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O Ministério da Saúde informou nesta quarta-feira, 29, a existência de nove casos suspeitos de infecção pelo coronavírus no Brasil, mas sem confirmação de nenhum deles. Os dados foram atualizados nesta quarta-feira pela pasta. Segundo o ministério, diariamente, haverá um boletim de atualização divulgado às 16h.

Além dos casos já divulgados em Belo Horizonte (MG), Curitiba (PR) e Porto Alegre (RS), estão sendo investigadas suspeitas no Rio de Janeiro, São Paulo, Ceará e Santa Catarina.

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No total, a pasta foi notificada de 33 casos. Mas apenas pacientes que apresentam sintomas como febre, tosse e dificuldade para respirar e têm histórico de viagem para a China nos últimos 14 dias, mesmo antes de apresentarem os possíveis sinais de infecção, são considerados suspeitos.

Os pacientes que estão sob investigação estão sendo monitorados e ficarão isolados até a divulgação do resultado dos exames. Outros quatro 4 casos foram descartados pelo governo.

O surto de coronavírus já provocou 132 mortes na China, onde o número de infectados chega a 5.974, com mais de mil pessoas em estado grave. A província de Hubei, onde fica a cidade de Wuhan, é considerada o epicentro da contaminação. Ao menos 15 países em quatro continentes já confirmaram casos importados da doença.

No Brasil, o Ministério da Saúde confirmou dois novos casos suspeitos do coronavírus, sendo um em São Leopoldo, no Rio Grande do Sul, e outro em Curitiba, no Paraná. Sem uma medicação específica, o médico infectologista do Hapvida em João Pessoa, Paraíba, Fernando Chagas, faz um alerta para evitar a contaminação pelo vírus que pode ter chegado ao país.

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Segundo o médico, o melhor caminho para evitar a contaminação pelo vírus é lavar as mãos sempre. “O grande segredo é ensinar a população a se prevenir, para se a doença chegar aqui a gente possa reduzir ao máximo a quantidade de casos e mortes causados pelo coronavírus. E a lavagem das mãos tem um impacto muito grande na diminuição do risco de transmitir essa doença”, destaca.

Fernando Chagas explica que a transmissão do vírus se dá por vias aéreas, por meio de gotículas. “Como essas gotículas são pesadas, ao tossir ou espirrar elas podem atingir até um metro e meio de distância. Mesmo assim, o vírus fica sobre as superfícies e pode gerar a contaminação de quem tocar nesses lugares”, diz.

O médico alerta ainda para o fato de não se saber sobre a capacidade de contágio do coronavírus. “O Sarampo, por exemplo, tem uma capacidade de contágio muito alta, mais que o H1N1, chegando até 20 vezes mais. O que nos tranquiliza é que temos vacinas contra esse vírus. No caso do coronavírus, ainda não temos essa informação. E ainda em relação à letalidade, que é a capacidade de gerar a morte, não sabemos o seu alcance”, observa.

O infectologista destaca que os sintomas do coronavírus se parecem muito com os de uma gripe comum - febre, tosse, falta de ar e, em casos mais graves, pode evoluir para pneumonia, síndrome respiratória aguda grave ou insuficiência renal. O infectologista também destacou para o período de incubação da doença que também pode contagiar.

“O primeiro período a gente chama de incubação que é longo e pode demorar até 15 dias. Nesse estágio, a pessoa pode transmitir o vírus mesmo sem saber que está com ele. Depois disso, começam alguns sintomas que parece com uma gripe comum como tosse, espirro, coriza, dor no corpo, dor muscular, febre intensa”, afirma o infectologista.

O Tratamento

Não existe um remédio disponível para combater o coronavírus de Wuhan. O tratamento recomendado é o de suporte dos sintomas da doença. O médico diz ainda que os médicos e cientistas já conheciam o coronavírus por ser presente em animais como morcegos e algumas aves, revelando já tinham sido registrados algumas epidemias pequenas em 2002, inclusive no Brasil.

Da assessoria

Apesar do risco de uma epidemia do novo coronavírus permanecer distante do Brasil, o estado de São Paulo providenciou um Plano de Risco e Resposta Rápida para monitorar casos suspeitos da doença. O programa coletará informações junto ao Ministério da Saúde e órgãos internacionais para melhor orientação dos profissionais que atendem a população no Sistema Único de Saúde (SUS). A princípio, a circulação do vírus está limitada a locais específicos da China e ainda não há registro de que a doença tenha chegado ao território brasileiro. O país asiático já confirmou 132 mortes e 5.974 diagnósticos da síndrome que ataca o sistemas respiratório.

O grupo estratégico responsável, composto por órgãos como Instituto Butantan, Instituto Adolfo Lutz, Grupo de Resgate (Grau), Instituto de Infectologia Emílio Ribas e o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP) é liderado pela Coordenadoria de Controle de Doenças da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo. A ação recorre às tecnologias, ao talento e às técnicas científicas dos profissionais que atuam em cada uma das entidades.

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As autoridades internacionais de saúde avaliam a dinâmica de transmissão do novo coronavírus, manifestações clínicas e fonte de infecção. Além de não descartar a integração de novas instituições especializadas em cuidados com situações epidemiológicas, José Henrique Germann, secretário de Estado da Saúde, ressalta a importância do trabalho em conjunto para detecção de casos suspeitos. “Já orientamos os profissionais de saúde que atuam no Estado para que estejam atentos e nos informem rapidamente sobre qualquer caso suspeito. Seguiremos articulados com o Ministério da Saúde, respeitando as diretrizes nacionais e internacionais para qualquer conduta”, declara.

Precaução

Ainda não há recomendação específica para a população brasileira no território nacional. As orientações dos especialistas vão ao encontro dos mesmos cuidados previstos na relação com gripe (Influenza) ou outros contágios respiratórios. O ideal é cumprir a chamada “etiqueta respiratória” que consiste em cobrir a boca ao tossir ou espirrar, lavar as mãos de maneira frequente, não compartilhar objetos de uso pessoal, limpar regularmente o ambiente e mantê-lo ventilado. A diretora da diretora da Vigilância Epidemiológica, Helena Sato, esclarece que não há motivo para pânico. “Nosso papel é orientar e tranquilizar todos. O monitoramento em curso, com organismos internacionais de saúde, indica que a transmissão do coronavírus é limitada, sem evidências de amplificação da circulação do vírus, até o momento”, explica.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), os sintomas podem aparecer até 14 dias após o contágio. Pessoas que viajaram ou contataram alguém que esteve em local suspeito de transmissão e acusaram algum sintoma como febre, tosse e dificuldade para respirar deverão evitar o contato direto com outros indivíduos, seguir a “etiqueta” e procurar cuidados médicos com urgência. Em todo o mundo, há mais de seis mil casos da doença registrados em 18 países.

O diretor do Departamento para o Hemisfério Ocidental do Fundo Monetário Internacional, Alejandro Werner, afirmou que "precisamos monitorar riscos de coronavírus para economia internacional." No entanto, ele ressaltou que "é prematuro" avaliar efeitos da doença para países da América Latina.

"Em casos passados de doenças semelhantes na China, ocorreu um impacto no nível de atividade, mas foi registrada recuperação em alguns trimestres", destacou Werner.

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Ele fez os comentários em entrevista coletiva sobre a atualização de projeções de crescimento para a América Latina do Fundo.

A Secretaria de Estado da Saúde do Paraná descartou na manhã desta quarta-feira (29) que um paciente internado em Curitiba esteja infectado com o novo coronavírus. O secretário estadual da Saúde, Beto Preto, disse que o paciente está com o vírus da influenza B.

O homem, de 29 anos, esteve na China nos últimos dias. Ele foi a Curitiba a trabalho e procurou assistência médica em um hospital privado, onde permanecia internado em área isolada para a realização de exames.

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O Ministério da Saúde continua monitorando um paciente em Belo Horizonte e outro em Porto Alegre, com suspeita da doença. A atualização de casos deve ser feita ao longo do dia. Nenhum caso foi confirmado no Brasil.

Outros casos

Uma mulher de 23 anos, que também esteve na China recentemente, continua internada em isolamento para avaliação médica e realização de exames clínicos e laboratoriais para confirmação ou descarte da suspeita da doença. Este caso, segundo a secretaria, ainda não foi notificado pelo Ministério da Saúde.

"O caso da mulher já está descartado clinicamente pela análise do prontuário e andamento do quadro. Ela chegou dia 5 de janeiro da China, há mais de vinte dias. Epidemiologicamente está descartado, porque provavelmente é quadro de Influenza B também. Mas vamos aguardar o resultado", afirmou Márcia Cecília Huçulak, secretária da Saúde de Curitiba.

Um tripulante que chegou ao Paraná em um navio vindo de Hong Kong, que passou pela China, também foi monitorado pela secretaria. "Ele estava com alta temperatura corporal, mas o caso descartado", disse o secretário estadual da Saúde. Esse caso não chegou a ser notificado pela pasta.

A seleção feminina da China de futebol, que está na Austrália para disputar o Pré-Olímpico, foi colocada em quarentena em um hotel na cidade de Brisbane. A medida foi tomada pelas autoridades para evitar uma possível propagação do novo coronavírus.

Apesar da medida, nenhuma jogadora ou membro da comissão técnica da seleção chinesa apresentou os sintomas da doença, que já matou mais de 100 pessoas, segundo a agência estatal CGTN.

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"Cooperaram muito bem, assim como o consulado chinês", confirmou a chefe do Departamento de Saúde de Queensland, Jeannette Young, em entrevista à emissora "ABC".

O Pré-Olímpico feminino seria disputado em território chinês, mas em decorrência do pelo coronavírus, os jogos da competição foram transferidos para a Austrália. Além das chinesas e das australianas, as seleções de Taiwan e Tailândia também brigarão por uma vaga nas Olimpíadas de Tóquio, no Japão.

Esqui alpino

Além do futebol, o esqui foi outra modalidade afetada pela epidemia do coronavírus. A China cancelou nesta quarta-feira (29) as provas da Copa do Mundo de esqui alpino, que seriam no mês de fevereiro em Yanqing, cerca de 50 quilômetros ao norte da capital Pequim.

"Devido à epidemia e à propagação do novo coronavírus, a FIS e a Associação Chinesa de Esqui decidiram, em conjunto, cancelar as próximas provas da Copa do Mundo masculina previstas para 15 e 16 de fevereiro em Yanqing", informou a entidade em um comunicado.

Da Ansa

O aviso em um restaurante em Pequim tenta tranquilizar os fregueses: "Este estabelecimento foi desinfetado hoje". Mas não há clientes à vista: a nova epidemia de coronavírus causa pânico, e os chineses desertaram de lojas e locais públicos.

Os centros comerciais da capital, geralmente muito lotados, estão vazios. Apenas alguns veículos se aventuram nas avenidas silenciosas, dando à megalópole de 20 milhões de habitantes o ar de uma cidade fantasma.

Diante de uma epidemia de pneumonia viral que se propaga, com 132 mortos e cerca de 6.000 pacientes infectados, as autoridades incentivam as pessoas a ficarem trancadas em casa e, se saírem, a usar uma máscara. O ambiente de ansiedade não incentiva a por os pés para fora de casa.

Nas estações de metrô, os controles de temperatura são realizados por agentes e a temperatura corporal também é monitorada em estações de trem, hotéis, delegacias e até mesmo em conjuntos habitacionais.

Nesse contexto, é difícil para o shopping Taikoo Li, no leste de Pequim, atrair clientes. Apenas alguns deles vagam pelo centro comercial, em meio ao cheiro intenso de produtos desinfetantes.

Em todos os lugares, os cartazes pedem que os visitantes cubram a boca. Muitas lojas estão fechadas. O restaurante Hao Lu Wei ainda está aberto, mas, apesar da promessa de limpeza intensiva, ninguém ocupa uma mesa sequer.

"Ao fazer suas compras, verifique se uma desinfecção profunda foi realizada em sua loja. Feliz Ano Novo Lunar!", afirma uma mensagem na janela de uma ótica, também deserta.

- Máscaras esgotadas -

Por outro lado, as empresas que vendem máscaras e líquidos desinfetantes ficaram sem esses produtos, cujos preços sobem nos sites de vendas online.

"Não temos mais nada desde o Ano Novo Chinês", que caiu em 25 de janeiro, lamenta um farmacêutico.

A demanda é imensa e é incentivada pelos slogans oficiais: a província de Guangdong (110 milhões de habitantes) obriga a cobrir o rosto em locais públicos, e várias regiões adotaram medidas idênticas.

As autoridades pedem para intensificar a produção de máscaras. É verdade que Pequim esvazia grande parte de sua população no Ano Novo Lunar, quando trabalhadores imigrantes e vários de seus habitantes retornam para suas regiões de origem.

Mas, ao mesmo tempo, muitos turistas chegam à capital e os próprios habitantes participam das festividades organizadas em templos e parques da cidade.

Porém, devido à epidemia, vários eventos e viagens em grupo foram suspensos em todo o país. Os transportes foram paralisados, com o cancelamento de pelo menos 2.000 trens interprovinciais.

- 'Não sabemos o que fazer' -

Confinados em suas casas, os chineses matam o tédio nas redes sociais, com mensagens sarcásticas.

Em um vídeo muito compartilhado das mensagens do WeChat, jogadores de mah-jong são vistos sentados à mesa ... com sacos plásticos transparentes na cabeça.

Por outro lado, no bairro Sanlitun, conhecido por seus bares e lojinhas, dois chineses sem máscara fumam um cigarro com um ar despreocupado.

Em uma sala de jogos vizinha, um homem tenta ganhar algo em uma máquina caça-níqueis.

Indagado pela AFP, o homem diz que espera que essas máquinas sejam desinfetadas regularmente, mas não tem certeza disso.

"Eu tento ficar em casa o máximo possível", diz ele, mas "acabei vindo para cá porque não sabia mais o que fazer".

Duas companhias aéreas suspenderam nesta quarta-feira (29) os voos para a China continental, onde a epidemia de coronavírus de Wuhan continua sua propagação, apesar das medidas de prevenção e isolamento decretadas, e já supera o número de pacientes provocados pela SARS há quase 20 anos.

Nesta quarta-feira (29), centenas de japoneses e americanos foram retirados de Wuhan, a cidade da região central da China onde surgiu o vírus.

As autoridades de saúde anunciaram mais 26 mortes, o que eleva o balanço do coronavírus a 132 vítimas fatais, e 5.974 casos confirmados na China continental (sem contar Hong Kong).

A cifra já supera o número de infecções da epidemia de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS) de 2002 e 2003, outro coronavírus que contaminou 5.327 pessoas no país. A SARS deixou 774 mortos no mundo, 349 deles na China continental.

Além da China, que registra a grande maioria das infecções, o coronavírus afeta 15 países - o caso mais recente foi detectado nos Emirados Árabes Unidos.

Como medida de precaução, a companhia aérea British Airways anunciou a suspensão de todos os voos para a China continental. O Reino Unido, assim como Estados Unidos e Alemanha, recomenda que seus cidadãos evitem as viagens ao país asiático.

A indonésia Lion Air também suspendeu os voos, enquanto Cathay Pacific (Hong Kong), a americana United Airlines e a Air Canada pretendem reduzir o número de voos para a China.

Além disso, Hong Kong anunciou o fechamento de seis pontos de passagem com o restante da China.

- Repatriação -

Japão e Estados Unidos foram os primeiros países a repatriar parte de seus cidadãos retidos em Wuhan.

Esta cidade e a quase totalidade da província de Hubei estão isoladas do mundo desde 23 de janeiro, em uma tentativa das autoridades de conter a epidemia. O cordão sanitário afeta 56 milhões de habitantes e milhares de estrangeiros.

Um avião com 200 japoneses pousou em Tóquio nesta quarta-feira. "Não conseguíamos circular livremente (...) O número de doentes começou a aumentar rapidamente e dava medo", declarou no desembarque Takeo Aoyama, que trabalha na siderúrgica Nippon Steel.

Sem uma base legal, as autoridades japoneses não podem impor uma quarentena aos repatriados e solicitam que estas pessoas permaneçam em casa por duas semanas.

Um avião enviado pelos Estados Unidos também decolou nesta quarta-feira de Wuhan com 200 pessoas a bordo, incluindo funcionários do consulado na cidade.

A Comissão Europeia informou que dois aviões da França devem repatriar 350 europeus, incluindo 250 franceses.

A Austrália, que também examina uma operação de retirada, pode enviar os repatriados em quarentena para a Ilha Christimas, no Índico, onde normalmente aguardam os solicitantes de asilo.

Wuhan, onde a circulação de veículos considerados não indispensáveis está proibida, parece uma cidade fantasma. No restante da China, onde o recesso de Ano Novo foi prorrogado até 2 de fevereiro, muitas pessoas deixaram de frequentar centros comerciais, cinemas e restaurantes.

A rede americana Starbucks, por exemplo, anunciou o fechamento de metade de seus cafés.

- Consequências esportivas e econômicas -

Nesta quarta-feira, as autoridades anunciaram o cancelamento das provas da Copa do Mundo de esqui alpino previstas para fevereiro na China.

A seleção feminina de futebol da China foi colada em quarentena em um hotel de Brisbane, na Austrália, onde deve disputar o pré-olímpico.

Os primeiros casos de transmissão entre humanos fora do território da China provocam grande preocupação. No Japão, um homem de 60 anos que nunca viajou à China foi contaminado e um caso similar foi registrado na Alemanha, o primeiro na Europa.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou na terça-feira o envio à China "o mais rápido possível" de especialistas internacionais para coordenar os conhecimentos sobre o vírus e apresentar uma "resposta mundial".

"A epidemia é um demônio e não podemos deixar este demônio escondido", disse o presidente chinês Xi Jinping.

O governo dos Estados Unidos pediu à China "mais cooperação e transparência". Em 2002, o regime chinês foi acusado de esconder o surgimento da SARS.

Os cientistas do instituto Doherty na Austrália conseguiram replicar em laboratório o novo coronavírus, uma etapa crucial para criar uma vacina, uma tarefa que ainda deve demorar meses.

O coronavírus de Wuhan também tem consequências econômicas.

A empresa americana Apple admitiu problemas na cadeia de produção na China e a montadora japonesa Toyota anunciou a prorrogação por mais uma semana da paralisação das atividades em suas três fábricas na China, até 9 de fevereiro.

A British Airways, empresa que integra a International Consolidated Airlines Group (IAG), anunciou nesta quarta-feira (29) que cancelou todos os voos com destino para a China continental. A decisão tem efeito imediato.

A companhia aérea britânica disse que suspendeu os voos para Pequim e Xangai devido a preocupações com o surto de coronavírus que teve início na China, seguindo orientação do Ministério de Relações Exteriores do Reino Unido. Os voos para Hong Kong - território semiautônomo controlado pela China - serão mantidos, informou a empresa.

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"Pedimos desculpas aos clientes pela inconveniência, mas a segurança de nossos clientes e tripulação é sempre nossa prioridade", disse a British Airways. Fonte: Dow Jones Newswires.

Pablo Lassalle, de 44 anos, despediu-se da mulher e da filha em outubro do ano passado e imaginava que voltaria a vê-las no último domingo, 26 de janeiro. Não aconteceu. A mulher, Zhang Hui, de 33 anos, e Isabela, de um ano e meio, partiram do Brasil com destino a Wuhan, na China, para que a menina, brasileira, conhecesse os parentes chineses. Acabaram "presas" na cidade, que se tornou o epicentro do coronavírus.

Na semana passada, Wuhan fechou o aeroporto e suspendeu meios de transporte, como ônibus e o metrô. Zhang Hui e Isabela acabaram perdendo a viagem de volta ao Brasil. Hoje, estão isoladas no 18º andar de uma torre de 32 andares de Wuhan, e só saem, de máscara, para ver uma tia de Zhang, que mora do outro lado da rua. "Minha filha e minha esposa estão presas em Wuhan", disse Lassalle, que mora em Palhoça (SC) e trabalha com computação gráfica.

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Ele viveu por sete anos em Wuhan, onde conheceu a mulher, de nacionalidade chinesa. De volta ao Brasil, nasceu Isabela. "Um amigo até me falou: 'Tira elas de lá porque a coisa está bem feia.'" Não deu tempo. Quando viu as informações de que o aeroporto seria fechado, diz, foi "como se tudo estivesse desmoronando". Estima-se que 5 milhões - dos 11 milhões de habitantes de Wuhan - tenham deixado a cidade chinesa antes da restrição.

Segundo Lassalle, mãe e filha estão bem. "A recomendação número 1 é não sair de casa." Ele teme que a situação se agrave. "Não quero nem pensar, fico imaginando pessoas infectadas, vai ficar um caos", diz. "Estamos surpresos e estou aqui agoniado. As pessoas não vão ficar bem. E, de alguma forma, minha família também não está segura." Segundo a mulher contou a Lassalle, o clima em Wuhan é de estresse. E não há informações sobre o fim da quarentena. Em vídeo gravado nesta terça-feira, 28, Zhang diz que estão ansiosos. "Nos sentimos nervosos de não poder voltar ao Brasil, como morando em uma prisão."

Lassalle agora tenta se conectar com outros brasileiros "presos" na cidade. A Embaixada do Brasil em Pequim estima haver 70 brasileiros na província de Hubei, onde fica Wuhan. Ele pleiteia que o Brasil providencie o transporte de seus cidadãos. Estados Unidos e outros países já se articulam para retirar seus cidadãos de Wuhan.

Apoio

O Ministério das Relações Exteriores disse que embaixada e consulados acompanham desdobramentos para prestar apoio e que a China mantém comunicação com representantes diplomáticos e consulares e, "até o momento, não considera organizar a retirada de estrangeiros das áreas já em situação de isolamento". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Enormes avenidas vazias. Pontos turísticos fechados durante o feriado do ano-novo lunar. Nas raras saídas de casa, máscaras de proteção como item obrigatório. O cenário fantasma em nada lembra a rotina frenética da nação mais populosa do mundo. Brasileiros que vivem na China relatam temor de que o surto do coronavírus em Wuhan, na Província de Hubei, se espalhe por outras regiões do país.

"As ruas parecem um grande deserto. Isso é um pouco impressionante nesta época do ano", diz a radialista Denise Melo, de 35 anos. "Em Pequim, fecharam todos os pontos turísticos: a famosa Cidade Proibida, o Palácio de Verão, que normalmente é lotado, está tudo fechado."

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Paulistana, Denise mora na capital chinesa há um ano e meio. Ela tem saído de casa apenas para ir ao trabalho na Xinhua, agência de notícias do governo chinês. Mesmo a mais de mil quilômetros do epicentro do surto, não se sente totalmente segura. Pequim tem casos de infecção e anteontem as autoridades confirmaram a primeira morte na capital chinesa.

A cerca de 300 quilômetros a sudoeste de Pequim, o engenheiro geológico Júlio Cézar Kattah, de 24 anos, foi orientado a não deixar o alojamento da universidade onde estuda em Shijiazhuang, capital da Província de Hebei. "A universidade não permite que a gente saia daqui a menos que tenha alguma circunstância especial", diz Kattah. "Muitos estão pensando em ir embora." O mineiro de Belo Horizonte conseguiu escapar ao ajudar uma professora na compra de mantimentos para a universidade. Kattah se surpreendeu com a cidade vazia e gravou vídeos para registrar a "situação muito estranha".

"Todo mundo está ficando dentro de casa mesmo. Ninguém está saindo. Você vê no WeChat (aplicativo de mensagens chinês) o pessoal perguntando se alguém tem uma série para recomendar", diz Kattah. "Colegas que ligam para mim, fazem videoconferência para preencher esse tempo."

Sem medo

Já em Qindgdao, na Província de Shandong, a mais de mil quilômetros de Wuhan, a engenheira eletricista Joice Fiaux diz que o cenário não é de pânico, apesar da recomendação para ficar em casa e de algumas restrições em viagens intermunicipais. "Não há pânico. Ações estão acontecendo de modo coordenado", diz a carioca, que cursa mestrado na Universidade de Petróleo da China.

Os três brasileiros lembram que muitos serviços já estariam fechados por causa do ano-novo lunar. O governo chinês decidiu estender o feriado até o próximo domingo. "A China sempre se prepara para um ano-novo muito colorido e, neste ano, não foi diferente. Tem lanternas, luzes, grandes estátuas e cartazes", lembra Joice. "A diferença é que as pessoas estão mais em casa." Os brasileiros contam que a vigilância sanitária é rígida. Na entrada dos mercados e estações ferroviárias, há agentes de saúde que medem a temperatura das pessoas. Nas universidades, Kattah e Joice são examinados diariamente. E ninguém é visto na rua sem máscara.

Denise diz que tem um estoque de máscaras em casa. Já Kattah afirma que o item está em falta em Shijiazhuang e só conseguiu comprar pela internet, pagando caro. Ele diz que alguns golpistas estão retirando máscaras do lixo e desinfetando-as para revendê-las.

Os três acham afirmam estar preparados para enfrentar o coronavírus. "Não tenho medo. Observo bem as medidas de segurança do governo chinês e vejo que eles estão realizando um trabalho muito sério", diz Joice. "Manter a calma e esperar é o melhor a fazer." Denise pede que brasileiros que têm parentes na China não entrem em pânico, pois a situação não é desesperadora. "Acho que é (um recado) mais para minha mãe", brinca. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O número de mortos pelo novo coronavírus na China chegou a 132, segundo informe divulgado na noite desta terça-feira (28), pelo governo chinês. De acordo com o boletim, 5.974 já foram infectadas, a maioria na província de Hubei, onde fica Wuhan, epicentro do surto.

Em apenas um dia, o número de óbitos confirmados cresceu 24%, passando de 106 na segunda-feira para 132 nesta terça. O número de infectados, por sua vez, saltou 32% - no último balanço, eram 4.515 registros da infecção.

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Além da China, 14 países já registraram casos de pneumonia pelo novo coronavírus. Em três deles (Alemanha, Japão e Vietnã), foram notificados registros em pessoas que não estiveram na China, o que indica transmissão local também fora do país asiático.

No Brasil, o Ministério da Saúde confirmou nesta terça-feira que investiga os primeiros três casos suspeitos da doença - em Belo Horizonte, Curitiba e Porto Alegre. Os três pacientes estiveram na China recentemente e têm sintomas da doença, como febre, tosse e dificuldade para respirar.

Eles estão isolados aguardando o resultados dos exames que confirmarão ou não a infecção. Pessoas que tiveram contato com os pacientes também estão sendo monitoradas. As conclusões dos testes devem ser divulgadas até o fim da semana.

Diante dos casos suspeitos, o Ministério da Saúde elevou de 1 para 2 o nível de alerta no País (a escala vai até 3). Agora, o Brasil classifica a situação como perigo iminente de entrada do vírus no País. O nível 3 será declarado caso alguma infecção suspeita seja confirmada. Caso isso ocorra, o governo poderá declarar emergência em saúde pública.

A Apple limitou as viagens à China após o surto de coronavírus e reduziu o horário de funcionamento de suas lojas no país, de acordo com o executivo-chefe da companhia, Tim Cook. Segundo ele, a Apple tem fontes alternativas para seus fornecedores na cidade chinesa de Wuhan, que é o epicentro do surto.

Embora o efeito do avanço do coronavírus no restante da cadeia de suprimentos da Apple seja menos claro, Cook disse que a empresa está trabalhando em planos de mitigação para compensar as perdas de produção. O empresário acrescentou que o guidance da empresa para receita recorde no trimestre atual levou esses fatores em consideração. Fonte: Dow Jones Newswires

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O Ministério da Saúde confirmou mais dois casos suspeitos de coronavírus no Brasil. Com isso, já são três os possíveis registros de infecção pela nova doença em território nacional.

Além do caso já divulgado de Belo Horizonte (MG), estão sendo investigadas suspeitas em Porto Alegre (RS) e em Curitiba (PR), de acordo com informe divulgado na noite desta terça-feira pelo Ministério da Saúde.

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De acordo com a pasta, os pacientes se enquadram na classificação por apresentarem sintomas, como febre, tosse e dificuldade de respirar e ter histórico de viagem à China nos últimos 14 dias.

Os pacientes serão monitorados e ficarão isolados até que os resultados dos exames sejam divulgados, o que deve acontecer até o final da semana.

O novo coronavírus já infectou mais 4,5 mil pessoas, das quais 106 morreram. Além da China, 14 países já confirmaram infecções pela doença.

O surto de pneumonia do coronavírus, que já matou 106 pessoas e supera os 4 mil infectados na China, segundo último balanço divulgado pelas autoridades locais, coloca em alerta diversas modalidades esportivas. Competições estão sendo canceladas ou transferidas para outros países. O Comitê Olímpico Internacional (COI) acompanha a propagação da doença, a menos de seis meses da Olimpíada de Tóquio.

A World Athletics (antiga IAAF) já disse que está inteirada do problema e mantém contato com a Organização Mundial da Saúde (OMS) para poder fazer alguma alteração em relação ao Mundial de Atletismo Indoor, marcado para março, em Nanquim. A cidade fica a apenas 500 quilômetros de Wuhan, capital da província central de Hubei e epicentro do vírus.

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Nanquim também iria receber em fevereiro as eliminatórias femininas de futebol olímpico, que contariam com China, Austrália, Taiwan e Tailândia. Os jogos acabaram transferidos para Sydney, na Austrália.

"Considerando a disseminação do vírus 2019-nCoV pela China, e após as negociações com a AFC, decidimos não sediar as partidas de qualificação para garantir a saúde de todos os atletas, treinadores e funcionários", disse um comunicado da Associação Chinesa de Futebol (CFA).

Outro esporte impactado foi o boxe. Wuhan iria receber o Pré-Olímpico da Ásia e Oceania, mas o Comitê Olímpico Internacional decidiu cancelar o evento para a segurança dos atletas e da população em geral. O torneio ainda não tem uma nova data para disputa.

"A Força-Tarefa de boxe do COI tomou conhecimento da decisão de hoje do Comitê Organizador Local de cancelar o evento de qualificação para boxe na Ásia/Oceania em Tóquio-2020, que deveria ocorrer em Wuhan, de 3 a 14 de fevereiro de 2020, em meio a preocupações crescentes em relação ao surto de coronavírus relatado na cidade", disse o COI em nota.

O brasileiro Esquiva Falcão e toda sua equipe desistiram de embarcar para Haikou, na China, na última semana. Lá, ele faria uma luta válida pelo cinturão silver do Conselho Mundial de Boxe.

Outro grande evento que já foi cancelado foi a Maratona de Hong Kong. A corrida, entre os dias 8 e 9 de fevereiro, contava com 74 mil inscritos. "A saúde pública é a nossa prioridade", dizia nota oficial emitida pela organização do evento.

Jogos de tênis do Grupo 1 da Ásia/Oceania da Fed Cup, entre 4 a 8 de fevereiro, em Dongguan, foram transferidos para Nur-Sultan, no Casaquistão. Até mesmo jogos de e-sports tiveram que ser remarcados. A Liga Chinesa Profissional de League of Legends informou na última segunda-feira que todas as partidas estavas suspensas.

No futebol, a Associação de Futebol da China (CFA) mudou a decisão da Supercopa. O jogo seria em Jiangsu, no dia 5 de fevereiro, entre Guanghzou Evergrande, campeão da liga nacional, e Shanghai Shenhua, detentor da copa local. A nova data da decisão não foi definida pela federação do país.

Nesta terça-feira, o jogo entre Shanghai SIPG, pela Liga dos Campeões da Ásia, contra o Buriram United, da Tailândia, foi realizado com os portões fechados ao público após determinação da Confederação Asiática de Futebol (AFC). O Campeonato Chinês, por sua vez, começaria no dia 22 de fevereiro, mas a rodada inicial foi adiada para março.

OLIMPÍADA NO JAPÃO - As autoridades do Japão já se preocupam com a rápida proliferação da doença, justamente às vésperas do início dos Jogos Olímpicos de Tóquio, que começa dia 24 de julho. O Ministério da Saúde do Japão confirmou um caso de coronavírus em um homem que não esteve na China. "Medidas contra doenças infecciosas constituem uma parte importante de nossos planos para sediar Jogos Olímpicos seguros e protegidos", afirmou o comitê da Tóquio-2020.

Os primeiros casos de pessoas que contraíram o novo coronavírus fora da China apareceram nesta terça-feira, enquanto vários países organizam a evacuação de seus cidadãos de Wuhan, epicentro de uma epidemia que deixou 106 mortos e cerca de 4.500 infectados no gigante asiático.

Neste contexto, pesquisadores dos Institutos Nacionais de Saúde americanos (NIH) lançaram o desenvolvimento de uma vacina, um trabalho que levará vários meses, anunciou Anthony Fauci, diretor do Instituto Nacional de Doenças Infecciosas.

"Estamos prevendo o pior dos cenários, no caso de se tornar uma grande epidemia", explicou.

Uma dúzia de países foi afetada - com cerca de 50 pacientes - na Ásia, Europa, América do Norte e Austrália, mas desde o início da pneumonia viral, em dezembro, em Wuhan (centro da China) não tinha havido contágio entre humanos fora desse país.

A Alemanha, o segundo país afetado na Europa depois da França, relatou nesta terça o primeiro caso de contágio na Europa, um homem que teve contato com uma colega chinesa que estava de visita.

O Japão também anunciou o caso em seu território de um sexagenário que não viajou para a China, mas transportou turistas de Wuhan em janeiro.

"A epidemia é um demônio e não podemos deixar esse demônio escondido", disse o presidente chinês Xi Jinping, referindo-se ao fato de o governo comunista ter sido acusado de esconder o coronavírus anterior, SARS, que causou centenas de mortes em 2002.

O secretário americano para a Saúde, Alex Azar, pediu nesta terça ao governo chinês mais transparência na gestão da epidemia.

"Mais cooperação e transparência são as medidas mais importantes a serem tomadas para uma resposta mais eficaz", declarou em coletiva de imprensa.

Zhong Nanshan, renomado cientista da Comissão Nacional de Saúde da China, considerou que a epidemia deve atingir um pico em uma semana ou cerca de dez dias.

- Repatriamento -

Quase toda a província de Hubei, cuja capital é Wuhan, está isolada do mundo por ordem das autoridades para tentar impedir a propagação da epidemia. Cerca de 56 milhões de habitantes vivem confinados.

Essa quarentena surpreendeu milhares de estrangeiros na região. Para tirá-los, Estados Unidos, França, Japão, Marrocos e outros países preparam voos de repatriamento.

A França prepara dois aviões para repatriar 250 de seus cidadãos e mais de 100 de outros países, enquanto os Estados Unidos planejam recuperar os funcionários de seu consulado em Wuhan na quarta-feira.

O Japão enviou uma aeronave para Wuhan nesta terça-feira para cerca de 200 cidadãos.

A Organização Mundial da Saúde (OMS), porém, "não recomenda" a evacuação de estrangeiros presos em Wuhan, afirmou nesta terça-feira em Pequim seu diretor-geral, Tedros Adhanom Gebreyesus, de acordo comunicado da diplomacia chinesa.

A OMS disse à AFP que não poderia "esclarecer" essas palavras no momento.

"Temos todos os meios, a confiança e os recursos para vencer rapidamente a batalha contra a epidemia", garantiu o chefe da diplomacia chinesa, Wang Yi.

A OMS considera a ameaça elevada, mas não ativou um alerta internacional.

A ameaça de propagação é considerável. Muitos estrangeiros que vivem em Wuhan estão angustiados: "É extremamente estressante. O principal medo é que isso dure meses", disse Joseph Pacey, professor britânico de 31 anos, à AFP.

- Bateria de medidas -

A propagação do vírus aumenta a ansiedade e a bateria de medidas de contenção. Muitos países reforçaram a vigilância em suas fronteiras. A Mongólia fechou sua fronteira terrestre com a China.

Vários países desaconselham a viagem a esta província, mas a Alemanha a estendeu a toda a China. Os Estados Unidos fizeram o mesmo.

O pânico tomou conta das grandes metrópoles chinesas, onde os habitantes permanecem trancados em suas casas, com os shopping centers, cinemas e restaurantes desertos.

"Muitos estão muito preocupados. Não há muitas pessoas nessas ruas. As famílias preferem ficar em casa em vez de sair, todo mundo quer ter o mínimo de comunicação possível com o mundo exterior", disse à AFP, no centro de Xangai, David, um morador de Wuhan.

As autoridades chinesas estenderam por três dias, até 2 de fevereiro, o feriado (sete dias) do Ano Novo Chinês, celebrado em 25 de janeiro, para atrasar o fluxo de centenas de milhões de pessoas e reduzir o risco de propagação da epidemia.

Além disso, o início do semestre escolar foi adiado sem prazo definido.

Pelo menos 2.000 trens interprovinciais foram cancelados em toda a China desde sexta-feira. As rotas ferroviárias serão suspensas até pelo menos 8 de fevereiro.

As autoridades chinesas recomendaram nesta terça-feira que seus cidadãos adiem seus planos de viagem ao exterior. Hong Kong anunciou que fechará locais públicos como estádios, museus e piscinas, reduzirá pela metade os voos da China continental e fechará seis dos 14 postos de fronteira.

Hong Kong anunciou, neste terça-feira (28), que fechará locais públicos, como estádios, museus e piscinas, para enfrentar a propagação do novo coronavírus, que já provocou a morte de 106 pessoas na China.

Todos os espaços de lazer serão fechados a partir de quarta-feira para evitar "as reuniões de pessoas", informaram as autoridades, que no sábado decretaram estado de emergência máximo em todo território de Hong Kong.

Até agora, a ex-colônia britânica registrou oito casos de vírus. Seis deles foram em pessoas procedentes da China continental de trem.

Todas as salas e quadras de esporte, piscinas pública, praias, centros de férias e estabelecimentos culturais, como os museus, ficarão fechados até novo aviso, anunciou um comunicado oficial.

Atualmente fechadas pelas festas do Ano Novo chinês, escolas e universidades permanecerão fechadas até 17 de fevereiro.

Desde segunda-feira, todos os habitantes da província de Hubei, epicentro da epidemia, e todas as pessoas que a visitaram nas últimas duas semanas, estão proibidas de entrar em Hong Kong.

A epidemia do novo coronavírus que apareceu na China, o 2019-nCoV, afetará no mínimo milhares de pessoas e vai durar pelo menos vários meses, segundo especialistas em epidemiologia, com base nos primeiros dados disponíveis.

"O melhor cenário será que continue na primavera, no verão (boreal) e depois se esvaeça", disse à AFP David Fisman, professor da Universidade de Toronto que escreveu uma análise do vírus para a Sociedade Internacional de Doenças Infecciosas.

"Não é algo que vai acabar na próxima semana, ou no próximo mês", afirmou Alessandro Vespignani, professor da Northeastern University e que faz parte de um grupo de pesquisadores que administra um painel on-line sobre o surto.

Epidemiologistas não têm uma bola de cristal, só informações fragmentadas sobre o novo vírus, que apareceu em dezembro.

Eles usam modelos matemáticos para calcular o número de casos, na data atual, e compará-los com surtos passados, mas muitas de suas hipóteses permanecem incertas.

Até o fim de semana passado, os pesquisadores pensavam que as pessoas infectadas não eram contagiosas até começarem a apresentar sintomas, como febre, problemas respiratórios e pneumonia.

Mas as autoridades chinesas disseram no domingo que determinaram o contrário.

Já as autoridades de saúde dos Estados Unidos disseram na segunda-feira que não viram evidências de que pacientes assintomáticos possam infectar outras pessoas. Mas, se puderem, isso mudará definitivamente a dinâmica do surto.

As primeiras estimativas sobre a duração do período de incubação - aproximadamente duas semanas - são recentes.

- Paciência -

Nos últimos dias, diferentes especialistas calcularam um parâmetro importante para qualquer surto: o número básico de reprodução, ou "R0".

Isso representa o número de pessoas que sofreram contágio para cada pessoa infectada.

As estimativas variam de 1,4 a 3,8, segundo Fisman, números considerados moderados.

Isso é apenas uma média: alguns pacientes podem infectar muitas pessoas, enquanto outros infectam apenas algumas.

"Por si só, não é motivo de pânico", disse Maimuna Majumder, pesquisadora da Universidade de Harvard e do Hospital Infantil de Boston.

Majumder explica que a taxa é de 1,3 para a gripe sazonal (que causa milhões de casos por ano) e entre dois e cinco para a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS), que resultou em 8.000 casos e 774 mortes, principalmente em China continental e Hong Kong em 2002-2003.

Em comparação, a taxa de sarampo varia de 12 a 18.

Quarentena e medidas de isolamento, lavagem sistemática das mãos e uso de máscaras podem ajudar a reduzir o número médio de pessoas infectadas.

Se a taxa cair abaixo de um, a epidemia será extinta.

Mas os efeitos das medidas de controle implementadas pela China não surtirão efeito em uma ou duas semanas, dizem os pesquisadores, com base no ciclo do vírus.

"Quanto mais aprendemos sobre ele, mais ele se parece com o SARS", disse Fisman.

"O SARS era controlável, espero que este também seja. Mas não saberemos por mais algumas semanas", afirmou.

"Vai demorar muitas semanas, provavelmente meses, e ninguém sabe para aonde vai parar", acrescentou.

O número oficial de casos é de mais de 4.000 na China, com mais de 100 mortos e cerca de 50 infectados fora do país.

Mas o número real de casos chineses, incluindo aqueles que ainda não foram detectados, provavelmente será superior a 25.000, disse Vespignani, de acordo com a análise do grupo coordenado por Northeastern.

E pesquisadores da Universidade de Hong Kong estimam que o número atual de casos excedeu os 40.000.

"É fácil chegar ao dobro ou triplicar, mesmo na cidade de Wuhan", o epicentro do vírus, disse Vespignani.

"Se começarmos a ver outras áreas maiores afetadas, esses números serão muito, muito maiores".

Ele disse que não quer calcular o número de mortes possíveis.

A taxa de mortalidade, até o momento, foi de cerca de três por cento, mas é um fato que tende a apresentar oscilações.

Mais uma vez, apenas o tempo dirá.

O Ministério da Saúde elevou nesta terça-feira, 28, a classificação de risco do Brasil para o nível 2, que significa "perigo iminente", após caso suspeito de coronavírus em paciente em Minas Gerais. Até segunda-feira (27) o País estava em nível 1 de alerta.

O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, afirmou pela manhã que o governo federal "está preparado" para detectar o vírus. "Não é um sistema que está sendo preparado agora. Temos o plano de contingência e o que vamos fazer é atualizar."

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A pasta disse que recebeu, desde o início do surto de coronavírus na China, "mais de 7 mil rumores" de infecção, mas que apenas 127 exigiram verificação do órgão e apenas um se confirmou como suspeita.

O ministério investiga um caso suspeito de coronavírus em paciente de Minas. A paciente é uma estudante de 22 anos que teve um histórico de viagem para Wuhan, na China. Ela chegou em território brasileiro no dia 24 de janeiro. Segundo o ministro, todas as 14 pessoas que tiveram contato com o estudante estão sendo "monitoradas".

De acordo com a pasta, ela relata não ter ido ao mercado de peixes da cidade, não ter tido contato com nenhuma pessoa doente e não ter procurado nenhum serviço de saúde enquanto estava na cidade. Segundo a Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais, a jovem passa bem.

O surto de coronavírus havia provocado 106 mortes na China até a noite desta segunda-feira, 27. O número de infectados passava de 4,5 mil. De todas as mortes até o momento, 100 foram registradas na província de Hubei, onde fica a cidade de Wuhan, epicentro da contaminação. Ao menos 15 países em quatro continentes já confirmaram casos importados da doença.

Nesta terça-feira, representantes do Ministério da Saúde vão participar de uma reunião com a Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre o tema. Mandetta disse que o Instituto Butantã de São Paulo participará de um "esforço internacional" para a produção de uma vacina contra o coronavírus.

A embaixada chinesa na Dinamarca considerou o ato uma ofensa ao país e que tanto o jornal como o autor da caricatura devem pedir desculpa ao povo chinês, a seu ver.

Diplomatas chineses apelidaram de "insulto" uma caricatura do coronavírus (2019-nCoV, nome científico) recentemente publicada por Niels Bo Bojesen no jornal dinamarquês Jyllands-Posten e exigiram um pedido de desculpas público.

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Um porta-voz da embaixada chinesa em Copenhague disse que o desenho satírico de Niels Bo Bojesen "é um insulto à China e viola os sentimentos do povo chinês".

"Sem qualquer simpatia ou empatia, ela ultrapassa os limites da sociedade civilizada, bem como os limites éticos da liberdade de expressão, e é uma afronta à consciência humana", disse ele.

O diplomata expressou "forte indignação" e exigiu que o jornal e o autor da caricatura reconheçam seu erro e apresentem um pedido público de desculpas ao povo da China.

Niels Bo Bojesen escolheu o amarelo para desenhar as formas do 2019-nCoV e colocou-as sobre um fundo vermelho em uma posição idêntica às cinco estrelas amarelas de cinco pontas da bandeira chinesa.

Em 2005 a publicação ficou mundialmente conhecida por suas caricaturas anti-islâmicas do profeta Maomé, o que levou a uma onda de indignação entre muçulmanos na Dinamarca e pelo mundo afora.

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Da Sputnik Brasil

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