Tópicos | coronavírus

A Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) atualizou, nesta quinta-feira (24), os números da pandemia do coronavírus em Pernambuco. Foram confirmados 1.495 novos casos da Covid-19, além de seis óbitos.

Dos novos registros, 16 são de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) e 1.479 são leves. Pernambuco totaliza 1.078.773 casos confirmados da doença, sendo 60.151 graves e 1.018.622 leves.

##RECOMENDA##

No boletim de hoje também constam seis mortes, ocorridas entre 8 de julho de 2022 e o último sábado (19). Com isso, o Estado totaliza 22.460 mortes pela Covid-19.

A prefeitura de Campinas, cidade do interior de São Paulo, decidiu reabrir o hospital de campanha para internação de pacientes com Covid-19. O município ampliou também a "forte recomendação" do uso de máscara, já em vigor em ambientes fechados, para o transporte coletivo municipal. A maior cidade do interior paulista, com 1,2 milhão de habitantes, enfrenta aumento nos casos e nas internações pela doença.

O hospital de campanha vai funcionar a partir desta sexta-feira (25) na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Carlos Lourenço, que será fechada nesta quinta (24) para a transferência dos pacientes que não estão com covid e adequação das instalações. A reabertura da unidade oferecerá 23 leitos exclusivos para covid, sendo 18 de enfermaria, dois de isolamento e três com suporte respiratório para urgências.

##RECOMENDA##

A UPA atende em média 210 pacientes por dia que agora, não sendo casos de covid, devem ser atendidos por outras unidades.

Desde o início da pandemia, em março de 2020, é a terceira vez que a unidade se transforma em hospital de campanha para o enfrentamento da covid-19. As anteriores foram entre julho e agosto de 2020, na primeira onda da pandemia, e entre janeiro e novembro de 2021, nas duas ondas seguintes.

Agora, a cidade convive com aumento de casos e internações devido à circulação de variantes do coronavírus. Esta semana, a rede municipal do Sistema Único de Saúde (SUS) atingiu 100% de ocupação dos leitos gerais.

Conforme a Secretaria Municipal de Saúde, mais de 75% das 55 pessoas internadas com covid-19 em Campinas entre 28 de agosto e 19 de novembro estavam com o esquema vacinal incompleto.

Do total de internados, 13 foram para a UTI e, destes, dez não tinham recebido todas as doses recomendadas. Conforme a diretora do Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa) Andrea von Zuben, a vacina está disponível em 66 centros de saúde da cidade e não há necessidade de agendamento prévio.

Nesta quarta, o comitê municipal de enfrentamento da pandemia recomendou "fortemente" o uso de máscara no transporte coletivo municipal. Desde o último dia 17, a recomendação já vale para "ambientes pouco ventilados", inclusive no comércio.

Entre 30 de outubro e 5 de novembro a cidade registrou 434 casos positivos, total que subiu para 799 na semana seguinte, alta de 84%. Os atendimentos no SUS municipal subiram de 3.122 para 5.033 nos mesmos períodos. Na semana de 13 a 19 deste mês, foram 6.083 casos atendidos.

Outras cidades do interior de São Paulo passaram a recomendar o uso de máscaras em ambientes fechados depois do aumento nos casos de covid-19.

A Secretaria de Saúde de São José do Rio Preto pediu que a população volte a usar o protetor facial em ambientes fechados, com aglomerações de pessoas e, principalmente, no transporte coletivo.

Em Presidente Prudente, o uso de máscara voltou a ser recomendado e já faz parte da rotina dos moradores. De acordo com a secretária de Saúde, Márcia Lima Dantas, houve aumento de 250% nos casos positivos este mês, em comparação com o mesmo período de outubro.

Em Araçatuba, a recomendação da máscara inclui shoppings e supermercados. Em Ourinhos, a Santa Casa já tem paciente com covid-19 na fila por internação e decidiu suspender a entrada de crianças, idosos e pessoas com sintomas gripais para visita aos pacientes internados.

O Brasil tem 106.069.544 pessoas (49,4% da população) imunizadas com reforço ou a dose adicional da vacina contra a covid-19.

As informações são do Consórcio de Imprensa do qual o Estadão faz parte. Confira os dados sobre a pandemia do coronavírus e sobre o ritmo de imunização no menu Indicadores, no topo do terminal Broadcast, em Covid-19. Os números estão sujeitos a revisões.

##RECOMENDA##

Quanto à primeira dose, 181.982.808 pessoas (84,7%) tomaram a vacina. Já a segunda foi aplicada em 172.011.372 pessoas (80,1%).

A media móvel de casos de covid-19 foi nesta quarta-feira, 23, a 20.175, 244% maior ante o índice de duas semanas atrás. Em 24 horas, foram registradas 27.171 contaminações, elevando o total a 35.121.301.

As informações são do Consórcio de Imprensa do qual o Estadão faz parte. Confira os dados sobre a pandemia do coronavírus e sobre o ritmo de imunização no menu Indicadores, no topo do terminal Broadcast, em Covid-19. Os números estão sujeitos a revisões.

##RECOMENDA##

O Brasil registrou 102 mortes por covid-19 de ontem para hoje, elevando o total de óbitos a 689.325. A média móvel semanal de vidas perdidas foi de 73, alta de 50% em relação à de duas semanas.

As vacinas bivalentes da Pfizer, atualizadas contra as novas variantes do coronavírus, foram aprovadas nesta terça-feira, 22, pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em uma reunião extraordinária. Segundo a farmacêutica, o imunizante deve chegar ao País nas "próximas semanas".

O contrato prevê a entrega de duas vacinas adaptadas às variantes Ômicron BA.1 e BA.4/BA.5, que estão em alta circulação no momento, para uso emergencial como dose de reforço na população acima de 12 anos de idade.

##RECOMENDA##

Até o momento, não foi divulgado o número de doses compradas pelo Ministério da Saúde. Procurada, a pasta disse ao Estadão que a estratégia de imunização e os grupos que serão priorizados para tomar a dose de reforço da nova vacina estão em processo de definição pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI). "As orientações para a aplicação da vacina e o cronograma de distribuição serão formalizados em nota técnica aos Estados nos próximos dias", disse o ministério em nota.

Além das vacinas contra as novas variantes da Ômicron, o contrato do Ministério da Saúde com a Pfizer também prevê a entrega de potenciais vacinas adaptadas a novas variantes do coronavírus à medida que novas cepas são descobertas e incorporadas ao imunizante. Desta forma, o Brasil estaria mais preparado para enfrentar novas ondas de covid-19.

"As vacinas adaptadas à Ômicron BA.1 e BA.4/BA.5 virão com uma tampa com coloração diferente - cor cinza, para ajudar na diferenciação. Outra novidade é que essas versões do imunizante não precisam de diluição para aplicação", diz a Pfizer em nota.

Reforço na imunização

O Brasil enfrenta hoje uma alta de casos de covid-19 e o novo imunizante chega como um reforço contra as subvariantes da Ômicron, que no momento estão em grande circulação no País e no mundo. As vacinas bivalentes aprovadas para utilização no Brasil são uma combinação do atual imunizante de covid-19 da Pfizer-BioNTech com a vacina adaptada à Ômicron.

Em nota, a Pfizer disse que "nos estudos clínicos, as vacinas bivalentes mostraram induzir resposta imunológica robusta para as variantes Ômicron em circulação (BA.1 e BA.4/BA.5), e para outras variantes de preocupação, incluindo o vírus original. As vacinas bivalentes também mantêm bom perfil de segurança e tolerabilidade".

O Ministério da Saúde reforça que os imunizantes presentes hoje nos postos de saúde, tanto da Pfizer, quanto de outras marcas, já protegem contra casos graves de infecções por novas cepas do vírus, no entanto, o índice de proteção é menor.

Especialistas defendem que, neste momento de alta de casos de covid-19 no País, é urgente que a população tome as doses de reforço disponíveis - de qualquer vacina regulamentada - para que a imunização seja mais eficaz.

No caso de pacientes imunossuprimidos, como pessoas que receberam transplante recente de órgãos e/ou com doenças autoimunes, é importante que a dose de reforço seja feita com a vacina bivalente para que a imunização seja potencializada.

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), um dos filhos do presidente Jair Bolsonaro (PL), afirmou, nesta quarta-feira (23), que é uma "imbecilidade" a decisão da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) de obrigar o uso de máscaras contra a Covid-19 em aeroportos e aviões. A partir de sexta-feira (25), os passageiros terão de usar o equipamento de proteção nos terminais e nos voos.

Segundo a agência, o serviço de bordo não será proibido e os passageiros poderão tirar a máscara para comer ou mesmo ingerir líquidos em outros momentos do voo. A obrigação se aplica para todos os aeroportos brasileiros e também voos nacionais. No caso das viagens internacionais, a regra vale no apenas momento do embarque no Brasil e no desembarque de voo internacional em território brasileiro.

##RECOMENDA##

Eduardo Bolsonaro informou a seus seguidores, no Twitter, que estava entrando com um Projeto de Decreto Legislativo "para sustar os efeitos desta imbecilidade vinda da Anvisa". "Convocação/convite de dirigentes da Anvisa para a Câmara ou mesmo moção de repúdio em câmaras estaduais e municipais estão no radar", afirmou.

Durante toda a pandemia, Jair Bolsonaro promoveu aglomerações e criticou o uso de máscaras para evitar a propagação da doença. O presidente também disse não ter se vacinado contra a doença. E dezembro do ano passado, Bolsonaro subiu o tom contra o equipamento de proteção durante uma cerimônia no Palácio do Planalto. "Aqui é proibido usar máscara", disse na ocasião.

Decisão

O tema da máscara foi incluído na pauta de reunião da diretoria da Anvisa nesta terça-feira (22). O diretor Daniel Pereira, relator do processo, votou pelo reforço da recomendação ao equipamento e não pela volta da obrigação do uso. Mas acabou derrotado pelos demais quatro diretores da agência.

A Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) atualizou, nesta quarta-feira (23), os números da pandemia do coronavírus em Pernambuco. Foram confirmados 989 novos casos da Covid-19, além de seis óbitos.

Dos novos registros, 18 são de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) e 971 são leves. Agora, Pernambuco totaliza 1.077.278 casos confirmados da doença, sendo 60.135 graves e 1.017.143 leves.

##RECOMENDA##

No boletim de hoje também constam seis mortes, ocorridas entre 30 de janeiro de 2021 e a última terça-feira (22). Com isso, o Estado totaliza 22.454 mortes pela Covid-19.

 

Atendimentos a casos suspeitos de Covid-19 aumentaram em oito em cada dez hospitais privados de São Paulo nos últimos dias, mas a maioria dos pacientes não precisou ser internada. Isso é o que aponta levantamento a ser divulgado nesta quarta-feira (23) pelo Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo (SindHosp).

Especialistas da área médica dizem que, até o momento, o avanço de casos tem sido marcado por quadros leves, mas reforçam a importância de completar o esquema vacinal e de adotar medidas como uso de máscara em locais fechados e de aglomeração. O País tem passado por uma nova onda de Covid, impulsionada por subvariantes da Ômicron.

##RECOMENDA##

Ao todo, 90 hospitais privados de todo o Estado foram consultados pelo SindHosp entre os dias 11 e 21 deste mês. Desses, 77% ficam no interior e 23% na capital. Conforme o levantamento, 84% dos hospitais notificaram aumento nos atendimentos de pessoas com suspeita de covid ao longo dos últimos dias.

Entre esses hospitais, a maioria (39%) relatou alta de 21% a 30% nos atendimentos a pacientes com esse perfil. Em 31%, esse crescimento ficou entre 11% e 20%. Outras 21% dessas instituições registraram crescimento de até 20%, enquanto em 9% a variação foi superior a 31%.

Ainda com o avanço de atendimentos, a maior parte dos hospitais (73%) relata que o aumento de pacientes hospitalizados foi menor que 5% tanto em leitos de UTI como em leitos clínicos. Em 18%, essa alta ficou entre 6% a 10%. Em apenas 9% deles o crescimento foi superior a 11%.

Cuidados

Presidente do SindHosp, o médico Francisco Balestrin afirma que a maior circulação do coronavírus de fato ocorre neste momento, o que demanda atenção para cuidados sanitários. "No entanto, o volume de internações ainda é baixo", pondera.

"Avaliamos que os casos evoluem sem gravidade, não necessitando de internação hospitalar", destaca Balestrin. "Mas ratificamos a necessidade de que a população use máscara em locais com aglomerações e mantenha o protocolo de segurança à saúde, com a lavagem de mãos, e cumpra o calendário de vacinação."

Infectologista do Hospital Sírio-Libanês, Mirian Dal Ben aponta que, especialmente nas últimas duas semanas, a instituição tem observado um "aumento importante no número de casos". "A expectativa é de que a gente atinja o pico (de casos) na primeira semana de dezembro", aponta. Segundo ela, o número de internações não tem subido em igual proporção, mas ainda assim exige uma reorganização.

"Os hospitais estão tendo de se reorganizar para conseguir atender a essa demanda de pacientes que estão precisando ser internados", diz ela. Há atualmente 50 pacientes internados com diagnóstico de covid no Sírio-Libanês, sendo 32% em leitos de terapia intensiva. Aumentou cinco vezes em relação à primeira semana de novembro. "Estão sendo internados muitos pacientes sem a dose de reforço, principalmente idosos", aponta a médica, que reforça a necessidade de a população tomar as doses adicionais.

Ela alerta ainda que outros grupos estão sendo afetados. "Outra população que tem procurado muito o pronto-socorro e internado também são as crianças, principalmente as que ainda não estão vacinadas", complementa. A imunização do público-alvo de 6 meses a 2 anos começou apenas na semana passada no País.

"Parece um cenário de menor gravidade do que a gente já tinha visto com a Ômicron (em janeiro), mas se vai ser mais brando ainda do que as últimas ondas a gente ainda não sabe", aponta Daniela Bergamasco, infectologista do HCor, que relembra que, em outras ondas, o aumento de casos veio antes do aumento de internações.

Para ela, os motivos que ajudam a explicar as internações mais graves não estarem subindo tanto podem ir desde os efeitos de uma maior cobertura vacinal a outros fatores, como características ainda desconhecidas das novas subvariantes.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Diretoria Colegiada da Anvisa aprovou, nesta terça-feira (22), resolução que altera a RDC nº 456/2020, trazendo novas medidas para serem adotadas em aeroportos e aeronaves, em virtude do cenário epidemiológico da Covid-19 no país. A mudança se refere ao retorno da obrigatoriedade do uso de máscaras nesses ambientes.  

Para subsidiar a avaliação do cenário epidemiológico, a Anvisa realizou reunião na segunda-feira (21), com especialistas no tema para debater acerca dos dados disponíveis. Na oportunidade, participaram representantes da Sociedade Brasileira de Infectologia; Conselho Nacional de Secretários de Saúde – Conass; Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde – Conasems; Fundação Oswaldo Cruz; e Associação Brasileira de Saúde Coletiva; além dos epidemiologistas Carla Domingues e Wanderson Oliveira.

##RECOMENDA##

Os participantes da reunião ressaltaram que os dados epidemiológicos demandam o retorno de medidas não farmacológicas de proteção, como o uso de máscaras, principalmente no transporte público, aeroportos e ambientes fechados/confinados.

Segundo o Diretor Alex Campos, que propôs a medida, “o uso de máscaras em ambientes de maior risco, pelas suas características de confinamento, circulação e aglomeração de pessoas, representa um ato de cidadania e de proteção à coletividade e objetiva mitigar o risco de transmissão e de contágio da doença”.

Entenda

O uso das máscaras estava previsto como recomendação desde agosto deste ano, principalmente para pessoas com sintomas gripais e para o público mais vulnerável, como imunocomprometidos, gestantes e idosos, de acordo com a Resolução RDC nº 456/2020.

O Diretor Daniel Pereira, relator da matéria, apresentou voto consubstanciado na posição da área técnica, sugerindo reforço na recomendação do uso de máscaras por viajantes.   

Contudo, diante dos dados epidemiológicos atuais, que indicam aumento no número de casos de Covid-19 na população brasileira, a Diretoria Colegiada entendeu ser necessária a retomada da obrigatoriedade do uso de máscaras de proteção facial em aeroportos e aeronaves, de modo a conter a disseminação da doença na população que utiliza esses ambientes seja para trabalho ou para locomoção.

O comportamento com características de sazonalidade da pandemia também foi considerado, uma vez que, nos últimos anos, observou-se no Brasil o aumento da transmissão do vírus nos meses de novembro a janeiro, quadro que pode ser ainda agravado com o esperado maior fluxo de viajantes que se deslocam pelos aeroportos para as férias escolares e festas de final de ano.

A Anvisa atuou, mais uma vez, dentro de suas competências legais, após robusta avaliação do cenário epidemiológico brasileiro e mundial, da observação do comportamento da pandemia nos últimos anos, da prospecção de dados relativos aos indicadores da pandemia e de estudos científicos, adaptando as regras atuais de forma proporcional ao risco para a saúde da população.

A Agência continuará atenta, avaliando e acompanhando os dados epidemiológicos, a fim de que as medidas possam ser revisitadas sempre que necessário, visando o cumprimento de sua missão na proteção da saúde das pessoas.

Novas regras

A nova resolução aprovada pela Anvisa dispõe que é obrigatório o uso de máscaras faciais no interior dos terminais aeroportuários, meios de transporte e outros estabelecimentos localizados na área aeroportuária.

Destaca-se que a norma proíbe a utilização de:

- máscaras de acrílico ou de plástico;

- máscaras dotadas de válvulas de expiração, incluindo as N95 e PFF2;

- lenços, bandanas de pano ou qualquer outro material que não seja caracterizado como máscara de proteção de uso profissional ou de uso não profissional;

- protetor facial (face shield) isoladamente;

- máscaras de proteção de uso não profissional confeccionadas com apenas uma camada ou que não observem os requisitos mínimos previstos na ABNT PR 1002 - Guia de requisitos básicos para métodos de ensaio, fabricação e uso.

De acordo com a resolução, as máscaras devem ser utilizadas ajustadas ao rosto, cobrindo o nariz, queixo e boca, minimizando espaços que permitam a entrada ou saída do ar e de gotículas respiratórias.

A obrigação do uso de máscaras será dispensada no caso de pessoas com transtorno do espectro autista, com deficiência intelectual, com deficiências sensoriais ou com quaisquer outras deficiências que as impeçam de fazer o uso adequado de máscara de proteção facial, bem como no caso de crianças com menos de 3 (três) anos de idade. Ademais, é permitido remover a máscara exclusivamente:

I - no interior das aeronaves para:

a) hidratação;

b) alimentação durante o serviço de bordo.

II - nas praças de alimentação ou áreas destinadas exclusivamente à realização de refeições dos terminais aeroportuários para:

a) hidratação;

b) alimentação.

III - nos demais ambientes dos terminais aeroportuários, para:

a) hidratação;

b) alimentação.

Por fim, a norma aprovada prevê que, nos veículos utilizados para deslocamento de viajantes para embarque ou desembarque em área remota deve-se assegurar que os viajantes e motoristas mantenham o uso obrigatório e adequado das máscaras faciais no interior do meio de transporte.

A Agência destaca que permanece mantida a possibilidade dos serviços de bordo em voos nacionais, conforme decisão adotada em 13/05/22, por meio da RDC nº 684/2022.

A Resolução entrará em vigor no dia 25 de novembro de 2022.

Da assessoria

A media móvel de casos de Covid-19 foi nesta terça (22) a 18.592, 261% maior ante o índice de duas semanas atrás. Em 24 horas, foram registradas 27.931 contaminações, elevando o total a 35.094.130.

As informações são do Consórcio de Imprensa do qual o Estadão faz parte. Confira os dados sobre a pandemia do coronavírus e sobre o ritmo de imunização no menu Indicadores, no topo do terminal Broadcast, em Covid-19. Os números estão sujeitos a revisões.

##RECOMENDA##

O Brasil registrou 159 mortes por Covid-19 de segunda (21) para terça, elevando o total de óbitos a 689.223. É o maior nível diário desde 26 de outubro. A média móvel semanal de vidas perdidas foi de 65, alta de 43% em relação à de duas semanas.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou, nesta terça-feira, 22, o uso emergencial da vacina bivalente da Pfizer contra a Covid-19. A decisão da Anvisa, aprovada por unanimidade, permite a aplicação do imunizante como dose de reforço na população acima de 12 anos de idade.

As vacinas bivalentes são mais atualizadas e contêm uma mistura de cepas do vírus SarsCov-2. Desta forma, os imunizantes podem garantir uma proteção maior contra as novas variantes. O Brasil passa por uma nova onda da Covid-19, que tem preocupado especialistas pela maior resistência às barreiras vacinais e transmissibilidade das novas cepas do coronavírus.

##RECOMENDA##

A diretora Meiruze Sousa Freitas, relatora do processo na Anvisa, proferiu o voto pela aprovação das novas vacinas. Ela afirmou que as subvariantes BA4, BA5, BQ1.1 são a maioria dos novos casos de Covid atualmente. Ela apontou ainda que há aumento de casos e internações especialmente em grupos que não receberam a vacinação completa.

"Não é natural o padrão de óbitos que o Brasil ainda vem enfrentando e, por isso, alerto que as medidas de prevenção, por exemplo, o uso de máscaras, a higienização das mãos continuam sendo uma parte importante da nossa resposta à Covid-19", disse a relatora.

Meiruze Freitas orientou também que a população continue tomando as doses de reforço no momento indicado com as vacinas monovalentes. "Os indivíduos elegíveis para uma dose de reforço, particularmente, aqueles em grupos com maior risco de desenvolver Covid na forma grave não devem atrasar a sua vacinação planejada para aguardar o acesso à vacina bivalente". disse. "Todas as vacinas de reforço aprovadas ajudam a melhorar a proteção obtida com as doses de anteriores da vacina e ajudam a fornecer proteção contra o adoecimento grave e os óbitos pela Covid-19."

Hoje, as subvariantes que mais preocupam autoridades sanitárias ao redor do mundo são a BQ.1 e a XBB, ambas da linhagem da Ômicron - variante contra a qual a vacina bivalente da Pfizer possui proteção específica, diferentemente dos imunizantes disponível no Brasil.

Segundo especialistas, os imunizantes disponíveis hoje nos postos de saúde do País conferem uma proteção mínima contra as novas variantes, mas é preciso que as pessoas tomem todas as doses de reforço necessárias. Para pessoas imunossuprimidas, como pacientes recém transplantados, pessoas com câncer ou doença de lupos, os infectologistas afirmam que a imunização com a vacina bivalente, mais atualizada, é bastante importante.

A Pfizer encaminhou dois pedidos de uso emergencial de autorização temporária para uso emergencial da vacinas. O primeiro pedido, referente à bivalente com a subvariante Ômicron BA1, foi submetido em 19 de agosto de 2022. O segundo, referente à versão que contém a subvariante BA.4/BA.5 foi protocolado em 30 de setembro de 2022.

Desde então, o órgão tem analisado a demanda. Antes de a reunião ser a convocada, a agência havia silenciado sobre o prazo para conclusão do procedimento. A Anvisa e o Ministério da Saúde também diziam não ter informações que indicassem a previsão de quando as novas doses poderão começar a ser aplicadas.

A autorização de uso emergencial é regulamentada por uma resolução da agência. Após receber o pedido, a Agência tem 30 dias para concluir a avaliação. O prazo é interrompido sempre que for necessária a solicitação à empresa de complementação de informações ou esclarecimentos sobre os dados de qualidade, eficácia e segurança apresentados.

Atraso

O grupo da transição responsável pela área da saúde afirma ter confirmado que 85 milhões de brasileiros ainda não tomaram a terceira dose contra a Covid-19. Os integrantes têm um encontro marcado com o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, nesta quarta-feira, 23.

"É situação de vulnerabilidade, falta a dose para as crianças de 3 anos em diante, não foi feita a dose de reforço das crianças acima de 10 anos. É uma situação que não dá para se dizer que é normal. Nós podíamos estar muito mais bem preparados para receber essa nova onda (de Covid), para enfrentar nessa nova onda pandêmica que já está presente no País", disse Arthur Chioro, médico sanitarista que compõe o grupo da área da saúde.

Até 31 de dezembro, lembrou o médico, a responsabilidade por fazer aquisição de vacinas e cumprir os contratos é da atual gestão de Jair Bolsonaro. Um encontro com especialistas também está previsto na quinta-feira, 24. "Nós estamos convocando mais de 30 sociedades científicas na quinta-feira pela manhã, para dialogar com a gente exatamente sobre esse tema." O grupo técnico já fez uma solicitação de dados ao Ministério da Saúde e está no aguardo das informações.

A reportagem perguntou ao Ministério da Saúde se já há entendimento com a Pfizer para a aquisição das vacinas bivalentes e o número de doses que a pasta comprará. Não houve retorno.

O governo federal enviou a proposta de orçamento do ano que vem, para o Congresso, com previsão de R$ 8,655 bilhões para aquisição e distribuição de imunobiológicos para prevenção e controle de doenças, o que inclui as vacinas contra a Covid-19. O valor é R$ 507 milhões menor do que aquele encaminhado, em 2021, para o projeto de lei orçamentária deste ano.

O Instituto Butantan identificou uma nova sublinhagem da variante Ômicron do coronavírus, a BN.1, pela primeira vez no Brasil. Ela é uma variante derivada da BA.2.75 e foi detectada a partir de uma amostra coletada em 27 de outubro deste ano em uma mulher de 38 anos, moradora da cidade de São Paulo. É a primeira vez que a variante é encontrada no País, mas ainda não é possível afirmar que ela vai se espalhar.

Conforme o instituto, a detecção desta sublinhagem é um indicativo de que ela está em circulação no Estado de São Paulo. "Por não ser um exemplo de variante de preocupação - mais transmissível, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) -, ela não deve causar grande impacto", acrescentou em nota.

##RECOMENDA##

A BN.1 foi descrita primeira vez no sistema Pango de linhagens do SARS-CoV-2 na Índia em 28 de julho deste ano e atualmente é encontrada principalmente nos Estados Unidos (16% de todas as amostras de BN.1 encontradas no mundo), no Reino Unido (15%), Áustria (14%), Austrália (14%) e Índia (11%), de acordo com informações do Butantan.

Na quinta-feira passada, DIA 17, o Centro para Vigilância Viral e Avaliação Sorológica (CeVIVAS), do Instituto Butantan, detectou pela primeira vez duas novas sublinhagens da cepa Ômicron, batizadas XBB.1 e CK.2.1.1, em amostras colhidas em São Paulo. Os exames foram coletados na primeira quinzena de outubro e as análises confirmadas pela Rede de Alerta das Variantes do SARS-CoV-2.

A XBB.1 foi encontrada em uma amostra coletada na capital paulista e já está presente em 35 países. Segundo a OMS, classificada como variante de monitoramento, algumas evidências preliminares sugerem que esta sublinhagem específica pode trazer um maior risco de reinfecção quando comparada com outras variantes da Ômicron.

Já a CK.2.1.1 foi detectada em um paciente de Ribeirão Preto, no interior paulista, e, até o momento, é considerada mais rara, presente, até então, apenas em 342 amostras registradas na plataforma e distribuídas entre Alemanha, Estados Unidos, Dinamarca, Espanha e Áustria.

A Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) atualizou, nesta terça-feira (22), os números da pandemia do coronavírus em Pernambuco. Foram confirmados 264 novos casos da Covid-19, além de dois óbitos.

Dos novos registros, 22 são de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) e 242 são leves. Pernambuco totaliza 1.076.289 casos confirmados da doença, sendo 60.117 graves e 1.016.172 leves.

##RECOMENDA##

A SES-PE destaca que a plataforma do Ministério da Saúde que realiza o registro dos casos leves (E-SUS Notifica) vem apresentando inconsistências, dificultando o registro destes casos pelos municípios.

No boletim de hoje também constam nove mortes, ocorridas entre os dias 2 de março de 2022 e 15 de novembro deste ano. Com isso, o Estado totaliza 22.448 mortes pela Covid-19.

A nova onda da Covid-19 tem preocupado especialistas pela maior resistência às barreiras vacinais e transmissibilidade das novas cepas do coronavírus. Em meio a este cenário, a vacina bivalente da Pfizer se tornou uma esperança: por ser mais atualizada e conter uma mistura de cepas do vírus SarsCov-2, o imunizante pode garantir uma proteção maior contra as novas variantes. O imunizante está em fase da aprovação para uso emergencial no Brasil pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que realizará uma reunião extraordinária nesta terça-feira, 22, para decidir sobre a liberação.

Hoje, as subvariantes que mais preocupam autoridades sanitárias ao redor do mundo são a BQ.1 e a XBB, ambas da linhagem da Ômicron - variante contra a qual a vacina bivalente da Pfizer possui proteção específica, diferentemente dos imunizantes disponível no Brasil.

##RECOMENDA##

Segundo especialistas, os imunizantes disponíveis hoje nos postos de saúde do País conferem uma proteção mínima contra as novas variantes, mas é preciso que as pessoas tomem todas as doses de reforço necessárias. Para pessoas imunossuprimidas, como pacientes recém transplantados, pessoas com câncer ou doença de lúpus, os infectologistas afirmam que a imunização com a vacina bivalente, mais atualizada, é bastante importante.

As novas cepas e a vacina bivalente

A BQ.1 provocou surtos de covid-19 na Europa na metade do ano, foi encontrada no Brasil nos últimos meses e pode ser uma das responsáveis pelo aumento no número de casos da doença no País. Já a XBB tem maior número de casos na Ásia, em especial na Índia e em Cingapura, mas está mais ligada a casos fatais.

Segundo Julio Croda, médico infectologista da Fiocruz e professor da UFMS, apesar de os estudos sobre a proteção da vacina bivalente contra a BQ.1 ainda não terem sido concluídos, a composição do imunizante indica maior proteção contra a subvariante.

"A BQ.1 tem escape de reposta imune maior e já temos dados dela sobre anticorpo neutralizante, que está relacionado à proteção contra infecção. Dessa forma, fica claro que a vacina bivalente garante maior nível de anticorpo neutralizante e, portanto, maior proteção para a BQ.1?, diz o especialista.

Em nota, a Pfizer informou que ainda está investigando a taxa de efetividade da vacina atualizada em relação à BQ.1. No entanto, a farmacêutica afirma que já tem comprovação de que o imunizante aumenta significativamente o número de anticorpos contra a Ômicron e que pessoas que receberam esta vacina estão mais protegidas do que as que tomaram outros imunizantes.

Estudos iniciais

A última atualização feita no imunizante da Pfizer, que recebeu o nome de vacina bivalente, visa tanto a forma original do coronavírus quanto as variantes BA.4 e BA.5 da Ômicron. Os estudos estão na segunda fase de um total de três e as descobertas ainda não foram revisadas por pares, mas os resultados iniciais são positivos.

Segundo os dados já publicados pela Pfizer e pela BioNTech, em pessoas com mais de 55 anos, o reforço da vacina bivalente foi associado a um aumento de mais de 13 vezes nos níveis de anticorpos em comparação com os níveis pré-reforço.

"Esses dados demonstram que nossa vacina bivalente adaptada BA.4/BA.5 funciona conforme planejado para fornecer proteção mais forte contra as sublinhagens Omicron BA.4 e BA.5, disse Ugur Sahin, CEO e cofundador da BioNTech, parceira da Pfizer no desenvolvimento do imunizante, em um comunicado.

"Na próxima etapa e como parte de nossa abordagem baseada na ciência, continuaremos a avaliar a neutralização cruzada da vacina adaptada contra novas variantes e sublinhagens. Nosso objetivo é fornecer imunidade mais ampla contra a Covid-19 causado pelo SARS-CoV-2, incluindo Ômicron e outras cepas circulantes", completou.

Aprovação no Brasil

Os técnicos da Anvisa vão se reunir nesta terça-feira às 18h para deliberar sobre duas solicitações de uso da vacina bivalente da Pfizer na população acima de 12 anos de idade. A reunião extraordinária foi convocada após o aumento de casos de covid-19 no País e a pressão de especialistas da saúde para que o órgão agilizasse os testes e a liberação do imunizante.

O pedido de uso emergencial da vacina foi encaminhado pela Pfizer à Anvisa no dia 30 de setembro deste ano e, desde então, o órgão tem analisado a demanda. Antes de a reunião ser a convocada, a agência e o Ministério da Saúde mantinham silêncio sobre o prazo para conclusão do procedimento e a previsão de quando as novas doses poderiam começar a ser aplicadas.

Em nota divulgada na semana passada, a Anvisa afirma que "os processos estão em fase final de análise pela área técnica". A etapa seguinte ao término da avaliação pelos técnicos é o encaminhamento do parecer à Diretoria da agência para deliberação do pedido de uso emergencial. Quando questionada, a Avisa responde que ainda não fixada a data para a decisão e contemporiza que providências devem ser adotar "em breve".

A Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) atualizou, nesta segunda-feira (21), os números da pandemia do coronavírus em Pernambuco. Foram confirmados 2.257 novos casos da Covid-19, além de nove óbitos.

Dos novos registros, 25 são de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) e 2.232 são leves. Pernambuco totaliza 1.076.025 casos confirmados da doença, sendo 60.095 graves e 1.015.930 leves.

##RECOMENDA##

No boletim de hoje também constam nove mortes, ocorridas entre os dias 21 de janeiro de 2022 e 17 de novembro deste ano. Com isso, o Estado totaliza 22.446 mortes pela Covid-19.

Um estudo brasileiro identificou o mecanismo que pode estar por trás de quadros de depressão, ansiedade e perda de memória após infecção pelo coronavírus. A pesquisa fornece evidências de que o Sars-CoV-2 atinge não só os neurônios, como, principalmente, os astrócitos - que funcionam como uma espécie de bomba de combustível para o cérebro. O fenômeno produziria um efeito em cadeia no sistema nervoso central.

A covid longa afeta não só pacientes com quadros graves, mas também aqueles que tiveram poucos sintomas. Nas últimas semanas, o País entrou em uma nova onda de covid, associada a subvariantes da Ômicron. Com a alta de casos, médicos destacam a importância de atualizar a vacinação anticovid e orientam o uso de máscara em ambientes fechados e de aglomeração, sobretudo por pessoas mais vulneráveis.

##RECOMENDA##

ANÁLISE

"O grande problema que a gente vai vivenciar agora é a covid longa, tanto é que tem tanta gente querendo entender essa doença", afirmou Thiago Mattar Cunha, professor da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (USP) e coautor do estudo.

Ele conta que, em uma das frentes, os pesquisadores fizeram biópsias de 26 vítimas fatais da covid e coletaram, além de amostras de pulmão, material cerebral.

Foram detectadas alterações neuronais em cinco dos pacientes analisados, e o Sars-CoV-2 foi identificado no cérebro de todos eles. "Foi aí que nós identificamos os astrócitos como as principais células que abrigavam os vírus no sistema nervoso central", relembra ele, que explica que os astrócitos não só dão suporte para a célula neuronal, como têm outras funções de apoio. "Qualquer distúrbio que aconteça nos astrócitos afeta, de alguma forma, os neurônios e, consequentemente, o sistema nervoso central."

Após as observações iniciais, os pesquisadores infectaram astrócitos in vitro com o Sars-CoV-2 e observaram que eles podem produzir até substâncias neurotóxicas, que são capazes de matar os neurônios.

O grupo começou a observar, então, que podia haver uma correlação entre o pós-covid e quadros de perda de memória, depressão e ansiedade, por exemplo. "Pacientes com covid longa tinham uma redução de massa, ou de tamanho, de determinadas estruturas cerebrais, como córtex pré-frontal e hipocampo", disse Cunha.

O estudo, publicado recentemente na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), foi conduzido por pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), além de representantes da USP. As análises, que começaram no primeiro ano de pandemia, compreendem pacientes afetados de diferentes formas pela doença.

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A campanha de vacinação contra Covid-19 de crianças de 6 meses a 3 anos começou devagar. O imunizante Pfizer Baby começou a ser aplicado na cidade de São Paulo nesta quinta-feira (17) em crianças com comorbidade - imunossuprimidos e com deficiência permanente - ou indígenas, como foi recomendado pelo Ministério da Saúde, porém, nas quatro UBSs em que a reportagem do jornal O Estado de S. Paulo esteve presente - nos bairros Vila Mariana, Cambuci, Santa Cecília e Vila Madalena - poucas ou nenhuma criança foi vacinada.

Segundo balanço da Prefeitura de São Paulo, das 34.840 doses recebidas pelo município, só 699 foram aplicadas nesta quinta-feira nas 470 Unidades Básicas de Saúde (UBSs) da capital.

##RECOMENDA##

Para funcionários das unidades de saúde e pediatras, o motivo da baixa vacinação é o público-alvo da campanha, já que, nesta faixa etária, muitas crianças ainda não receberam diagnóstico de doenças crônicas ou deficiência.

A decisão pela priorização de grupos específicos de crianças, tomada pelo Ministério da Saúde, vai contra a recomendação da Câmara Técnica de Pediatria, que defendia que fossem compradas doses suficientes para imunizar todas as crianças dessa faixa etária.

"A lógica de priorização da imunização de pessoas com comorbidade fazia sentido no início da pandemia e para adultos, já que as doses de vacina estavam começando a ser produzidas, vinham por lotes, e era preciso conter o número de mortes, mas não hoje e nem para as crianças", explica a pediatra e diretora da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) Mônica Levi.

Segundo a especialista, o Ministério da Saúde não considerou as especificidades dessa faixa etária. "Eles pegaram uma tabela de comorbidades comuns em adultos e adolescentes e quiseram adotá-la para uma campanha infantil. Isso não funciona."

Falta de comunicação

Nas unidades básicas de saúde, muitas pessoas não sabiam quais doenças e condições são consideradas comorbidade. Pais e mães entravam e saíam com seus bebês para aplicar as vacinas do Plano Nacional de Imunizações (PNI), mas lamentavam que ainda não podiam vacinar seus filhos contra a covid-19.

Apesar de as unidades de saúde estarem trabalhando com uma "fila da xepa" para vacinar crianças entre 6 meses e 2 anos, 11 meses e 29 dias que não têm comorbidade, nem são indígenas, muitos pais não sabem disso.

"Estou aguardando começar a vacinação para ele. Assim que liberarem, com certeza vou trazê-lo para vacinar, pois sei a importância da vacina", disse Rosângela Silva, mãe de Bernardo, de 11 meses, que não sabia sobre a "fila da xepa" até então.

Para Mônica Levi, a desinformação dos pais é resultado da falta de uma campanha de comunicação vacinal eficiente. "É preciso chamar os pais para vacinar suas crianças. Se fizessem uma campanha como era feita antigamente, com Zé Gotinha, não ia faltar gente querendo vacinar", diz.

Neste mês, o Ministério da Saúde informou que a aplicação para as crianças que não têm comorbidades será avaliada após a aprovação para incorporação pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec), ainda sem data para ocorrer.

Perda de doses

Além do atraso na cobertura vacinal, com a baixa procura por vacinas infantis nos postos de saúde, há risco de perda de doses. Cada ampola da Pfizer Baby contém dez doses e, depois de aberta, tem validade de 12 horas. Por isso, se até o final do dia não forem aplicadas todas as doses da ampola, a vacina é perdida.

A expectativa é de que, neste cenário, a "fila da xepa" corra rapidamente, porém, Mônica reforça que este não é o cenário ideal. "É um absurdo que a gente tenha perda de doses de vacina por uma questão logística. Faria sentido que a vacinação fosse faseada por faixa etária, mas não nesse esquema de comorbidade", diz.

Além disso, mesmo com a medida de aplicação de doses remanescentes, o risco de desperdício continua alto, afinal, nem todos os postos de saúde conseguem formar uma "fila da xepa" robusta e nem sempre os pais conseguem comparecer ao local no tempo exigido.

Os pais de crianças da "fila da xepa" são contatados minutos antes do fechamento dos postos de saúde e devem comparecer ao local rapidamente para que a vacina seja aplicada no bebê. Por isso, só são permitidas inscrições de pessoas que residem próximo à unidade de saúde, mediante apresentação do comprovante de residência.

Impacto da covid-19 nas crianças

Entre as poucas crianças que se vacinaram nesta quinta-feira, está o filho de Maria Aparecida Souza, Pedro, de 2 anos. Ele tem encefalopatia e transtornos do desenvolvimento. "Eu fiquei sabendo que começaria a campanha de vacinação para os bebês hoje e fui incentivada na AACD a vacinar. Decidi ir hoje mesmo à UBS porque sei o quão importante é prevenir essa doença", diz a mãe.

Segundo a Fiocruz, hoje, duas crianças menores de cinco anos morrem todos os dias por Covid-19 no Brasil. Além disso, elas tendem a sofrer mais com doenças respiratórias em geral.

"Temos casos de covid longa nessas crianças e quadros de síndrome inflamatória pediátrica sistêmica, que tem uma taxa mortalidade alta, proporcional à de outras doenças que para as quais existem vacinas", diz Mônica. "Não é uma doença negligenciável para criança", reforça.

A cidade de São Paulo começa nesta quinta-feira (17) a vacinação contra a covid-19 de crianças na faixa etária entre 6 meses e menos de três anos (2 anos, 11 meses e 29 dias). Inicialmente, serão aplicadas doses para as crianças indígenas e com comorbidades. Nas últimas semanas, o Brasil tem enfrentado uma nova onda de casos de coronavírus e médicos têm alertado sobre a necessidade de ampliar a cobertura vacinal.

A capital paulista administrará cerca de 34 mil doses da vacina Pfizer pediátrica, ou Pfizer Baby, distribuídas para todas as Unidades Básicas de Saúde (UBSs) na quarta-feira (16). O esquema vacinal será de três doses, com a segunda aplicada após um intervalo de quatro semanas (28 dias) da primeira e, subsequentemente, a terceira depois de oito semanas (56 dias).

##RECOMENDA##

Os responsáveis pelas crianças deverão apresentar comprovantes, dentro da validade, da condição de risco, com identificação da criança e carimbo do médico com número do Conselho Regional de Medicina (CRM).

Os horários de vacinação serão de segunda a sexta-feira, das 7 horas às 19 horas, nas UBSs e aos sábados nas UBSs integradas. Caso haja doses remanescentes, as crianças dessa idade sem comorbidades poderão receber o imunizante, mas devem ser moradoras da região, com apresentação de comprovante de endereço requerido em inscrição prévia.

O jornal O Estado de S. Paulo mostrou, porém, que a quantidade de doses repassadas para a Secretaria da Saúde paulista é suficiente para imunizar apenas 1/3 das crianças com comorbidade no Estado de São Paulo.

O número de doses pediátricas da Pfizer enviadas pelo Ministério da Saúde ao Estado foi de 206 mil dose.

Em São Paulo, 195 mil crianças se enquadram no público-alvo. Como a imunização se completa com a aplicação de três doses, só 68 mil pequenos poderão receber o imunizante.

Em setembro, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária aprovou a aplicação do imunizante pediátrico da Pfizer para todas as crianças na faixa etária de seis meses a dois anos, 11 meses e 29 dias. O Ministério da Saúde, porém, só entregou os lotes de vacina nesta semana e optou por restringir a administração do produto para o público com comorbidades.

Desde o início da pandemia, a gestão Jair Bolsonaro tem sido alvo de queixas pela demora na compra e na liberação das vacinas, cuja segurança e eficácia foram colocadas em xeque várias vezes pelo próprio presidente. Entidades científicas e a Organização Mundial da Saúde (OMS), no entanto, já confirmaram a segurança e a eficácia dos imunizantes, com base em acompanhamento e pesquisas.

A capital paulista também segue aplicando os imunizantes anticovid para os demais grupos pediátricos e também em adolescentes e adultos.

O uso de máscaras no transporte público voltou a ser recomendado no Grande ABC, que engloba os municípios de Diadema, Mauá, Ribeirão Pires, Rio Grande da Serra, Santo André, São Bernardo do Campo e São Caetano do Sul, por decisão do Consórcio Intermunicipal em assembleia. A medida passa a valer a partir desta quinta-feira (17), por conta do aumento de casos de Covid-19 no Estado.

A única parte que não participou da reunião foi São Bernardo do Campo, com isso, a recomendação não se aplica à cidade. Além do transporte público, o Grupo de Trabalho Saúde do Consórcio ABC deve se reunir, na próxima semana, com o grupo técnico do governo do Estado para alinhar outras possíveis medidas com base no monitoramento epidemiológico.

##RECOMENDA##

Os municípios também reforçarão sobre a importância de completar o esquema vacinal com as doses de reforço contra a Covid-19, consideradas essenciais para imunização completa contra a doença. De acordo com o último Boletim Vacinômetro da Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo, 84,4% dos adultos com mais de 18 anos tomaram a 3ª dose e 57,7% - considerando o público alvo, de mais de 35 anos - a 4ª.

Já o boletim epidemiológico mais recente apontou que estão ocupados 49% dos leitos de UTI destinados à doença na rede pública, e 58% de enfermaria. Hospitais privados, como o Albert Einstein e o Sírio Libanês. também notificaram aumento de internações.

Instituições de ensino, como a USP e a Unicamp, também voltaram a recomendar o uso de máscaras em locais fechados. Nesta quarta-feira, passou a valer a recomendação nas instalações do Museu do Ipiranga, localizado na zona sul da capital paulista.

A Fiocruz identificou o surgimento de uma nova subvariante do coronavírus no Amazonas. Chamada de BE.9, trata-se de versão da Ômicron que avançou nas últimas semanas e, segundo pesquisadores, "fez ressurgir a Covid-19 no Amazonas" - o Estado chegou a ser o epicentro da pandemia no País no início do ano passado.

No resto do Brasil, os efeitos da BE.9 ainda são incertos, embora haja cenário de alta de casos em grande parte dos Estados. Especialistas ouvidos pelo Estadão dizem que informações preliminares sugerem que essa nova versão possa ser mais transmissível.

##RECOMENDA##

Eles reforçam ainda a importância de completar o esquema vacinal - incluindo buscar a 3ª e a 4ª dose de reforço. Outro cuidado é o uso de máscara em locais fechados.

"É muito importante que monitoremos de perto a BE.9, pois já vimos que ela fez ressurgir a covid no Amazonas e não sabemos se ela poderá fazer o mesmo no resto do Brasil", alerta o pesquisador Tiago Gräf, da Rede Genômica da Fiocruz, em nota. A subvariante foi identificada após a Fiocruz Amazonas sequenciar mais de 200 genomas do do vírus em setembro e outubro.

Ao Estadão, o virologista Felipe Naveca, que coordena o grupo de pesquisadores que fez as análises, explica que a BE.9 surgiu a partir da evolução de outra sublinhagem da Ômicron: a BA.5.3.1, que foi detectada pela primeira vez no Amazonas em junho. Desde então, os pesquisadores da Fiocruz começaram a acompanhá-la e observaram que ela estava acumulando uma série de mutações, principalmente a partir de setembro.

Naveca conta que a maior mudança ocorreu quando o vírus acumulou mutações em três posições da proteína Spike - pedaço do vírus que se prende à célula humana. "São mutações que aumentam a transmissão", explica. "Justamente quando o vírus acumula essas três mutações, ele dá um salto. Passamos a ter 94% das amostras sequenciadas até o fim de outubro como da linhagem BE.9", afirma.

Esse avanço, continua Naveca, acarretou em um aumento rápido de infecções no Amazonas ao longo do mês passado. Dados da Fiocruz apontam que, no período recente, a média móvel de diagnósticos positivos subiu de aproximadamente 230 para mais de mil registros por semana no Estado.

As ocorrências graves, por outro lado, não avançam em igual proporção. "Isso nos indica que há imunidade por conta das vacinas e também uma imunidade híbrida, por conta de infecção natural", diz. Segundo Naveca, trata-se de uma indicação positiva em relação à eficácia dos imunizantes sobre a nova subvariante.

Cautela

Professor da Universidade Feevale, o virologista Fernando Spilki destaca que o avanço rápido da subvariante no Amazonas requer precaução. "Esse quadro ainda não se repete na mesma magnitude em outras regiões, o que deve ser questão de tempo", afirma.

Isso porque, explica ele, o "aumento na participação percentual no Amazonas é indício de transmissibilidade alta", embora essa questão e o escape parcial de anticorpos ainda estejam sendo mais estudados.

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando