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Batuqueiros de 12 nações de maracatu de baque virado prestaram uma última homenagem ao percussionista Naná Vasconcelos na manhã desta quinta-feira (10). Eles receberam o cortejo que levou o caixão até o Cemitério de Santo Amaro, área central do Recife, onde ocorreu o sepultamento, com muito batuque em reverência ao mestre. Os brincantes se despediram de Naná, mas também demonstraram preocupação com a continuidade do trabalho iniciado por ele. 

Estiveram presentes na homenagem as nações Estrela Brilhante do Recife, Cambinda Africano, Cambinda Estrela, Leão da Campina, Aurora Africana, Estrela Dalva, Tupinambá, Almirante do Forte, Encanto do Pina, Encanto da Alegria, Raízes de Pai Adão e Sol Nascente. Juntas, elas fizeram ecoar os toques e evoluções que abriram o Carnaval do Recife nos últimos 15 anos, sempre com Naná Vasconcelos à frente da "confusão", como ele gostva de chamar. O clima entre os brincantes era de tristeza pela perda de um mestre,mas também de preocupação, já que Naná foi um dos grandes responsáveis pela valorização da cultura do baque virado e também um defensor das nações.

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O Mestre Arlindo, responsável pelo Cambinda Africano, lamentou a ida do percussionista: "É uma perda grande. Muitos maracatus se beneficiaram depois que Naná assumiu o Encontro de Maracatus, principalmente os de porte pequeno. Agora ninguém sabe como vai ser daqui pra frente", disse. Fábio Sotero, presidente da Associação dos Maracatus de Pernambuco, também demonstrou preocupação acerca do futuro do evento que abre o carnaval recifense: "Isso significa muito para os maracatus que trabalham o ano todo pensando na abertura do carnaval. Se a gente perder isso, será muito significante para a gente. Com Naná a gente tinha certeza que isso teria continuidade. Ele era mais um brincante, um comandante de todos nós maracatuzeiros de Pernambuco".

Fabio Aquino, brincante da Nação Estrela Brilhante do Recife, lembrou do trabalho que Naná fez com os grupos: "Foi uma base pra sustentação de todas as nações de maracatu, para a gente poder estar no patamar que estamos hoje". E o Mestre Chacon Viana, do Porto Rico, falou da esperança em poder manter viva a tradição iniciada pelo mestre: "Perdemos um guerreiro, mas vamos pedir a Deus que os governantes consigam fazer com que a gente leve à frente este legado. Se tivermos apoio vamos seguir em frente. Porque agora, mais do que nunca, é importante levar à frente tudo que ele (Naná) deixou."

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