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A população do Parque das Nações e arredores poderá participar no dia 1º de outubro do GRU Social, ação de cidadania promovida pela Prefeitura de Guarulhos, que oferece diversos serviços gratuitos. O evento ocorrerá no Centro de Referência da Assistência Social (Cras) Nova Cidade, na rua Itália, 13 – Parque das Nações, das 9h às 15h. 

Os serviços oferecidos gratuitamente são: CadÚnico (novos cadastros, atualizações e orientações); Corte de cabelo, manicure e maquiagem; Orientações e encaminhamentos para o Programa de Promoção do Acesso ao Mundo do Trabalho (Acessuas Trabalho); Varal Solidário (doação de roupas para pessoas em situação de vulnerabilidade social); Solicitações da Carteira do Idoso; Atendimento da Rede Fácil; Solicitação da 2ª via de certidões de nascimento, casamento e óbito; Orientações e encaminhamentos para mulheres e minorias da Asbrad; Orientações e cadastros para o programa Cuidando; Van da Boa Energia – EDP São Paulo; Orientações sobre a Tarifa Social da Sabesp; Inscrições em programas habiacionais; Testes rápidos de HIV e sífilis; Alistamento na Junta Militar; entre outros serviços.

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Sobre o Centro de Referência da Assistência Social (Cras) 

O Centro de Referência de Assistência Social (Cras) é a porta de entrada da Assistência Social. É um local público, localizado prioritariamente em áreas de maior vulnerabilidade social, onde são oferecidos os serviços de Assistência Social, com o objetivo de fortalecer a convivência com a família e com a comunidade. O Cras promove a organização e articulação das unidades da rede socioassistencial e de outras políticas. Assim, possibilita o acesso da população aos serviços, benefícios e projetos de assistência social, tornando-se uma referência para a população local e para os serviços setoriais. Pode apoiar ações comunitárias, por meio de palestras, campanhas e eventos, atuando junto à comunidade na construção de soluções para o enfrentamento de problemas comuns.  

 

 

Para quem toca maracatu de baque virado, a chegada do segundo semestre é o fim das férias pós-Carnaval. É quando batuqueiros e demais integrantes das nações, em Pernambuco, começam a tirar a poeira dos instrumentos e figurinos para começarem a preparação de mais uma festa. Alguns, iniciam os trabalhos até antes disso. Em 2020, porém, o movimento será diferente. Com a pandemia do novo coronavírus ainda em curso no Estado, e no Brasil, não se sabe como será o Carnaval de 2021 e os brincantes precisam de estratégias para não deixar o brinquedo morrer. 

É aí que entram as redes sociais, que abriram espaço para que a tradição possa ter sua manutenção garantida durante esse período de distanciamento social e incertezas. Se em meados do século 20 Chico Science fincou uma parabólica na lama e assim levou o peso do maracatu para o resto do país e parte do mundo, a nova geração, neste século 21, afinou os modens e diminuiu ainda mais os limites geográficos para cultura pernambucana. Apesar de secular, o baque virado provou ser adaptável aos novos tempos e é através das lives, pelas ondas da internet, que batuqueiros, nações e mestres estão conseguindo manter seus tambores ressoando. 

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É de sua casa na comunidade da Bomba do Hemetério, Zona Norte do Recife, que o batuqueiro Vinícius Alves de Souza, o Vini, comanda a página Maracatus PE (@maracatuspe), com quase 1.300 seguidores. Integrante da Nação Sol Brilhante, e neto de uma das maiores referências dentro do baque virado - Dona Ivanise, fundadora da Nação Encanto da Alegria, falecida em 2007 -,  Vini criou o perfil para ajudar a promover as nações, sobretudo as menores. “É uma página para falar sobre maracatu, porque não tinha nenhuma, não tinha nenhum tipo de divulgação”, disse em entrevista ao LeiaJá.

Com a chegada da pandemia Vini resolveu movimentar o perfil promovendo lives com outros batuqueiros e mestres de diversas nações: “Eles não tinham onde se manifestar, contar sua história, falar sobre sua nação, e a página serviu pra isso. Fui o primeiro a fazer as lives e hoje quase todo dia tem uma live sobre maracatu em várias páginas, fico feliz por plantar essa semente”. Segundo Vinícius, a audiência das transmissões do Maracatus PE vem de países como Bélgica, França e Alemanha, além dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Alagoas e outros. Tudo é feito de maneira simples, sem grandes aparatos, e às vezes, “a internet falha”, mas o resultado tem sido positivo e a resposta tanto do público quanto dos maracatuzeiros tem sido a melhor possível. “Já tenho umas lives agendadas que os próprios mestres me pediram”, comemora. 

Vini em live com o mestre Felipe, da Nação Encanto da Alegria. Imagem: Reprodução/Instagram

Próximo à casa de Vini, na comunidade do Alto José do Pinho, outro batuqueiro também resolveu abrir um canal de comunicação para as nações de maracatu. Thiago Rodrigo da Silva, mais conhecido como Thiago Nagô, tem conversado com batuqueiros e mestres de diferentes nações, no seu perfil pessoal (@thiagonago), em uma série que ele batizou de A vida e a história dos batuqueiros tradicionais dos maracatus nação. 

A motivação de Nagô é mostrar ao público a parte ‘de dentro’ das nações e seus integrantes, compartilhando uma vivência que muitas vezes fica escondida atrás do som dos batuques e do brilho dos figurinos. “O pessoal de fora quando vem visitar as nações de maracatu só vê o lado cultural do brinquedo, mas além disso existe uma vida pessoal do batuqueiro, do mestre, muitos com  trabalhos sociais e outros que passam por dificuldades financeiras durante o ano, fora do maracatu. Então eu queria que a gente pudesse compartilhar essas histórias de fora da nação, como é o dia a dia, como é lidar com preconceito, com racismo dentro das comunidades”. 

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Integrante da Nação Estrela Brilhante do Recife, Nagô já promoveu bate-papos com batuqueiros e mestres de diferentes gerações e nações - de Afonsinho, do Leão Coroado, herdeiro direto de um dos mais respeitados mestres de maracatu, Afonso Aguiar, falecido em 2018, ao mestre Teté, um dos mais antigos mestres em atividade em Pernambuco, liderança da tradicional nação Almirante do Forte.

Nas conversas, além de histórias pessoais e sobre as nações, Thiago e seus entrevistados compartilham fundamentos e ensinamentos do maracatu. O público tem aproveitado a oportunidade para entender um pouco mais sobre a manifestação pernambucana. “Tem muitos grupos espalhados pelo Brasil e fora do Brasil, isso talvez seja uma forma de eles se conectarem com a gente, com as nações de maracatu. É uma forma de comunicação com essa galera que não tem oportunidade de estar pagando passagem o ano todo para para vir para o Carnaval do Recife e acompanhar de perto as nações”. 

Thiago Nagô em live com o contra-mestre Toinho e mestre Teté, da Nação Almirante do Forte. Imagem: Reprodução/Instagram

A estratégia parece ter caído como uma luva para os brincantes e apaixonados pelo maracatu, mas existem limitações. Jamesson Florentino (@florentinojamesson), presidente e articulador da Nação Baque Forte (@maracatubaqueforte), de Tejipió, Zona Oeste do Recife, enumera algumas. “Você tem que ter tempo, local, equipamento, e daí a gente já percebe uma certa desigualdade para alguns grupos, alguns maracatus poderem realizar”. 

O articulador também tem feito lives em suas redes sociais, entrevistando integrantes de nações e compartilhando conteúdo relacionado à manifestação. A prioridade, segundo ele, é dar espaço para aqueles que têm mais dificuldade no acesso à comunicação. “A gente começou dialogando exatamente com esses maracatus que estavam meio à margem, mais distantes, e foi bem legal a resposta, a participação das pessoas. Mas você vê que são poucos grupos que fazem, acho que uns cinco no máximo e no universo de quantos tem, né? Existe um mercado em torno disso, e tem muitas pessoas que consomem. Eu esperava que houvesse uma coisa mais coletiva pra realizar essas interações por iniciativa de alguma organização que promovesse, mas não houve, conversando com outros grupos a gente resolveu tomar nossa própria iniciativa”. 

Mas, apesar de ver bons resultados vindos dessa interação em tempos de isolamento social, através das redes, Jamesson acredita que no pós-quarentena o ‘maracatu virtual’ não se firmará como uma tendência. “Os maracatus que tem uma certa estrutura, disponibilidade de pessoas que entendem desse tipo de procedimento talvez consigam continuar com esse formato, mas acho que isso não vai ficar não, porque o principal da cultura popular é o contato. A cultura é o povo na rua, o ensaio, o desfile, a comunidade batendo perna e vendo o que tá acontecendo”. 

Jamesson Florentino em live com mestre Marcelo Thompson, da Nação de Oxalá. Imagem: Reprodução/Instagram

EAD do batuque

Além de bate-papos e entrevistas, os batuqueiros estão promovendo também aulas de percussão à distância. Thiago Nagô é um deles. O percussionista levou sua experiência de oficineiro, com aulas e workshops presenciais realizados  em grupos de todo o Brasil, para a internet. Em turmas online, ele tem ensinado, além do maracatu de baque virado, ritmos tradicionais do Candomblé Nagô e da Jurema Sagrada, com as aulas de ilu. “É bem diferente com relação à aula presencial mas tá sendo uma experiência boa. Tô conseguindo administrar bem essas aulas, passar um pouco do meu conhecimento e poder também tá sobrevivendo da música que é o mais importante”.

Jamesson, do Baque Forte, também tem ministrado oficinas online. Ele ensina ritmos como afoxé e o coco, além de técnicas para instrumentos como congas, pandeiro e bombo, em aulas gratuitas. “Antes de fazer, eu conversei com várias pessoas da área pra me orientar sobre essa questão do mercado. Mas, a gente que é da cultura há um certo tempo nunca teve muito esse tato com a coisa do dinheiro, do cobrar por um conhecimento, então ficou difícil pra mim entender essa coisa de criar um espaço virtual, pra pessoas pagarem e aprenderem aquilo, já que é uma coisa que é do povo. Aí comecei a soltar alguns materiais ao vivo e alguns que eu tô organizando ainda”. 

Segundo o oficineiro, a experiência tem servido também para que ele próprio possa desenvolver um certo conhecimento com captação e edição de vídeo, e apesar de algumas dificuldades, o compartilhamento de saberes e experiências através das redes sociais tem sido positivo. “O pessoal gosta, acompanha. Eu tenho um pouco de limitação por causa de equipamento, espaço, mas à medida que você vai fazendo, vai melhorando, Talvez com o tempo eu vire um digital influencer”, brinca. 

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Onde e como se conectar

Apesar de dificuldades e limitações técnicas, a vontade dos maracatuzeiros de levar sua mensagem e tradições além parece ser maior. São vários os canais nos quais é possível acompanhar lives sobre o brinquedo pernambucano, conferir aulas dos ritmos tradicionais e ficar por dentro do que acontece no meio do maracatu. Além dos entrevistados desta matéria, vários outros batuqueiros e nações - sem falar nos vários grupos percussivos, apadrinhados por maracatus de Pernambuco, espalhados por todo o país -, têm aproveitado o isolamento social provocado pela pandemia do coronavírus para se conectar pelas ondas da internet, seja pelo Instagram ou YouTube. Confira alguns.

Nação Estrela Brilhante do Recife (@estrelabrilhantedorecife); Nação Cambinda Estrela (@maracatunacaocambindaestrela); Nação Porto Rico (@ncaoportoricooficial); Nação Leão Coroado (@maracatuleaocoroado); Nação Gato Preto (@maracatugatopreto); Pitoco de Aiyrá (@pitocoaxetu). 

 

O governo americano publicou na segunda-feira, 10, uma revisão na lista de nações consideradas em desenvolvimento, retirando a classificação do Brasil e de cerca de outros 20 países. A mudança facilita o que se chama de investigação de direito compensatório, que pode punir países que lançam mão de subsídios comerciais considerados injustos. Além do Brasil, estão na lista China, Argentina, África do Sul e Índia, por exemplo.

Desde que assumiu a Casa Branca, o presidente Donald Trump tem reclamado do tratamento dispensado a países tidos como em desenvolvimento durante disputas comerciais, em especial da China. Em Davos, na Suíça, em janeiro, ele voltou a falar no tema ao criticar o fato de que China e Índia serem consideradas nações em desenvolvimento pela Organização Mundial do Comércio (OMC). Os americanos têm feito um esforço para eliminar o tratamento diferenciado a países que consideram que não devem ser beneficiados pela flexibilidade nas regras comerciais devido à ascensão de suas economias.

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A regulação foi publicada pelo USTR, autoridade comercial dos Estados Unidos, ao atualizar uma regra de 1998. Os americanos revisaram os critérios para definição de países em desenvolvimento. Além da renda per capita e da participação no comércio global, as novas regras analisam ainda outros temas como o pertencimento ao G-20 - grupo do qual o Brasil faz parte. Pelos novos critérios a participação no comércio global máxima para o status de país em desenvolvimento também muda, passando de 2% para 0,5%.

O USTR considera que a metodologia adotada desde 1998 está "obsoleta". A revisão pode facilitar a punição dos países que deixam de figurar como nações em desenvolvimento, mas autoridades brasileiras têm minimizado nos bastidores o impacto que a medida pode causar para o País.

A medida dos EUA é unilateral e se aplica especificamente para a investigação americana de direito compensatório.

Os países em desenvolvimento podem exportar mais aos EUA isentos da investigação. Fora do tratamento especial, os limites são menores. Até hoje, os países ficavam excluídos da investigação se as importações provenientes dessas nações fossem inferiores a 4% do total das importações e, no conjunto com todos os demais em desenvolvimento, inferiores a 9%. Com a mudança na classificação, as porcentagens caem para 3% e 7%, e o governo Trump, portanto, tem maiores margens para aplicar barreiras comerciais.

Parte dos países afetados pela resolução americana já aceitaram abrir mão do tratamento especial concedido a países em desenvolvimento na OMC. É o caso do Brasil. Em março, quando o presidente Jair Bolsonaro visitou Trump em Washington, o País abriu mão do futuro uso do status de país em desenvolvimento na OMC em troca do apoio americano ao processo de adesão brasileiro à Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico.

O procedimento é administrativo e dentro dos EUA. No caso do tratamento diferenciado na OMC, da qual o Brasil já concordou em abrir mão, depende de uma discussão no próprio órgão. Na OMC, cada integrante declara em qual status se coloca.

Batuqueiros de 12 nações de maracatu de baque virado prestaram uma última homenagem ao percussionista Naná Vasconcelos na manhã desta quinta-feira (10). Eles receberam o cortejo que levou o caixão até o Cemitério de Santo Amaro, área central do Recife, onde ocorreu o sepultamento, com muito batuque em reverência ao mestre. Os brincantes se despediram de Naná, mas também demonstraram preocupação com a continuidade do trabalho iniciado por ele. 

Estiveram presentes na homenagem as nações Estrela Brilhante do Recife, Cambinda Africano, Cambinda Estrela, Leão da Campina, Aurora Africana, Estrela Dalva, Tupinambá, Almirante do Forte, Encanto do Pina, Encanto da Alegria, Raízes de Pai Adão e Sol Nascente. Juntas, elas fizeram ecoar os toques e evoluções que abriram o Carnaval do Recife nos últimos 15 anos, sempre com Naná Vasconcelos à frente da "confusão", como ele gostva de chamar. O clima entre os brincantes era de tristeza pela perda de um mestre,mas também de preocupação, já que Naná foi um dos grandes responsáveis pela valorização da cultura do baque virado e também um defensor das nações.

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O Mestre Arlindo, responsável pelo Cambinda Africano, lamentou a ida do percussionista: "É uma perda grande. Muitos maracatus se beneficiaram depois que Naná assumiu o Encontro de Maracatus, principalmente os de porte pequeno. Agora ninguém sabe como vai ser daqui pra frente", disse. Fábio Sotero, presidente da Associação dos Maracatus de Pernambuco, também demonstrou preocupação acerca do futuro do evento que abre o carnaval recifense: "Isso significa muito para os maracatus que trabalham o ano todo pensando na abertura do carnaval. Se a gente perder isso, será muito significante para a gente. Com Naná a gente tinha certeza que isso teria continuidade. Ele era mais um brincante, um comandante de todos nós maracatuzeiros de Pernambuco".

Fabio Aquino, brincante da Nação Estrela Brilhante do Recife, lembrou do trabalho que Naná fez com os grupos: "Foi uma base pra sustentação de todas as nações de maracatu, para a gente poder estar no patamar que estamos hoje". E o Mestre Chacon Viana, do Porto Rico, falou da esperança em poder manter viva a tradição iniciada pelo mestre: "Perdemos um guerreiro, mas vamos pedir a Deus que os governantes consigam fazer com que a gente leve à frente este legado. Se tivermos apoio vamos seguir em frente. Porque agora, mais do que nunca, é importante levar à frente tudo que ele (Naná) deixou."

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