Tópicos | Naná Vasconcelos

Naná Vasconcelos foi a grande atração de encerramento do festival Cena Cumplicidades, na noite deste domingo (9). Ao lado do músico Lui Coimbra, o percussionista fez um show recheado de músicas populares e eruditas. 

Antes de subir ao palco, Naná falou ao LeiaJá da alegria de tocar em Olinda, onde não se apresentava há 15 anos. O músico se disse emocionado de tocar com Lui Coimbra, "Celebramos juntos." Os dois já se apresentaram pela Europa e agora trazem o espetáculo para o Brasil. 

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Ao comentar o repertório do show, o percussionista afirmou: "De uma certa forma, meu trabalho mostra um cenário do Brasil", prometendo apresentar sua obra durante a noite. E arrematou afirmando, "Eu sou um Brasil que o Brasil não vê."

O show mostra composições do próprio Naná, clássicos da música popular, como Pixinguinha e da erudita, como Villa Lobos. No setlist há espaço ainda para a cultura popular, indo de uma toada da Nação do Maracatu Porto Rico - do Recife - à cirandas, cocos, e depois segue para artistas pop como Zeca Baleiro. Tudo com a roupagem peculiar de Naná e Lui. 

A plateia foi aumenando a cada canção. O público dançou, cantou e foi até regido por Naná, fazendo lembrar os ensaios para o carnaval que ele comanda no Recife Antigo semanas antes da folia de Momo. "Eu gosto de ouvir a voz da cidade", disse para os que assistiam ao show. 

Ao fim da apresentação, uma rápida volta dos músicos, atendendo aos pedidos da plateia, deu as notas finais a uma noite de música de extrema qualidade e a um festival de tantas expressões artísticas. 

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O Festival Cena Cumplicidades, que termina no próximo domingo (9), traz para o Alto da Sé (no Sítio Histórico de Olinda) uma programação musical no fim de semana, com shows da banda Metá Metá e a apresentação de um projeto especial de Naná Vasconcelos e Lui Coimbra.

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A paulista Metá Metá se apresenta no sábado, às 19h, com o repertório do segundo disco, Metal Metal. No álbum, a união do bater de ferros do candomblé, a batucada digital da alemã Kraftwerk em Metal on Metal, linhas melódicas menores do heavy metal e a música popular levada a outra potência.

No domingo é a vez de Naná Vasconcelos e Lui Coimbra subirem ao palco, tocando um repertório popular brasileiro, entre composições próprias, Elomar, Zeca Baleiro e Villa Lobos. A dupla se apresenta às 17h30.

Confira a programação completa do evento na Agenda LeiaJá

Serviço

Show de Metá Metá (SP)

Sábado (8) | 19h

Alto da Sé (Sítio Histórico de Olinda)

Gratuito

 

Naná Vasconcelos e Lui Coimbra

Domingo (9) | 17h

Alto da Sé (Sítio Histórico de Olinda)

Gratuito

“Simples e elegante, do mesmo jeito que faço música. É o encontro dos extremos.” É desta maneira que Naná Vasconcelos define seu novo projeto, o restaurante e coffee place Vasconcelos’ – um lugar simpático, aconchegante e com boa música que fará um passeio gastronômico pelos lugares que o percussionista já morou. A inauguração será no próximo sábado (2), com uma festa para amigos e familiares para comemorar o aniversário de 70 anos de Naná.

Vasconcelos’ é um empreendimento em família. Apesar de o restaurante ser uma grande homenagem a Naná, quem está por trás da ideia de abrir o lugar é a sua mulher – e também sua produtora - Patrícia. “O restaurante sempre foi uma vontade dela e vocês têm que agradecer a ela por tudo isso”, explica o músico.

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Patrícia conta que ela e Naná gostam de comer bem e tomar um bom vinho, e daí foi surgindo a vontade de ter um restaurante. “Sempre que a gente viaja e sobra um tempinho, depois dos shows de Naná, saímos para comer e tomar vinho e ia reparando nos restaurantes”, diz Patrícia. O casal também é conhecido por promover em sua casa jantares para amigos e familiares. “Eu gosto muito de cozinhar e receber as pessoas. O restaurante é uma extensão da nossa casa”, explica a produtora.

Tudo no local foi inspirado nos trabalhos de Naná e nas cidades em que ele morou, como Nova York e Paris.  O projeto arquitetônico do restaurante vem sido desenvolvido há quase dois anos pela arquiteta Juliana Costa. Junto com Patrícia e Naná ela criou um amplo e complexo projeto de reforma e ambientação de uma casa de vila do início do século 20.

Além da simplicidade e elegância, o Vasconcelos’ preza pelos detalhes, e são as pequenas coisas que deixam o lugar ainda mais encantador. O salão principal, com capacidade para 60 pessoas, tem decoração inspirada em Paris, com peças que remetem à cultura europeia, objetos vindos de outros países, como Turquia, e fotos dos instrumentos de percussão de Naná.

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O cardápio

“O cardápio é um passeio pelos lugares que Naná já esteve e que ele mais gosta”, explica Patrícia. E a proposta é bem concretizada: é possível conhecer cidades como Nova York, Paris e Argentina sem sair da mesa. Mas os pratos não são baseados apenas em cidades, neles encontramos também as músicas, os gostos e a família de Naná. 

Tudo foi pensado nos mínimos detalhes junto com os chefes Lívia Deodato e Eddie Junior. Eles criaram pratos que são um mix entre ingredientes internacionais e temperos regionais, e que levam o nome de músicas de Naná. Quem também colaborou para a elaboração do menu foi a filha de Patrícia e Naná, Luz Morena - com apenas 15 anos a menina já prepara algumas receitas em casa para os pais, e a preferida dela é o risoto. Por isso, além de carnes e massas, o cardápio tem uma seção de Risotos.

As entradas variam entre saladas, carpaccios e frutos do mar. A dica dos chefs é o Polvo Borracho – um terrine de polvo, com vinagrete regado ao molho cítrico, que eles dizem ser um dos segredos da casa. O prato é simples, mas bem feito, o polvo é cozido no ponto certo fazendo com que ele fique macio e não tenha aquele textura borrachuda ao mastigar.

Para o prato principal Naná é quem diz qual o destaque. “Para mim a carne de sol é carro chefe”, revela o percussionista. O Bater do Coração é um dos pratos mais regionais e caseiros do cardápio – a carne de sol é produzida no próprio restaurante. A carne é confitada na manteiga de garrafa, coberta com molho de redução de acerola e acompanha musseline de jerimum e inhame.

Outras duas apostas dos chefes para a refeição principal são o Batuque das Águas, linguine de frutos do mar ao vinho branco, com generosos camarões, mexilhões e batarga, e o Para Elas – um risoto leve com lascas de salmão, que ganha um toque de frescor com limão siciliano e o crispy de tangerina.

Entre as sobremesas a pedida é o Menino Bom, uma versão bem regional do tradicional Petit Gateu. Em vez de bolinho de chocolate com sorvete de creme, o prato é composto por um bolo de banana, recheado com queijo manteiga, acompanhado de uma bola de sorvete de canela.

Coffe Place

O coffe place fica na parte de trás do restaurante. Ele tem um espaço aberto, com um jardim vertical e um tipo de santuário onde Naná colocou uma imagem de Santa Sara Kali, a santa dos ciganos. A peça foi feita especialmente para o café, pelo escultor olindense Tiago Amorim. O percussionista também sampleou um mantra para a santa – a música é tocada quando alguém passa por Sara Kali.

A cafeteria, para 35 pessoas, foi criada com o objetivo de  trazer a atmosfera de Nova York para o Recife. O espaço ficará aberto de segunda a sábado, das 10h às 18h e nos domingos das 10h às 16h, horário em que será servido o Brunch. Muito comum nos Estados Unidos, a refeição é uma espécie de café da manhã tardio, que se confunde com o almoço.

Para agradar a gregos e troianos, os chefs Lívia e Eddie montaram quatro opções de brunch, mas todas acompanham Mimosa, mistura de champagne e suco de laranja típica da refeição. “A gente fez um light, com frutas, pão integral e um quiche para dar um quê de gordurinha. Temos duas opções de brunch nova-iorquino. O primeiro terá com panquecas, chantilly, geleia de frutas e omelete de cogumelo e queijos. O segundo foi praticamente Naná que montou, ele pediu muffins e um pãozinho especial que só vende em Nova York e a gente está tentando trazer para cá”, explicou Lívia.

Ainda tem uma quarta opção de brunch, o regional. “Vai ter cuscuz, carne de charque, manteiga de garrafa e banana da terra assada”, conta a chef. Patrícia comenta que ficou um pouco apreensiva com a ideia, mas acabou gostando. “A gente explicou a ele que não podemos esquecer das pessoas daqui, e que não gostam das outras opções”, diz Lívia.

Serviço

Vasconcelos'

Rua Doutour Carlos Chagas, 135 - Santo Amaro

(81) 3426 7906

No próximo dia 2 de agosto o instrumentista Naná Vasconcelos comemora 70 anos de vida. Para comemorar, o artista vai inaugurar na mesma data o restaurante Vasconcelos’, localizado no bairro de Santo Amaro e com cardápio assinado pelos chefs Lívia Deodato e Eddie Junior. A inauguração será no próprio restô, às 19h, e é aberta apenas para convidados. 

De acordo com Patrícia Vasconcelos, esposa de Naná, a decoração e o cardápio foram inspirados em Nova York e na Europa, com projeto da arquiteta Juliana Costa. “Para fazer o cardápio, os chefs ouviram músicas de Naná e elaboraram os pratos. Além disso, o espaço vai contar também com uma cafeteria, que ficará nos fundos do imóvel localizado na Rua Dr. Carlos Chagas, número 135”, comenta Patrícia ao LeiaJá.

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A ideia é que aos domingos sejam realizados os tradicionais brunchs nova-iorquinos. E para os amantes da música, a trilha sonora do espaço foi escolhida pelo próprio instrumentista pernambucano, que colocou no repertório suas músicas preferidas e canções autorais. 

Serviço

Inauguração do Vasconcelos

2 de agosto | 19h

Rua Dr. Carlos Chagas, 135 – Santo Amaro

Apenas convidados

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O Brasil, e principalmente Pernambuco, é conhecido pela sua diversidade cultural. Um dos representantes da cultura popular é o Balé de Cultura Negra do Recife- Bacnaré, fundado em 1985, pelo Filho de Santo, professor, pesquisador e coreógrafo Ubiracy Ferreira. A bisavó dele foi escrava. Na senzala, ela entrou em contato com a Capoeira e participava dos Maracatus. As influências das danças afro-brasileiras e também da religião Candomblé passaram de geração em geração até chegar aos olhos de Ubiracy, cuja luta era pela preservação e reconhecimento de sua cultura. Em outubro do ano passado, o fundador do Balé Bacnaré faleceu, aos 75 anos, devido a um câncer na próstata. 

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No entanto, o legado cultural de Ubiracy continua vivo na sua família. Atualmente, o Bacnaré está sob responsabilidade do filho Thiago e da viúva Antônia Ferreira, presidente e vice respectivamente. A atual sede fica na própria residência de dona Antônia, uma casa simples, no Bairro da Bomba do Hemetério, local onde são realizadas oficinas de máscaras, ensaios de dança e de percussão do Maracatu Sol Nascente, que nasceu dentro do Balé. Além destes, o balé também trabalha a capoeira, o caboclinho, samba de roda e o pastoril, que integra o ciclo de festas natalinas do Nordeste. 

O primeiro espetáculo realizado pelo Bacnaré foi Memórias, em meados dos anos 1980, com coreografia e história próprias, retratando a vinda dos escravos para o Brasil. Nos anos 2000, ele ganhou uma nova apresentação, no Teatro Santa Isabel, em homenagem ao fundador Ubiracy que, inclusive, foi o primeiro negro a se apresentar no local, palco de vários espetáculos e ensaios do Bacnaré. De acordo com Antônia, a renda adquirida com as apresentações realizadas no Santa Isabel é totalmente revertida para o balé. 

O contato do Bacnaré com as raízes africanas também veio através dos festivais internacionais. Nas viagens, os integrantes realizam um intercâmbio cultural com alguns representantes de tribos africanas como os Zulus, Camarões e os Massais. “Enquanto eles ficam admirados com a nossa capoeira, nós ficamos maravilhados com a cultura de raiz”, comenta Antônia. 

O LeiaJá visitou a casa de Antônia e conferiu o espaço no qual os ensaios são realizados. O local é pequeno para comportar cerca de 40 pessoas, mas, segundo dona Antônia, quando não é possível ensaiar no terraço, eles vão para a rua. Os recursos do Bacnaré vêm de iniciativas próprias dos membros, com confecções de bonecas de orixás, chaveiros e camisas. O balé também participa do edital Ponto de Cultura, que é promovido pelo Ministério da Cultura, porém o valor só cobre os custos das realizações de oficinas. 

Muito além de um espaço cultural, o Bacnaré também tem um cunho social. Com integrantes de sete a 49 anos, o balé resgata muitas crianças, que estão sem rumo na vida, e as trazem para um mundo de possibilidades. “Só o esporte e a cultura podem tirar os meninos das ruas”, completa dona Antônia. A entrada no balé é voluntária, com uma pequena ajuda de custo aos integrantes em dias de espetáculos. “É importante que a pessoa tenha um compromisso sério e real com nosso balé”, lembra dona Antônia.

O Bacnaré tem o apoio de algumas empresas, mas quer distância de atos de politicagens. Dona Antônia conta que alguns políticos já se ofereceram para ajudar na realização de eventos do balé, mas ela rejeita. “Não aceitamos propostas de políticos que buscam ganhar através do auxílio ao balé. É como se tirassem nossa liberdade. Iríamos trabalhar para outra pessoa”, declara. Entre apresentações nacionais e internacionais, o Balé Bacnaré já conquistou 165 prêmios.

Em busca de recursos

Através da integração do balé ao projeto Bombando Cidadania, que proporciona visita de turistas a alguns pontos culturais do bairro da Bomba do Hemetério, o Bacnaré ganhou ainda mais visibilidade, principalmente na mídia. A riqueza cultural do balé é tão grande, que chamou atenção de várias pessoas interessadas em ajudar a companhia. A partir disso, surgiu a iniciativa de colaboração na plataforma Impulso, a fim de arrecadar fundos para a reforma da sede provisória. 

A reforma consiste na implantação de um letreiro com o nome do balé; na pintura; e na mudança de piso do local. Além disso, também está prevista a criação de um salão, na parte de trás da atual sede, para os integrantes realizarem seus ensaios. Ao LeiaJá, dona Antônia conta que tem planos maiores para o balé. “Eu queria que o Bacnaré tivesse uma sede própria, em outro lugar, com mais espaço para os ensaios e para guardar os materiais”, comenta. A professora aposentada vai mais além: “Queria que o Bacnaré se transformasse num espaço cultural para atender também as escolas, pois nossa cultura precisa ser ensinada e preservada. Temos muitos arquivos que dariam para fundar uma biblioteca e videoteca”.

A proposta é divida em duas etapas. A primeira tem o objetivo de arrecadar R$ 3 mil. Com o alcance desse valor, começa a segunda fase, na qual será preciso arrecadar R$ 30 mil. Restam apenas 35 dias para encerrar a primeira etapa e, até o momento, foram doados R$ 665, vindos de sete pessoas. Para ajudar na preservação desse tesouro da cultura afro-brasileira, basta acessar o site do Impulso e seguir o passo a passo. “A gente está suplicando, pedindo por doações”, ressalta dona Antônia. 

Carnaval

Muitos membros do Maracatu Sol Nascente são integrantes do Balé Bacnaré. Desde muito tempo, eles participavam da tradicional abertura de Carnaval comandada por Naná Vasconcelos. Mas em 2011, eles deixaram de se apresentar junto aos batuqueiros. Isso porque o Sol Nascente tem uma política de não participar de competições. Segundo dona Antônia, “a cultura não é para competir, mas sim para fazer bonito”.

Na época da exclusão, Ubiracy havia ficado profundamente triste. Emocionada, dona Antônia relembra a fala do falecido marido no Carnaval do ano passado. “Enquanto arrumava o estandarte, ele chorava e dizia que este seria seu último carnaval. E acabou sendo mesmo”, comenta.

A organização do Maracatu reivindicou com a atual secretária de Cultura do Recife, Leda Alves, e no Carnaval deste ano eles voltam a se apresentar juntamente com Naná Vasconcelos. Na abertura do próximo dia 28, o Sol Brilhante subirá ao palco do Marco Zero e todos os mestres utilizarão uma camisa com a foto de Ubiracy estampada. “Será uma grande homenagem a um grande mestre”, declara dona Antônia. 

O Maracatu Sol Nascente existe há muitos anos, inclusive a avó de Ubiracy era uma das integrantes. Durante décadas, o maracatu foi desativado, retornando graças ao mestre Ubiracy na comemoração dos seus 50 anos e do aniversário da cidade do Recife. Além da abertura do Carnaval, o Maracatu Sol Nascente também se apresenta na tradicional Noite dos Tambores, realizada no Pátio do Terço.

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Pessoas de todas as idades acompanharam o ensaio de Naná Vasconcelos na Rua da moeda, no Bairro do Recife, com duas nações de maracatu nesta sexta (31). Os ensaios fazem parte dos preparativos para o grande arrastão dos maracatus na abertura oficial do Carnaval do Recife. As nações de maracatu presentes no ensaio eram a Sol Nascente e a Encanto da Alegria.

Muita gente acompanhou o ensaio se deixou levar pelo som contagiante dos batuqueiros. Dentre os presentes estava Dona Maria Alcione de Souza, que aproveitou a oportunidade para levar os netos, Fernanda e Caio, de 11 e 7 anos respectivamente, para curtirem o ritmo. "O pessoal está bem afinado", comenta a avó, animada. Sua neta, Fernanda, não parava de dançar. "É bem legal! O som beeem alto, gosto da batida", comenta aos risos. Já Caio confessou que gostaria de aprender a tocar alfaia, instrumento típico desta manifestação cultural.

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O Maracatu Sol Nascente passa por um momento de transição. Seu Ubirajara, fundador do maracatu, faleceu em outubro do ano passado. Hoje, está sob o comando de Tiago Batista, que já era Mestre do grupo. "Antes tinha mais prévia. O Estado deveria divulgar mais o maracatu. Uma cultura tão rica, que faz parte das nossas raízes. Há 2 anos nós não participávamos da Abertura do Carnaval", comenta Nilfania Oliveira, que faz parte do cortejo da Nação.

Sobre o assunto, Naná Vasconcelos afirma que "Agora é o momento de resistência, tem muita intolerância no Brasil e no mundo. Religiosa, preconceituosa. Quando eu comecei, com 13 anos, mulher não podia tocar, mulher não ia ao maracatu. Nem classe média, nem universitários. Só quem fazia parte do maracatu eram as pessoas que moravam nas comunidades que tinham cadomblé e maracatu. Isso mudou com os anos. Mulheres, classe média, universitários e pessoas de outros países, hoje, tocam e vivenciam o maracatu".

O mestre da percussão enfatiza que este é o momento de quebrar barreiras: "A luta é essa, né?". Naná lamenta que queriam tirar o maracatu da abertura do carnaval. Quando perguntado sobre o Arrastão do Maracatu, ele diz que não sabia, mas que entrou em contato com os organizadores, pois eles "só queriam dar enfâse ao frevo, e tem lugar para todo mundo".

Esse ano, os maracatus homenageiam o Rei do Brega, Reginaldo Rossi, morto no final de 2013. "Ele foi uma das pessoas mais autênticas que eu conheci, sempre foi assim, a música dele sempre foi assim", lembra Naná, que o conheceu ainda na década de 1960. "Rossi era uma pessoa de uma beleza, de uma dignidade incrível", completa.

Em 2014, completam-se 13 anos que Naná e as nações de maracatus realizam o espetáculo de abertura do Carnaval do Recife. Durante esses anos, muitos artistas de peso já passaram pelos encontros, como Elza Soares e Milton Nascimento. Este ano, quem participa é Marcelo D2 e Zé Brown - unindo sons de raíz afro, na festa mais esperada do calendário brasileiro. Haverá ainda mais dois ensaios gerais, nos dias 25 e 26 de fevereiro. E a Abertura do Carnaval será na sexta-feira, 28 de fevereiro. Ambas as atividades ocorrem no Marco Zero e se iniciam às 19h.

A rua da Moeda, no Bairro do Recife, costuma ficar pequena durante os ensaios do percussionista pernambucano Naná Vasconcelos. Este ano, eles começam nesta sexta (31), com a participação de duas nações de maracatu: Sol Nascente e Encanto da Alegria.

O encontro começa às 19h e o acesso é gratuito.

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Uma grande comoção tomou conta da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) na noite desta sexta-feira (20), diante da sensação de perda de um dos maiores ícones da música brasileira dos últimos tempos. Antes das 19h, horário marcado para o velório de Reginaldo Rossi, uma multidão dava voltas ao redor da Alepe para garantir um lugar na despedida do cantor. Também passaram pelo local políticos e artistas locais que ressaltaram a importância do legado do Rei do Brega para a música pernambucana e nacional. 

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Uma fila com mais de 100 pessoas já ocupava a frente Alepe horas do início do velório do cantor. Muitas delas, muito emocionadas, cantavam em bom tom: “ei ei ei, Reginaldo é nosso rei”. 

O prefeito do Recife Geraldo Julio e o governador Eduardo Campos não compareceram ao velório nesta sexta (20), mas a previsão é que eles visitem o corpo de Reginaldo Rossi até este sábado (21), antes do enterro marcado para as 20h no Cemitério Morada da Paz. Mas alguns deputados estaduais, como Sérgio Leite (PT) e André Campos (PSB), além do vice-prefeito Luciano Siqueira, passaram pelo local e deram os pêsames a família.

Celeide Rossi, esposa do Rei do Brega, não saiu de junto do corpo em nenhum momento e também não quis falar com a imprensa. Bastante abatido, o filho de Reginaldo Rossi, Roberto Neves, concedeu entrevista à imprensa em nome dos familiares. “Eu queria mais uns anos com o meu pai, pra gente conversar e se curtir mais. Infelizmente não deu, mas o que importa é o que ele deixou como marca”, disse ele na ocasião. 

Apesar de ser um cantor com reconhecimento nacional, poucos artistas locais passaram pela Assembléia Legislativa de Pernambuco (Alepe), na noite desta sexta (20), durante o velório de Reginaldo Rossi. Foram vistos no local Silvério Pessoa, Alcymar Monteiro e Naná Vasconcelos, que ressaltaram o valor do Rei do Brega para a música pernambucana.

 

Apesar de ser um cantor com reconhecimento nacional, poucos artistas locais passaram pela Assembléia Legislativa de Pernambuco (Alepe), na noite desta sexta (20), durante o velório de Reginaldo Rossi. Mas os que compareceram fizeram questão de deixar claro que a perda do Rei do Brega vai fazer muita falta para a música pernambucana.

Segundo Naná Vasconcelos, que chegou ao local por volta das 18h, Pernambuco perde um artista autêntico, de uma originalidade única. “Ele foi uma pessoa de uma honestidade com ele mesmo e com o que ele fazia muito grande. Ele sempre foi assim e nunca mudou a música dele. Ele influenciou muita gente. Antes quando ele cantava a música dele não era considerada brega, depois que botaram esse nome. Até o último show, Reginaldo tocou com os mesmos artistas que começaram a carreira com ele”, comenta Naná ao LeiaJá.

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Alcymar Monteiro, que iniciou a carreira na mesma época de Reginaldo, também não escondeu a saudade do artista. “Além de ser um ser humano de um coração enorme, ele teve a coragem de assumir uma coisa que pouco artista tem, que é cantar o que o povo canta, falar da alma do brasileiro. Se fossemos comparar Reginaldo a um outro que viveu das letras, pra mim ele é um Nelson Rodrigues, um Jorge Amado”, opina Alcymar.

Quem também passou pelo local para se despedir do Rei do Brega foi o cantor Silvério Pessoa. “Rossi foi um artista completo. Um cara que não foi só um cantor romântico, pois passou pelo jazz, pelo bolero e pela música latina. Ele deu um grande exemplo de como uma pessoa pode ter uma boa referência do seu estado. Um artista que valorizava Pernambuco em qualquer lugar que ele fosse. É uma perda insubstituível”, lamenta o cantor. 

 

Na tarde desta sexta (6), a secretária de Cultura do Recife (Secult), Leda Alves, esteve reunida com o percussionista Naná Vasconcelos e representantes de Maracatus de Baque Virado. O encontro serviu para deixar claro que não haverá mudança no dia do Encontro de Nações de Maracatu, comandado por Naná durante a abertura do Carnaval do Recife.

A reunião foi marcada após o secretário executivo de Cultura, Maurício Cavalcanti, informar que a abertura do Carnaval seria executada por orquestras de frevo, numa forma de homenagear a expressão artística que agora é Patrimônio Cultural da Humanidade, título concedido pela UNESCO. De acordo com a assessoria de imprensa da Secult, outros encontros semanais de planejamento vão continuar a acontecer, e quando o formato final estiver definido será convocada uma coletiva de imprensa.

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Além de Naná Vasconcelos, participaram da reunião o presidente da Associação dos Maracatus Nação de Pernambuco (Amanpe), Fábio Sotero (Maracatu Aurora Africana), a vice-presidente da Amampe, Marivalda Silva (Maracatu Estrela Brilhante do Recife), Chacon Viana (Maracatu Porto Rico), Itayguara (Maracatu Raízes de Pai Adão) e a diretora do Pátio de São Pedro, Paz Brandão.

Ele chega mansamente. Suavemente. Sem zoada. Sem barulho. Silenciosamente. O oposto do que lhe deu grandeza universal.

Ele chega vestido com a túnica majestática da nossa ancestralidade: a pele negra da mama África.

Ele anda na pista circular do Parque da Jaqueira como fazem milhares de pessoas, obedecendo à prescrição da vida saudável em tempos de estresse, sedentarismo e maus hábitos que condenam corpo e alma ao tormento das doenças.

Ele é um ser único. Um fenômeno a desafiar as funções convencionais dos sentidos. Ele escuta com os olhos e vê com os ouvidos.

Caminhando, os pés roçam no chão: a fricção é um som e uma inspiração. O vento bate no rosto: a carícia da brisa é um som e uma inspiração. O sol crepita no lombo: é um som e uma inspiração. A respiração acelera, o coração bate mais rápido, a folhagem das plantas farfalha, os pássaros chilreiam, nele, então, a fusão do olhar e do escutar compreende que a vida é ritmo e som (melodia e harmonia vêm depois); ritmo e som que começam no aconchego da vida uterina com o batuque de dois corações e, no primeiro ato, nascer, o vagido, som inaugural do humano, é um misto de saudade da plenitude e medo do desconhecido.

Menino, as mãos buliçosas catavam caranguejo nos mangues e não deixavam em paz panelas e caçarolas. Tanto bateu que o pai, tocador de manola (violão de quatro cordas) na boate da sede do Bloco Batutas de São José, deu ao garoto de 11 anos um bongô, umas maracás e um afoxé. Mal sabia Pierre, o marido de Petronila, que entregava ao filho um passaporte para que ele ganhasse o mundo. Quase metade da vida, viveu fora do Brasil. Os primeiros passos do imigrante negro e pobre revelaram o talento brasileiríssimo da bendita esperteza quando está em jogo a sobrevivência. Predestinado, ele literalmente ganhou o mundo e mundo enxerga nele um gênio da percussão.

O guitarrista Pat Metheny o chama de Doctor. O percussionista indiano Trilok Gurtu o reverencia como o Paxá. A revista Down Beat, dedicada ao jazz, em oito votações (Grammy, oito premiações), classificou-o como “o melhor percussionista do mundo”. Porém, a referência que melhor define o artista vem do cineasta italiano Bernardo Bertolucci que não admite que o chamem de músico, mas sim de “A Música”.

Quem conhece a trajetória, a obra e assistiu à apresentação de “4 elementos” do autodidata que diz “eu sempre procuro mostrar o potencial visual que existe na música, nos sons”, confirma a singularidade do ser que escuta com os olhos e vê com os ouvidos.

Vai além, dá razão à síntese de Bertolucci que dispensa adjetivos e mata a charada: Juvenal de Holanda Vasconcelos, pernambucano do Recife, é o nome de batismo de Naná Vasconcelos, que dona Petronila encurtou de “Juvenár” e, com a linguagem afetiva de mãe, o manhês, chegou a Naná, uma forma especial de prosódia, ritmo na fala, repetição de sílabas, repleta de eufonia, como se fosse a premonição de um destino que, longe de ninar, é canção de “Nanar”, o batuque/mensagem do despertar.

Homenageado no carnaval passado (2013) e agraciado no grau de Grã-Cruz com a medalha da Ordem do Mérito dos Guararapes pelo governador Eduardo Campos, o comendador Naná mantém sua rotina com autêntica humildade; chega no Parque da Jaqueira, silenciosamente; aos sábados, senta no meio-fio, recusando a oferta da cadeira, mas aceita com muito gosto duas ou três cachacinhas que a turma reparte; com muito senso de humor, olhar plácido, não contém o riso largo quando alguém lembra algumas de suas frases antológicas: “Fama está na cabeça, na cabeça de camarão”, ou, para quem pensa que ele é gay ou bissexual: “Sou casado e nunca dei meu ‘alterador de fava’, mas não tenho nada contra. Adoro meu lado feminino e gosto muito de mulher”.

Em certa medida (e não na medida certa) reconhecido, a verdade é que Pernambuco e o Brasil precisam conhecer Naná. Mais de perto. 

Na noite desta terça-feira (5), a ministra da Cultura Marta Suplicy entregou 37 insígnias da Ordem do Mérito Cultural (OMC), a maior condecoração brasileira deste setor. O encontro, que chegou à sua 19ª edição, aconteceu no auditório do Parque Ibirapuera, em São Paulo. Na ocasião, foram agraciados com a honraria o maestro Marlos Nobre, o escritor Ronaldo Correia de Brito, o grupo cultural Maracambuco e o músico Naná Vasconcelos.

A OMC é entregue desde 1995 a pessoas e instituições que prestaram serviços relevantes à cultura brasileira, e é dividida nas classes Cavaleiro, Comendador e Grã-Cruz. “Eu sabia que tinha sido indicado, mas não esperava receber a insígnia. Recebi inclusive a mais importante de todas, que é a Grã-Cruz. Durante a entrega eu e o Antônio Fagundes fomos aplaudidos de pé. Fiquei bastante agradecido com a homenagem”, disse Naná Vasconelos ao LeiaJá, bastante comovido.

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Outro pernambucano contemplado com a OMC foi o escritor cearense radicado em Pernambuco Ronaldo Correia de Brito. "Ele é o mais importante reconhecimento a nível nacional e pra mim foi maravilhoso estar ao lado de artistas que foram marcantes na minha formação, como o maestro Marlos Nobre, entre tantos outros". Esta solenidade é realizada todos os anos e é promovida pelo Ministério da Cultura (MinC), sempre no dia 5 de novembro, Dia Nacional da Cultura. Neste ano, o evento homenageou a artista Tomie Ohtake e o arquiteto Oscar Niemeyer, que inclusive projetou o auditório do Parque Ibirapuera, onde aconteceu a entrega da Ordem.

Para o maestro Marlos Nobre, regente da Orquestra Sinfônica do Recife, a honraria o emocionou mais do que qualquer outra premiação que tenha recebido. “Recebi a medalha de Comendador, a segunda mais alta. Quando um reconhecimento assim parte do nosso próprio país, nos toca muito mais profundamente. Fora do Brasil já recebi vários prêmios, mas nunca me emocionei tanto como ontem”, revelou o maestro, em conversa com o LeiaJá.

Entre os homenageados estão também o cartunista Henfil e o escritor Rubem Braga (ambos em em memória), os atores veteranos Antônio Fagundes, Antônio Abujamra e Sérgio Mamberti, além da atriz Bárbara Paz. Entre os músicos, estão Ivan Lins e Erasmo Carlos. O Bloco carnavalesco baiano Ilê Ayê e o maracatu pernambucano Maracambuco receberam a comenda na classe Grã-Cruz. Fazem parte da lista de agraciados ainda o cartunista Laerte e o cineasta Cacá Diegues, entre outros.

Confira abaixo a lista completa das personalidades agraciadas:

Na classe Grã-Cruz

Eleazar Segundo Afonso De Carvalho, centenário – in memoriam;

Henrique De Souza Filho (Henfil) - in memoriam;

Juvenal De Holanda Vasconcelos (Naná Vasconcelos);

Roberto Pires - in memoriam;

Rubem Braga, Centenário - in memoriam;

Antônio da Silva Fagundes Filho (Antônio Fagundes);

Sérgio Duarte Mamberti (Sérgio Mamberti);

Walter Torreggiani Pinto (Walter Pinto), Centenário - in memoriam;

Na classe Comendador

Antonio Abujamra;

Lucy Villela Barreto Borges (Lucy Barreto);

Marlos Mesquita Nobre De Almeida (Marlos Nobre);

Laerte Coutinho (Laerte);

Nilcemar Nogueira;

Ronaldo Correia De Brito.

Na classe Cavaleiro 

Antonio Hélio Cabral (Hélio Cabral);

Bárbara Raquel Paz (Bárbara Paz);

Erasmo Esteves (Erasmo Carlos);

Ivan Guimarães Lins (Ivan Lins);

Maria Adelaide De Almeida Santos Do Amaral (Maria Adelaide Amaral);

Maria De Lourdes Cândido Monteiro (Maria Cândido);

Mira Maria Haar (Mira Haar);

Paulo Roberto Borge Jorge (Paulo Borges);

Rosa Maria Dos Santos Alvez (Rosinha);

Waldoneide Garcia Marques (Walda Marques).

Sem grau de classe

Associação de Sambadores e Sambadeiras do Estado da Bahia;

Sociedade Junina Bumba Meu Boi da Liberdade;

Associação Cultural Bloco Carnavalesco Ilê Ayê;

Grupo Dança 1º Ato;

Grupo Gay da Bahia ;

Maracambuco Fã Clube Batuque da Nação – Grupo Maracambuco.

Na classe Grã-Cruz 

Carlos José Fontes Diegues (Cacá Diegues);

Daniel Monteiro Costa (Daniel Munduruku);

Euzébia Silva De Oliveira (Dona Zica), centenário - in memoriam;

José Alves Antunes Filho (Antunes Filho);

Maurice Carlos Capovilla (Carlos Capovilla);

Paulo Archias Mendes Da Rocha; 

Tomie Ohtake, centenário

Naná Vasconcelos apresenta seu mais recente trabalho, o disco 4 Elementos, neste sábado (11), às 20h, no Teatro Apolo, com direito a solo de berimbau. Com composições originais, o percussionista aprofunda ainda mais suas pesquisas sonoras com elementos fundamentais da natureza neste novo álbum musical.

Inspirado nos quatro elementos fundamentais da natureza (água, ar, terra e fogo), o músico cria e recria sons e ideias em composições originais. O trabalho começa com a canção que Naná cantava muito quando morava fora do Brasil, Légua Tirana (de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira). Além disso, Naná realiza uma homenagem a Clementina de Jesus na quarta música intitulada Clementina. Carregada de significados, a canção foi composta na Ilha de Gorée, na África, quando Naná visitava o local - um dos maiores centros de comércio de escravos daquele continente, e de onde partiram muitos para o Brasil. Séculos mais tarde Clementina surge trazendo canto e espírito africanos já processados em brasilidade.

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A apresentação do disco, que estar repleto de arranjos criativos e surpresas, acontece gratuitamente neste sábado (11), às 20h. Os ingressos serão distribuídos duas horas antes do concerto iniciar no local.

Serviço

Lançamento do disco 4 Elementos Naná Vasconcelos

Sábado (11), às 20h

Teatro Apolo (Rua do Apolo, 121 – Bairro do Recife)

Gratuito (retirar ingressos com até duas horas de antecedência)

(081) 3355 3320

 

Naná Vasconelos, músico homenageado do Carnaval 2013, deu o pontapé inicial para os festejos de Momo na capital pernambucana. No primeiro ensaio comandado pelo artista, a emoção tomou conta das 60 crianças e adolescentes do Maracatu Leão da Campina, no Ibura, na terça-feira (15). Na ocasião, os batuqueiros montaram um palco em frente à sede da agremiação, local que recebeu Naná e, em seguida, assumiu o primeiro encontro visando à abertura oficial do Carnaval, marcada para o dia 8 de fevereiro, a sexta-feira de Carnaval. 

Com batidas cadenciadas, Naná liderou o grupo durante o encontro e se emocionou com o fato de ser o homenageado da festa. "Estou sempre ansioso para tocar, é sempre um desafio prazeroso. Este ano será ainda mais emocionante, por estar sendo homenageado em casa e em vida, o que é muito melhor", contou o músico, sobre a expectativa de ser o centro das atenções na abertura do Carnaval. Quanto aos preparativos para a apresentação que acontecerá no Marco Zero, Naná explicou que algumas mudanças de ordem musical são realizadas durante os encontros, até a definição do formato final.

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Embora seja veterano na arte de ministrar batuqueiros, Naná se depara frequentemente com jovens estreantes. Este é o caso de Danilo Campeira, 24 anos, que estava bastante satisfeito por tocar pela primeira vez ao lado do ídolo Naná. "É um momento muito emocionante, porque acompanho e admiro bastante o trabalho dele", ressaltou. Já para Alisson Luiz, de 15 anos, que está participando pela segunda vez da tradicional noite de abertura da folia momesca, a adrenalina continua a mesma da primeira vez. "É sempre muito bom fazer parte do encontro das nações de maracatu e também da disputa no Carnaval", completou.

Continuação dos ensaios

Os encontros de Naná Vasconcelos nas sedes dos maracatus continuam durante toda semana. Nesta quarta-feira (16) é a vez da Nação Porto Rico, no Pina. Na quinta-feira (17), o ensaio acontece no Bairro de São José, no Maracatu Estrela Dalva. Já na sexta-feira (18), o músico reunirá as três nações para um ensaio coletivo na Rua da Moeda, no Bairro do Recife. A nação Raízes de Pai Adão ficará responsável pelo ensaio de sábado (19), em Água Fria, e a Nação Cambinda Estrela, em Chão de Estrelas, esquenta os batuques no domingo (20).

Homenageado do Carnaval do Recife 2013, o músico Naná Vasconcelos se prepara para o primeiro de uma série de ensaios para a tradicional abertura da folia com as principais nações de maracatu pernambucanas. O acerto de tambores está marcado para esta terça-feira (15), a partir das 19h, na sede do Maracatu Leão da Campina, em Lagoa Encantada (Ibura).

Nadja Cristina de Castro, a Mãe Nadja de Angola, como é conhecida a presidente do maracatu, garante que está tudo pronto para receber os interessados em entrar no clima de Carnaval. Para o dia da festa, por exemplo, ela vai providenciar as tradicionais comidas de santos, como o acarajé, o vatapá e a  feijoada de Ogum. "Também vamos servir a tradicional Jureminha, uma bebida feita dentro da jurema sagrada à base de ervas e canela", conta Mãe Nadja.

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Nascido na comunidade dos Coelhos em 1997, dentro da nação Angola, o Maracatu Leão da Campina passou a fazer parte da comunidade do Ibura um ano depois da sua fundação. Sobre a batuta de Mãe Nadja, os cerca de 60 batuqueiros participam da abertura do Carnaval há seis anos. "Como fazemos parte do Carnaval há um tempo, o próprio Naná se diz emocionado em ver as crianças do maracatu mirim de anos atrás assumindo os batuques da nação hoje", observa a presidente.

Ensaios

Os ensaios de Naná Vasconcelos nas sedes dos maracatus continuam durante toda semana. Na quarta-feira (16) é a vez da Nação Porto Rico, no Pina. Na quinta-feira (17) o ensaio acontece no Bairro de São José no Maracatu Estrela Dalva. Já na sexta-feira (18), o músico reunirá as três nações para um ensaio coletivo na Rua da Moeda. A nação Raízes de Pai Adão ficará responsável pelo ensaio de sábado (19), em Água Fria e a Nação Cambinda Estrela, em Chão de Estrelas, esquenta os batuques no domingo (20).

Escolhido pelo prefeito Geraldo Julio para ser o homenageado do Carnaval 2013 do Recife, Naná Vasconcelos inicia a partir deste sábado (5) os ensaios com as dez nações de maracatu para a abertura oficial do Carnaval do Recife, que acontece na sexta-feira de carnaval, há 12 anos.

Os ensaios com as nações de maracatu estendem-se até as vésperas do Carnaval.

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Além das visitas, são realizados encontros nas sextas-feiras à noite, na Rua da Moeda, sendo o primeiro no dia 11 de janeiro. Também está previsto um ensaio no dia 13 de janeiro, no Parque Dona Lindú, às 16h.





*Com informações do repórter Ausônio Silveira 

Os homenageados do Carnaval do Recife 2013 serão o músico Naná Vasconcelos e o fotógrafo Alcir Lacerda. O anúncio foi feito pelo prefeito eleito do Recife, Geraldo Julio (PSB), em cerimônia que está sendo realizada neste momento no Centro de Artesanato do Recife, localizado no Marco Zero, na área central da capital pernambucana. 

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De acordo com Geraldo Julio, o formato do Carnaval da cidade, que vem sendo organizado pelos gestores petistas nos últimos 12 anos, será mantido. O socialista afirmou que manterá os polos descentralizados. Estão participando da coletiva de imprensa na manhã desta segunda-feira o vice-prefeito eleito da cidade, Luciano Siqueira (PCdoB), e o presidente estadual do PSB, Sileno Guedes.

Homenageados - Naná Vasconcelos comanda desde 2002 a Abertura Oficial do Carnaval do Recife, que conta com cerca de 500 batuqueiros de dez nações de maracatu. 

Alcir Lacerda, que morreu em setembro deste ano, ao longo de sua carreira registrou importantes fatos históricos do estado, a exemplo de fatos do golpe militar em Pernambuco, paisagens do interior e do literal do Estado. Ele atuou na fotografia nas áreas da publicidade, jornalismo e artística, e também foi o homenageado do Festival Janela Internacional de Cinema do Recife.

Desta sexta-feira (14) até o próximo domingo (16), o Marco Zero, no Bairro do Recife, se transforma num grande palco para receber a segunda edição do Festival Internacional de Teatro de Objetos. O FITO exibe atrações locais, nacionais e internacionais e promete encantar o público. Um dos espetáculos mais aguardados da programação é o Polichinelo de Gavetas, da Bélgica, além das apresentações de dois grandes nomes da cultura popular brasileira: Hermeto Pascoal e Naná Vasconcelos.

Polichinelo de Gavetas é interpretado pelo ator belga Stepfane Georis e conta a história de Olaf, um filósofo que compartilha casos divertidos e poéticos e aborda temas da realidade coletiva com uma linguagem inteligente e cheia de sensibilidade. Na apresentação são utilzados objetos típicos do cotidiano.

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Outra grande atração do FITO é Hermeto Pascoal, um ícone da música nordestina, respeitado e reconhecido internacionalmente. Para o festival o músico apresenta Hermeto Pascoal e Grupo, espetáculo que transforma garrafas e até tamancos em instrumentos musicais. Além de Hermeto, Naná Vasconcelos leva música ao festival, com o espetáculo Guarda Som. Criada especialmente para o FITO, na apresentação Naná toca um guarda-roupa, grande curiosidade do show e desafio para o multi-instrumentista. 

O FITO promove, das 16h às 21h30, espetáculos da Bélgica, Franca, Israel, Alemanha e Portugal. 

Confira a programação completa do 2º Fito.

Serviço
II Festival Internacional de Objetos – FITO
Sexta-feira (14) à domingo (16), 16h às 21h30
Marco Zero (Bairro do Recife)

Quem visitar Caruaru neste São João tem parada obrigatória na Vila do Forró, no Polo da Estação. Em meio a tantas atividades tradicionais, a exposição Baixio dos Doidos presta uma homenagem original a Luiz Gonzaga – no ano que marca o centenário de seu nascimento. No projeto, canções emblemáticas do Rei do Baião ganham nova roupagem, em interpretação contemporânea e ousada.

Arnaldo Antunes, Otto, Jorge du Peixe, Naná Vasconcelos e Dominguinhos são alguns dos nomes que participam deste projeto. Com curadoria de Lina Rosa, Baixio dos Doidos aborda a universalidade da obra de Gonzagão, buscando novos olhares e perspectivas para oito de suas canções: ABC do Sertão, Respeita Januário, Siri Jogando Bola, Xote das Meninas, Paraíba, Samarica Parteira, Asa Branca e A Morte do Vaqueiro. A mostra é provocativa desde o nome – que faz referência à localidade da parte baixa de Exu, e nela, Luiz Gonzaga nasce outra vez.

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A montagem traz fotografias, intervenções cenográficas e intercâmbio de linguagens, tudo inspirado nas letras e ritmos do Rei do Baião. O projeto agrega ainda o espaço Psiu – referência à canção Sabiá. Nele, os visitantes podem usar computadores para dar suas impressões imediatas da exposição e compartilhá-las nas redes sociais. O projeto tem direção musical de Carlinhos Borges. Helder Ferrer assina a fotografia e Gracinha Melo a direção de produção.

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Músicas

ABC do Sertão

Nesta cápsula musical, com a participação de Arnaldo Antunes, a exposição homenageia a bem apropriada utilização do vocabulário do nordestino de Luiz Gonzaga e seus parceiros como Humberto Teixeira, Zé Dantas e Onildo Almeida. Embalado pela A, E, I, O, U, Ipislone, as expressões características e suas traduções aparecem escritas nas paredes de barro e no chão de cimento pisado. Do teto, gambiarras de lâmpadas penduradas em alturas diferentes iluminam as palavras na sala em que serão distribuídos cordéis com o “dicionário” nordestinês. Um cordel tradicional, com forte sotaque pop.

Respeita Januário

Pela importância da sanfona para o baião e para o seu rei, essa instalação contará com dois ambientes. O primeiro apresentará as variações do instrumento e suas curiosidades, como a primeira sanfona que Luiz Gonzaga tocou na vida: o fole de oito baixos. O fato é que, do tango dos pampas ao baião de Luiz Gonzaga, do country americano à balada mexicana, a sanfona dedilhou o mundo. A ambientação apresenta as diversas variações do instrumento no Brasil e no mundo. Assim, um ensaio fotográfico das variações do instrumento com destaque especial para a sanfona branca de 120 de Luiz Gonzaga. No ambiente revestido por sanfonas, o famoso forró Respeita Januário em gravação exclusiva com seis sanfoneiros de diversas origens vão interpretar está composição numa homenagem à sanfona e ao sanfoneiro: Dominguinhos, Renato Borghetti, Regis Gizavo (Madagascar), Ricardo Loudou (Argentina).

Siri Jogando Bola

Aproveitando o atual momento pré-Copa do Mundo, a canção de Luiz Gonzaga e Zé Dantas de 1956 é o pano de fundo para o ensaio fotográfico de meninos pernambucanos jogando futebol em áreas de manguezais e de maré. A trilha sonora é a própria música com interferências do  Mangue Beat.  A metáfora do siri jogando bola vê-se enriquecida pelo som que desenhou a nova geração de meninos-caranguejos. No texto-crônica, os siris de Gonzaga dialogam com os caranguejos de Chico Science. O ensaio é projetado em alta definição em telas de led, que serão emolduradas por antigas TVs telefunken, de diversos tamanhos, que na época em que a música foi composta eram o estado da arte no quesito tecnologia.

Xote das Meninas

A instalação é composta por uma sala de promessas típica do interior nordestino dos anos 1950 e 1960. Nas paredes, ex-votos, fotografias, objetos retrôs, velas, orações e agradecimentos inteiramente dedicados aos assuntos do coração das mocinhas. Tudo inspirado nos verdadeiros costumes da época. O xote antigo será mixado com vozes da cantora Rahissa Bittar, que,  além de pop, ratifica a feminilidade do tema.

Paraíba

Como forma de provocação e inclusão, o ensaio fotográfico mais arrojado do projeto propõe como personagens travestis. O cenário é uma barbearia tradicional do interior nordestino, com seus móveis rústicos, pesados, antigos, fazendo contraponto à natureza pop das drags queens. Simultaneamente, a música Paraíba é executada numa versão remixada pelo cantor Otto, intercalada por depoimentos dos travestis sobre o seu apreço às músicas de Luiz Gonzaga.

Samarica Parteira

Uma das particularidades da interpretação de Luiz Gonzaga era o uso recorrente de onomatopeias. Desde os “hum, hum, hum”, de O Cheiro da Carolina, aos “tum, tum, tum”, de Olha a Pisada. Mas foi talvez em Samarica Parteira que o recurso onomatopeico tenha sido mais explorado. Piriri, piriri, piriri . Patatac, patatac, patatac. Tchi, tchi, tchi. Nheeiim... Para ressaltar o valor percussivo das expressões,  surge uma nova versão da música, com interferência de Naná Vasconcelos que utiliza sua voz em coro repetido para recitar as onomatopeias de Samarica Parteira, intercaladas por trechinhos de outras músicas de Gonzaga. Esteticamente, a instalação traz uma câmera semiescura, com projeções, no chão, nas paredes e no teto, das onomatopeias escritas intercaladas por estrelas iguais às do chapéu de couro de Gonzaga.

Asa Branca

O maior clássico do repertório gonzaguiano foi inspirada numa música do cancioneiro popular. Ganhou força com a melodia estilizada de Luiz Gonzaga e a letra forte do cearense Humberto Teixeira. Em 1947, a música foi gravada nos estúdios da RCA e  Asa Branca se tornou uma das músicas mais importantes da história da MPB.  Na exposição, ela é interpretada por oito contrabaixistas de formação erudita, que darão o tom clássico desta composição que é considerada um hino sertanejo. No estande, fotografias de sertanejos e sertanejas de olhos verdes em meio a situações da seca do sertão pernambucano ou na forma de portraits. O ensaio em preto e branco sugere a sutil presença do verde real dos olhos dos personagens. No piso, uma reprodução da terra rachada, coberta por folhas secas.

A Morte do Vaqueiro

Numa alusão à própria saudade Luiz Gonzaga nos deixou, a instalação é a última da exposição. A Morte do Vaqueiro foi composta por Luiz Gonzaga para a Missa do Vaqueiro, celebração que lembra uma outra grande saudade: a do primo dele, o Vaqueiro Raimundo Jacó, assassinado. Nela, em andamento lento, ouvimos uma voz à capela de Dominguinhos, seguindo o estilo do aboio sertanejo. A instalação será composta por diversos chocalhos de gado, presos a fios de couro trançados, de tamanhos diferentes, dispostos como cortinas. Uma derradeira homenagem do Baixio dos Doidos ao homem que faria 100 anos, mas preferiu fazer história.

Serviço
Exposição Baixio dos Doidos
Sexta-feira (15 de junho) à Domingo (15 de julho)
Vila do Forró, Caruaru - 16h às 22h
Gratuito

Regina Casé, Isaar França, Daniela Mercury, Naná Vasconcelos, Filhos de Gandhy, Karynna Spinelli, Gerlane Lops, Jorge Ribas, Arlindo Cruz e Margareth Menezes recebem o prêmio Omidareúa, no sábado (26), no Recife. Com o tema Comunicação rompe barreiras o prêmio, que acontece anualmente, presta uma homenagem aos artistas que, através da comunicação e da arte, ajudam a desmistificar a cultura afro no Brasil e no mundo.

A iniciativa promove uma confraternização entre pessoas ligadas às religiões afrodescendentes e reconhece o trabalho daqueles que assimilam conhecimentos e que atribuem dignidade às religiões e questões de matriz africana. O objetivo do prêmio é valorizar a capacidade da sociedade em transmitir valores através de suas atividades.

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Os artistas ganhadores do Omidareúa são homenageados no próximo sábado (26), às 18h, no Teatro Barreto Júnio, que fica na R. Estudante Jeremias Bastos , S/N - Pina Recife.

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