Tópicos | paula de renor

Neste final de semana, encerra-se a temporada do espetáculo Rei Lear, no Teatro Apolo. As últimas apresentações serão de quinta (27) a domingo (30), às 19h (quinta e sexta) e às  20h (sábado e domingo).

A montagem é uma recriação feita a partir da obra O Rei Lear, considerada uma obra-prima de Shakespeare, na qual o monarca de Bretanha, ao chegar à velhice, se vê obrigado a dividir o reino entre as três filhas para garantir sua sucessão.

##RECOMENDA##

No palco, as atrizes Paula de Renor, Sandra Possani e Bruna Castiel são dirigidas pelo carioca Moacir Chaves. A trilha sonora é executada ao vivo pelos músicos Samuel Nóbrega e Tomás Brandão, que buscam um encontro entre a música eletrônica e a música popular.

Serviço

Rei Lear

Quinta (27) e Sexta (28)| 19h

Sábado (29) e Domingo (30)| 20h

Teatro Apolo (Rua do Apolo, 121 - Bairro do Recife)

R$ 20 e R$ 10

(81) 3355 3320

[@#galeria#@]

No próximo domingo (24) o Teatro do Parque, localizado na área central do Recife e um dos principais equipamentos culturais das artes cênicas de Pernambuco, completará 99 anos de história. Mas assim como nos últimos quatro anos, o teatro não vai assoprar as velinhas porque continua fechado por conta de problemas na estrutura física. Apesar de uma licitação bancada pela Fundação de Cultura Cidade do Recife (FCCR) ter escolhido o projeto que reformará o espaço, já é certo que o Teatro do Parque também não estará funcionando durante o seu centenário, marcado para o ano que vem. 

##RECOMENDA##

No último mês de abril, o LeiaJá visitou o equipamento inaugurado em 1915 para verificar as atuais condições do local. Na ocasião, Carmen Piquet, gestora de teatros e museus da Prefeitura do Recife (PCR), confirmou que no ano em que completa 100 anos, o teatro permanecerá fechado. "Não posso dizer uma data para a entrega, mas sabemos que uma obra deste porte demora pra ser realizada. Nenhuma empresa entregaria a tempo para comemorar o centenário do teatro", justificou na época.

Desde 2010 sem funcionar, o teatro vem sofrendo com a ação do tempo. Cadeiras mofadas, paredes infiltradas, cupins e até animais foram encontrados pelo LeiaJá no local. Um funcionário, que não quis se identificar, falou sobre a falta que faz o Teatro do Parque para o cenário cultural recifense. "Antigamente existiam espetáculos de terça à domingo. Em 2000 foi feita uma pequena reforma para a instalação de ar-condicionado, porém, o teatro continuou a se deteriorar. É uma pena ver essa situação", desabafou.  

Parabéns ao Teatro do Parque

O LeiaJá entrou em contato com algumas personalidades que atuam nas artes cênicas de Pernambuco para saber o que elas desejam ao equipamento cultural no dia do seu aniversário. Para Paulo de Castro, produtor de diversos festivais, a exemplo do Janeiro de Grandes Espetáculos, o Teatro do Parque não terá, pelo quarto ano, como comemorar mais um ano de vida. “Na realidade, ele é um aniversariante que há quatro anos está em coma, na UTI, e não vai poder assoprar as velinhas ou comer o bolo”, ironiza o produtor.

Espaços culturais da RMR sofrem com obras intermináveis

Já Paula de Renor, também produtora do Janeiro de Grandes Espetáculos, deseja vida longa ao Teatro do Parque. “Eu quero é que ele ressuscite. É isso que a gente deseja a um ente querido quando ele está quase morto”, disse aos risos. Em paralelo, o pesquisador das artes cênicas Leidson Ferraz, cobra das autoridades públicas uma resposta mais incisiva sobre o estado do equipamento. “Meu desejo é que o prefeito Geraldo Julio assuma a situação e deixe de colocar assessores e o presidente da Fundação de Cultura Cidade do Recife para falar do caso. E que o teatro volte logo a funcionar”, declara ele. 

De acordo com Gigi Albuquerque, representante do Movimento Teatro do Parque (Re)Existe e participante de grupos como o Bacnaré (Balé de Cultura Negra do Recife) e o Híbridos, haverá em breve uma nova ação para cobrar da Prefeitura do Recife uma resposta sobre o espaço. “Inclusive nesta sexta (22) teremos uma reunião para definir quais serão as ações do próximo encontro. Ainda não há nada definido e provavelmente não vai ser neste domingo (24), e sim no início de setembro, quando tivermos algo mais concreto”, explica ela, que também deixou seu desejo de ‘parabéns’ ao Teatro do Parque. “Desejo que ele seja reativado com arte, sem que coloquem uma placa de ‘em obras’ sem que ele esteja de fato”, provocou. 

Reforma à vista

Há dois meses, no dia 28 de junho, foi publicado no Diário Oficial do Recife o aviso de licitação para execução das obras de serviço, restauro e ampliação do Teatro do Parque. O resultado saiu no último sábado (16), decretando a Concrepoxi Engenharia Ltda a vencedora da proposta, numa reforma que custará aos cofres públicos cerca de R$ 8,2 milhões, gastos com a realização de obras e a aquisição de novos equipamentos. 

Segundo a assessoria de imprensa da Secretaria de Cultura da PCR e FCCR, o projeto aguarda a liberação do contrato e da ordem de serviço para começar a ser executado. A previsão é de que a ordem de serviço da reforma seja assinada em novembro de 2014 e que a obra tenha duração de 24 meses. Entre os itens relacionados na licitação, estão a recuperação e restauro do edifício, a implantação de novo projeto paisagístico, a substituição de coberta e o redimensionamento e a substituição das calhas. 

A reforma do Teatro do Parque também prevê a restauração de adornos, bens móveis e pinturas decorativas, novo tratamento acústico, novo sistema de áudio e vídeo para o cinema, aquisição de vestimenta cênica e recuperação do sistema de climatização. A licitação inclui ainda instalação de rede de telefonia e internet, sistema de segurança e combate a incêndio e acessibilidade. Ainda de acordo com a assessoria, outros dois processos de contratação serão encaminhados ainda neste segundo semestre para complementar a recuperação do espaço. Um voltado para aquisição dos equipamentos de iluminação ambiente e cênica, e outro para a instalação de um circuito interno de TV, para reforçar a segurança do equipamento.

[@#galeria#@]

Na noite desta quinta-feira (30), vários profissionais das artes cênicas de Pernambuco foram conferir a entrega do Prêmio Apacepe de Teatro e Dança, que contemplou os melhores artistas e montagens do 20º Janeiro de Grandes Espetáculos (JGE). A festa foi realizada na Rua da Aurora, em Santo Amaro, e foi acompanhada por uma edição especial do Som na Rural, do produtor cultural Roger de Renor.

##RECOMENDA##

“Este é um momento de contemplar a classe artística pernambucana com os melhores espetáculos do festival e os melhores de cada categoria que fizeram parte do festival”, comentou Carla Valença, uma das produtoras do JGE ao lado de Paulo de Castro e Paula de Renor. 

Uma personalidade envolvida com as artes cênicas de Pernambuco é Roger de Renor, que já estudou teatro e é irmão de Paula de Renor. “Eles (a produção do JGE) sempre querem inovar na história da entrega de prêmios. O Janeiro deste ano foi mais dinâmico e teve um público quase 40% acima do que o do ano passado. A produção queria se atualizar pra não ficar naquela entrega tradicional da premiação e nada tão próximo do teatro e da dança como a rua”, disse Roger ao LeiaJá.

A entrega dos troféus produzidos pela artista plástica Tina Cunha contou com a participação de Lúcia Machado, uma das homenageadas do Janeiro de Grandes Espetáculos. “Meu sentimento é de alegria, felicidade e profunda gratidão ao público, amigos e colaboradores. E reafirmo meu amor pelo teatro pernambucano, que fazemos aqui e que é da melhor qualidade”,  afirma.

Também homenageado, o multiartista Jomard Muniz de Britto aproveitou a ocasião para alfinetar a Prefeitura do Recife em relação ao Teatro do Parque. “Ele (o teatro) é o melhor exemplo da democratização da cultura e está fechado. Peço à organização do JGE que fale com carinho com Geraldo Julio para que o espaço volte a funcionar logo”, brincou. 

Os destaques da premiação ficaram para o espetáculo de dança Terra, do Grupo Grial, que levou troféus em cinco categorias. A mesma situação se repetiu na categoria Teatro Infância e Juventude, com a peça Salada Mista, da Cia. 2 Em Cena de Teatro, Circo e Dança, levando cinco estatuetas para casa. Já o melhor espetáculo na categoria Teatro Adulto ficou para o H(EU)stória – O Tempo em Transe, do Coletivo Grão Comum e Gota Serena Produções e Eventos. “Essa montagem faz parte de uma trilogia que a gente está iniciando. Glauber Rocha é uma pessoa que marcou a história do Brasil e 33 anos após a sua morte ele permanece vivo. Esse prêmio é o primeiro investimento para fazer a gente continuar em frente”, comemorou Júnior Aguiar, integrante do espetáculo H(EU)stória – O Tempo em Transe, que também venceu na categoria Melhor trilha sonora.

A comissão julgadora que escolheu os trabalhos premiados foi formada por Ivana Moura, André Filho, Andreza Nóbrega e Magdale Alves, Célia Meira, Lúcia Helena Gondra, Conrado Falbo, Peter Dietz e Renata Camargo, Cátia Cardoso, Moacir Chaves, Paulo de Pontes, Pollyanna Diniz e Wellington Júnior. 

Confira os vencedores do Prêmio Apacepe de Teatro e Dança:

DANÇA

Melhor Bailarino/Intérprete: Gervásio Braz – Os 7 Buracos

Melhor Bailarina/Intérprete: Maria Paula Costa Rêgo – Terra

Melhor Coreografia: Jailson Lima – Para Sempre Teu

Melhor Sonoplastia/Trilha Sonora: Naná Vasconcelos – Terra

Melhor Iluminação: Luciana Raposo – Os 7 Buracos

Melhor Cenografia: Marcondes Lima – Sarará

Melhor Figurino: Gustavo Silvestre – Terra

Melhor Espetáculo: Terra (Grupo Grial)

Melhor Espetáculo Júri Popular: Os 7 Buracos 

TEATRO INFÂNCIA E JUVENTUDE

Melhor Ator: Anderson Machado – O Circo de Lampezão e Maria Botina

Melhor Atriz: Giulia Cooper – O Circo de Lampezão e Maria Botina

Melhor Ator Coadjuvante: Arnaldo Rodrigues – Salada Mista

Melhor  Atriz Coadjuvante: Paula de Tássia – Salada Mista

Ator Revelação: André Ramos – Salada Mista

Atriz Revelação: Não houve indicação nesta categoria

Melhor Sonoplastia/Trilha Sonora: Júlio Morais – De Íris ao Arco-Íris

Melhor Iluminação: Luciana Raposo – Le Petit: Grandezas do Ser

Melhor Cenário: Companhia Circo Godot de Teatro – Le Petit: Grandezas do Ser

Melhor Figurino: Fabiana Pirro – O Circo do Lampezão e Maria Botina

Melhor Maquiagem: Vinícius Vieira – Era Uma Vez Um Rio

Melhor Espetáculo: Salada mista (Cia 2 Em Cena de Teatro, Circo e Dança) e De Íris ao arco-íris (Produção Andréa Veruska, Jorge de Paula e Karla Martins)

Melhor Espetáculo Júri Popular: A galinha brasileira (Chocolate Produções Artísticas & Cia. do Riso)

Melhor Diretor: Alexsandro Silva – Salada Mista

TEATRO ADULTO

Melhor Ator: Tay Lopez – Na Solidão dos Campos de Algodão

Melhor Atriz: Ceronha Pontes – Camille Claudel

Melhor Ator Coadjuvante: Bruno de Lavor – Alice Underground

Melhor Atriz Coadjuvante: Agrinez Melo – Anjo Negro

Ator Revelação: Guto Ferraz – Alice Underground

Atriz Revelação: Ana Flávia – Avesso

Melhor Sonoplastia/Trilha Sonora: Geraldo Maia, Juliano Muta e Leonardo Villa Nova - H(EU)stória - O tempo em transe (Coletivo Grão Comum e Gota Serena Produções e Eventos)

Melhor Iluminação: Walter Façanha – Camille Claudel

Melhor Cenário: Doris Rollemberg – As Confrarias

Melhor Figurino: Aníbal Santiago – As Confrarias

Melhor Maquiagem: Não houve indicação para esta categoria

Melhor Espetáculo: H(EU)stória – O Tempo em Transe (Coletivo Grão Comum e Gota Serena Produções e Eventos)

