Tópicos | municípios

A Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe) divulgou, nesta quarta-feira (21), um estudo técnico para analisar os efeitos da redução do repasse do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) nas contas públicas devido efeitos da pandemia. Segundo a Amupe, o corpo técnico da entidade buscou as informações na base de dados da Secretaria do Tesouro Nacional (STR) e o estudo comparou repasses dos meses de janeiro a agosto de 2019 com os dados do mesmo período em 2020.

O Fundeb é composto de oito impostos ou transferências de Estados e Municípios, tendo alguns Estados a complementação também da União, como é o caso de Pernambuco. O estudo levou em consideração o modelo atual da distribuição de recursos, já que este ano o Congresso Nacional aprovou o novo Fundeb, que aumenta a participação da União na divisão dos recursos.

Segundo a análise da Amupe, em Pernambuco, os recursos do Fundeb no período de janeiro a agosto de 2020, confrontados com o mesmo período do ano passado, sofreram uma redução de R$ 101,9 milhões na arrecadação dos oito impostos e mais R$ 28,4 milhões na complementação da União. Ou seja, somente nos primeiros oito meses do ano, o conjunto dos municípios Pernambucanos tiveram uma redução de R$ 130,3 milhões.

De janeiro a agosto de 2019, os municípios receberam R$ 2,650 bilhões de Fundeb e mais R$ 350,4 milhões de complementação, agora em 2020 o valor foi de R$ 2,549 bilhões e mais R$ 322 milhões de complementação. As cidades que tiveram as maiores reduções de receitas no Fundeb, em Pernambuco, foram: Ibirajuba (-20,8%), Maraial (-17%), Belém de São Francisco (-14%), Catende (-14%), Carnaubeira da Penha (-14%), Bodocó (-13%), Jataúba (-12%), Orocó (-12%), Brejo da Madre de Deus (-11%) e Palmeirina (-11%).

O presidente da Amupe e prefeito de Afogados da Ingazeira, José Patriota (PSB), comentou o estudo. Segundo ele, “as quedas são um reflexo da redução de arrecadação do ICMS do Estado, um dos mais afetados no Brasil em virtude da pandemia".

"A expectativa é que a partir de setembro esse imposto comece a se recuperar de forma lenta e traga um pouco mais de alívio aos municípios pernambucanos. No entanto, as outras receitas que compõem o Fundo ainda continuam menores que 2019, o FPM e o FPE por exemplo, estão em queda mês a mês desde março”, completou.

##RECOMENDA##

*Da assessoria de imprensa

Pesquisa aponta que um total de 3.742 prefeituras não têm data prevista para retorno das aulas presenciais em suas redes municipais de ensino. O levantamento foi feito em setembro pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM), que consultou 3.988 governos locais, uma amostra de 71,6% do país, que possui 5.570 municípios. Nos territórios que responderam à sondagem, vivem 14,6 milhões de alunos atendidos por redes municipais de ensino, que representam 63,3% das matrículas nesse segmento no país. 

Na avaliação da entidade, a falta de uma data de retorno não significa uma "posição omissa" dos prefeitos. "Ao contrário, decidir pela não retomada das aulas indica uma postura responsável e cautelosa do gestor. A situação não pode ser simplificada, a pandemia já representa prejuízo à aprendizagem dos alunos e da educação como um todo, mas a pergunta sobre quando retornar essas atividades precisa ser respondida com responsabilidade, pois é inegável a preocupação com a retomada das aulas por conta da disseminação do vírus", diz o relatório da pesquisa. 

##RECOMENDA##

Dos municípios consultados, apenas 197 (4,9% da amostra) informaram uma data de reabertura das escolas já marcada, mas a própria CNM pondera que "a realidade tem mostrado, especialmente em nível estadual, que as previsões iniciais não têm se confirmado e o retorno tem sido adiado, a exemplo do que ocorreu no Maranhão, Rio Grande do Norte, Acre, Piauí e Distrito Federal". O principal fator para o não cumprimento das previsões, na percepção da entidade, é a judicialização da volta às aulas em todo o país, com cobranças de medidas para proibir o retorno das atividades presenciais nas escolas. "O entendimento é balizado pelo risco de aumento de contaminação da covid-19, em razão da exposição de milhares de estudantes e professores, o que pode colocar a população em potenciais situações de contágio", diz a CNM.

A pesquisa aponta que os municípios vem oferecendo algum tipo de atividade pedagógica não presencial. Na maioria esmagadora dos casos, estão sendo distribuídos material impresso, alternativa adotada por 3.818 prefeituras (98,2% do total consultado), seguidos da oferta aulas por meio digitais, adotada por 3.152 gestores (81,1%). Somente 6,5% dos municípios ouvidos (254) realizam aulas por meio de TV e outros 3,5% (136), por meio de rádio. Um total de 3.360 municípios (86,4% da amostra) usam aplicativos de mensagem instantânea para o envio dos materiais e atividades escolares. O levantamento também indicou que em 70,6% dos municípios consultados os professores receberam ou recebem algum tipo de capacitação para o ensino remoto.  

Planos de retorno

Apesar da maioria ainda não ter data de retorno presencial das aulas, pouco mais de 70% dos municípios que responderam a pesquisa da CNM, ou seja, 2.811 prefeituras, informaram ter os planos de retomada elaborados ou em fase de elaboração. Já outras 1.105 prefeituras (27,7% da amostra) ainda não possuem planos de contingência construídos. Segundo a CNM, isso se deve à complexidade do processo de articulação federativa e a definição dos protocolos. "Cabe salientar que o Ministério da Educação (MEC) publicou, somente em 7 de outubro, o Guia de Implementação de Protocolos de Retorno das Atividades Presenciais,  com informações acerca do planejamento que pode ser desenvolvido nas redes municipais e estaduais de ensino do país para o retorno das aulas presenciais", observa a entidade.

