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O município de Sumaré, no Interior de São Paulo, sofre uma onda de intolerância religiosa contra terreiros de Umbanda. Três casas foram vandalizadas desde setembro e fieis estão apreensivos pela falta de uma atuação mais contundente do Poder Público.

Imagens quebradas e roupas de santo rasgadas junto com peles de tambores utilizados nas giras (cultos) descrevem o rastro de destruição deixado nas casas pelos criminosos. As informações são da Folha de S. Paulo.

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"Sumaré está esperando um corpo de um pai ou uma mãe de santo estendido no meio do terreiro, com um tiro no peito, para selar a intolerância religiosa e o racismo religioso", afirmou Fabiana Cavalcanti, dirigente da Casa de Caridade Pai João de Oyó, que fala pela maioria dos pais e mães de santo da cidade. 

Em um intervalo de 90 dias, o primeiro ataque ocorreu na madrugada de 11 de setembro, no Terreiro Oxalá e Iemanjá, no Jardim Bela Vista, onde até o relógio de energia foi arrancado do poste. Menos de um mês depois, na manhã do dia 7 de outubro, o alvo foi a casa espiritual Pai João da Guiné, no Jardim Picerno. O terceiro local foi depredado no início de novembro, mas não chegou a ser invadido. Teve a fachada vandalizada e o toldo removido.

Os relatos convergem sobre a presença de um Chevrolet Corsa, que costuma rondar os terreiros antes dos ataques. A placa foi levantada e consta como um modelo Meriva. "Vários pais e mães reclamaram sobre isso. Disseram que ele passa bem devagar, tira várias fotografias e sai cantando pneu. Estamos bem apreensivos", comentou Fabiana.

Devido ao medo de novos ataques, religiosos começaram a vigiar as casas na tentativa de identificar os criminosos. "Cada casa coloca um dos filhos para vigiar a entrada. É perigoso, mas orientamos para apenas tentar tirar fotos e filmar", apontou a representante.

Os pais e mães de santo destacam que procuraram políticos locais desde a primeira invasão e acionaram o Ministério Público, mas nenhuma ação foi percebida na prática e eles ainda teme pela insegurança.

"É dever do Estado proteger o cidadão e a casa de oração, seja ela católica, evangélica, budista, kardecista, seja de matriz africana. Sentir esse racismo religioso, essa intolerância religiosa comendo a gente vivo, deixa a gente bastante chateado", critica Fabiana.

O Ministério Público comunicou que um inquérito foi instaurado, mas não sabe a quantidade de boletins relacionados à intolerância religiosa que foram registrados desde o ano passado. A justificativa é que o Departamento de Polícia Judiciária de São Paulo ainda não repassou as informações.

Na quinta (25), o presidente da Câmara Municipal, o vereador William Souza (PT), encaminhou ofícios à Secretaria Municipal de Segurança Pública, ao comandante do 48º Batalhão da Polícia Militar do Interior e ao delegado de Sumaré.

A Secretaria de Segurança Pública do Estado confirmou a investigação no 2º Departamento de Polícia de Sumaré do caso ocorrido em outubro. "A unidade também investiga um fruto de fios em um centro espírita ocorrido em 11 de setembro. Diligência prosseguem visando a identificação dos autores de ambos os delitos. Quanto ao B.O registrado pela Delegacia Eletrônica, o mesmo foi indeferido por divergências nos dados", complementou.

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Uma homenagem especial na despedida do mestre percussionista Naná Vasconcelos. Dezenas de músicos e entusiastas da cultura afro fizeram ‘Um Minuto de Barulho para Naná’, nesta quarta-feira (9), no Marco Zero, na área central do Recife. O músico, que ficou conhecido mundialmente por divulgar e difundir as raízes africanas, faleceu aos 71 anos, após lutar sete meses contra um câncer no pulmão.

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O encontro foi idealizado pelo baterista Tostão Queiroga, irmão de Nena e Lula Queiroga. Segundo o músico, a ideia foi reunir espontaneamente os seguidores do percussionista para fazer muito barulho com batuques e instrumentos. “Ele sempre foi e será uma referência da música pernambucana em âmbito mundial. Além disso, todos nós temos um grande respeito e gratidão”, falou.

Uma das integrantes do Maracatu Sol Nascente, de Água Fria, Mariana Passos, fez movimentos para Yansã, em homenagem a Naná. “Dancei para Yansã em referência a passagem da terra para o céu, um movimento do vento. Indiscutivelmente, ele (Naná) representa o toque da ancestralidade. Um verdadeiro mestre, que mostrou para o mundo a cultura africana”, concluiu. 

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A Criart Cia de Dança comemora 14 anos de existência com a releitura do espetáculo Cangoma, que será encenado no sábado (31), às 19h30 no Teatro Luiz Mendonça. O espetáculo, marcado pela influência e riqueza da cultura negra, é uma exaltação à vida e a força da liberdade. Cangoma refere-se ao tambor que anunciou o fim da escravatura. A releitura é dirigida e coreografada por Paula Azevedo.

Serão oferecidos entre os dias 1° e 3 de setembro workshops nas modalidades contemporânea, moderna e clássica, respectivamente com os professores Vinicius Ferreira (SP), Arilton Assunção (SP) e  Inêz Lima (PE). Os valores variam de acordo com a quantidade de workshops em que o público pretende realizar.

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A festa de aniversário da companhia conta com a participação da Companhia Infantil Criart de Dança, além de convidados locais e da Faces Ocultas Companhia de Dança de Salto (SP). A coreografia Tuxau Abá, também da Criart, abre a noite de comemoração. Os ingressos custam R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia) e estão à venda na sede da companhia, na Rua Coronoel João Manguinhos, 290, Bairro Novo - Olinda. 

Serviço 

Cangoma

Sábado (31) | 19h30

Teatro Luiz Mendonça (Parque Dona Lindu)

R$ 20 e R$ 10

(81) 3011 0487

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