Melhor Espetáculo Júri Popular: Senhora de engenho - Entre a cruz e a torá 

Melhor Diretor: Antonio Guedes – Na Solidão dos Campos de Algodão

[@#galeria#@]

O 20º Janeiro de Grandes Espetáculos (JGE) chegou ao fim na noite deste domingo (26) com a apresentação da Companhia Teatro de Serafim, que levou ao palco do Teatro Barreto Júnior, no Pina, a montagem As Confrarias - inspirada na obra de Jorge Andrade. O espetáculo, aprovado no Funcultura 2012, conta no elenco com a presença da atriz Lúcia Machado, uma das homenageadas do festival de artes cênicas deste ano. 

##RECOMENDA##

A Companhia Teatro de Seraphim atua na cena pernambucana desde 1990 e levou ao público uma história que se passa no Brasil do século XVIII, mais precisamente na cidade de Vila Rica (atual Ouro Preto). Um período de forte agitação popular por conta da Inconfidência Mineira e da decadência do ouro. 

Durante a apresentação é narrada a trajetória de uma senhora chamada Marte, interpretada por Lúcia Machado. A personagem visita quatro confrarias da cidade carregando o filho morto, José, com o intuito de enterrá-lo num destes solos sagrados, pois não havia cemitérios públicos disponíveis na cidade. 

Com este gancho, Jorge Andrade ressalta no texto dramaturgo a hipocrisia da sociedade colonial diante de temas como o racismo, o sexo e até a ocupação profissional das pessoas daquela épca – no texto, José é ator e por este motivo é tratado como um ser inferior, bem como os negros no Brasil da escravidão. Um debate que continua a acontecer ainda nos dias atuais.

Destaque para a cenografia da peça, feita por Doris Rollemberg, com estruturas em forma de coxias que revelam e ocultam cortes do cenário. Outro detalhe são as cenas de nudez, que seguem a linha do combate às opressões e dão um tom libertino à montagem diante da religiosidade das confrarias, representadas na obra pela Irmandade do Carmo (dos brancos), a Irmandade do Rosário (dos negros puros), a Irmandade de São José (dos pardos, que aceita artistas) e a Ordem Terceira das Mercês (mistura de negros, brancos e mulatos). 

A personagem Marta, por outro lado, parece não apenas ter a intenção de enterrar o filho, mas sim também expor, através de um jogo cheio de drama, os interesses econômicos e os preconceitos de cada confraria. Toda a história se passa em apenas um dia, mas com o uso intenso do recurso do ‘flashback’ há uma noção de passeio entre o presente e o passado dos personagens principais.

“A gente escolheu As Confrarias pra fechar o festival porque este é um espetáculo grande da Seraphim, uma companhia local de muitos anos bastante respeitada e com um elenco talentoso. Ficamos muito contentes em encerrar com uma produção da terra e com a casa lotada”, disse Paula de Renor, uma das produtoras do JGE, ao LeiaJá. Na próxima quarta-feira (29), às 22h, a produção do festival realiza uma avaliação do evento na Caixa Cultural Recife, no Bairro do Recife. 

Paula de Renor: "Legado do JGE são ações de continuidade"

Além da Lúcia Machado, o elenco da montagem é formado por atores e atrizes como Alexsandro Marcos, Brenda Ligia, Calos Lira, Gilson Paz, Ivo Barreto, Marcelino Dias, Marinho Falcão, Mauro Monezi, Nilza Lisboa, Ricardo Angeiras, Roberto Brandão, Rudimar Constâncio e Taveira Júnior. O espetáculo teve a direção de Antonio Cadengue. 

[@#video#@]

O programa dessa semana traz detalhes da programação do Janeiro de Grandes Espetáculos, cuja 20ª edição acontece no início de 2014 no Recife e em três cidades do interior pernambucano, Caruaru, Arcoverde e Goiana. Para falar sobre o assunto o jornalista Alvaro Duarte recebe Paula de Renor, produtora do projeto, e Bárbara Aguiar, diretora de duas montagens que se apresentarão no festival, 'O Tempo perguntou ao Tempo' e 'Para Josefina'. 

##RECOMENDA##

Paula conta sobre a ideia do festival que já completa, neste ano, duas décadas de existência ininterrupta. O JGE conta com ampla contribuição dos artistas pernambucanos, que vêem o festival como uma oportunidade de ganho de visibilidade em relação aos outros estados do país.

Participando pela primeira vez do projeto, Bárbara Aguiar faz parte do Grupo Acaso, que apresenta um espetáculo voltado para o público infantil e valoriza a perpetuação infância na memória das pessoas. As apresentações acontecem na próxima terça (14) e quarta (15), no Teatro Barreto Júnior. 

O Opinião Brasil é apresentado por Alvaro Duarte e exibido toda segunda-feira aqui, no Portal LeiaJá.

A produtora Paula de Renor, ao lado de Paulo de Castro e Carla Valença, atua há 20 anos na linha de frente da organização do Janeiro de Grandes Espetáculos – Festival Internacional de Artes Cênicas de Pernambuco. Paula conversou com o LeiaJá sobre a realização da 20ª edição deste festival, que acontece até o dia 26 de janeiro deste ano e ocupa quatorze teatros de todo o Estado. Na entrevista, ela fala sobre o diferencial da programação deste ano em relação ao ano anterior, dos destaques desta edição e o legado deixado pelo festival para a classe artística e público local. Confira:

##RECOMENDA##

Qual a diferença da edição do Janeiro de Grandes Espetáculo deste ano em comparação ao ano passado?

A gente tem uma quantidade maior de espetáculos e acho que a qualidade vem melhorando a cada ano, apesar dos recursos financeiros não melhorarem como a programação (risos). Mas eu acho que quanto menos recursos temos mais caprichamos porque temos uma paixão muito grande pelo festival. A gente sabe que ele é importante pra cidade e pra classe artística porque o mês de janeiro era um mês parado.

Quais são os destaques da programação?

Esse ano a gente tem produções grandes como a abertura com o Dzi Croquettes, que pra gente teve um significativo grande porque juntamos com o Vivencial Diversiones e fizemos todo aquele esquenta. Mas temos também os irmãos Grim com uma opereta grande. Tem A Negra Felicidade, A primeira Vista, a apresentação da São Paulo Companhia de Dança. Contamos também com espetáculos menores e internacionais, mas que são muito delicados como o Se Estes Espasmos Pudessem Falar, do escocês Robert Softley, que é um artista que tem paralisia cerebral e que é um ator maravilhoso. 

A gente não pode trazer grandes nomes internacionais mas trouxe produções que tem um diferencial de alguma coisa, nem que seja na interpretação de texto, uma comunicação que a gente tem certeza que vai ter com o público. Temos um número maior e com qualidade maior. Conseguimos diversificar mais e colocar mais Nordeste também. Esse ano a gente trouxe a Bahia, Ceará, Paraíba... Isso é importante pra gente.

O que o Janeiro de Grandes Espetáculos deixa como legado para as artes cênicas do Recife?

A gente deixa de maior contribuição para a classe artística local ações de continuidade. O festival não é um festival só de apresentações, no estilo ‘apresentou, vai embora e acabou’. Então, por exemplo, quando a gente convida os curadores dos maiores festivais do Brasil para estarem presentes e assistem às nossas apresentações locais, no mínimo seis grupos saem daqui e circulam pelo Brasil dentro dos grandes eventos nacionais deste segmento. Então o Janeiro de Grandes Espetáculos é uma vitrine.

Temos também feito intercâmbios com Portugal de residências com grupos que vem pra cá e artistas daqui que vão pra lá, montam seus projetos e voltam. Isso já tem dois anos de continuidade. E para o público eu acho que o festival deixa a possibilidade de ver os espetáculos locais como uma vitrine do que passou no ano anterior e ter a chance de assistir algumas pérolas que a gente traz, internacionais e nacionais e de gêneros diversos. Isso tudo num mês de férias no qual as pessoas querem sair e se divertir. Tanto o turista quanto os moradores da cidade passam a ter todas as noites o que fazer, não somente ir para bar e restaurante. Durante o festival as pessoas tem a opção de ir pro teatro, levar suas crianças de tarde ou no meio da semana, assistir aos espetáculos de dança e também os musicais.

[@#galeria#@]

Vinte e três espetáculos concorrendo em trinta e uma categorias diferentes. Estes são os números da premiação que ocorreu neste domingo (27) no Teatro Apolo, Recife Antigo. As avaliações ocorreram durante o festival, foram pré-selecionadas quatro peças infantis, treze adultas e seis espetáculos de dança, conta a produtora Regina Carmen.

##RECOMENDA##

Na comissão julgadora nomes conhecidos do teatro pernambucano como o da produtora Paula de Renor. O troféu confeccionado pela artista plástica Thina Cunha arrancou elogios dos presentes. O grande homenageado da noite, Vital Santos, não compareceu e, por isso, não recebeu em mãos seu troféu que foi parar na ecobag das Levianinhas, grupo que apresentou o evento.

Uma homenagem póstuma a atores que faleceram no último ano também foi prestada, o momento solene foi ao som do instrumental de La Vie em Rose. Dividida em três segmentos, a noite começou apresentando os vencedores da categoria dança, seguida dos espetáculos infantis e, por fim, os adultos. Confira:

Dança
Figurino – Segunda pele
Cenografia – Tu sois de onde?
Trilha Sonora – Segunda Pele/ Tu sois de onde?
Iluminação – Tu sois de onde?
Bailarino – Ivaldo Mendonça (Encontro Oposto – três movimentos em um ato) / Lineu Gabriel (Tu sois de onde?)
Bailarina – Roberta Cunha (Encontro Oposto – três movimentos em um ato)
Coreografia – Ivaldo Mendonça (Encontro Oposto – três movimentos em um ato)
Espetáculo - Escolha popular: Compartilhados
Espetáculo - Escolha do júri: Encontro Oposto – três movimentos em um ato

Infantil
Maquiagem – Cia. Concepção (Palhaçadas- História de um circo sem lona)
Figurino – Luciano Pontes (Seu rei mandou)
Cenografia – As Levianinhas em pocket show para crianças
Trilha Sonora – As Levianinhas em pocket show para crianças 
Iluminação – Luciana Raposo (Seu rei mandou)
Ator Coadjuvante - Arnaldo Rodrigues (Palhaçadas- História de um circo sem lona)
Ator – Alexsandro Silva (Palhaçadas- História de um circo sem lona)
Atriz – Juliana Almeida / Tâmara Floriano (As Levianinhas em pocket show para crianças)
Diretor - Luciano Pontes (Seu rei mandou)
Espetáculo - Escolha popular: Seu rei mandou
Espetáculo - Escolha do júri: As Levianinhas em pocket show para crianças

Adulto
Maquiagem – Marcondes Lima (Auto do salão do automóvel)
Figurino – Andrêzza Alves / Cláudio Lira (Beijo no asfalto)
Cenografia – Fernando Melo da Costa (Duas mulheres em preto e branco)
Trilha Sonora – Tomás Brandão / Miguel Mendes (Duas mulheres em preto e branco)
Iluminação – Aurélio de Simoni (Duas mulheres em preto e branco)
Ator Revelação – Godoberto Reis (A pena e a lei)
Atriz Revelação – Rosa Félix (Cinema)
Ator Coadjuvante – William Smith (Um inimigo do povo)
Atriz Coadjuvante - Daniela Travassos (Beijo no Asfalto)
Ator – Erivaldo Oliveira (Viúva porém honesta)
Atriz – Bruna Castiel (A filha do teatro)
Diretor – Pedro Vilela (Viúva porém honesta)
Espetáculo - Escolha popular: A pena e a lei
Espetáculo - Escolha do júri: Viúva porém honesta

[@#galeria#@]

Abriram-se as cortinas do mais significativo festival de teatro de Pernambuco. Começou, nesta terça (8), o Janeiro de Grandes Espetáculos (JGE). A maratona de apresentações teatrais, de dança e música se iniciou no histórico Teatro de Santa Isabel, com a encenação de O desejado - Rei D. Sebastião.

##RECOMENDA##

Antes do espetáculo, o presidente da Apacepe - entidade que realiza o JGE - Paulo de Castro, ao lado das produtoras, Paula de Renor e Carla Valença, comandou a cerimônia de abertura. Em dado momento, Castro chamou ao palco os gestores públicos de cultura presentes: o presidente da Fundarpe, Severino Pessoa; a nova Secretária de Cultura do Recife, Leda Alves; e o novo Presidente da Fundação de Cultura Cidade do recife, Roberto Lessa. "Esta noite é robusta de significados para mim", afirmou Leda Alves, pessoa com uma história fortemente ligada ao teatro e que já foi gestora do Santa Isabel.

Foi feita uma reverência ao dramaturgo e diretor de teatro caruaruense, Vital Santos, que recebeu as palmas do público de uma das frisas do Santa Isabel. Santos iniciou a carreira em 1966 e realizou espetáculos como Feira de Caruaru, A Árvore dos Mamulengos, Rua do Lixo, 24, Concerto para Virgulino sem orquestra e Auto das 7 luas de barro, que será encenada durante o festival. "Ninguém no Nordeste ganhou dois prêmios Moliére como Vital Santos", avisa Paulo de Castro, se referindo ao mais importante prêmio do teatro brasileiro.

O desejado - Rei D. Sebastião

Primeiro espetáculo da 19º edição do JGE, é uma parceria entre a Apacepe e o Centro de Criativivade Póvoa de Lanhoso, de Portugal. Cinco atores portugueses e cinco brasileiros encarnam um grupo de teatro mambembe que encena as histórias sobre D. Sebastião, rei português que morreu misteriosamente, gerando uma série de lendas.

As luzes do teatro não se apagaram antes da cortina se abrir, fato explicado pela entrada de dois artistas populares na plateia tocando, apresentando o espetáculo e interagindo com o público. Com nomes bíblicos como Jesus, Josué, Noé e Madalena, os personagens são atores e o processo de criação do seu espetáculo é o fio condutor da peça. O desejado brinca o tempo todo com o jogo realidade/ficção, usando metalinguagem e interagindo com o público.

Um dos exemplos é a entrada em cena de duas pessoas do público, que passam a ser parte daquela peça mambembe e vivem, no palco, o conflito entre a dura realidade e a cena. Com boas atuações, o espetáculo causou muitas risadas e momentos de espanto, mas peca por ser muito longo e, eventualmente, monótono. A peça terminou com os atores fazendo um pequeno cortejo no meio do público, que acompanhou com palmas a música tocada pelos personagens.

O Festival

Em 2013, o janeiro de Grandes Espetáculos amplia seus horizontes e chega pela primeira vez à Arcoverde, sertão pernambucano. Além das cidades do Recife e de Olinda, o festival acontece mais uma vez em Caruaru. A expansão rumo ao interior é possivel graças a parceria com o Sesc Pernambuco, que dispõe de teatros e estrutura em várias cidade do Estado.

Com um orçamento de cerca de R$ 1,5 milhão, o JGE ocupará ao todo dez teatros em seus vinte dias de programação. "Quem gosta de humor, drama, música, dança, vai encontrar tudo isso no Janeiro", avisa o produtor Paulo de Castro, à frente do festival há 17 anos, e resume: "Quem sustenta este projeto é a classe artística, sem ela não há Janeiro de Grandes Espetáculos".

Com direção de Moacir Chaves e produção de Paula de Renor, o espetáculo Duas Mulheres em Preto e Branco inicia temporada no Teatro Apolo a partir do próximo sábado (29) e segue até 21 de outubro. O texto é um dos contos do livro Retratos Imorais (2010) do escritor cearense Ronaldo Correia de Brito e ganhou montagem da Remo Produções com Paula de Renor e Sandra Possani no elenco.

Na história, as amigas Sandra e Letícia passam por caminhos e descaminhos tendo como pano de fundo a cidade do Recife durante a ditadura militar, período em que a sociedade enxergava a vida em preto e branco. A época volta a mexer com as personagens nos dias de hoje, prendendo-as ao passado.

A narrativa lembra um romance policial, uma vez que é tensa, cheia de mistérios e tem a vida de cada personagem revelada e desvelada em meio a uma ação dramática. “As referências ao passado são entremeadas de citações dos filmes de Fellini e da música de Nino Rota. Há imersões frequentes na recente história da contracultura brasileira e no sonho frustrado das esquerdas das décadas de 60 e 70”, explica Correia de Brito.

O conto foi montado na íntegra, sem nenhuma alteração do texto original. Duas Mulheres em Preto e Branco teve sua estreia no início de setembro no 19º Porto Alegre em Cena-Festival Internacional de Artes Cênicas com três apresentações.

Serviço

Duas Mulheres em Preto e Branco

De 29 de setembro até 21 de outubro

De sexta a domingo, 20h

Teatro Apolo (Rua do Apolo, 121, Recife Antigo)

R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia)

Informações: (81) 3355 3320

##RECOMENDA##

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando