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A Secretária de Cultura do Recife, Leda Alves, testou positivo para a Covid-19. Segundo a assessoria da pasta, a secretária de 89 anos está internada desde o último sábado (19) em um hospital particular da capital pernambucana com quadro estável. 

Leda Alves também é atriz e já passou por diversos órgãos da gestão pública  ligados à cultura, no Recife, como a Fundação de Cultura do Recife, a Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco e o Museu do Estado. Segundo a assessoria, o quadro clínico da secretária é estável e ela apresenta bom estado de saúde. 

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A secretária de Cultura do Recife, Leda Alves, integrou o ato da Greve Geral na capital pernambucana na tarde desta sexta-feira (14). Acompanhada de amigos, Leda expressou a importância de estar presente em um movimento como esse.

“Não precisa nem citar muitos motivos para estar aqui porque é tudo muito óbvio. Eu sou absolutamente contra tudo o que vem de Bolsonaro”, disse a estudiosa da cultura.

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Leda Alves também disse que está do lado da população. “Nós temos que entender que isso aqui tem relevância pro povo. Estou aqui pra dizer que estou com o povo. Democracia é entender as pautas do povo”, afirmou.

A secretária fez uma avaliação sobre o ministro da Justiça Sérgio Moro. “Eu acho que ele teve um papel importante para o Brasil, mas se perdeu depois que se juntou com Bolsonaro. Depois disso, ele se desvirtuou e mostrou quem ele é de verdade”, opinou.

 

A cultura popular pernambucana perdeu um de seus mestres do pastoril profano conhecido como 'pastoril de ponta de rua'. O Velho Dengoso, um dos maiores representantes deste brinquedo, faleceu na última quarta (12), aos 65 anos. 

José Justino da Silva passou mal no último domingo (9) e teve que ser socorrido. Ele chegou a passar alguns dias internado no Hospital Miguel Arraes mas, devido às complicações, não resistiu e faleceu na quarta (12), pela manhã. O sepultamento foi realizado no dia seguinte, quinta (13), no Cemitério de Santo Amaro. 

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Segundo Alexandre, que trabalhou como produtor do Velho Dengoso entre 2009 e 20015, o artista se dedicava à brincadeira desde os 11 anos de idade e era o último representante do pastoril de ponta de rua atuante em Pernambuco.

"Pelo que eu pesquisei ele era o único artista vivo em atividade (neste segmento). Ele era o último", disse em entrevista exclusiva ao LeiaJá.

Em nota oficial, a secretaria de Cultura do Recife, Leda Alves, lamentou a morte do mestre: "Agora somo nós que precisamos dar o derradeiro adeus a Dengoso, que tanta alegria semeou, provocando riso e semeando alegria e brincadeira". 

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Um dos homenageados do Festival de Inverno de Garanhuns (FIG), no Agreste de Pernambuco, o escritor pernambucano Hermilo Borba Filho foi tema de uma mesa de diálogos, nesta quinta-feira (27), no polo literário Praça da Palavra, que esse ano leva seu nome. O evento contou com a presença de Leda Alves, atriz e estudiosa da cultura popular, e viúva do autor, cujo centenário está sendo celebrado em 2017.

Para ela, a homenagem, mais do que lembrar sua obra, tem o objetivo de repassá-la a uma nova geração. “Isso tudo é muito importante, pois o FIG reúne o popular e o erudito e, dentro da literatura, apresenta Hermilo a leitores novos que estão começando a se interessar pela leitura agora. É um impulso. Estou muito contente com esse reconhecimento. É a volta do autor às mãos da comunidade”, afirma.

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O professor de Teatro da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), João Denys, que conduziu o debate, falou do legado deixado pelo pernambucano como um fã apaixonado. “Hermilo foi jornalista, dramaturgo, diretor de teatro, criou um mundo e um universo. Ele transitou de Palmares para Recife, de lá para São Paulo e ganhou o mundo. Há obras dele adaptadas em vários países”, conta.

Carlos Carvalho, diretor do Centro de Formação e Pesquisa das Artes Cênicas Apolo-Hermilo, conheceu o autor no fim dos anos 60, através do Teatro Popular do Nordeste. “Já adaptei cinco de seus livros para o teatro. Os diálogos que ele escreve são muito propícios para incorporar aos atores”, revela. Uma dessas peças, “Mucurana, O Peixe”, será apresentada nesta sexta-feira (28), às 18h, Teatro Luiz Souto Dourado, pela cia Construtores de Histórias.

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Em homenagem ao centenário de Hermilo Borba Filho, a Prefeitura do Recife, por meio da Secretaria de Cultura e da Fundação de Cultura Cidade do Recife, em parceria com a Secretaria de Cultura de Pernambuco e a Companhia Editora de Pernambuco (Cepe), promove uma semana, que acontece de 8 a 15 de julho, dedicada ao resgate das contribuições artísticas e culturais do autor.

Durante coletiva, realizada na última quinta-feira (6), ressaltou-se a importância da semana para a difusão das ideias, obras e projetos de Hermilo para as novas gerações. “Precisamos despertar entre os jovens o interesse pela obra de Hermilo, que se mantém muito pertinente e necessária, tratando e retratando o Nordeste com fidelidade e devoção”, disse a secretária de Cultura do Recife, Leda Alves, viúva do autor.

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A semana em homenagem ao centenário de Hermilo Borba contará com exposições de fotografias, exibição de filmes, lançamento de livros, leituras dramatizadas e espetáculos teatrais. A programação é gratuita.

Hermilo Borba Filho foi uma das figuras mais atuantes e um dos principais incentivadores do teatro no Nordeste. Além desta semana, o dramaturgo será homenageado do 27º Festival de Inverno de Garanhuns.  

Confira a programação: 

Sábado (8)

18h – Banco de Cavalo Marinho Boi Pintado do Mestre Grimário, no Teatro Hermilo Borba Filho

18h30 – Abertura oficial

19h – Leitura dramatizada com Hilda Torres e Adriano Cabral

19h30 – Espetáculo Mucurana, o Peixe, no Teatro Hermilo Borba Filho

Domingo (9)

10h – Exposição Hermilo 100 anos, nos teatros Hermilo e Apolo

16h – Espetáculo infantil Luzia no Caminho das Águas, no Teatro Hermilo Borba Filho

Segunda-feira (10)

10h – Exposição Hermilo 100 anos

Terça-feira (11)

10h – Exposição Hermilo 100 anos

19h – Exibição do documentário Hermilo Borba Filho, de Carla Denise, no Teatro Hermilo Borba Filho

Quarta-feira (12)

10h – Exposição Hermilo 100 anos

19h – Exibição do filme O Canto do Mar, de Alberto Cavalcanti, no Teatro Apolo

Quinta-feira (13)

10h – Exposição Hermilo 100 anos

19h – Espetáculo A Gloriosa Vida e o Triste Fim de Zumba sem Dente, no Teatro Hermilo Borba Filho

Sexta-feira (14)

10h – Exposição Hermilo 100 anos

19h – Espetáculo Mucurana, o Peixe, no Teatro Hermilo Borba Filho

Sábado (15)

10h – Exposição Hermilo 100 anos

19h – Espetáculo A Rã, no Teatro Hermilo Borba Filho

A secretária de Cultura do Recife, Leda Alves, foi reconduzida a mais um mandato na gestão do prefeito Geraldo Julio (PSB). A atriz, em entrevista ao Portal LeiaJá, destacou que se sente disposta para comandar a pasta por mais quatros e que confia nas mudanças realizadas pelo socialista. “Eu estou a esta altura da minha vida, com 85 anos, sendo reconduzida a um cargo onde eu entro nova para retomarmos o caminho sempre olhando para frente. Estou nesta disposição de entrega total. Isso acontece quando o que a gente move é o amor”.

Sobre a redução do número de secretárias de 24 para 15, a secretária acredita que foi uma atitude sábia. “Na posse do prefeito, na Câmara dos Vereadores, ouvindo o pronunciamento do prefeito, ele [Geraldo] disse que começa um novo homem .Acho que ele conhece o suficiente para poder misturar e substituir. Isso é de um gestor que não só olha, mas que vê, que observa, que analisa. Ele me passa muita sapiência pela seriedade dele e eu costumo conferir isso. Eu confio e ele corresponde. Será uma boa gestão, sem dúvida”, acredita.

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Leda Alves, além de ser uma figura conhecida no teatro pernambucano, já foi presidente do Museu do estado, da Fundação de Cultura do Recife e da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco. Também já foi presidente da Companhia Editora de Pernambuco – Cepe – e dirigiu o Teatro de Santa Isabel.

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*Com informações de Paula Brasileiro

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Chegou a hora de dizer adeus a um dos mais importantes músicos brasileiros. Com muita música e emoção, o corpo de Naná vasconcelos foi enterrado na manhã desta quinta-feira (10) no Recife.

Naná morreu na quarta (9), aos 71 anos, em decorrência de complicações relacionadas a um câncer no pulmão. Seu corpo chegou ao Cemitério de Santo Amaro, na área central do Recife, sendo acompanhado por uma multidão que fez questão de comparecer para prestar sua última homenagem. Músicos, artistas, populares e gestores públicos estiveram presentes durante o velório e enterro do percussionista, que nos últimos 15 anos foi o responsável por abrir oficialmente o Carnaval do Recife.

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As nações de maracatu Almirante do Forte, Leão da Campina, Raízes de Pai Adão, Encanto da Alegria, Estrela Brilhante do Recife, Porto Rico, Tupinambá, Aurora Africana, Estrela Dalva, Sol Nascente, Cambinda Africano, Cambinda Estrela e Encanto do Pina se uniram para tocar seus tambores em reverência àquele que os regeu por tantos anos na abertura do carnaval do Recife.

"A partida dele nos deixa a sensação de saudade. A gente comenta a grandeza, a imensidão do talento dele, mas precisamos saber que ele deixou toda a fortuna dele - não de moedas, ou contas em banco, mas do talento, da obra dele. Então continuamos com essa missão: perpetuar a obra de Naná", disse a secretária de Cultura do Recife, Leda Alves, ao LeiaJá.

Confira o momento do sepultamento do corpo de Naná Vasconcelos:

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Confira também a cobertura completa em vídeo: 

O cancelamento de dois eventos tradicionais na cidade, o Festival Recife de Teatro Nacional (que passa a ser bienal) em 2014 e o SPA das Artes, acendeu o sinal vermelho para a classe artística recifense, que já tinha ressalvas com a gestão cultural do município nos últimos anos. A Secretaria de Cultura do Recife, atualmente gerida pela atriz Leda Alves, vem tendo um orçamento cada vez menor em relação ao orçamento total da prefeitura ano após ano , chegando a representar apenas 1,71% em 2013.

Nada de Festival Recife do Teatro Nacional em 2014

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Problemas no patrimônio histórico e na administração dos equipamentos culturais da cidade são notórios. O exemplo mais forte disto é a situação do Teatro do Parque, fechado desde 2010. O Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães (MAMAM) e o Pátio de São Pedro (que abriga do Centro de Design do Recife e do Memorial Shico Science) também são espaços que sofrem uma espécie de paralisia, perdendo a força nos últimos anos. O Sistema de Incentivo à Cultura Municipal (SIC), também foi cancelado e não está sendo realizado. Outro exemplo crônico é a não implantação da Rádio Frei Caneca, anunciada várias vezes, mas nunca concretizada.

Prefeitura anula edital do SIC 2011

A Rádio Frei Caneca segundo o olhar de Liberato Costa Jr., seu criador

Tanto o Festival Recife do Teatro Nacional (FRTN) quanto o SPA estavam detalhados na Lei Orçamentário Anual (LOA) de 2014, mas não foram realizados. E um documento imprescindível vem sendo ignorado: O Plano Municipal de Cultura. Aprovado pela Câmara dos Vereadores em 2009, o documento tem força de lei e traz diversas diretrizes que devem ser seguidas pela gestão pública no que se refere à cultura, até o ano de 2019. Entre as diretrizes, está investir ao menos 3% do orçamento municipal em cultura.

Carta de protesto

Um grupo de produtores e artistas se articularam para criar uma carta aberta em que levantam problemas como os citados e pedem à gestão municipal mais investimento na produção cultural da cidade. Chamado de Cultura - Carta ao Povo do Recife pela Retomada e Fortalecimento das Políticas Públicas da Cultura na Cidade do Recife, o documento pede, entre outras coisas, audiência pública sobre o orçamento para a pasta de cultura do próximo ano e também a ação do Ministério Público contra a Prefeitura, pelo descumprimento da lei 17.576/09 (Plano Municipal de Cultura) e da Lei 16.215/96 (SIC).

"Nossa intenção é sensibilizar a população e o poder público sobre a diminuição de verba na área. Além disso, mobilizar o setor para brigar pela revalorização do setor cultural. O cenário atual do Recife deixa os produtores culturais sem oferta de mecanismo de fomento. A situação é grave e o orçamento para cultura não pode continuar sofrendo como está”, afirma Jarmerson de Lima, produtor do Festival Coquetel Molotov e um dos criadores da carta.

"O foco desta gestão claramente tem sido em turismo. Cabe à classe artística cobrar uma maior valorização. As pessoas têm que entender que fomentar não é sustentar artista com dinheiro público. O fomento tem um papel, o de fazer com que a cultura se mantenha, isso através de editais, museus recebendo exposições e eventos acontecendo", comenta o produtor Carlota Pereira. "A política que vem sendo praticada no Recife não vê a arte como economia criativa, nem segmento econômico que gere dinheiro e visibilidade. Mesmo o Brasil vendo no Recife a 'capital da cultura', estamos longe disso", completa.

Sem Aplausos

Em outubro de 2014, a prefeitura realizou a 19ª edição do Festival Internacional de Dança (FIDR). Já o Festival Recife de Teatro Nacional (FRTN), que deveria acontecer pela 17ª vez em novembro, não será realizado, uma atitude que indignou a classe artística. Além disso, a Secretaria de Cultura informou que os dois evento serão transformados em bienais. Sendo assim, no próximo ano acontece o FRTN, mas apenas em 2016 o FIDR volta a ser realizado.

Em repúdio à decisão da prefeitura, o Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversões no Estado de Pernambuco (SATED-PE), a Associação de Produtores de Artes Cênicas de Pernambuco (APACEPE), a Associação dos Realizadores de Teatro de Pernambuco (ARTEPE) e a Federação de Teatro de Pernambuco (FETEAPE), divulgaram nota afirmando que a decisão da Prefeitura do Recife é "arbitrária e unilateral”. Afirmando também que não realizar os eventos “fere os princípios de uma gestão democrática e participativa que deveriam nortear a atual administração municipal, merecendo a reprovação de toda a sociedade recifense”.

"Quando a prefeitura mexe em eventos como o Festival Recife de Teatro Nacional, afirma que não tem interesse no que o evento representa e que cultura não é importante. A administração de uma cidade não é feita de pragmatismo, vai além disso", opina Pedro Vilela, do Magiluth, grupo recifense de teatro que já possui uma década e reconhecimento nacional.

Segundo a Prefeitura do Recife, o cancelamento do festival de teatro se deve a 'dificuldades operacionais'. As mudanças foram pensadas com o 'intuito de possibilitar um planejamento adequado a estas iniciativas, uma vez que a gestão reconhece o importante papel que estas ações cumprem na formação dos realizadores das artes cênicas', afirmou o poder municipal em nota enviada à imprensa. A última edição do evento custou cerca de R$ 700 mil e trouxe nomes como o Grupo Galpão (RS).

“Vivemos quase que numa eterna crise. Os grupos daqui trabalham com bases artísticas, não visam o lucro de maneira tão direta. As dificuldades são cotidianas e, quando não encontramos esses instrumentos amparadores, é difícil para todos”, comenta Pedro.

No dia 10 de novembro, a classe teatral chegou a se reunir com a Leda Alves para debater a decisão da prefeitura. No encontro, a secretária pediu desculpas pela não comunicação prévia do cancelamento. Além disso, Leda Alves afirmou que está aberta ao diálogo com a classe, mas que os eventos continuam sendo bienais.

Segundo George Meirelles, ator e produtor cultural, há uma crise nas artes cênicas do Recife e uma necessidade de revitalização dos teatros da cidade. “Não existe uma manutenção eficiente de equipamentos culturais, como teatros ou bibliotecas. O Barreto Júnior por exemplo está sucateado. E ainda por cima há cortes absurdos no orçamento para cultura", desabafa.

E as artes plásticas?

A Semana de Artes Visuais do Recife (Spa das Artes) era o principal evento do calendário de artes visuais da cidade, e ajudou a dar visibilidade a trabalhos de artistas conhecidos, como Derlon e Rodrigo Braga e também já teve a participação de nomes como Moacir dos Anjos (pernambucano que já realizou a curadoria da Bienal de São Paulo, evento de artes visuais mais importante do Brasil). Depois de ser cancelado em 2012, o SPA voltou a acontecer no ano posterior, mas foi oficialmente cancelado em 2014.

A notícia do fim do SPA foi recebida com surpresa por Izidorio Cavalcanti. "Na minha visão, esses cancelamentos e o não cumprimento do Plano Municipal de Cultura (PMC) são uma falta de respeito com quem faz cultura". Artista há mais de duas décadas e tendo participado da criação do PMC, Izidorio se diz confuso com os rumos que a prefeitura escolheu dar à gestão cultural na cidade. "O atual prefeito descumpriu um projeto que a classe artística tinha como um dos melhores da cidade. Além disso, sem o SPA o Recife deixa de ser uma referência", argumenta.

Segundo a prefeitura, o evento agora dará lugar a ampliação do Edital de Artes Visuais da Prefeitura, cujas ações acontecem desde o início do ano. O orçamento do edital irá crescer R$ 310 mil em relação a 2013. "Existia a queixa de que o SPA era um evento temporário e passageiro, não ficando muita coisa para a cidade. Foi lançado no ano passado a proposta para o crescimento do edital. Ao termos um resultado positivo, a coordenação do setor decidiu ampliá-lo”, afirma Bárbara Collier, chefe do setor de Artes Visuais e Design da Prefeitura.

Segundo Bárbara, a classe artística foi ouvida, mesmo que em muitas reuniões não houvesse quórum. O edital deve ser lançado ainda em novembro, com 50 projetos contemplados, alguns começando antes do Carnaval de 2015. Entre as ativididades estão oficinas, residências artísticas, bolsas de incentivo à produção e também exposições coletivas. Um dos destaques é o Projeto Amplificadores, no qual curadores apresentam propostas de exposições já prontas para serem realizadas.

Para a curadora Cristiana Tejo, que também participou da criação do Plano Municipal de Cultura e foi diretora do MAMAM, a ampliação do edital é um alívio, mas o SPA fará falta. "Eu não fiquei surpresa com o fim do SPA. No final do governo João da Costa, já estava muito claro o descredenciamento e o não-investimento que a Prefeitura do Recife fazia nas artes plásticas", afirma. Segundo Cristiana, artistas e nomes ligados às artes visuais criaram em dezembro de 2012 um documento para negociar investimentos mais inteligentes no setor do Recife com a prefeitura, porém, nunca chegaram a ser recebidos na atual gestão para discutir o tema.

“Não houve uma sensibilização por parte do prefeito e da secretária. É lamentável que Recife, cidade tão importante no cenário nacional e com artistas de qualidade, não tenha uma política cultural consciente”, lamenta Cristiana. "Minha crítica é com relação ao desbaratamento. Há o edital, mas não há um olhar sobre instituições culturais. O MAMAM, museu que foi importante e presente por gerações, se encontra em um estado lamentável. Não há um projeto consistente para área de uma maneira geral", afirma a curadora.

Cristiana também lança luz sobre outros pontos que julga importantes na cadeia de artes visuais do Estado, como o colecionismo. "Artistas pernambucanos de expressão internacional já estão sendo colecionados no exterior. Com o enfrequecimento de museus, pode-se chegar ao ponto de termos que visitar um museu no exterior para ter acesso a algum artista pernambucano', continua. 

Patrimônio

A capital pernambucana é cheia de história e espaços culturais são partes importantes dela. Uma exposição que chamou atenção no MAMAM, a peça que emocionou no Teatro do Parque ou uma apresentação musical que se tornou inesquecível em pleno Carnaval, no Pátio de São Pedro. Equipamentos que guardam memórias afetivas e, ajudam a contar e promover a história do Estado. 

O Teatro do Parque, jóia quase centenária no Centro do Recife, está fechado desde 2010 e passará seu centenário (em 2015), na mesma situação, como publicado em primeira mão pelo LeiaJá. A Prefeitura afirma que a reforma está prevista para começar em novembro deste ano e deve durar 24 meses. A Concrepoxi Engenharia LTDA venceu o edital, com proposta no valor de cerca de R$ 8,2 milhões que envolve a realização de obras e aquisição de novos equipamentos.

Na festa de 99 anos, Teatro do Parque segue fechado

Entre os itens da licitação estão a recuperação e restauro do edifício, a implantação de novo projeto paisagístico, a substituição de coberta, restauração de adornos, bens móveis e pinturas decorativas, novo tratamento acústico, novo sistema de áudio e vídeo para o cinema, aquisição de vestimenta cênica e recuperação do sistema de climatização. Há ainda dois processos licitatórios que serão abertos para a aquisição dos equipamentos de iluminação ambiente e cênica, e outro para a instalação de um circuito interno de TV, reforçando a segurança do equipamento.

"No Recife não pode haver apenas turismo de praia e de shopping. Precisamos diversificar e deixar os espaços culturais funcionando em pleno vapor. Não apenas no que diz respeito à arte contemporânea, mas como um todo", opina Cristiana Tejo. George Meirelles também evoca um passado em que a cidade era referência no que diz respeito à cultura. "No ano de 2012 fomos a segunda cidade que mais investiu em cultura no Brasil, percentualmente falando. Nosso Plano Municipal de Cultura serviu de exemplo para a criação do plano nacional. Nós, artistas, não vamos tolerar esse descaso”, finaliza.

Sem resposta

Até o momento da publicação desta reportagem, a Prefeitura do Recife não havia respondido a nenhum dos questionamentos enviados na última quarta-feira (12). Questões como 'Qual foi a razão do cancelamento do Festival de Teatro Nacional e do Spa das Artes este ano, visto que os mesmos estavam presentes na Lei Orçamentária Anual de 2014?'; 'Há alguma previsão para a prefeitura voltar a cumprir o SIC (Sistema de Incentivo à Cultura)?'; os motivos do não cumprimento do Plano Municipal de Cultura; a data de lançamento do edital de artes visuais; e a previsão orçamentária para a pasta de Cultura para 2015; seguem sem posicionamento do poder municipal.

A secretária de cultura da Prefeitura da Cidade do Recife (PCR), Leda Alves, foi a primeira a chegar à sede do Governo do Estado. Com semblante abatido, a secretária entrou no Palácio, acompanhada de familiares, sem falar com a imprensa.

A estrutura, onde os corpos serão velados, já está praticamente finalizada. A população está aguardando a chegada dos restos mortais do ex-governador Eduardo Campos, o assessor de comunicação Carlos Percol e o fotógrafo, Alexandre Severo.

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De acordo com a assessoria de imprensa do governo de Pernambuco estarão presentes, no velório e no enterro, vários líderes de Estado.

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A secretária de Cultura do Recife, Leda Alves visitou na noite da tarde desta sexta-feira (15), a família do ex-governador Eduardo Campos, no bairro de Dois Irmãos, na Zona Norte do Recife. A secretária descreveu o comportamento da viúva de Campos como “muito tranquilo”, mas ressaltou que há momentos em que Renata chora. 

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“Ela (Renata) está muito forte, sempre o filho Miguel no colo. Mas entre uma brincadeira e outra chora. Ela diz em pensamento a Eduardo que fique tranquilo, que dos filhos dele ela toma conta”, relatou Leda. 

Ana Arraes, mãe do ex-governador também estava na casa, junto com os familiares e conversou com Leda. De acordo com a secretária de Cultura, Ana ainda não consegue acreditar que a tragédia aérea que vitimou seu filho e outras seis pessoas é real. 

“Está sendo muito complicado para Ana, ela fica perguntando: por quê Deus não levou a ela e deixou o filho vivo, pois ele era jovem e tinha muitas para realizar. Diz que já cumpriu sua missão, portanto, teria mais sentido ela partir”, contou. 

Além da visita de pessoas próximas da família do ex-governador, populares também comparecem a rua que está situada a casa de Renata Campos. O biscateiro Wellington Xavier dos Santos, 28 anos, morador da cidade do Paulista, na Região Metropolitana do Recife também foi ao local prestar sua homenagem a Eduardo Campos. 

Wellington queria entregar a mãe de Campos um cartaz com mensagem bíblica e de otimismo, mas não conseguiu. No cartaz, ele escreveu “Não vamos desistir do Brasil, Eduardo Campos” e que “Você (Eduardo) está vivo em nossos corações”.

“Eu conversei com ele (Eduardo), tirei com foto e dei um abraço nele, no dia do enterro de Ariano Suassuna. Pedi para ele visitar a minha comunidade e ele disse que estava com a agenda muito cheia por causa da campanha, mas depois iria por lá. Agora acontece esse acidente”, lamentou. 

A secretária de Cultura do Recife, Leda Alves, também foi nesta quarta-feira (23) ao Hospital Real Português, na Ilha do Leite, para se despedir do escritor Ariano Suassuna, que faleceu na tarde desta quarta (23) em função de uma parada cardíaca. Leda, que também é atriz, atuou em várias peças escritas por Suassuna, a exemplo de A Farsa da Boa Preguiça (1960) e A Caseira e a Catarina (1962). 

Em conversa com a imprensa, a secretária de Cultura do Recife comentou sobre a experiência que teve ao conviver com o escritor paraibano. “Atravesso esse momento após a partida dele com uma vontade de agradecer a Deus por ter tido o privilégio de conviver com Ariano, de aprender muita coisa com ele. Duas pessoas que marcaram muito minha formação foram Hermilo (Borba Filho) e Ariano Suassuna”, declarou Leda Alves.

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A secretaria também ressalta a importância do legado artístico de Ariano deixado para o povo brasileiro. “Para o Brasil Ariano partiu, mas deixou uma obra como presença viva dele. Cabe a nós que convivemos e que somos os seus contemporâneos tornar difundida sua marca. O Brasil precisa conhecer esse legado. Ninguém amou tanto o povo e a língua brasileiro do que ele”, disse ela. 

De acordo com Leda Alves, que interpretou quatro peças escritas por Suassuna, atuar com os textos de Ariano era algo extremamente fácil. ”Da mesma maneira que ele transmitia um pensamento profundo, poético, com um linguajar simples que todo mundo entendia, o texto de Ariano, em versos, bebia tanto na fonte popular e nas nossas raízes que as rimas eram muito bem feitas. Para um ator, trabalhar um texto dele era um prazer muito grande, apesar dos quiproquós que ele criava nas suas encenações e que fazia a gente rir”, lembra Leda, que tem 83 anos. 

Problemas de sáude de Ariano

O escritor paraibano deu entrada, na noite da segunda-feira (21), na emergência do Hospital Real Português após sofrer um AVC Hemorrágico. Desde então, seu quadro veio se agravando até o óbito divulgado nesta quarta-feira (23). No ano passado, Ariano foi internado duas vezes. Da primeira vez, no mês de agosto, ele deu entrada no mesmo hospital depois de sofrer um infarto. Dias depois, ele voltou a ser hospitalizado e foi detectado um aneurisma.

De sexta (18) a domingo (20) o Teatro Hermilo Borba Filho, no Bairro do Recife, vai sediar o projeto Leituras Cruzadas III: Lendo Osman Lins, inspirado no escritor pernambucano que completaria 90 anos de vida em 2014. A proposta é promover um diálogo entre diversas linguagens artísticas com base na releitura da obra do autor de peças como Lisbela e o Prisioneiro. A programação, composta de palestras, leitura dramática, ensaios, exibição de vídeos e debates, é gratuita.

A abertura do será nesta sexta-feira (18), às 19h, com a presença da secretária de Cultura do Recife, Leda Alves, e da filha mais nova de Osman, Ângela Lins, com mediação do professor Fábio Andrade (UFPE). No segundo dia (19), às 18h, o Teatro Dubando apresenta o ensaio para o espetáculo Perdidos e Achados, dirigido por Alexsandro Souto Maior e com a participação do ator convidado Tatto Medinni. O ensaio terá na mesa Robson Teles, professor de Literatura da Unicap, e Luiz Carlos Vasconcelos, ator e diretor paraibano. Em seguida, Luiz Carlos apresenta a narrativa Retábulo, dirigindo o Grupo Piollin (PB).

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No domingo (20), a Companhia Fiandeiros de Teatro fará a leitura dramática de Mistério das Figuras de Barro, sob direção de André Filho, às 16h. Na sequência, a jornalista e crítica teatral Ivana Moura fala sobre o teatro da palavra de Osman Lins. Neste dia haverá também o Cine Osman, com exibição do curta A Partida, de Sandra Ribeiro, seguido de um bate-papo com a diretora e com o jornalista Adriano Portela. Fechando o evento, os professores Rosana Teles (IFPE), Lourival Holanda (UFPE) e o pesquisador Arnoldo Guimarães comporão a mesa Cruzando Leituras, acerca do universo melódico e poético de Osman Lins.

Serviço

Leituras Cruzadas III: Lendo Osman Lins

Teatro Hermilo Borba Filho (Av. Cais do Apolo, s/n, Bairro do Recife)

Sexta (18) | 19h

Sábado (19) | 18h

Domingo (20) | 16h

(81) 3355 3321 | 3319

Gratuito

Programação

Sexta (18)

Percursos da História

19h - Abertura

19h30 - Palestra com Ângela Lins e Leda Alves. Debatedor: Fábio Andrade. Debate aberto ao público ao final

Sábado (19)

Osman Lins em Cena

18h - Ensaio aberto do espetáculo “Perdidos e Achados” (peça inspirada em narrativa homônima de Osman Lins), com o Teatro Dubando e participação especial do ator Tatto Medinni

19h20 - Palestra com Luiz Carlos Vasconcelos (PB) e Robson Teles. Debate aberto ao público ao final

Domingo (20)

16h - Leitura dramática da peça “Mistério das Figuras de Barro”, de Osman Lins, pela Companhia Fiandeiros de Teatro. Direção: André Filho

16h30 - Palestra “O Teatro da Palavra de Osman Lins”, com Ivana Moura

17h10 - Exibição do curta metragem “A Partida”, de Osman Lins, direção de Sandra Ribeiro, além de “Os Gestos”, ambos inspirados em obras de Osman Lins

17h50 - Palestra com Sandra Ribeiro e Adriano Portela

19h - Palestra com Arnoldo Guimarães e Rosana Teles. Debatedor: Lourival Holanda. Debate aberto ao público ao final

Produtores culturais cadastrados no Sistema de Incentivo à Cultura 2011 (SIC Recife) foram informados nesta última quinta (2) que o edital daquele ano foi anulado. A notícia chegou por e-mail com uma cópia da resolução administrativa publicada no Diário Oficial do Recife do dia 24 de dezembro do ano passado, data que foi divulgada a decisão assinada por Leda Alves, secretaria de Cultura, de anular o SIC 2011.

Segundo a resolução, o Conselho Municipal de Política Cultural decidiu pelo cancelamento do SIC 2011 durante Sessão Plenária realizada no dia 5 de setembro de 2013. O argumento para a anulação é que no edital não consta o valor da renuncia fiscal (mecenato).

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Em entrevista concedida ao Leia Já no final do ano passado, Roberto Lesa, presidente da Fundação de Cultura Cidade do Recife (FCCR) chegou a anunciar mudanças no formato do SIC em 2014. “Não posso ainda adiantar se vai ser nesse mesmo formato que vem sendo discutido, (...) mas acredito que a gente tem sim novidade para o próximo ano”, comentou Lessa, sem mencionar diretamente a anulação do SIC 2011. 

Ainda de acordo com o documento oficial, o material inscrito ficará disponível para devolução pelo período de seis meses a partir da publicação da resolução.

Muitas pessoas foram conferir o último concerto da Orquestra Sinfônica do Recife no Teatro de Santa Isabel nesta terça (17). O público contou com uma surpresa que não estava no programa oficial. Ao final da primeira parte do concerto, Marlos Nobre, que além de regente foi o solista da noite, tocou, no piano, um dos clássicos do maestro Antônio Carlos Jobim: Dindi.

O concerto foi aberto pela ópera O Guarany, do paulista Carlos Gomes. O repertório contou com a Batuque para Orquestra, do cearense Alberto Nepomuceno e Batuque do carioca Lorenzo Fernandez. Os momentos mais emocionantes da noite foram durante a apresentação do Bolero, de Lourenço Fonseca, o Capiba, com arranjo de Clovis Pereira, e revisado pelo maestro Marlos Nobre e Concertante do Imaginário para um piano e Orquestra de Cordas, peça composta por Nobre em homenagem a esposa, Maria Luiza.

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No final da apresentação, dedicada a compositores brasileiros, o maestro deu mais um 'presente' ao fazer o bis de Dança de Chico Rei e da Rainha Ginga (do bailado Maracatu do Chico Rei), de Francisco Mignone. Nobre começou a noite dizendo que era um dia de festa por diversos motivos. Pelo programa, que homenageava nomes como Capiba e Clóvis Pereira, e, também, por que festejava a 'nova era da Orquestra', que estava renascendo.

"Agradeço ao prefeito Geraldo Julio e a secretária de Cultura, Leda Alves, pela atenção dada a Orquestra Sinfônica do Recife". Ao público, Nobre fez um apelo/convite: "abracem essa Orquestra". No final do concerto, foi a vez dos músicos falarem. O trombonista Misael França e a violinista Viviane Pimentel, foram os porta-vozes. Eles também saudaram os avanços conquistados pela categoria em 2013 e deram uma placa comemorativa ao Maestro. O texto de agradecimento fala de admiração, respeito e dedicação.

* Com informações da assessoria

 

O ano de 2013 foi o primeiro da nova gestão da Prefeitura do Recife, liderada pelo prefeito Geraldo Julio. Na área da política cultural, Leda Alves foi a convidada para gerir a Secretaria de Cultura (Secult), responsável pelo planejamento das ações voltadas para cultura da cidade. Já Roberto Lessa aceitou o chamado de presidir a Fundação de Cultura Cidade do Recife (FCCR), cuja principal função é a operação e execução das iniciativas elaboradas pela Secult. Em entrevista ao LeiaJá, o presidente da FCCR falou sobre a experiência de comandar uma instituição tão importante para o setor, além de revelar em primeira mão o posicionamento que a atual gestão pretende imprimir ao longo dos próximos anos. Na conversa, Lessa falou também dos principais desafios dos órgãos responsáveis pela cultura na gestão municipal e das novidades, a exemplo na reforma no Teatro do Parque e da inauguração da Rádio Frei Caneca. Assuntos como o orçamento de cultura do Recife, o novo formato de pagamento dos artistas, investimento em editais de contratação e a polêmica com Naná Vasconcelos em relação ao Carnaval 2014 também não ficaram de fora da entrevista. O encontro aconteceu no escritório da Fundação de Cultura Cidade do Recife, localizado na Rua Domingos José Martins, no Bairro do Recife.

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A nova marca da política cultural do Recife

As pessoas perguntam muito sobre a questão da multiculturalidade, se é uma marca da gestão anterior, e eu costumo responder o seguinte: multicultural é o povo recifense. É a cultura produzida no Recife. A gente tem isso como marca não de uma gestão, mas como marca de um povo. Então é impossível tirar essa história do 'multicultural' porque essa é uma característica da forma de pensar, fazer e consumir cultura. É uma marca importante. O que a gente está começando a pensar e fazer no nosso próprio estilo - e eu não sei como vamos chamar isso ainda - é algo que tivemos num primeiro momento durante esse Ciclo Natalino e que foi fantástico. 

É a questão de você fazer a cultura onde ela nasce, que é no meio das pessoas, dos bairros, das comunidades. A cultura do palco é importante, porque é um momento de prazer duplo no qual as pessoas absorvem cultura e lazer, mas elas precisam se sentir participantes deste processo também. Essa é uma marca que a gente vai procurar imprimir com muito mais força a partir de 2014. Na prática, no Ciclo Natalino de 2013, a decoração está aí na rua, quase pronta, com um tema diferente que é A natureza ilumina o Recife. A gente fez oficinas junto a essas comunidades, de desenho e pintura, que fazem parte da decoração da cidade. Foi um trabalho de colocar professores, monitores, levar equipamento, cadastrar pessoas que querem participar. Na base da nossa Árvore de Natal, no Bairro do Recife, estão desenhos feitos por crianças de comunidades como Santo Amaro, Chão de Estrelas e Ibura, entre outras. Eles se sentiram muito orgulhosos em estar lá. Outra coisa que fizemos foi uma parceria com a Companhia Editoria de Pernambuco (CEPE), que vai pegar esses desenho e transformar em cartões de natal, com a identificação de quem fez e o local. Isso deu um resultado tão bom que a gente está pensando em repetir, com oficinas durante o Carnaval ou São João. Não é só oficina, isso não resume o que é esse projeto. Na verdade é uma participação mesmo, seja no que for, porque se o poder público faz ele tem que dizer também pra onde é que vai depois. Se ele fomentou, ele também tem que absorver.

Carnaval 2013

O maior desafio foi propriamente fazer o Carnaval, porque desta vez a festa aconteceu num período muito próximo ao início do ano. A gente chegou com a missão de fazer em pouquíssimo tempo e pensar a política cultural pro Carnaval foi fundamental pra já dar essa marca da valorização da cultura popular, que está no programa de governo de Geraldo Julio. Mas, acima de tudo, a execução da festa foi um imenso desafio porque nós tivemos que fazer mais de 30 processos licitatórios neste período, ainda que a FCCR tenha suas próprias comissões de licitação. A Secult não tem e faz suas licitações na Secretaria de Finanças. Embora a gente tenha essa vantagem, não dá pra gerir um número de licitações como esse no tempo que a gente tinha. Então a gente recorreu também à estrutura da Secretaria de Finanças, que nos ajudou a tocar isso tudo sem diminuir em nada o Carnaval em relação ao ano anterior. Foi um desafio imenso. Houve inclusive acréscimos que foram feitos, experimentais, como o polo de Boa Viagem, que foi um polo descentralizado e em um formato diferente do que se tinha até então. Eu diria que executar o Carnaval, com tudo dando certo, foi o nosso maior desafio nesse primeiro momento da gestão.

Orçamentos dos Carnavais 2013 e 2014

O Carnaval 2013 custou em torno de R$ 30 milhões. Desse total, R$ 6,5 milhões foram de patrocínios captados pela Secretaria de Cultura. Mas esse valor foi líquido, porque não tivemos nenhuma empresa intermediando, aquela taxa de 20% que existia pra uma empresa fazer a captação não existiu mais. Todo o valor foi integralmente convertido em recursos para o Carnaval. Para o próximo ano o prefeito entendeu por bem colocar a captação de recursos na Secretaria de Turismo, e foi uma decisão muito acertada porque eu acho que o secretário Felipe Carreras a fez com uma competência muito grande. A gente conseguiu uma captação inédita, não só para esse ano, mas para os próximos três anos seguintes. A gente conseguiu com a Ambev, e aí não é só para o Carnaval, mas para os três ciclos, um valor de R$ 9,2 milhões ao ano. Claro que o Carnaval é o evento que tem mais alocação orçamentária de recursos, e possivelmente vai pegar o bolo maior, mas estamos ainda vendo isso. Só que a Secretaria de Turismo tem ainda a possibilidade de aumentar essa captação. Foi um passo acertado, porque ela também é liquida, sem intermediações. Vai começar agora no Ciclo Natalino, porque o processo ficou pronto antes do Natal. E isso com certeza nos deu uma tranquilidade maior para o planejamento dos eventos.

O Carnaval do próximo ano ainda está com processos licitatórios em andamento, como a questão dos palcos, banheiros químicos, extintores e tudo o mais que um evento desse porte demanda. A gente ainda está montando a grade da festa, negociando cachê, e fazendo toda a formatação, então realmente não dá pra dizer ainda quanto vai ser. Mas a ideia e a determinação do prefeito é de fazer mais com menos. Estamos planejando pra que o orçamento em 2014 fique no mesmo patamar, com a vantagem da gente ter o aporte maior do patrocínio privado nesse ano.

Polos comunitários dos ciclos festivos

Não houve nenhum decréscimo do número de polos nem no Carnaval nem no Ciclo Natalino, nem estamos pensando nisso para o próximo carnaval. É uma opinião muito pessoal, mas gente precisa aos poucos ir substituindo uma coisa por outra, não pra acabar, mas pra dizer que a cultura do receber é importante, porém menos importante do que a cultura do participar, do fazer junto. Primeiro porque é mais interessante nesse ponto de vista da pessoa se sentir partícipe, traz autoestima e saber pra ela, e por final é muito mais barato.

Uso da verba de patrocínio e da verba pública

Normalmente a gente faz o pagamento dos cachês com recursos do tesouro da Prefeitura do Recife. O que a gente coloca como pagamento de patrocínio são as contas que a gente tem uma flexibilidade maior de pagar, como pessoal, por exemplo, ou algumas coisas de infraestrutura. Em relação à contratação de artistas, já tem todo um processo definido pra isso, de mensuração de cachê, e o Tribunal de Contas já disciplina. A dificuldade que temos muitas vezes em fazer o pagamento tem duas vertentes: primeiro uma infraestrutura ainda deficiente pra fazer tantas ações que encontramos e que pouco a pouco temos corrigido. E segundo pela dificuldade por parte dos artistas, que por conta da informalidade, ainda não têm uma preocupação grande com a questão da documentação, e isso trava o pagamento independentemente da nossa vontade. 

Eu acho que a gente precisa descobrir outro formato para isso porque não dá pra ficar tratando este setor como uma indústria. E pra isso a gente fez junto à Secretaria de Cultura o Núcleo de Apoio Cidadão, no Pátio de São Pedro. Lá tem um espaço da FCCR e a gente colocou uma equipe com advogado, contador e computador para que os artistas possam ter mais flexibilidade, mais acesso, mais rapidez na questão de documentação. A ideia não é fazer por eles, isso não funciona, é fazer com que eles tenham uma orientação melhor. Enfim, há de se abrir uma discussão, fazer essa discussão com a Alepe, com o Tribunal de Contas, com a Procuradoria, buscar entendimento e dizer que a gente faz o Carnaval com a realidade daqui. A ideia é conciliar a realidade com as exigências formais.

Reforma do Teatro do Parque

A Secretaria de Projetos Especiais da Prefeitura do Recife vai lançar no começo do ano uma licitação com todos os elementos necessários para o restauro e conservação do Teatro do Parque, com previsão de inauguração no dia 24 de agosto de 2015. VEJA MAIS DETALHES VÍDEO: [@#video#@]

Melhorias no prazo de pagamento dos artistas

Nós conseguimos sim pagar em menos tempo (em 2013), mas isso não quer dizer que está suficiente, que está bom. Tanto pelo lado deles como do nosso tem que haver mais organização, mas nós vamos melhorar. Outra coisa que tem nos ajudado é a estruturação do Núcleo de Cultura Cidadã. Temos também uma conversa mais franca com os artistas. Então são duas frentes diferentes, a frente da estruturação da própria FCCR e a parceria de que as atrações também façam a parte deles.

Polêmica com Naná Vasconcelos em relação ao Carnaval 2014

Na verdade não é uma discussão de tirar a importância (da abertura do Carnaval com as nações de maracatu), isso nunca aconteceu. Houve somente uma mudança no formato. O respeito que a secretária tem por Naná Vasconcelos e por todas as nações que ele representa é grande, quem conhece Leda Alves tem certeza que a intenção não foi a de diminuir e a discussão era em torno de mudar o formato. Eles dialogaram e chegaram à conclusão de que o formato era adequado, até porque é, senão não tinha passado todos esses anos funcionando. Acho que foi uma boa decisão e todo mundo saiu ganhando na forma que ficou.

Festival do Frevo da Humanidade e o Festival de Música Carnavalesca

A Secretaria de Cultura já deu declarações sobre isso. Este ano é que se limitou somente ao frevo. Tivemos a opção de fazer no formato ideal e correr o risco de não realizar ou de fazer nesse momento como dava para marcar 2013 como o ano da volta dessas ações. Ter sido limitado ao frevo foi basicamente uma questão de tempo e infraestrutura. Para o ano volta tudo, o festival volta a ter a dimensão que sempre teve, incluindo também outros ritmos carnavalescos. Não existe a intenção de tirar nada disso.

A gente voltou em 2013 a ter coisas que estavam fora do cenário cultural. Eu vi algumas críticas muito localizadas em relação ao Spa das Artes, à divulgação dos festivais. Tudo bem, 'zero bronca', nós assumimos. A gente precisa melhorar isso, e o que tiver que corrigir nós vamos corrigir com muita tranquilidade.

Novo lugar para a Fundação e a Secretaria

Já no Carnaval nós ficamos em outro espaço, saímos da sede da prefeitura, porque muitas vezes faltava lá - e ainda falta - espaço físico pra juntar documentos, casar processos, despachar, é muito complicado. Neste momento estamos procurando um local pra migrar toda a Fundação de Cultura e depois juntar com a Secretaria de Cultura. Isso não é só uma questão de conforto, é questão de criar possibilidade e dar agilidade nos processos. Não é fácil, porque queremos ficar por aqui pelo Recife Antigo e um espaço desses às vezes não é muito fácil de achar, e quando acha ou é muito caro ou precisa de investimento e tempo demais. Mas já temos alguns bons contatos e acho que no início do próximo ano conseguimos resolver essa questão.

Investimento em editais de contratação

Como eu disse, a gente preferiu correr o risco de ter alguns processos que precisassem de correção do que não fazê-los. Nós nos propusemos a fazer tudo por edital, e isso foi uma marca registrada já dessa gestão na Secretaria de Cultura e na Fundação de Cultura. Esse ano acho que só o Carnaval que não foi assim, mas a partir do São João as ações foram com edital. Assim o poder público saiu daquela ação de ser o principal ator nesse processo, e passou a ser demandado. O edital faz isso. Ele propicia também que as pessoas nos procurem e se ofereçam a participar. E nos comprometemos que no mínimo 70% da composição que as curadorias escolheriam seriam de processos inscritos nos festivais, mas passamos disso fácil. Acho que foi em torno de 90%. O que compôs a grade de todos esses eventos foram os editais. Em alguns casos talvez não se tenha tido o tempo que seria melhor, mas todos eles aconteceram. Para o ano, com certeza a gente vai melhorar.

Formato dos festivais dos próximos anos

A gente precisa ampliar esse debate e saber qual vai ser a melhor formatação pra fazer os festivais. Precisamos trazer para os fóruns, o Conselho de Política Cultural. Nós fizemos isso esse ano, mas acho que a gente deve continuar numa medida muito maior. Temos que ouvir os especialistas. Precisamos saber onde é a intersecção entre o conjunto de pessoas que pensam essa discussão e o que a gente pode fazer pra que aconteça da melhor forma. Cabe a nós gestores compatibilizar o que o meio cultural acha em cada uma das linguagens.

Inauguração da Rádio Frei Caneca

A Rádio Frei Caneca vai começar a funcionar até o fim do primeiro semestre de 2014. VEJA MAIS DETALHES VÍDEO:

Orçamento da pasta da Cultura

Ao longo do ano são feitas várias modificações no orçamento, então o que conta mesmo é o que foi executado. E esse orçamento a gente tem feito acima da média nacional, que é 2%. A ideia é discutir esse orçamento não como um número vazio, mas dizer qual a nossa capacidade de executar a política cultural, algo tão importante a ser desenvolvido junto às comunidades. Então é qualificar o gasto também. Diminuição do orçamento não vai ter, pelo contrário, a gente vai trabalhar pra trazer recursos de fora e essa é a determinação do prefeito. E a captação privada não é a única. A gente tem que captar recursos também do Ministério da Cultura (MinC), junto ao Governo do Estado, junto às emendas parlamentares. Há várias formas de captar e a gente quer se estruturar pra fazer isso com competência. Esse ano o orçamento que a gente trabalhou foi algo em torno de R$ 70 milhões. Eu não tenho nenhuma dúvida de que, ao final do próximo ano, quando a gente tiver os remanejamentos orçamentários, a gente vai ter um número mais expressivo do que esse.

Reformulação do Sistema de Incentivo a Cultura (SIC) municipal

Eu acho que o SIC - e eu digo eu acho porque o SIC está muito mais vinculado à Secretaria de Cultura e quando se conversar com a secretária Leda Alves ela vai ter muito mais elementos pra falar sobre isso. Mas eu sou totalmente a favor desses editais e ai é uma opinião pessoal, porque o edital vai ao encontro de uma política cultural que a gente defende, que é democrática, inclusiva, isenta. Quando, por exemplo, fizemos um edital deixando esse formato mais participativo, quando a gente colocou o Núcleo de Cultura Cidadã pra dar mais facilidade para as pessoas, estamos no fundo discutindo o Sistema de Incentivo a Cultura, porque ele é um formato que precisa disso tudo. Eu tenho certeza que, para o ano, haverá uma definição em relação a isso. Não posso ainda adiantar se vai ser nesse mesmo formato que vem sendo discutido, mas com a ideia da isenção, da inclusão e da participação democrática que um projeto como o SIC envolve, portanto acredito que a gente tem sim novidade para o próximo ano em relação a isso.

A Prefeitura do Recife, através da Secretaria de Cultura e da Fundação de Cultura Cidade do Recife, divulgou em coletiva realizada na manhã desta quinta (14) a programação do 16º Festival Recife do Teatro Nacional. O evento acontece entre os dias 22 de novembro e 1º de dezembro nos teatros recifenses e traz um panorama da produção do país. A edição homenageia os 124 anos de nascimento do teatrólogo pernambucano Samuel Campelo, fundador do grupo Gente Nossa.

O público vai poder conferir durante dez dias 18 espetáculos de sete Estados do país que vão passar pelos palcos da cidade, incluindo Pernambuco. "Misturar os fazeres e os pensares nas várias linguagens do teatro do Brasil é maravilhoso", contou Lêda Alves, secretária de Cultura do Recife. "Sou uma pessoa do teatro. Toda a minha formação devo a Hermilo e me comprometi com ele de dar uma atenção especial ao teatro", complementou a gestora.

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A programação conta com ingressos populares (R$ 10 inteira e R$ 5 meia) para o acesso às peças. Da mesma forma que movimenta os teatros do Recife, o festival ocupa espaços da periferia, com apresentações de rua gratuitas nos bairros da Bomba do Hemetério e do Coque/Joana Bezerra, além do Sítio Trindade, em Casa Amarela. "Acredito que a gente vai caminhar em um festival de grande sucesso", declara o gerente geral de ações culturais da Fundação de Cultura, Gustavo Catalano.

O festival teve 150 projetos inscritos e destes, contemplou 36. Sobre a edição de 2013, Carlos Carvalho, que participa da coordenação do projeto, contou sobre a objetivo desta edição do evento: "Procuramos fazer um balanço do que foi feito e o que poderíamos fazer para o futuro. Com o edital, foi possível todos os participantes se oferecerem a Pernambuco. Eles é que são os curadores do festival", revela Carlos.

A montagem Os Gigantes da Montanha, da companhia Galpão, abre o festival, em apresentação gratuita no Sítio Trindade, na sexta (22), às 20h. Após dois espetáculos com textos de Tchékhov, o coletivo mineiro se propõe a uma nova ousadia: levar para a rua o verso erudito do italiano Pirandello. O texto foi uma escolha do diretor Gabriel Villela para celebrar o reencontro com o Galpão.

A cena teatral de Minas Gerais vem representada com outras duas companhias. A Cia Pierrot Lunar, que alia o gosto por textos literários às encenações de rua, traz Acontecimento em Vila Feliz, uma adaptação de conto do escritor e intelectual mineiro Aníbal Machado. A Cortejo Cia de Teatro, com tom mais político, apresenta Uma História Oficial, uma reflexão sobre o autoritarismo latino-americano, inspirado pela prosa de García Márquez e de Vargas Llosa, e pelas premissas de Eduardo Galeano.

O festival recebe dois espetáculos de São Paulo que fazem pontes com o imaginário pernambucano. Homens e Caranguejos, adaptação do romance de Josué de Castro, é uma montagem da atriz e dramaturga pernambucana Luciana Lyra, em parceria com o Coletivo Cênico Joanas Incendeiam, que se inspiram na visão do autor sobre a fome e a miséria para dialogar com comunidades de São Paulo (Boqueirão) e do Recife (Ilha de Deus). De Taboão da Serra, na periferia paulistana, o Grupo Clariô ergue uma favela cenográfica para Hospital da Gente, espetáculo baseado em contos do pernambucano Marcelino Freire.

A produção pernambucana ocupa 50% da grade do festival com nove atrações.  Antonio Cadengue assina dois espetáculos: Vestígios, a partir de um texto de Aimar Labaki, sobre a tortura, e As Confrarias, escrita por Jorge Andrade (1922-1984). O universo de Nelson Rodrigues, por sua vez, se faz presente com o clássico Beijo no Asfalto, em versão do diretor Claudio Lira, que acrescenta à trama detalhes contemporâneos como as redes sociais e o jornalismo policial pernambucano.

Para o público infanto-juvenil o festival traz os espetáculos Coisas do Mar, do grupo teatral Ariano Suassuna, e De Íris ao Arco-Íris, resultado da ação coletiva de um grupo de jovens criadores do curso de artes cênicas da UFPE que tem como público-alvo crianças surdas. O Menino da Gaiola e o grupo de palhaças As Levianinhas que apresenta pocket show com repertório de canções infantis, integra a programação para a criançada.

Oficinas

A programação de oficinas e palestras do Festival Recife do Teatro Nacional ocupa teatros e espaços culturais da cidade entre os dias 25 e 29 de novembro. o ex-ator da Cia Latão, Márcio Marciano, ministra a oficina Exercícios para uma Cena Dialética, voltado para atores.

Lindolfo Amaral, ator e dramaturgo do grupo Imbuaça, de Sergipe, estará à frente da Oficina de Teatro de Rua. São disponibilizadas 20 vagas para cada oficina. Para se inscrever, os interessados devem enviar carta de intenção e breve currículo para o email 16frtn.formacao@gmail.com." Teatro é a verdadeira expressão do ser humano. Queremos estimular a vocação para as pessoas", declarou Lêda Alves.

Confira a programação do 16º Festival Recife do Teatro Nacional aqui.

Diante de um Teatro Santa Isabel lotado, o 18º Festival Internacional de Dança do Recife chegou ao fim nesta quinta-feira (31) com um espetáculo do grupo Ballet Stagium (SP), que apresentou a montagem Adoniran, baseada na obra e vida do poeta, cantor e compositor paulista. Finalizado o festival, nesta sexta-feira (1) terá avaliação do evento com entrada aberta ao público, no Teatro Barreto Júnior, às 19h.

Segundo Fred Salim, gerente de Dança da Fundação de Cultura Cidade do Recife (FCCR), a ideia é analisar tudo o que aconteceu durante o festival e fazer os ajustes necessários. “Amanhã vamos reunir a classe da dos profissionais da dança e o público que foi ao evento para saber o que eles acharam e pegar opiniões sobre o formato que a gente propôs. O encontro vai servir de base para a montagem do cronograma das ações voltadas para a dança até o fim desta gestão, em 2016”, revelou Fred ao LeiaJá.

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Montado no ano do centenário de Adoniran, em 2010, o espetáculo que leva o nome do artista conta com 15 bailarinos no palco, além de dois técnicos, dois diretores e outros dois bailarinos que ficaram em casa. “Na verdade, a nossa proposta é entrar no universo do músico. O figurino, por exemplo, foi feito com referências ao palhaço, que é uma figura que tem tudo relacionado com a pessoa do Adoniran. Ele falava brincando, mas era de uma profundidade imensa”, disse Marika Gidali, fundadora e diretora do grupo Ballet Stagium, que existe desde 1971.

Para Leda Alves, secretária de Cultura do Recife, o festival teve um papel positivo para a área da dança. “Como uma das nossas missões é fomentar, difundir, e dar oportunidade às expressões culturais e artísticas da região, cada vez que a gente promove um festival como este nós estimulamos uma determinada linguagem, neste caso a dança, uma atividade muito forte no Brasil e nas camadas populares ainda mais”, ressaltou Leda.

Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade, o frevo recebeu, na manhã desta quarta (31), o seu primeiro festival.  O evento intitulado I Festival do Frevo da Humanidade contempla as vertentes canção, bloco e rua e está com inscrições abertas até o dia 12 setembro. Os interessados, de qualquer parte do país, podem se dirigir a Gerência de Música da FCCR, que fica localizada no Bairro da Boa Vista, ou realizar sua inscrição no site da Prefeitura do Recife.

“Criamos primeiro um grupo de especialistas que têm um compromisso com a nossa cultura e, no caso, com o carnaval da gente e com o frevo. Foi a partir desse mote que a gente começou a repensar sobre Festival do Frevo da Humanidade. Invés de realizar um festival de carnaval com todas as modalidades, como maracatu, caboclinho, ala ursa, samba e boi, focamos no frevo, nossa casa, e não podíamos de perder essa oportunidade de chegar ao máximo da homenagem que é realizar um festival do frevo da humanidade, onde compositores, arranjadores e instrumentistas produzam o que consideram o melhor de si dentro das modalidades de frevo de rua, canção e de bloco”, contou a Secretária de Cultura do Recife, Leda Alves, durante a coletiva realizada na manhã desta quarta (31) na Prefeitura do Recife.

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O evento vai selecionar as cinco melhores canções de cada categoria com prêmios que variam de R$ 4 mil a R$ 12 mil, além das premiações para o melhor arranjo e intérprete. Cada participante pode inscrever uma música por gênero (canção, rua e bloco), desde que seja inédita. A lista das 24 composições pré-selecionadas será divulgada no dia 23 de setembro, com publicação no Diário Oficial do Recife, e no portal do próprio evento. Após essa etapa, as músicas irão passar por um processo de arranjo e ensaio, para apresentação da primeira eliminatória do festival no dia 25 de outubro, no Parque Dona Lindu. Já no dia seguinte (26 de outubro), no mesmo local da primeira etapa, o público conhecerá as 15 composições vencedoras, sendo cinco de cada categoria, e o melhor intérprete e arranjador.

“Esse momento é muito importante porque marca a retomada desses festivais. A fundação ficará encarregada da operação e transmite desse primeiro festival”, afirmou o presidente da Fundação de Cultura Cidade do Recife, Roberto Cavalcanti. 

As músicas vencedoras farão parte de um disco, que será lançado no dia 9 de fevereiro, Dia do Frevo, com tiragem de 4 mil exemplares.  

Com exposição de máscaras do cavalo-marinho, apresentação do Boizinho Alinhado e exibição audiovisual, a Semana Hermilo começa nesta segunda (22), no Teatro Hermilo Borba Filho, localizado no Bairro do Recife. O evento, que segue até domingo (28), tem como objetivo central debater a obra do ensaísta e dramaturgo pernambucano Hermilo Borba Filho.

Dentre os destaques da Semana Hermilo, estão a secretária de Cultura do Recife, Leda Alves, que também foi companheira do ator, o professor Luiz Augusto Reis, idealizador da Semana, e o gerente do Centro de Formação e Pesquisa das Artes Cênicas Apolo Hermilo, Carlos Carvalho. Além de prestar uma homenagem ao grande experimentador teatral pernambucano, o projeto registra e discute seu legado e processo criativo em relação dialógica com a contemporaneidade do teatro. 

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Nascido em Palmares, Hermilo Borba Filho tornou-se um dos nomes mais atuantes do teatro brasileiro, desenvolvendo trabalhos como autor, encenador, professor, crítico e ensaísta. Retomou a trajetória do Teatro do Estudante de Pernambuco, a partir de 1946, e fundou, em 1960, o Teatro Popular do Nordeste. 

Confira a programação completa da Semana Hermilo:

Segunda (22)

19h

Abertura oficial

- Leda Alves - Secretária de Cultura do Recife

- Professor Luiz Augusto Reis: História da Semana Hermilo

- Carlos Carvalho - Gerente do Centro Formação e Pesquisa das Artes Cênicas Apolo Hermilo

- Mestre de Cerimônia: Flávio Renovatto

Participação musical do Banco do Cavalo Marinho Boizinho Alinhado.

19h30

- Relançamento da Tetralogia Um Cavaleiro da Segunda Decadência de Hermilo Borba Filho - Edições Bagaço.

- Exposição de Máscaras do Cavalo Marinho Boi Matuto, de Pedro Salustiano.

20h

- Lançamento do vídeo institucional do Centro Apolo Hermilo

- Exibição: Hermilo no Grande Teatro do Mundo, 2010, MMP/Fundaj. Direção: CarlaDenise. 

Terça (23)

19h - Exibição: O Bicho Misterioso dos Afogados – Função de Antonio Pereira. 1953. Fundaj, Direção Romain Lesage, 44 min.

Quarta (24)

19h - Exibição: O Almirante. Rede Globo Nordeste, 1997. Direção e adaptação Carlos Carvalho e Paulo Costa, 30 min. Comentários: Carlos Carvalho e Paulo Costa (com a presença do elenco)

Quinta (25)

19h

Exibição: Samba no Canavial, Herança de um Brincante. Urso Filmes, direção Paulo Caldas, 50 min.

Sambada com o Maracatu Piaba de Ouro de Olinda - PE (Mestre Cleiton Salu) e Maracatu Carneiro Manso de Glória do Goitá - PE (Mestre Reginaldo Silva). Apresentação de Manuel Salustiano.

Sexta (26) 

16h - Apresentação Mamulengo do Mestre Tonho, Pombos (PE). Comentários: Fernando Augusto Gonçalves

19h - Apresentação do espetáculo de dança Sobre um Paroquiano – Compassos Cia de Dança, Recife. Comentários: Raimundo Branco e Arnaldo Siqueira.

Sábado (27)

16h - Apresentação do Mamulengo Riso do Povo do Mestre Zé de Vina, Gloria do Goitá (PE). Comentários: Marcondes Lima

19h - Apresentação do Cavalo Marinho Boi Matuto, Olinda. Comentário Luiz Augusto Reis, Pedro Salustiano.

Domingo (28)

18h - Lazzi e Brincadeira de Cavalo Marinho e Commedia Dell´arte. Scambio Dell´Arte.

19h - Apresentação musical de Adiel Luna, Tiúma / São Lourenço da Mata (PE)

20h - Encerramento com Forró do Matulão do Mestre Grimário, Aliança (PE)

 

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O maestro Marlos Nobre foi nomeado o mais novo regente da Orquestra Sinfônica do Recife, no Teatro Santa Isabel. A coletiva contou com a presença do prefeito do Recife, Geraldo Julio, a secretária de cultura, Lêda Alves e também pelo maestro. A OSR é a mais antiga em funcionamento do Brasil.

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A coletiva teve início com as palavras do prefeito que se mostrou esperançoso com a vinda do maestro Marlos à orquestra. Também comentou sobre o problema recente vivido pela orquestra. "Vamos iniciar um processo de valorização da nossa orquestra. Queremos ver a nossa orquestra fazendo um grande sucesso. A gente sabe a força que a nossa cultura tem, que a nossa música tem para transformar e abrir portas", declarou Geraldo.

Em seguida, foi a vez de Marlos Nobre das às boas vindas à orquestra. O maestro contou um pouco sobre sua primeira experiência, ainda criança com a orquestra, que se apresentou no Teatro Santa Isabel. "A Orquesta Sinfônica do Recife é profundamente querida. Eu Já sou casado, mas pretendo me casar com a orquestra. Quero perceber vocês. Mais importante que liderar com profissionalismo é liderar com amor", afirmou o maestro.

Muitos músicos da Orquestra estiveram presentes na coletiva e tiveram voz durante o evento. Elyr Alves agradeceu ao prefeito e a secretária de cultura por terem atendido ao pedido de substituição da regência da OSR e solicitar um dos pontos mais importantes para os músicos que é o plano de cargo e carreiras. Já Duda Malheiros relembrou o projeto Aspiral, realizado por Marlos Nobre na cidade, e declarou que a orquestra está alegre, leve, na esperança de conseguirem realizar um grande trabalho.

Marlos Nobre tem 74 anos nasceu em Recife, Pernambuco. Recebeu diversos prêmios nacionais e atuou como jurado em muitos concursos internacionais. Ele também foi condecorado com a Medalha de Ouro de Mérito Cultural de Pernambuco, como Grande Oficial da Ordem do Mérito de Brasília, e como Oficial da Ordre des Arts et des Lettres da França, entre outras comendas. Recebeu ainda o título de Professor Honoris Causa da Universidade Federal de Pernambuco (2010, da Texas Christian Unversity, Texas (USA) e da Indiana University (USA). O maestro comandou orquestras em Paris, Suíça, México e Habana.

Recentemente os músicos da orquestra Sinfônica do Recife solicitaram através de um documento assinado pela maioria, a saída do antigo regente Osman Gioia. O documento foi entregue à Lêda Alves, causando uma grave crise. Sobre a nova fase da orquestra, Marlos conversou com o LeiaJá: "Música é um casamento com a orquestra, por isso, eles tem que se sentir bem, para trabalhar com confiança. Eu jogo claro, limpo. Dar um novo sopro, a orquestra precisa disso, no momento quero começar do zero".

Confira o vídeo das boas vindas ao maestro Marlos Nobre:

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