fria 

Quarta (28) | 18h

Maracatu Leão da Campina

Rua Mário Gil Rodrigues, n° 26, Chapéu do Papa, Lagoa Encantada 

Quinta (29) | 18h

Maracatu Nação Encanto do Pina

Rua Osvaldo Machado, n° 504 – Pina

Sexta (30) | 18h 

Maracatu Raízes de Pai Adão, Maracatu Leão da Campina, Maracatu Nação Encanto do Pina

Rua da Moeda - Bairro do Recife

Sábado (31) | 18h

Maracatu Cambinda Estrela

Rua Elias Gomes, n° 420, Chão de Estrelas – Recife 

Quarta (4) | 18h

Maracatu Sol Nascente

Rua Raul Pompéia, n° 462, Águia Fria 

Quinta (5) | 18h

Maracatu Aurora Africana

Av. Dois, n° 03, Vila Rica – Jaboatão 

Sexta (6) | 18h

Maracatu Sol Nascente, Maracatu Aurora Africana, Maracatu Cambinda Estrela

Rua da Moeda - Bairro do Recife

Terça (10) | 18h

Ensaio Geral

Marco Zero do Recife

Quarta (11) | 18h

Ensaio Geral

Marco Zero do Recife

Seguem até o próximo sábado (27) as atrações do Natal da Casa da Cultura, que conta com apresentações de maracatus, cavalos marinhos, reisados e bois, entre outras manifestações populares. A programação é gratuita.

Entre os grupos convidados estão representantes dos mais novos Patrimônios Culturais e Imateriais do Brasil, título concedido pelo IPHAN aos folguedos maracatu de baque solto, maracatu de baque virado e cavalo marinho. Grupos como o Várzea do Capibaribe (baque virado), cavalo Marinho Boi Pintado e Boi Matuto de Olinda se apresentam nesta festa que já compõe o calendário natalino tradicional do Recife.

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Programação

Terça (23)

14h - Pastoril Luz do Amanhecer

15h - Projeto Mergulhão

16h - Pastoril Estrela Guia do Recife

17h – Espetáculo Baile Muderno – Companhia Fuá de Terreiro

Quarta (24)

15h - Pastoril Estrela do Mar

16h - Coco de Roda Raio de Luz

17h - Boi Malabá

 Sexta (26)

14h - Pastoril Estrela Dalva

15h - Reisado Mestre João Tibúrcio

16h - Cavalo Marinho Boi Matuto de Olinda

17h - Pastoril Profano do Véio Lumbrigueta

 Sábado (27)

12h - Pastoril Tia Nininha da 3ª Idade

13h - Pastoril Menino Jesus da Vovó Bibia

14h - Pastoril Angel de Brasilia Teimosa

15h - Grupo Indígena FEE-HIA

16h - Pastoril Rosa Mística dos Torrões

Serviço

Natal da Casa da Cultura

Terça (23) a Sexta (26) | 14h

Sábado (27) | 12h

Casa da Cultura (Cais da Detenção, s/n - São José Recife)

Informações: (81) 3184 3151

Que rufem os tambores, ou melhor, as alfaias! No Dia Estadual do Maracatu, comemorado nesta segunda-feira (01), a Prefeitura de Olinda continua as comemorações iniciadas na sexta-feira, com um encontro de maracatus na Praça Monsenhor Fabrício, em frente à Prefeitura de Olinda, a partir das 18h.

O cortejo seguirá pelas tradicionais ladeiras de Olinda, e contará com os grupos Maracatu Leão Coroado, Maracatudo Nação Camaleão, Badia, Maracatu Nação Estrela de Olinda, Marcambuco, Axé da Lua e Nação de Luanda. Todos fazem parte do maracatu de baque virado, uma das formas tradicionais do ritmo que se desenvolveu há mais de 400 anos em Pernambuco, mesclando elementos culturais afro-brasileiros, indígenas e europeus.

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Para comemorar a data, foram realizados, na sexta-feira passada, seminários, oficinas, rodas de diálogo e homenagens aos temas ligados ao maracatu, como sua história, origem e seus protagonistas.

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