Do total de municípios que informaram possuir planos de contingência, o retorno gradual às aulas (74,7%) e o sistema de rodízio (70,5%) estão entre as medidas que aparecem com maior frequência a serem adotadas para a retomada das aulas presenciais. Na prática, salienta da CNM, mesmo quando definida uma data de retorno, nem todos os grupos de alunos retornarão ao mesmo tempo para a sala de aula, para permitir maior distanciamento social. Cerca de 2,2 mil municípios (78,2% da amostra) definiram o ensino híbrido como estratégia para garantir o ano letivo e recuperar os possíveis déficits de aprendizagem ocasionados pela pandemia.

A grande maioria dos municípios consultados também informou que está desenvolvendo ações para melhorar e adaptar a infraestrutura das escolas, e adquirindo equipamentos de proteção individual (EPI) e demais materiais de segurança sanitária e higiene. 

Nesta quarta-feira (30) a Secretaria de Educação e Esportes de Pernambuco realizou a premiação das escolas com os melhores resultados no Programa Criança Alfabetizada, criado em junho de 2019 para promover a alfabetização na idade correta (seis anos). A cerimônia foi realizada na Escola Técnica Estadual Professor Antônio Carlos Gomes da Costa (ETEPAC), no bairro de Santo Amaro, no Recife, transmitida on-line. As 50 escolas municipais que apresentaram os melhores desempenhos foram agraciadas com o Prêmio Escola Destaque e receberão R$ 80 mil de incentivo. 

A Escola Municipal José Benício Filho, do município de Panelas, alcançou a maior nota dentre todas as unidades de ensino municipais. As escolas Professora Janaina Mercia Freire Silva, em Custódia, e Professora Judite Bezerra da Silva, em Iguaraci, ficaram em segundo e terceiro lugares. O município que apresentou os melhores índices de alfabetização no Estado foi Iguaracy, no Sertão do Pajéu, seguido de Machados, no Agreste Setentrional, e Brejinho, que também fica no Sertão do Pajeú. 

##RECOMENDA##

Segundo o secretário de Educação e Esportes, Fred Amancio, as escolas que apresentaram os melhores resultados vão, a partir de agora, auxiliar as que tiveram índices mais baixos. “Quando criamos o prêmio Escola Destaque, estabelecemos como prerrogativa para os vencedores a troca de experiências exitosas das escolas com melhores resultados com as unidades que apresentassem índices de aprendizado mais modestos. A ideia é que elas criem uma parceria de dois anos, por meio da qual auxiliarão na melhoria dos resultados. Inicialmente, elas receberão respectivamente R$ 60 mil e R$ 20 mil. Ao fim deste compromisso, as unidades que atingirem as metas serão contempladas com um novo bônus de R$ 20 mil, perfazendo a premiação total de R$ 80 mil para as escolas destaques e R$ 40 mil para as escolas apoiadas”, afirmou ele.

“Muitas escolas criaram formas de alfabetizar e mostraram um caminho, novas técnicas e metodologias. É uma grande integração em favor da alfabetização e eu não tenho dúvidas que o Criança Alfabetizada vai fazer muita diferença no futuro e na formação das novas gerações de pernambucanos”, disse o Governador do Estado, Paulo Câmara. 

LeiaJá também

--> Os desafios da alfabetização infantil na pandemia

De acordo com o levantamento feito em julho pelo SindiTelebrasil, 4.997 municípios brasileiros já contam com cobertura 4G. A rede da quarta geração atende cidades onde ficam concentradas 97,5% da população nacional. De acordo com o balanço, entre agosto de 2019 a julho de 2020, foram instaladas antenas em 408 novos municípios. 

Ainda segundo o levantamento, no mesmo período foram ativados 15,2 milhões de novos chips 4G, somando um total de 161,4 chips de quarta geração em todo o Brasil ou seja, cerca de 29 novos chips por minuto. Para o presidente executivo do SindiTelebrasil, Marcos Ferrari, para dar continuidade a expansão dos serviços no mesmo ritmo da demanda da população são necessárias políticas públicas que priorizem a digitalização do Brasil e modernização das leis municipais de antenas. "Hoje, em mais de 300 municípios, existem legislações desatualizadas, que dificultam e muitas vezes impedem a instalação de infraestrutura de telecom”, avaliou.

##RECOMENDA##

Atualmente, quase 100% dos municípios brasileiros tem cobertura de internet 3G e banda larga móvel. A expansão da infraestrutura no Brasil e seus desafios será tema de debate no Painel Telebrasil 2020, nos dias 8, 15, 22 e 29 de setembro. As inscrições são gratuitas e a programação completa do Painel podem ser acessadas no site.

A estimativa populacional para 2020 aponta que Pernambuco registrou um aumento de habitantes e alcançou a 7ª posição na lista de estados mais populosos da Federação. O levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) foi divulgado nesta quinta-feira (27), com data de referência de 1º de julho deste ano.

Com 9.616.621 habitantes, Pernambuco comporta 4,5% da população brasileira e assumiu a 2ª posição em relação à Região Nordeste. O estado fica apenas atrás da Bahia, com 14,9 milhões de habitantes.

##RECOMENDA##

A Região Metropolitana do Recife (RMR) representa a 7ª maior em termos populacionais, com 4.103.780 habitantes. Naturalmente, a capital assume a primeira colocação no ranking local e é seguida por Jaboatão dos Guararapes, com 706.867 pessoas.

Jaboatão ganhou destaque no levantamento entre as cidades do Brasil com mais de 500 mil. O município é o 10º mais populoso na categoria sem as capitais, sendo o 1º fora do eixo Rio-São Paulo.

Entre 2019 e 2020, 25 cidades pernambucanas apresentaram crescimento superior a 1%. Toritama registrou o maior aumento do Agreste, com 2,09%, seguida por Bom Jardim, com 2,04%, e Santa Cruz do Capibaribe, que assinalou 1,82%. Enquanto 72,2% do estado, equivalente a 133 cidades, apresentaram o acréscimo de até 1%.

Reconhecida pela fruticultura, Petrolina teve resultado satisfatório e tornou-se o 9º maior município de Pernambuco, com o aumento de 1,48%. Caruaru registrou 1,15%.

Decréscimo no Interior

Segundo a entidade, 26 municípios sofreram uma retração no contingente populacional. Os representam maior queda foram Cumaru, com -6,55%, Sairé, com -1,69% e Palmeirinha, com -1,21%.

A pesquisa do IBGE ainda indica que Fernando de Noronha é a localidade com menos residentes, somando apenas 3.101. Outras cidades que integram a lista com menor contingente são Ingazeira, com 4.534, e Itacuruba, com 4.966, ambos n Sertão.

“As estimativas populacionais municipais são um dos parâmetros utilizados pelo Tribunal de Contas da União para o cálculo do Fundo de Participação de Estados e Municípios e são referência para vários indicadores sociais, econômicos e demográficos”, informa o IBGE.

O presidente Jair Bolsonaro converteu em lei medida provisória que criou auxílio financeiro da União de até R$ 16 bilhões para Estados e municípios, com repasses aos fundos de participação dos entes federados para compensar perdas de arrecadação durante a pandemia do novo coronavírus. O texto veio publicado no Diário Oficial da União (DOU) desta quarta-feira (19), com um veto.

O projeto de conversão da MP fixou repasses mensais de até R$ 4 bilhões nos meses de março a junho e de R$ 2,050 bilhões de julho a novembro deste ano, totalizando um período de nove meses.

##RECOMENDA##

O trecho vetado determina que eventuais saldos sobressalentes, após esses nove meses de repasses, sejam entregues aos entes pelos mesmos critérios e prazos aplicáveis à parcela relativa a novembro de 2020, e não ao Tesouro Nacional, como defende o governo.

"A propositura legislativa, ao impedir o retorno dos saldos sobressalentes do apoio financeiro aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios aos cofres da União, extrapola o objeto da medida no tocante à compensação de perdas com arrecadação dos entes", justificou o governo. "Ademais, está em descompasso com o atual contexto de restrição fiscal do País, ao permitir um incremento no valor dos repasses aos fundos de participação em montantes superiores aos valores de 2019", completou.

Pela Constituição, a União deve repassar mensalmente aos Estados 21,5% do valor arrecadado com os impostos de renda e sobre Produtos Industrializados (IPI) e 24,5% aos municípios.

Neste ano, com a queda na arrecadação dos dois impostos, os repasses aos fundos terminaram sendo reduzidos. Os valores da compensação sancionada repetem, segundo o governo, transferência de recursos em patamares semelhantes aos de 2019.

Neste sábado (8), o Brasil superou as 100 mil mortes em razão da Covid-19. De acordo com levantamento do consórcio de veículos de imprensa, o índice de óbitos registrados é de 100.240, com 2.988.796 casos confirmados.

Em menos de cinco meses da primeira vítima, uma mulher que morreu em São Paulo no dia 12 de março, a pandemia proliferou e acometeu a população de 3.692 municípios brasileiros. No total, o país possui 5.570 municípios, ou seja, a Covid-19 já alcançou 66,2% das cidades.

##RECOMENDA##

Os dados põem o Brasil na segunda posição de países a alcançar a marca de 100 mil mortos, e só perde para os Estados Unidos, que atingiram o número em maio, aponta o levantamento da Universidade Johns Hopkins.

 

A Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe) promoveu uma reunião on-line, nesta segunda-feira (3), para discutir os atuais impactos do novo coronavírus nas cidades locais. Uma das pautas debatidas entre os prefeitos e o governador do Estado, Paulo Câmara, foi a possível retomada das aulas presenciais. Possibilidade essa que preocupa representantes de municípios pernambucanos.

“Um ano se perde e se recupera, a vida nós não podemos perder”, exclamou o prefeito de Garanhuns, município do Agreste de Pernambuco, Izaías Régis, conforme informações da assessoria de imprensa da Amupe. ‘Um levantamento foi feito e constatamos que 80% dos pais não levarão as crianças para as escolas”, revelou o gestor de Carpina, cidade da Zona da Mata, Manoel Botafogo. A prefeita de São Bento do Una, Débora Almeida, também observou que em sua cidade, parte dos pais teme que os filhos voltem às escolas em meio à pandemia da Covid-19.

O Governo de Pernambuco prorrogou, até o dia 15 de agosto, a suspensão das aulas presenciais. De acordo com o secretário de Saúde do Estado, André Longo, o ideal era que a queda nos casos do novo coronavírus fosse uniforme nos municípios pernambucanos, porém, o cenário indica o oposto. “Esperávamos que o avanço positivo ocorresse de forma uniforme em todo o Estado, mas, no Sertão do Araripe, os números não nos agradam. No entanto, nós temos investido muito na ampliação da testagem e agora estamos trabalhando para trazer ao Estado a testagem em massa”, comentou o secretário.

O secretário de Educação do Estado, Fred Amancio, teme sérios impactos na vida escolar dos estudantes pernambucanos. “Impacto negativo, a longo prazo, que os estudantes terão, devido à falta de aulas presenciais. A gente só vai retomar com as aulas se os números epidemiológicos continuarem evoluindo de maneira positiva. A educação tem um papel importante na sociedade, pois quanto mais tempo os alunos estão fora da escola, mais cresce a desigualdade. Estimamos um aumento da evasão escolar e será um desafio grande trazer os alunos de volta”, comentou Amancio.

O governador Paulo Câmara exaltou a reunião com os prefeitos, mas não revelou previsão de retorno às aulas presenciais, até o momento. “A reunião foi muito válida. Tudo que ouvi dos prefeitos foi muito importante para construirmos uma agenda única”, disse o governador de Pernambuco.

Prefeito de Afogados da Ingazeira, no Sertão, e presidente da Amupe, José Patriora tratou a pauta de volta às aulas como algo complexo. “Consideramos que essa primeira etapa é de escuta. Cada prefeito traz a preocupação da sua cidade, da sua região. É um assunto complexo que requer cuidado. A decisão desses pontos precisa ter um arranjo que envolve a todos”, avaliou Patriota, segundo a assessoria da Amupe.

Com informações da assessoria de imprensa da Amupe

Na manhã desta terça-feira (16), a Polícia Federal cumpre 35 mandados de busca e apreensão para investigar o envolvimento de prefeituras de municípios Pernambucanos com o desvio de recursos destinados ao combate à Covid-19 no Estado. Os contratos com a fornecedora de materiais hospitalares, AJS Comércio e Representação Ldta., somam cerca de R$ 9 milhões. No entanto, a empresa de fachada é regida por um grupo econômico que já é favorecido em contratações públicas milionárias há uma década.

A prefeitura de Olinda, na Região Metropolitana do Recife (RMR), está entre os alvos da operação. O LeiaJá entrou em contato com a gestão em busca de um posicionamento, que disse, em nota, ter feito o contrato no valor do mercado.  

##RECOMENDA##

A empresa funcionava com nome de laranjas e não passou pelo processo de licitação para fechar os contratos emergenciais no contexto da pandemia. Os verdadeiros donos seriam um grupo de empresários que já prestava serviços gráficos aos municípios.

Em parceria com a Controladoria-Geral da União (CGU), a investigação aponta que o dinheiro público era sacado em espécie, remetido para contas de 'laranjas' ou de empresas fantasmas. Após o repasse, a quantia era retirada de forma fracionada para não chamar atenção da CGU.

Com o dinheiro em mãos, parte dos valores retornavam como propina para os políticos envolvidos na contratação. Diante da suspeita, o inquérito investiga os crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica, corrupção ativa e dispensa indevida de licitação.

O presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia, afirmou nesta quarta-feira (3) que parlamentares se surpreenderam com o veto do presidente Jair Bolsonaro ao uso do saldo remanescente do extinto Fundo de Reservas Monetárias (FRM), de cerca de R$ 8,6 bilhões, para o combate ao novo coronavírus. Os recursos seriam usados para ajudar estados e municípios no enfrentamento à pandemia de covid-19. Com o veto, essa verba somente poderá ser usada no pagamento à dívida pública.

“Surpreendeu [o veto] em relação aos R$ 8 bilhões. Cabe ao Parlamento decidir agora [se mantém o veto]. A impressão que eu tive era de que tinha um acordo com o governo para votar a matéria, tanto que eles colocaram uma vinculação com o fim do isolamento”, afirmou o congressista.

##RECOMENDA##

A proposta foi enviada pelo Senado para sanção presidencial em maio, por meio de uma medida provisória que extinguiu o Fundo de Reservas Monetárias. A medida foi aprovada por votação simbólica na Câmara e por ampla maioria dos senadores.

Para Rodrigo Maia, o governo demorou a sancionar o projeto. No entanto, o auxílio dará um alívio fiscal para governadores e prefeitos quando chegar.

“A informação que recebi hoje é que será disponibilizado [auxílio aos estados e municípios] até 9 de junho. Demorou a sanção, agora é uma questão de fazer o ajuste baseado no que foi aprovado no Congresso e sancionado. Os governadores precisavam retirar as ações que tinham no STF. Essa semana teve 17 ações que foram retiradas e essa é uma das pré-condições que o governo decidiu”, argumentou o deputado.

Fake News

Rodrigo Maia reafirmou ainda que a Câmara dos Deputados deve voltar a discutir o assunto de Fake News. Ontem, Maia disse que vai conversar com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), para tentar costurar um texto conjunto das suas Casas sobre o tema.

Segundo o deputado, a discussão deve respeitar a liberdade de imprensa, as plataformas, mas deve alcançar os financiadores de ataques e disseminações de notícias falsas. Atualmente, o assunto é tratado em uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que reúne 15 deputados e 15 senadores. As atividades da comissão estão interrompidas desde 17 de março, quando, em decorrência da pandemia de covid-19, foi cancelada a última reunião prevista.

“A CPI tem que voltar a funcionar, tem que ter um basta no tema Fake News, mas com um texto que respeite a liberdade de imprensa, a plataformas, mas que também responsabilize e possa chegar naqueles que estão financiando esse ataque à imagem das pessoas e das instituições. Acho que o tema da Fake News precisa avançar e cabe à CPI que ela possa voltar a realizar o seu trabalho”, disse.

Para Rodrigo Maia, o tema deve ser discutido com cautela: “precisamos de uma lei em que o direito de todos seja respeitado. Hoje, grande parte das pessoas não têm o direito respeitado quando se paga robôs. Isso não é contra o governo, é a favor do governo porque é a favor do país. Uma lei que responsabilize as plataformas quando milhares de informações passam pelas plataformas. Estamos negociando com o Senado. Caso o projeto corra o risco de ser vetado, temos que estar bem organizados com as duas Casas para derrubar os vetos, caso eles ocorram”.

 

Pesquisa divulgada hoje (20) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra que 663 municípios tiveram mudanças de área e de limites entre maio de 2018 e abril de 2019. Das 27 unidades da Federação, 16 sofreram alterações em relação aos limites de seus municípios.

Segundo o IBGE, o estado com mais municípios atualizados é o Ceará, com 180 alterações de limites, seguido da Paraíba, com 158. “Essas alterações têm impacto na quantidade de habitantes desses locais, já que as mudanças fazem com que algumas regiões, e consequentemente seus moradores, passem a integrar municípios vizinhos”, explica o instituto.

##RECOMENDA##

“As atualizações influenciam também em estudos e pesquisas demográficas, como as estimativas de população, calculadas todos os anos pelo IBGE. Além dos ajustes cartográficos comunicados pelos próprios estados, as alterações podem ser feitas para atender novas leis estaduais. Avanços tecnológicos também permitem melhorar a identificação e a representação da área dos municípios”, disse o IBGE.

Estados

O IBGE também atualizou as áreas territoriais de estados e municípios. Os destaques são o refinamento da linha costeira para o cálculo de área, o detalhamento de alguns limites fluviais entre os estados de Mato Grosso, Amazonas, Pará, Maranhão e Roraima, e a adequação entre os limites do Distrito Federal e Goiás.

De acordo com o instituto, o reprocessamento dos valores das áreas territoriais foi atualizado de acordo com a estrutura político-administrativa vigente em 30 de abril de 2019, data de referência das Estimativas Populacionais 2019, incorporando as alterações de limites territoriais municipais ocorridas após o Censo Demográfico 2010.

“O redimensionamento dos valores de áreas é próprio da evolução das geotecnologias aplicadas no monitoramento da dinâmica da divisão territorial brasileira. Isso implica na atualização periódica dos valores das áreas estaduais e municipais com a utilização de melhores técnicas e insumos de produção e também para refletir as eventuais alterações nos limites político-administrativos por justificativas legais ou judiciais”, informa o IBGE.

Municípios

Ao todo, o Brasil tem 5.568 municípios, mais o distrito insular de Fernando de Noronha e o Distrito Federal. A extensão territorial do Brasil é de 8.510.295,914 quilômetros quadrados (km²).

“Historicamente, a primeira estimativa oficial para a extensão superficial do território brasileiro foi de 8.337.218 km², obtida a partir de medições e cálculos efetuados sobre as folhas básicas da Carta do Império do Brasil, publicada em 1883. Somente com advento do Censo de 1940 é que o IBGE passou a avaliar a área do país”, informa o instituto.

O menor município é Santa Cruz de Minas (MG), com 3,565 km². O mais extenso é Altamira (PA), com dimensão territorial de 159.533,328 km², maior que vários estados brasileiros.

O maior dos estados continua sendo o Amazonas, com 1.559.146,889 km², superando a soma dos territórios das regiões Sul e Sudeste. O estado de menor extensão territorial é Sergipe, com 21.925,424 km². O Distrito Federal tem área de 5.760,783 km².

O Ministério Público de Pernambuco elaborou o Painel de Isolamento Social para monitorar a adesão da população às recomendações necessárias para conter o novo coronavírus. De acordo com a ferramenta, o índice de isolamento no Estado é baixo, em torno de 52%.

Com aproximadamente 9.500.000 habitantes, o painel lista todos as cidades a partir do comprometimento da população em permanecer em casa. Os municípios de Granito e Olinda assumem as primeiras posições com aproximadamente 61% de isolamento. Contudo, o número ainda está distante do ideal de, pelo menos, 70%.

##RECOMENDA##

Diante do levantamento, o procurador-geral de Justiça de Pernambuco, Francisco Dirceu Barros, cobrou mais seriedade para enfrentar à pandemia. “A pouca adesão dos pernambucanos ao isolamento social, está causando um número assustador de pessoas contaminadas e de mortes [...] É preciso que a sociedade tenha essa consciência, mude a sua atitude, caso contrário teremos uma tragédia sem precedentes”, projetou. Ele ainda informou que vai expedir mais uma recomendação para que prefeitos intensifiquem as restrições.

Outros municípios da Região Metropolitana do Recife (RMR) mais bem posicionados são Paulista, com 61,6%, e Camaragibe, com 60,9% de adesão. Jaboatão dos Guararapes registrou 58,8% e alcançou a 16º colocação. Já a capital figura a 23º posição, com apenas 58,2% da população isolada. Atualizado semanalmente, os dados completos podem ser vistos no site do Painel de Isolamento.

As informações são colhidas através da geolocalização dos celulares e uma ferramenta de análise desenvolvida pela inLoco, que monitora em tempo real os fluxos populacionais para tentar coibir aglomerações. "Com isso, podemos informar a população pernambucana sobre as regiões com baixo índice de isolamento, apoiando autoridades na tomada de decisão”, apontou o gerente de estatística do MPPE, Carlos Gadelha.

O plenário do Senado analisa neste sábado (2), em sessão deliberativa remota, texto alternativo à proposta de ajuda a estados e municípios. O Programa Federativo de Enfrentamento ao Coronavírus negociado entre parlamentares e a equipe econômica do governo estabelece repasse menor que a proposta já aprovada pela Câmara. Serão até R$ 60 bilhões, em quatro parcelas, para que governadores e prefeitos tomem medidas nas áreas de saúde e assistência social para a contenção da Covid-19.

Segundo o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), autor da proposta, os senadores poderão apresentar emendas ao relatório até as 10h deste sábado (2). O congressista apresentará parecer definitivo às 15h e a apreciação da proposta está marcada para as 16h. Esse é o único item da pauta de votação.

##RECOMENDA##

Proposta

Para receberem o auxílio, estados e municípios não poderão reajustar salários de servidores públicos até 31 de dezembro de 2021. Também será proibido “conceder a qualquer título, vantagem, aumento, reajuste ou adequação de remuneração de membros de Poder ou de órgão, de servidores e empregados públicos e militares, exceto quando derivado de sentença judicial transitada em julgado ou de determinação legal anterior à calamidade pública”.

A proibição também envolve criação de cargos, empregos e funções, bem como a alteração de estruturas de carreira, que impliquem aumento de despesas. A admissão de pessoal só será possível em "reposição de cargos de chefia e de direção que não acarretem aumento de despesa” ou quando houver vacância em cargos efetivos ou vitalícios.

Divisão de recursos

Na proposta do presidente do Senado, dos R$ 60 bilhões previstos a estados e municípios, R$ 10 bilhões serão reservados a ações na área da saúde e assistência social. Desse total, R$ 7 bilhões serão para os estados. O critério de divisão levará em consideração a taxa de incidência da Covid-19 (60% de peso) e população (40% de peso). Os municípios receberão R$ 3 bilhões. O critério de distribuição será o tamanho da população.

Os R$ 50 bilhões restantes serão distribuídos metade para estados e o Distrito Federal e metade para os municípios.

Além desse repasse, a versão apresentada por Alcolumbre estabelece a suspensão do pagamento das dívidas contratadas entre União, estados, Distrito Federal e municípios e a restruturação das operações de crédito interno e externo dos entes junto a instituições financeiras.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, defendeu nesta quarta-feira (29) que o acordo com o Senado para enviar R$ 130 bilhões para o socorro aos Estados e municípios está próximo de ser concluído. Ele disse que o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, compreendeu a necessidade de estabelecer uma contrapartida de estados e municípios para receber os recursos da União, no projeto de lei.

A contrapartida é que não haverá aumento de salários de servidores por 18 meses. “Se nós mandamos R$ 120 bilhões, R$ 130 bilhões, extraordinariamente, em alta velocidade, para estados e municípios, esse dinheiro não pode virar aumento de salário. Se não estaríamos nos disfarçando sob o manto de uma crise para fazer um excesso eleitoral, para gastarmos, para fazermos aumento no funcionalismo no meio de uma crise extraordinária, em que milhões de brasileiros estão perdendo emprego”, disse o ministro, em uma transmissão pela internet, organizada pelo setor varejista.

##RECOMENDA##

Guedes disse que “estão excetuados” dessa vedação de aumento de salários, “médicos, enfermeiros, policiais militares, todo mundo que está na rua ajudando a população a lutar contra o vírus”.

Reservas internacionais e privatizações

O ministro defendeu ainda redução no tamanho das reservas internacionais para diminuir a dívida bruta. “Podemos reduzir um pouco as reservas que temos. Isso dá uma redução de dívida bruta”, afirmou.

Guedes disse ainda que ontem esteve em reunião com o presidente Jair Bolsonaro e foi discutido o plano de privatizações do governo. Segundo o ministro, o secretário especial de Desestatização, Desinvestimento e Mercados, Salim Mattar, mostrou que o Brasil tem ativos imobiliários (propriedades) que superam o valor de R$ 1 trilhão, além de R$ 900 bilhões em empresas estatais. "Temos uma dívida de R$ 4 trilhões e quase R$ 2 trilhões em ativos. Se acelerarmos as privatizações e a venda de imóveis, também podemos reduzir a dívida”, disse.

Mais competição

Na transmissão, o ministro afirmou que é preciso ter mais competição no “andar de cima” da economia, citando bancos e empreiteiras. “Há milhões de pequenos empreendedores competindo e criando prosperidade, criando emprego e trazendo a saúde financeira para a população brasileira. Queremos que, no andar de cima, também aconteça essa competição”, afirmou.

Para o ministro, com mais competição e consequentemente mais produtividade, os salários dos trabalhadores vão subir e será possível “criar um mercado de consumo de massa”. “Já foi ensaiado [criar um mercado consumidor de massa] duas ou três vezes, mas não teve sustentação, porque não foi ensaiado em cima da produtividade, da acumulação de capital, dos impostos mais baixos, da maior geração de emprego. Ele foi sempre ensaiado só jogando um chuveirinho de dinheiro para o mais pobre”, argumentou.

“Não queremos dar chuveirinho de dinheiro. Já demos FGTS [Fundo de Garantia do Tempo de Serviço] duas vezes, agora demos o auxílio emergencial”, acrescentou. Segundo ele, essas medidas ajudam, mas somente o aumento de produtividade será eficiente. “Essa é a verdadeira proteção para com o trabalhador brasileiro”, disse.

Testes da Covid-19

Guedes defendeu ainda que, quando a economia voltar a funcionar, os empresários testem sistematicamente os funcionários. “Precisamos de vocês agora, empresário, fazendo testes. Funcionário chegou, faz o teste. Se está infectado, vai para casa”, disse.

Crédito para as empresas

Na transmissão, Guedes disse que a liberação de compulsórios - recursos que os bancos são obrigados a deixar depositados no Banco Central - foi usada pelos bancos para negociar com as maiores empresas. “Soltamos primeiro o crédito, liberando compulsórios e esperando a maré de liquidez subir. Mas os bancos, em um momento de crise, pensam primeiro no depositante do que nos tomadores de crédito. Conservadoramente, eles retiveram essa liquidez e renegociaram o crédito de seus melhores clientes, que são as maiores empresas”, afirmou.

Para as pequenas e médias empresas, Guedes disse que foi lançada a linha de financiamento da folha de pagamentos. E para as microempresas, ele citou o projeto de lei que vai permitir aos bancos darem empréstimos de valor correspondente a até 30% de sua receita bruta. De acordo com ele, esse crédito deve chegar a R$ 16 bilhões, beneficiando 3,5 milhões de micro e pequenas empresas.

Guedes afirmou ainda que houve um mal-entendido na avaliação de que o programa Pró-Brasil lançado pela Casa Civil tenha gerado conflito com a equipe econômica. O programa de investimento do governo federal foi lançado sem a presença de Guedes.

“O general Braga Netto é o chefe da Casa civil. Ele é o homem que tem que compatibilizar todos os programas setoriais. Naturalmente, todos os ministérios têm os seus projetos. A economia tem que dizer quanto tem de recursos”, afirmou.

Ele defendeu que a retomada da economia não será por investimentos públicos, mas pelos privados. “A retomada do crescimento virá pelo investimento privado”, afirmou. E argumentou ainda que o “PAC [Programa de Aceleração de Crescimento, lançado em 2007] já foi seguido e já deu errado”.

Divididas em nove municípios de Pernambuco, as 34 novas mortes confirmadas por Covid-19 neste domingo (26) apresentam o potencial de disseminação da doença e a extensão a qual ela já atingiu no Estado. Além da Região Metropolitana do Recife (RMR), Agreste e Sertão foram afetados, aponta o boletim emitido pela Secretaria de Saúde de Pernambuco (SES).

Com idades entre 48 e 93 anos, 18 homens e 16 mulheres representam as novas mortes no Estado. Os pacientes faleceram entre os dias 7 e 25 de abril nos municípios do Recife (20), Jaboatão dos Guararapes (7), Olinda (1), Paulista (1), Goiana (1), Pombos (1), Bom Jardim (1), Frei Miguelinho (1) e Terra Nova (1). Eles elevaram para 415 o registro de óbitos em Pernambuco.

##RECOMENDA##

A investigação das mortes prossegue, mas 23 deles apresentavam comorbidades que impulsionaram o agravamento da infecção. De acordo com os históricos, eles sofriam de hipertensão (13), diabetes (8), obesidade (1), sequela de AVC (1), doença cardíaca (2), doença renal (3), cardiopatia (5), epilepsia (1), asma (1), Parkinson (1) e doença cardiovascular crônica (1).

Embora as mulheres lideram os diagnósticos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), são os homens que menos resistem às complicações respiratórias no Estado. Das 415 mortes, 227 foram de homens, o que representa a parcela de 54,7%. Enquanto 188 mulheres já morreram pela doença, complementando em 45,3%.

A SES também informou 4.898 casos confirmados. Dos considerados graves, 1.864 estão em isolamento domiciliar e 790 estão internados, sendo 192 em UTI e 598 em leitos de enfermaria. Em relação a capacidade de internação, 92% dos leitos estão ocupados por pacientes que apresentam os sintomas característicos da pandemia. Os de enfermaria já atendem em 86% da capacidade e os de UTI em 98%.

O registro de vítimas fatais decorrentes do novo coronavírus tem dobrado no Brasil a cada dois dias e já superou a evolução pandêmica dos locais com mais infectados no mundo. Enquanto nos Estados Unidos a proliferação é duplicada a cada seis dias, na parte mais afetada da Europa, a multiplicação ocorre a cada oito dias.

"A nossa situação hoje é pior do que a de Itália, Espanha e Estados Unidos. Por isso, o número de mortes está dobrando em um espaço de tempo menor", declarou o epidemiologista Diego Xavier ao Estadão. Ele é um dos responsáveis pelo levantamento feito pela Fiocruz que revela efeitos e a velocidade da Codiv-19 no Brasil.

##RECOMENDA##

A nota técnica do sistema Monitora Covid-19 também destaca a chegada do vírus em municípios do interior do Brasil. Enquanto todas as grandes cidades - com mais de 500 habitantes - já registraram casos da doença, cerca de 59% dos locais com o quantitativo de habitantes entre 50 mil e 100 mil foram contaminados. 25,8% das cidades com a população de 20 mil a 50 mil já identificaram casos e, aproximadamente 11% dos municípios com população entre 10 mil e 20 mil, foram atingidos. A disseminação também se estende em 4% das pequenas cidades, com a população até 10 mil pessoas.

No entendimento do especialista, suspender o isolamento domiciliar nas cidades que não apresentaram casos confirmados da pandemia ainda não é ideal. "Estão tomando uma decisão muito arriscada", avaliou Xavier, pois, mesmo sem a oficialização de casos, a doença já pode estar circulando na região. Ele também reforçou a relação entre as metrópoles e o interior para garantir que é praticamente inevitável que o vírus não acometa os locais mais distantes.

Mesmo com duas confirmações e um óbito, prefeito de Santa Branca, no Interior de São Paulo, garante que a Covid-19 não circula na cidade, que tem apenas 14 mil habitantes. "Esses casos não são nossos, embora sejam moradores daqui", declarou Celso Simão Leite (PSDB).

Ele explica que os dois pacientes confirmados são um casal que foi infectado em um hospital da capital, onde a mulher de 71 anos se tratava de um câncer. Após a morte da esposa, o homem retornou ao município e cumpre uma "quarentena rigorosa", de acordo com o prefeito.

Um estudo elaborado pela Confederação Nacional de Municípios (CNM) apresenta dados alarmantes. Das 5.570 cidades brasileiras, cerca de 2 mil decretaram estado de calamidade pública até o início de abril. A ação permite que os prefeitos obtenham mais recursos da União ou estados para lidar com situações excepcionais. O número é reflexo do período de isolamento social devido à pandemia do novo coronavírus (Covid-19).

O estado de calamidade pública é uma decisão assumida pelos poderes executivos municipais, estaduais ou federal por meio de decreto. Segundo Walter Penninck Caetano, diretor da Consultoria em Administração Municipal (Conam), as medidas emergenciais são tomadas em duas situações distintas. "O estado de emergência se caracteriza pela eminencia de danos à saúde e aos serviços públicos, já o de calamidade pública é decretado quando essas situações se instalam", explica. A atitude pode autorizar ações como rompimento do teto de gastos previstos no orçamento da administração pública.

##RECOMENDA##

Devido à pandemia, os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) foram favoráveis à maleabilidade da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). No caso dos municípios, Caetano considera que a decisão da Suprema Corte pode ser considerada positiva, mas faz um alerta. "O plano de ação de combate à pandemia não pode perder de vista o resultado das metas fiscais contidas na LDO mesmo flexibilizada. O município não tem campo de manobra para realização de despesas de forma desmedida", ressalta o diretor da Conam. A exceção deve ser avaliada com cautela pelos próprios prefeitos para que eles mesmos não sejam punidos no último ano de mandato. "O não atingimento dos percentuais mínimos em ensino e saúde, pagamento de precatórios, gastos com pessoal, podem levar os tribunais à rejeição das contas", complementa.

O exemplo da saúde é o mais claro para mostrar a incapacidade dos cofres municipais. A maioria dos prefeitos trabalha com uma margem de 10% a mais do que o limite no setor. "Hoje, os municípios são obrigados a destinar um mínimo de 15% da receita corrente líquida em saúde pública, mas a maioria já despende mais de 25% e os serviços são prestados de forma precária", ressalta Caetano. Para o diretor da Conam, mesmo com a opção pelo decreto excepcional, as cidades não conseguem suportar a situação sem a participação voluntária dos governadores e do Palácio do Planalto no combate à disseminação do novo coronavírus. "Os municípios brasileiros, de forma isolada, não têm preparo e condições para enfrentar a situação pandêmica que estamos vivendo".

No que se refere ao estado de São Paulo, a lista da CNM mostra que municípios do interior paulista, como Campinas, Paulínia e Americana, decretaram calamidade pública.

O Diário Oficial da União (DOU) publica a Lei Complementar 172/2020, que autoriza Estados, Distrito Federal e municípios a transferir recursos parados em seus respectivos fundos de saúde para ações de combate à pandemia do novo coronavírus. A norma, de autoria da Câmara dos Deputados e aprovada no fim de março no Congresso, foi sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro sem vetos.

"Ficam autorizadas aos Estados, ao Distrito Federal e aos municípios a transposição e a transferência de saldos financeiros remanescentes de exercícios anteriores, constantes de seus respectivos Fundos de Saúde, provenientes de repasses do Ministério da Saúde", diz a lei. "A transposição e a transferência de saldos financeiros serão destinadas exclusivamente à realização de ações e serviços públicos de saúde", acrescenta.

##RECOMENDA##

Porém, os recursos liberados só poderão ser aplicados em atividades previstas em lei, incluindo vigilância epidemiológica, por exemplo. Além disso, os entes devem observar atos normativos do Sistema Único de Saúde, inserir os valores transferidos na lei orçamentária e informar as operações ao respectivos Conselhos de Saúde.

A lei estabelece ainda que a transposição e a transferência dos saldos financeiros de anos anteriores só serão permitidas enquanto durar o estado de calamidade pública no País em virtude da pandemia, período que termina em 31 de dezembro de 2020.

O governo vai encaminhar aos líderes dos partidos da Câmara e do Senado uma proposta de acordo para transferir até R$ 40 bilhões de recursos diretos para Estados e municípios enfrentarem a covid-19. Em troca, o governador e prefeito que receber o dinheiro federal terá de suspender por dois anos os reajustes salariais dos seus servidores públicos.

A proposta do governo é substituir o texto do projeto emergencial de socorro a Estados e municípios que tramita na Câmara ou apresentar um novo texto por meio de um senador aliado. Não está descartada ainda a edição de uma Medida Provisória (MP) com os termos do acordo com os líderes. A proposta inicial é de R$ 32 bilhões, com folga para subir até R$ 40 bilhões, apurou o Estado.

##RECOMENDA##

O projeto que tramita na Câmara, patrocinado pelo presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), tem potencial de afetar os cofres públicos em até R$ 222 bilhões, a depender de sua extensão, segundo cálculos do secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, já avisou que não aceita a ampliação do espaço de endividamento dos Estados. O Plano Mansueto, que previa alívio financeiro a governos regionais com dificuldade de pagar servidores e fornecedores, mas que exigia contrapartidas de ajuste fiscal estruturantes para as contas públicas, como redução de despesas com pessoal, foi abandonado pelo ministro.

A tentativa de acordo começou a ser costurada em reunião realizada ainda na quinta-feira. Guedes avisou a Maia que "dali não passava". O ministro enviou a ele um artigo dos economistas Marcos Lisboa e Marcos Mendes alertando que o projeto era "a mãe de todas as bombas fiscais". No mesmo dia, Maia acabou não colocando o projeto em votação.

Uma fonte da equipe econômica informou que o governo partiu diretamente para uma negociação com os líderes dos partidos porque há convicção de que o presidente da Câmara usou o projeto como "disfarce" para desgastar o presidente Jair Bolsonaro e ajudar os governadores do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), e de São Paulo, João Doria (PSDB).

A interlocutores, o ministro disse que Maia tem dois caminhos: continuar no confronto ou buscar um pacificação em torno da nova proposta. Guedes tem reforçado às lideranças que atendeu a governadores e prefeitos, mas que o parecer do relator Pedro Paulo (DEM-RJ) "dobrou a aposta" para um patamar não aceitável.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Assim como a União planeja terminar o ano com rombo recorde superior a R$ 420 bilhões nas contas públicas, Estados e municípios também querem espaço maior para contrair novos empréstimos e gastar mais nas ações de enfrentamento da pandemia da covid-19. Governadores e prefeitos pressionam para aumentar o déficit dos governos regionais dos atuais R$ 30 bilhões para um patamar entre R$ 40 bilhões a R$ 44 bilhões em 2020, segundo apurou o Estadão/Broadcast.

Sem direito a se financiar no mercado, a saída dos governadores e prefeitos para elevar os gastos é via novos empréstimos e suspensão de pagamentos de parcelas da dívida com a União, bancos e organismos internacionais. Antes da pandemia, a estimativa era que os governos regionais fechassem o ano no azul em R$ 9 bilhões.

##RECOMENDA##

A ampliação do espaço está sendo negociada no âmbito do projeto que cria o chamado Plano Mansueto de socorro aos Estados e municípios. A votação do projeto na Câmara, que ganhou regime de urgência, foi adiada para esta terça-feira (7). A equipe do ministro da Economia, Paulo Guedes, tenta manter o espaço fiscal dentro do déficit estimado de R$ 30 bilhões. Reuniões foram feitas na segunda (6) com o relator da proposta na Câmara, deputado Pedro Paulo (DEM-RJ).

O resultado negativo indicado na lei está diretamente relacionado à capacidade de empréstimos da cada Estado ou prefeitura. O limite de crédito é autorizado pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), órgão que reúne Guedes, o secretário especial de Fazenda do Ministério da Economia, Waldery Rodrigues, e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.

Além do limite, cada Estado ou município recebe uma nota de risco que garante ou não aval do Tesouro (com o "selo", governadores e prefeitos conseguem empréstimos com mais facilidade e a menor custo, já que, caso deem calote, a União cobre).

Regras

Durante a calamidade, o Congresso também quer mudar as regras das notas para permitir que mais governadores e prefeitos tenham acesso aos empréstimos com garantia, mesmo para Estados com nota ruim por terem endividamento alto. Técnicos avaliam que mudar as regras da nota não assegura que o CMN aumentará o limite global de crédito para permitir ampliar o nível de endividamento.

O Congresso já autorizou a mudança da meta dos governos regionais para déficit de R$ 30 bilhões por causa da covid-19. A equipe econômica quer manter nesse nível, que leva em conta o impacto das medidas de R$ 88 bilhões para os Estados e municípios já anunciadas pelo governo federal, que incluem suspensão de dívidas e acesso a dinheiro novo, além de um espaço de R$ 6,5 bilhões aberto com o Plano Mansueto, destinado principalmente a Estados com problemas de caixa para pagar funcionários e fornecedores. Em reunião com bancadas do Congresso no fim de semana, Guedes afirmou ser contra o perdão da dívida dos Estados, mas defendeu alívio a governadores para fazer frente a gastos com saúde e à redução na arrecadação.

Ao jornal O Estado de S. Paulo, o relator do projeto admitiu que está abrindo uma janela para governadores e prefeitos lidarem com as despesas. Há no plano a exigência de contrapartidas, como a de não ampliar gastos permanentes. Até o fim de 2020, o programa suspende o pagamento da dívida dos governos regionais com a União, possibilita buscar o setor financeiro e organismos multilaterais a financiar suas dívidas sem aval do Tesouro, mantendo as garantias. No caso do BNDES e Caixa, somente os contratos na Justiça ficam fora desse refinanciamento.

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando