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A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) registrou mais de 25 casos da nova cepa do Coronavírus, no início do mês de junho. A XQ Covid-19 é a conclusão da fusão do genoma de duas linhagens da variante Ômicron: a BA.1.1 e BA.2. Com o número de casos e mortes da Covid-19 aumentando no Brasil, é importante se atentar às mudanças dos sintomas da nova cepa.

O LeiaJá entrevistou a médica infectologista, Marcela Vieira Freire, que esclareceu sobre os sintomas dessa nova cepa. Segundo a especialista, uma das mudanças mais significativas foi que a perda de olfato e paladar não são sintomas que prevalecem na XQ.

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"Atualmente as variantes e subvariantes mais prevalentes não possuem a anosmia (ausência de olfato) e ageusia (ausência de paladar) como sintomas característicos. Os sintomas mais importantes são coriza, espirros, obstrução nasal, cefaléia, tosse e febre", esclareceu.

Por fim, a infectologista alerta sobre a importância da testagem para a diminuição de transmissibilidade. "Os sintomas são semelhantes ao de um resfriado ou quadro gripal ou seja, cefaléia, coriza, dor de garganta, espirros, febre e tosse; por isso a ampla disponibilização do teste é fundamental para conseguirmos atuar de forma coordenada e reduzir transmissibilidade", enfatizou.

Os mapas de saúde pessoal, popularizados nos equipamentos com “health trackers”, comuns em relógios inteligentes, poderão detectar a infecção por Covid-19 dias antes que os sintomas apareçam, de acordo com pesquisa americana. Esses rastreadores monitoram mudanças na temperatura da pele, frequência cardíaca e respiratória e podem ser combinados com inteligência artificial (IA) para fornecer um diagnóstico. 

Uma equipe que escreve no jornal BMJ Open testou a pulseira AVA, um rastreador de fertilidade que as pessoas podem comprar online para identificar o melhor momento para conceber. Ele monitora a frequência respiratória, frequência cardíaca, variabilidade da frequência cardíaca, temperatura da pele do pulso e fluxo sanguíneo. Outros rastreadores de saúde, como Fitbit ou Apple Watch, ainda não têm a capacidade de executar essas funções, mas no futuro pode ser possível e extremamente útil, disseram os pesquisadores. 

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A pesquisa sobre a assertividade do dispositivo analisou mais de 1,1 mil pessoas adeptas da pulseira. Dentre elas, 68% demonstraram mudanças nos parâmetros corporais e 127 tiveram casos de Covid-19 confirmados. 

Lorenz Risch, presidente dos Laboratórios Dr Risch da Suíça, disse ao The National que a pulseira AVA é um produto médico certificado, que também é liberado para rastreamento de fertilidade. 

"Até agora, nem o Apple Watches nem o Fitbit podem ser considerados produtos médicos", disse ele. "Como um rastreador em si, a pulseira AVA também inclui monitoramento de temperatura do pulso, que está incluído apenas em uma minoria de outros rastreadores de saúde. 

Pode teoricamente parecer viável que os algoritmos de IA identificados com a pulseira AVA possam ser adaptados a outros rastreadores de saúde, monitorando os mesmos parâmetros fisiológicos ou semelhantes. No entanto, espera-se que isso leve em consideração questões técnicas, regulatórias e de padronização. 

"Diante do fato de que mais de 100 milhões de rastreadores de fitness foram vendidos globalmente em 2021, tentar aplicar o algoritmo AVA a outros rastreadores de saúde acabaria permitindo um aumento no alcance e uso da tecnologia de rastreador de saúde orientada por IA para apoiar poderosamente o domínio de situações de pandemia”, continuou o representante. 

 

Hoje (18) é o Dia Internacional da Síndrome de Asperger, por conta de Hans Asperger, pediatra austríaco, que estudou esta condição neurobiológica. A data é uma forma de estimular as pessoas a conhecerem mais a respeito desta condição, identificar os sinais e a importância da integração de pessoas com essa síndrome. 

A Síndrome é uma categoria psicológica de visão autista caracterizada por dificuldade na interação e comunicação social. Diferente do autismo clássico, não causa diferença de aprendizado. É provocada por um conjunto de fatores neurobiológicos que alteram o desenvolvimento cerebral.  

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Podem apresentar nos primeiros anos de vida, mas poucos são reconhecidos pelos pais quando os sinais são leves. Os diagnósticos são feitos na fase escolar, quando a dificuldade de socialização é de maior intensidade e o desinteresse que relacione com a falta de atenção. 

As características são: comportamentos repetitivos, individualidades nas falas, problemas de interações sociais, atitudes emocionais impróprias, movimentos descoordenados, QI elevado e dificuldade de relacionamento. 

O objetivo é analisar os sintomas, não existe uma cura ou tratamento específico. O ideal é incluir terapias que abordam três sintomas básicos: baixa capacidade de comunicação, rotinas obsessivas e imperícia física. 

Famosos que possuem a Síndrome de Asperger são: Elon Musk, Bill Gates, Anthony Hopkins. Para conhecer mais sobre outros famosos portadores da síndrome, acesse: https://ensino.digital/blog/celebridades-com-sindrome-asperger

Por Camily Maciel

 

 

Os pacientes com caso leve ou moderado de Covid-19 seguirão agora novos protocolos de isolamento, adotados esta semana pelo Ministério da Saúde. Manter a pessoa infectada fora do convívio da sociedade é uma medida adotada desde o início da pandemia que segue pesquisas sobre o tempo que o paciente pode transmitir a doença.

Pelas novas recomendações do ministério, foram previstos três intervalos diferentes para o isolamento dos infectados. Os tempos passam a contar do início dos sintomas, e não da obtenção do resultado do exame positivo.

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Isolamento de 5 dias

A pessoa só poderá sair do isolamento nesse prazo se no fim do quinto dia:

- Não estiver com sintomas respiratórios nem febre há pelo menos 24 horas;

- Não tiver utilizado antitérmicos há pelo menos 24 horas;

- Testar negativo com exames de PCR ou antígeno;

Mesmo se a pessoa testar negativo, é indicado continuar adotando medidas adicionais, como trabalhar de casa se puder, usar máscara em locais com pessoas. Se o indivíduo testar positivo, é necessário manter o isolamento até o décimo dia.

Isolamento de 7 dias

Ao fim de 7 dias, é possível sair do isolamento sem teste se o paciente:

- Não estiver com sintomas respiratórios nem febre por pelo menos 24 horas;

- Não tiver tomado antitérmico há pelo menos 24 horas;

Se os sintomas respiratórios ou febre persistirem no sétimo dia, o indivíduo deve seguir outras orientações. Caso a pessoa teste negativo no sétimo dia, pode sair do isolamento, desde que o exame seja de PCR ou antígeno e desde que aguarde 24 horas sem sintomas respiratórios ou febre e sem uso de antitérmico.

Isolamento de 10 dias

Se o teste der positivo no sétimo dia, a pessoa deve manter o isolamento até o décimo dia. Para sair da quarentena no décimo dia é necessário:

- Estar sem sintomas respiratórios e sem febre por pelo menos 24 horas;

- Não ter utilizado antitérmico por pelo menos 24 horas.

Neste fim de ano, em meio à pandemia de Covid-19 - embora com queda acentuada das curvas de mortes e infecções - crescem no Brasil os casos de gripe. As duas doenças podem confundir, dada a semelhança dos sintomas.

O conhecimento e a reação aos sintomas são necessários diante dos riscos de transmissão da Covid-19. Conforme orientações do Ministério da Saúde, uma pessoa infectada deve, além de procurar atendimento, ficar isolada de outros indivíduos e fazer quarentena durante 14 dias. O prazo pode ser menor, dependendo das orientações das prefeituras.

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Segundo a infectologista Ana Helena Germoglio, não é possível definir se uma pessoa está com Covid-19 ou com gripe apenas com a análise do profissional, chamado no jargão técnico de diagnóstico clínico.

Para a avaliação do quadro de saúde do paciente é preciso realizar testes. No caso da Covid-19, há diferentes modalidades, como os testes de antígeno ou laboratoriais PCR. No caso da gripe, também há distintos tipos de exames.

Por isso, a infectologista destaca a importância de que, diante de sintomas, as pessoas procurem assistência médica para que o profissional possa indicar os procedimentos adequados à realização do diagnóstico.

Gripe x Covid-19

Embora os sintomas sejam bastante parecidos, há especificidades entre as duas doenças. Na gripe, sintomas como febre, tosse seca, cansaço, dores no corpo, mal-estar e dor de cabeça são comuns. Coriza ou nariz entupido e dor de garganta podem aparecer, mas são menos frequentes.

A gripe pode evoluir para casos graves e até mesmo para a morte. Segundo material explicativo do Instituto Fernandes Figueira, da Fundação Oswaldo Cruz (IFF-Fiocruz), a hospitalização e a possibilidade de óbito estão, em geral, vinculadas aos grupos de alto risco. A influenza pode também abrir espaço para infecções secundárias, como aquelas causadas por bactérias.

Na Covid-19, febre e tosse seca são sintomas comuns. Já cansaço, dores no corpo, mal-estar e dor de garganta podem surgir às vezes. A doença tem outros sintomas que, em geral, não são sentidos por quem tem gripe, como perda do olfato e paladar.

A Covid-19 também pode avançar para quadros mais graves, como evidencia a marca de mais de 600 mil pessoas. Pessoas nessas situações mais graves ou críticas podem ter forte falta de ar, pneumonia grave e outros problemas respiratórios que demandem suporte ventilatório ou internação em unidades de terapia intensiva.   

“A Covid-19, principalmente agora, dá muita queixa de perda de olfato e paladar. A influenza costuma deixar mais prostrado, acamado, dor no corpo, sensação de congestão. Quando a gente compara as duas, a influenza dá muito mais sintomas. Pra gente fechar o diagnóstico, somente com exame laboratorial”, diz Ana Helena Germoglio.

No início da pandemia de covid-19, descobriu-se que muitas pessoas infectadas com o vírus SARS-CoV-2 estavam perdendo o olfato — mesmo sem apresentar outros sintomas. Pessoas infectadas podem perder o paladar e a capacidade de detectar sensações desencadeadas quimicamente, como o sabor picante, o que é chamado de sinestesia. Após a recuperação, muitos pacientes não conseguem recuperar o olfato imediatamente, e alguns podem temer que a situação possa ser permanente. Não é raro encontrar casos nos quais as pessoas levam entre três e cinco meses para recuperar o potencial desses sentidos. 

Antes da pandemia, a perda ou diminuição do olfato já era sentida por até 20% da população mundial, especialmente em pessoas com sinusite ou rinite. Entretanto, com a covid-19 essa parcela aumentou significativamente. De acordo com uma pesquisa publicada em janeiro deste ano no Journal of Internal Medicine, 86% dos pacientes infectados com o novo coronavírus apresentaram alguma disfunção olfatória. 

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Para aqueles que perdem o olfato por um período prolongado, pode haver preocupações que vão além do prazer de saborear a comida. Muitas pessoas, na verdade, não percebem o quanto sentem falta do olfato até que ele desapareça. Por exemplo, não ser incapaz de cheirar algo queimando pode ser um perigo para a saúde.  

O vírus SARS-CoV-2 parece infectar e comprometer as células vizinhas àquelas que controlam o cheiro, o que pode se traduzir em perda de cheiro, explica a médica otorrinolaringologista Kátia Virgínia, do HOPE, ao LeiaJá. No mundo, quase metade dos pacientes com covid-19 perdem o olfato e cerca de 40% perdem o paladar, de acordo com uma revisão internacional de estudos publicados anteriormente. De acordo com pesquisas preliminares, até metade desses indivíduos também desenvolve o que é conhecido como parosmia, que distorce os cheiros— submergindo, digamos, o cheiro de leite estragado onde deveria haver o aroma de café. 

“O coronavírus age no epitélio olfatório destruindo as células de sustentação. Essas células são as que fazem o nervo olfatório funcionar bem, como elas ficam destruídas, consequentemente, o nervo do olfato não consegue exercer bem a sua função, e aí ocorre a perda desse sentido. No nosso paladar, a gente pensa que muita coisa é sentida pela língua, mas na verdade a língua é responsável apenas pelo doce, azedo, salgado e amargo; o restante, o sabor vem pelo sentido do olfato, por isso que há alteração também do paladar nas infecções do coronavírus”, explica Virgínia. 

Não ser capaz de cheirar pode parecer um aborrecimento menor, pelo menos em comparação com complicações fatais do coronavírus, mas ignorar a perda do olfato é ignorar a importância de compartilhar uma refeição com os amigos ou mesmo de notar situações de perigo. Um estudo da universidade californiana de Stanford menciona, inclusive, que essa incapacidade pode levar à depressão, ansiedade e isolamento social. 

“A perda do sentido do olfato traz muito impacto na qualidade de vida do paciente e na questão da segurança também. O paciente sem olfato deixa de sentir, por exemplo, o cheiro da fumaça; não reconhece se uma comida queimou ou está estragada; um vazamento de gás, um princípio de incêndio. O olfato, independente de pandemia, à medida que envelhecemos, sofremos uma perda neste sentido. O sexo masculino tem o olfato um pouco menos apurado que o feminino; geralmente as mulheres têm um olfato melhor, assim como pessoas mais jovens terão um olfato melhor que os mais velhos, que passam pela perda. Mas a perda do olfato sempre levará em conta esses dois fatores: idade e gênero”, prossegue a especialista. 

Como mencionado anteriormente, antes mesmo da pandemia, a perda de olfato já era realidade para uma porção significativa da população brasileira. A otorrinolaringologista chama atenção para outros quadros virais e não virais que podem apresentar sintomas parecidos com os da covid e afetar os sentidos do olfato e paladar. Em qualquer um dos casos, a consulta com um médico especialista e exames de rotina são essenciais à saúde. 

“Outros quadros virais podem causar também esses sintomas, o quadro clínico é semelhante. Para saber qual vírus causou, é preciso fazer um exame, no caso da Covid-19, é o RT-PCR que vai confirmar se é coronavírus ou não. Existem outras patologias que cursam com a alteração de olfato, não só os quadros virais. Quadros de rinite, sinusite, alguns tumores; toda alteração de olfato deve ser investigada. Aí, o médico otorrinolaringologista vai colher o histórico do paciente, fazer o exame físico e dependendo das suspeitas, ele vai solicitar o exame de imagem, uma nasofibroscopia, e o teste do olfato, que é o que vai confirmar se houve perda ou não, e quantificar o grau da perda: se foi leve, moderada, acentuada ou perda total”, conclui. 

A importância do olfato 

Para decodificar e interpretar mensagens químicas, proteínas específicas localizadas na membrana dos neurônios olfativos em nosso nariz verificam a identidade de cada molécula volátil que chega, e se reportam ao interior. Assim, a informação química, traduzida em sinais elétricos, viaja até o cérebro e afeta as escolhas de comportamento, bem como o humor. Muitas vezes, tudo isso é feito sem que prestemos muita atenção aos odores em nosso ambiente. 

É o olfato que orienta nossas escolhas alimentares e que molha o nosso apetite. É também o cheiro que nos torna exigentes sobre a qualidade da nossa comida, por exemplo, e que nos faz reconhecer um prato de “dar água na boca”. Sem o sentido do olfato, perderíamos muitas experiências, emoções e prazer interessantes; nossa vida careceria de toda uma dimensão. Porém, do ponto de vista fisiológico, seria uma vida perfeitamente normal.

Os estudantes universitários inscritos no Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) 2021 que apresentarem sintomas da Covid-19 não devem comparecer ao local de prova no dia da aplicação. A orientação, segundo o edital do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), é que o participante deve fazer o pedido de dispensa da prova, dentro do prazo de 16 de dezembro até 21 de janeiro de 2022, apresentando laudo médico para comprovar o estado de saúde.

A regra vale para outras doenças infectocontagiosas, assim como em caso de acidente, assalto, casamento, extravio, perda, furto ou roubo de documento de identificação, luto, maternidade ou paternidade, entre outros motivos que podem ser encontrados no edital da avaliação.

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A solicitação de dispensa da prova deve ser feita por meio do sistema Enade, e o usuário deve enviar os seguintes documentos: nome completo do estudante; diagnóstico com a descrição da condição que motivou a solicitação e/ou o código correspondente à Classificação Internacional de Doença (CID 10); e assinatura e identificação do profissional competente, com respectivo registro do Conselho Regional de Medicina (CRM), do Ministério da Saúde (RMS) ou de órgão competente.

O Inep ainda ressalta que a aprovação do pedido só pode acontecer se o participante do Enade tiver finalizado o preenchimento do Questionário do Estudante no período previsto, até o dia 13 de novembro. O Enade será aplicado no próximo domingo (14) em cerca de 490 mil estudantes concluinte de 30 cursos de graduação em todo o País.

Os casos de "covid longa", que deixam o paciente com os sintomas da doença durante meses, começam a ser melhor definidos, mas, mesmo assim, persistem dúvidas sobre sua real natureza.

"Devemos pesquisar mais a covid longa e os pacientes afetados", declarou no final de setembro a médica suíça Myssam Nehme, durante uma conferência organizada pelo instituto Pasteur.

Como outros cientistas, Nehme trabalha para definir melhor a realidade da covid longa, ou seja, a persistência de sintomas em um paciente que foi diagnosticado meses antes com a Covid-19.

No ano passado, pouco depois do início da crise sanitária, vários pacientes afirmaram que muito tempo depois da infecção de Covid-19 continuavam sofrendo alguns de seus sintomas, como cansaço, dificuldades para respirar ou perda de olfato.

Atualmente, a existência do fenômeno gera consenso. Muitos cientistas e várias autoridades da área de saúde reconhecem que algumas pessoas sofrem sintomas duradouros da doença, e não apenas as que tiveram a forma grave da Covid.

Myssam Nehme calcula, após um estudo com centenas de pacientes, que mais de um terço continua apresentando ao menos um sintoma da enfermidade sete, oito ou nove meses depois.

Mas isto é a apenas um ponto de partida. Não se sabe o que pode provocar a persistência dos sintomas: resta uma pequena quantidade de vírus no organismo? Os órgãos são afetados, seja pelo vírus ou pela resposta imunológica? Existe um componente puramente psicológico?

As dúvidas sobre as causas levam a outra pergunta. Existe uma única covid longa? Ou estão sendo classificadas sob um mesmo termo realidades muito diferentes, entre pacientes afetados por formas leves da covid e outros que sofreram complicações, a ponto de serem hospitalizados ou internados no CTI?

"A covid longa significa agora coisas diferentes em contextos diferentes e para pessoas diferentes", escreveu em agosto o pneumologista americano Adam Gaffney em um artigo no jornal New York Times.

Gaffney, que não nega a necessidade de levar a sério todo paciente com sintomas de longa duração, teme uma forma de alarmismo dos meios de comunicação. Diante da diversidade de casos qualificados como covid longa, ele expressa dúvidas sobre a existência de uma patologia ligada apenas à infecção pelo coronavírus.

Porém, nas últimas semanas, vários estudos - como o da doutora Nehme - se concentram nas especificidades da covid. Ao contrário das pesquisas realizadas rapidamente no início da pandemia, os estudos atuais comparam a frequência dos sintomas com pacientes que não ficaram doentes ou que contraíram outras patologias.

Este é o caso de um estudo publicado no fim setembro na revista PLOS One por uma equipe britânica. A partir dos dados compilados com quase 300.000 pacientes, a pesquisa destaca que os sintomas típicos da covid longa são mais frequentes em pessoas que sofreram de Covid-19 do que naquelas que passaram pela gripe sazonal.

"Isto leva a pensar que sua origem poderia estar parcialmente vinculada a uma infecção de SARS-Cov-2", o vírus que provoca a Covid-19, afirma o estudo.

Mas é muito difícil tirar conclusões porque o estudo constata uma grande diversidade de sintomas, com base na gravidade da doença e na idade dos pacientes.

E as crianças?

E, neste sentido, até que ponto as crianças estão ameaçadas por uma covid longa?

A resposta pode influenciar a abordagem da vacinação entre os mais jovens. Estes praticamente não correm nenhum risco de desenvolver uma forma grave de covid-19, mas uma forma longa da doença que, sim, pode ser prejudicial.

Mas inclusive neste ponto alguns cientistas alertam que não se deve cair no alarmismo. Uma meta-análise publicada no fim de setembro na revista 'Pediatric Infections Disease Journal', baseada em 15 estudos prévios, considera que estes últimos são muitas vezes tendenciosos e aumentam a frequência de casos de covid longa entre os mais jovens.

"O risco real provavelmente está muito mais próximo de um para cada 100 do que de um para cada sete, uma proporção muito utilizada", escreveu no Twitter um dos principais autores da análise, o cientista e pediatra Nigel Curtis.

Porém, Curtis lembrou que por menor que a proporção de um para cada 100 possa parecer, esta ainda representa muitos casos e, por isso, é necessário estudar bem como tratá-los.

Adriana Sant'Anna apareceu nas redes sociais neste domingo (1°) para revelar aos seguidores que está com Covid-19. Ela ainda deu detalhes sobre os sintomas da doença e saiu em defesa da vacinação, falando até que não usava mais máscara no rosto por não ser mais exigido nos Estados Unidos, onde mora com Rodrigão e os filhos.

"Na quinta-feira (29) à noite comecei a sentir muitos calafrios acompanhados de uma dor no corpo insuportável. Lembro que subi as escada de casa emborcada e gemendo de tanta dor nas minhas costas, ossos e músculos. Não passava pela cabeça porque eu tomei a vacina, tive reações fortes pós-vacina e pensei que se estivesse com Covid, não teria quase sintoma... Até que Rodrigo comprou 2 testes. Logo em seguida, já perdi o paladar, olfato e comecei a ter dores de cabeça, que você acha que vai desmaiar e o corpo sem responder aos chamados, de tanta dor. Pois é, estou com Covid", declarou.

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Felizmente, Adriana se sente melhor no momento.

"Me sinto ótima, agora. Ontem eu não tinha condições de escrever, falar ou raciocinar. Hoje, posso falar com toda certeza que apesar de todos os sintomas, tenho a convicção de que o que me salvou de algo pior foi a vacina! Não tenho dúvidas! Não estou aqui para ser mãe e nem dizer o que vocês tem que fazer, mas preciso deixar registrado o meu conselho para que tomem a vacina e que continuem usando máscara. E aqui nos EUA estava livre, porque não exigiam mais... Como disse: achei que já tinham diminuído os casos, achei que dificilmente pegaria e que se pegasse, quase não teria sintomas. Ilusão! Se cuidem! Vocês que graças a Deus não tiveram Covid não tem noção do que é essa desgrama. Não tem! Se cuidem", finalizou.

Os sintomas da Covid-19 podem variar significativamente, dependendo da variante do vírus Sars-CoV2 responsável pela infecção, alerta estudo de King's College, de Londres, divulgado este mês. Segundo o trabalho, atualmente, dor de cabeça, dor de garganta e coriza são os sintomas mais associados à variante Delta (originalmente detectada na Índia), que já é prevalente no Reino Unido. Esses sintomas não eram comuns na primeira onda da doença, quando a predominância era da variante Alpha (do próprio Reino Unido).

No Brasil, embora não haja levantamento semelhante, médicos da linha de frente do atendimento também relatam mudança dos principais sintomas da doença apresentados no início da pandemia, quando a predominância era das variantes B.1.1.33 e B.1.1.28, e agora, em que prevalece a Gama (P1), a variante de Manaus. De acordo com os relatos brasileiros, os sintomas associados à Gama são semelhantes àqueles da variante indiana: dor de cabeça, dor de garganta e coriza. Ou seja, algo bem parecido com um resfriado mais forte.

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"A covid está diferente agora, mais parecida com um resfriado forte", resumiu o professor de Epidemiologia Genética da King’s College, Tim Spector, principal autor do trabalho britânico. "As pessoas acham que estão com um mero resfriado sazonal e continuam saindo, indo a festas. É importante que as pessoas tenham em mente que os principais sintomas relacionados à covid mudaram desde maio. Agora, o principal sintoma é dor de cabeça, seguido de dor de garganta, coriza e febre."

Até então, quando a predominância era da variante Alpha, os principais sintomas de covid, segundo autoridades sanitárias britânicas eram, nessa ordem: febre, tosse e perda do olfato ou paladar. A recomendação era para que quem apresentasse pelo menos um desses sintomas deveria fazer um teste para covid. Agora, no entanto, a variante indiana responde por 90% dos casos entre os britânicos.

O mapeamento de sintomas no Reino Unido está sendo feito desde março do ano passado por meio de um aplicativo, chamado zoe, no qual os pacientes relatam os sintomas. Já são mais de 4 milhões de relatos. Os dados analisados pelo app mostram que a tosse era o sintoma mais comum no início da pandemia, com 46% dos pacientes relatando o sintoma. Agora, foi superado por dor de cabeça (66%), dor de garganta (53%), coriza (49%) e febre (42%).

A variante indiana, já se sabe, é pelo menos 40% mais transmissível que a alfa e apresenta o dobro do risco de hospitalização. Além disso, as vacinas disponíveis são um pouco menos eficazes, particularmente após somente uma dose.

Embora praticamente todos os idosos estejam vacinados no Reino Unido, parte dos jovens adultos ainda está parcialmente vacinada ou não imunizada. No total, 2/3 das pessoas não estão ainda totalmente protegidas.

Situação no País

Um estudo feito no Brasil no ano passado listou os sintomas mais comuns entre os brasileiros. O levantamento feito pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel) envolveu 31.869 pessoas em todos os Estados. Entre os mais citados aparecem dor de cabeça, alterações de olfato e paladar, febre, tosse e dor no corpo. No entanto, o estudo não foi refeito este ano, de forma a considerar a prevalência da Gama, de Manaus.

"O número de linhagens em circulação no País é muito grande. No último levantamento, eram mais de 3 mil linhagens", explicou a virologista Paola Cristina Resende, pesquisadora da Rede Genômica Fiocruz, que mapeia a dispersão das variantes no País. "Mas o nosso foco são as chamadas variantes de preocupação, ou seja, aquelas com capacidade de transmissão maior, caso da P1, da B.1.7 (do Reino Unido), da B.1.1.351 (da África do Sul) e da B.1.617.2 (da Índia). A gente acredita que, na competição com outras variantes, a P1 se sai melhor e por isso ela continua predominante no Brasil." O mais importante, segundo os especialistas, é que as pessoas não se exponham e façam o teste para a covid-19 ao perceberem sintomas. Enquanto a vacinação não avançar mais, o uso da máscara e o distanciamento social são as únicas formas de proteção.

1ª e 2ª onda

Segundo o virologista Fernando Spilki, da Universidade Feevale, no Rio Grande do Sul, em termos de sintomas, o grande diferencial entre a primeira e a segunda onda da pandemia no País foi justamente o surgimento da coriza. "No ano passado, quando o paciente apresentava coriza, já podia, praticamente, descartar covid", conta Spilki. "O problema é que o indivíduo que está com uma coriza, um resfriado, tende a se expor mais, ele não vai se resguardar adequadamente."

A pneumologista Margareth Dalcolmo, da Fiocruz também notou a diferença. "Tenho visto muita gente com problemas na via aérea alta, como dor de garganta e coriza, como se fosse alguma outra virose."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Discreto, silencioso, de difícil detecção precoce e com sintomas que podem ser confundidos com os de outras doenças. Assim é o câncer de ovário, a segunda neoplasia que mais acomete o sistema reprodutor feminino, atrás apenas do câncer de colo do útero.

O câncer, ou neoplasia, é caracterizado pelo crescimento desordenado de células que invadem tecidos ou órgãos próximos ou mesmo distantes, formando tumores. No caso do ovário, 95% dos casos têm origem nas células epiteliais, que são as que revestem o órgão. Os outros 5% podem ocorrer nas células germinativas, aquelas que formam os óvulos, ou nas células estromais, as que produzem os hormônios femininos.

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De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), a estimativa é que em 2020 foram registrados 6.650 novos casos de câncer de ovário no país, o que representa 3% das neoplasias detectadas em mulheres. Os dados de 2019 indicam 4.123 mortes decorrentes da doença naquele ano.

Os fatores de risco para o câncer de ovário incluem o avanço da idade, a infertilidade, a primeira menstruação precoce, antes dos 12 anos, e a menopausa tardia, após os 52 anos. Também devem ser considerados o histórico familiar de neoplasias de ovário, colorretal e de mama, excesso de peso corporal e os fatores genéticos de mutações em genes como BRCA1 e BRCA2.

Por outro lado, o risco de câncer de ovário é reduzido nas mulheres que tomam contraceptivos orais e nas que tiveram vários filhos. Não há prevenção para a doença, mas é recomendado às mulheres que tenham fatores de risco manter o peso corporal saudável e consultar o médico com regularidade, sendo ainda mais importante a partir dos 50 anos.

O exame preventivo ginecológico, chamado de papanicolaou, não detecta o câncer de ovário, pois ele é específico para o câncer do colo do útero. A detecção precoce do câncer de ovário é feita por meio de investigação com exames clínicos, laboratoriais ou radiológicos, que devem ser feitos nas mulheres com sinais e sintomas sugestivos ou nas que integram os grupos com maior chance de desenvolver a doença.

Geralmente não ocorre o diagnóstico precoce do câncer de ovário, já que ele não apresenta sintomas iniciais específicos. Quando o tumor cresce, ele pode causar pressão e provocar dor ou inchaço abdominal, na pelve, nas costas ou nas pernas. Nas fases mais avançadas da doença, também pode causar náusea, indigestão, perda de apetite e de peso, gases, prisão de ventre ou diarreia e cansaço constante.

O tratamento é feito com cirurgia ou quimioterapia, de acordo com o tipo histológico do tumor, ou seja, qual tipo de célula foi afetada. Também influenciam no tratamento adotado a extensão da doença, a idade e as condições clínicas da paciente, bem como se o tumor é inicial ou recorrente.

Pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FM-USP) e do Instituto Adolfo Lutz constataram que crianças e adolescentes infectadas com covid-19 podem apresentar sintomas clínicos diferentes dos tradicionais, ou seja, distintos dos sintomas habitualmente causados pela doença respiratória aguda, como febre, tosse e desconforto respiratório, causadas por lesões severas causadas pelo SARS-CoV-2 nos alvéolos pulmonares.

Segundo a pesquisa, crianças saudáveis, infectadas pela covid-19, podem apresentar lesões inflamatórias extrapulmonares, como miocardite no coração e colite – inflamação do cólon intestinal. A forma atípica de covid-19 é chamada Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica (SIM-P).

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Os resultados do estudo, apoiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), foram publicados em artigo na revista EClinicalMedicine, do grupo Lancet. Os pesquisadores realizaram a autópsia de cinco crianças que faleceram em decorrência da covid-19 em São Paulo, sendo um menino e quatro meninas, com idade entre 7 meses e 15 anos.

“É importante que os pediatras atentem para essas possíveis manifestações clínicas diferentes de covid-19 em crianças e adolescentes para que a infecção seja diagnosticada e a SIM-P tratada mais rapidamente”, disse à Agência Fapesp, a pesquisadora Marisa Dolhnikoff, professora da FM-USP e coordenadora do projeto.

A pesquisa

De acordo com a Agência Fapesp, os pesquisadores realizaram a autópsia das cinco crianças que faleceram em decorrência da covid-19: duas crianças tinham doenças graves antes da infecção pelo SARS-CoV-2 – uma tinha câncer e outra uma síndrome genética congênita – e as outras três eram saudáveis e desenvolveram a SIM-P. Uma delas apresentou inflamação cardíaca (miocardite), outra inflamação intestinal (colite) e a terceira encefalopatia aguda, que desencadeou convulsões.

Segundo a pesquisa, a SIM-P nas crianças pode ocorrer alguns dias ou semanas após a infecção pelo SARS-CoV-2 e, até agora, pensava-se que essa reação inflamatória exagerada acontecia independentemente de o vírus ainda estar presente no organismo, como resultado de uma reação imune.

As constatações feitas por meio do estudo, no entanto, trazem evidências de que as manifestações da SIM-P são desencadeadas também pela ação direta do novo coronavírus nas células dos órgãos infectados.

“Não estamos dizendo que o que está descrito até agora sobre a síndrome inflamatória multissistêmica pediátrica está errado, mas acrescentamos a constatação de que a própria lesão causada nos tecidos pelo vírus está relacionada e, muito provavelmente, é um componente importante para a indução dessa resposta inflamatória exagerada em crianças”, ressalta Dolhnikoff.

 

Na última semana, a revista científica Nature publicou a pesquisa Covid Longa. O estudo revela que pessoas recuperadas do coronavírus têm risco 59% maior de morrer no período de 6 meses após o contágio. O estudo teve como base o banco de dados nacionais de saúde de 87 mil pacientes do Departamento de Assuntos de Veteranos dos Estados Unidos.

A pesquisa sobre as possibilidades do pós-Covid revelam que, além dos riscos de morte, uma parcela dos recuperados está com problemas de saúde. Foram identificadas falhas no sistema nervoso, distúrbios neurocognitivos e cardiovasculares. De acordo com o responsável pela pesquisa, Ziyad Al-Aly, a internação por Covid é a primeira etapa de um longo processo de reabilitação.

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Na pesquisa sobre as sequelas, cerca de 48 mil sobreviventes da Covid-19 foram consultados, e 80% deles apresentaram sintomas depois de semanas e até meses após a recuperação. Entre as alterações apresentadas estão fadiga (58%), dor de cabeça (44%), dificuldade de atenção (27%), perda de cabelo (25%) e dificuldade para respirar (24%).

Os pacientes estudados também apresentaram sintomas relacionados à ansiedade (13%) e depressão (12%). Mesmo antes da pandemia, essas alterações já eram agravantes na população brasileira. De acordo com os dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), 9,3% dos brasileiros possuem algum transtorno de ansiedade; 5,8% da população é afetada por depressão. Fatores como pobreza e desemprego são agravantes deste cenário, segundo especialistas.

Pesquisadores do Reino Unido querem que o país aumente a lista de sintomas que orienta os pedidos de exame para Covid-19. Atualmente, a lista é composta por três sintomas: tosse, febre e perda de paladar e/ou olfato. As informações são da BBC.

Um estudo feito em parceria com a universidade King's College London quer que sejam acrescentados fadiga, dor de cabeça, dor de garganta e diarreia. Com a ampliação, os pesquisadores acreditam que seriam identificados 40% mais casos da doença.

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As autoridades britânicas temem que o aumento de testes resulte no sobrecarregamento do sistema de saúde. Elas destacam que os sintomas que podem ser acrescentados são comuns e relacionados a diferentes causas, fazendo com que um volume maior de pessoas que não estão com Covid-19 sejam testadas.

Os pesquisadores calculam que o total de resultados negativos para cada positivo subiria de 46 para 95, mas defendem que o Reino Unido tem condições de suportar o aumento de demanda.

Os autores do estudo acreditam que qualquer paciente que apresente um dos sete sintomas deveria estar elegível ao teste PCR, considerado padrão ouro para diagnóstico da Covid-19. "Quando os testes de PCR eram escassos, fazia sentido uma maior restrição. Agora, o Reino Unido tem testes o suficiente, graças ao esforço feito pelos laboratórios em todo o país, e cada diagnóstico positivo ajuda a salvar vidas", opina, Claire Steves, que lidera a pesquisa.

Para Tim Spector, que também coordena o estudo, a testagem ganhou mais importância com a chegada da nova variante, mais transmissível. Um estudo conduzido pelo Escritório Nacional de Estatísticas (ONS, na sigla em inglês) identificou que tosse, fadiga, dor de garganta e dor muscular estão entre os sintomas mais comuns entre os infectados pela nova variante.

A maioria dos pacientes hospitalizados com a Covid-19 no início de 2019 na China continua apresentando pelo menos um sintoma da doença mesmo seis meses depois dos primeiros sintomas. É o que revela um estudo divulgado anteontem pela revista médica The Lancet.

Relatos de persistência dos sintomas e sequelas são comuns entre pacientes e já motivaram a criação de centros de reabilitação específicos para essas pessoas - o que mostra que ser um "recuperado" do coronavírus não significa necessariamente estar curado. Mas o trabalho de agora é o primeiro a traduzir em números esse impacto de longo prazo.

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Os pesquisadores, liderados por Chaolin Huang, do Hospital Jin Yin-tan - de Wuhan, onde surgiu a doença -, avaliaram 1.733 pacientes diagnosticados entre janeiro e maio com acompanhamento entre junho e setembro passados. A maioria (76%) ainda apresentava pelo menos um sintoma após seis meses do diagnóstico. O mais comum foi fadiga e fraqueza muscular (63% dos pacientes), seguido de dificuldades para dormir (26%). Ansiedade e depressão foram reportados por 23% dos pacientes.

Aqueles que ficaram mais gravemente doentes no hospital apresentaram com maior frequência, depois de seis meses, a função pulmonar prejudicada e anormalidades detectadas em imagens do tórax, o que poderia indicar uma lesão de órgão. Somente uma pequena parcela (390 pacientes) passou por esses testes complementares para avaliar a função pulmonar. Entre eles, aqueles que precisaram de ventilação (nível mais grave), 56% tiveram redução do fluxo de oxigênio dos pulmões para a corrente sanguínea. Entre os que precisaram de oxigênio, 29% tiveram esse impacto.

"Nossa análise indica que a maioria dos pacientes continua a viver com pelo menos alguns dos efeitos do vírus após a alta hospitalar", comentou Bin Cao, do Centro Nacional de Medicina Respiratória, que orientou o estudo.

No Brasil

Para o pneumologista brasileiro Carlos de Carvalho, do Incor e do HC, que participa de um estudo para identificar essas sequelas no longo prazo, mais trabalhos como este vão ajudar não somente a orientar a reabilitação de pacientes como a tratar os que precisam ser hospitalizados. A pedido do Estadão ele avaliou o estudo chinês e disse que os achados são bastante relevantes. Os sintomas mais comuns relatados em Wuhan também são mencionados no Brasil.

O trabalho do HC ainda está na fase inicial. A ideia é acompanhar ao longo de um ano 1,2 mil pacientes internados no hospital. Segundo Carvalho, 10% da amostra começou a ser avaliada em dezembro. "Percebemos os pacientes um pouco mais queixosos do que esperávamos", relata Carvalho. Uma análise da Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo em novembro apontou que até 40% dos curados da covid-19 têm sequelas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Depois de ir a uma celebração de Natal ou réveillon com um grupo pequeno ou a uma festa com aglomeração, podem aparecer sintomas da Covid-19 nos dias seguintes. Neste caso, a orientação dos especialistas é se isolar, buscar um serviço de saúde, realizar o exame e seguir as recomendações do médico.

No começo da pandemia, a recomendação das autoridades era se isolar e não buscar os serviços de saúde de imediato. Mas, segundo Zarifa Khoury, consultora da Sociedade Brasileira de Infectologia, agora sabe-se que o ideal é buscar o serviço de saúde no início da infecção.

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Ela destaca que não há remédios cientificamente comprovados, mas diz que os pacientes devem ter acompanhamento e receber medicação para ajudar o organismo na reação. "Cada pessoa, a partir de seus sintomas, recebe uma prescrição individualizada", afirma.

Além de procurar uma unidade de saúde e realizar os exames para confirmar a doença, é essencial avisar às pessoas com as quais teve contato nas confraternizações.

"Havendo sintomas, enquanto não tem resultado do exame, deve permanecer em isolamento e avisar a todos com quem teve contato nos últimos 5 dias sobre suspeita de covid. Tendo confirmação, estas pessoas também devem permanecer em isolamento por 14 dias", orienta a infectologista da Unicamp Raquel Stucchi

Ainda segundo ela, todos que têm covid devem fazer controle da oximetria para a analisar a saturação de oxigênio.

Cuidado

Raquel alerta ainda sobre os riscos dos exames. "Nenhum teste dá segurança para frequentar festas e confraternizações, nenhum dá garantia que não estamos transmitindo o coronavírus. Por dois motivos: o exame tem 30% de falso negativo, no caso do RT-PCR.

Já os exames que pesquisam antígeno para os que não apresentam sintoma, este número é ainda maior", diz a infectologista. "O outro motivo é que mesmo que tenha feito o exame recentemente, há uma janela para que o vírus se manifeste, também podendo dar falso negativo e ser um vetor de contaminação", continua.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em novembro, 50 mil pessoas (0,5% da população) tiveram sintomas conjugados de Covid-19 no estado. Em outubro, eram 23 mil (0,2% da população), ou seja, o percentual mais que dobrou em apenas um mês. Os sintomas conjugados considerados pelo IBGE são três: perda de cheiro ou sabor; febre, tosse e dificuldade de respirar; febre, tosse e dor no peito. Os dados são da PNAD Covid, pesquisa do IBGE que retratou as mudanças na saúde dos brasileiros e no mercado de trabalho durante a pandemia. O levantamento começou no dia 4 de maio e foi encerrado em 11 de dezembro.

Dessa parte da população local que teve sintomas conjugados, 42,8% procuraram estabelecimentos de saúde em novembro, enquanto, em outubro, foram 40,9%. O levantamento também constatou que a proporção de pernambucanos com plano de saúde no mês passado (18,4%) ficou praticamente estável com relação ao mês anterior. Em maio, mês inicial da PNAD Covid, pouco mais de 2 milhões de pernambucanos tinham acesso à saúde suplementar; em novembro, era 1,76 milhão.

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Também em novembro, 317 mil pessoas (3,3% da população) apresentaram algum sintoma relacionado à síndrome gripal em Pernambuco, um aumento de 27,8% frente a outubro. Os sintomas gripais considerados nesta parte da pesquisa foram febre, tosse, dor de garganta, dificuldade de respirar, dor de cabeça, dor no peito, náusea, nariz entupido ou escorrendo, fadiga, dor nos olhos, perda de cheiro ou de sabor, e dor muscular. Os sintomas foram informados pelo morador e não se pressupõe a existência de um diagnóstico médico.

De acordo com a pesquisa, a proporção de domicílios com ao menos um morador idoso que vive com uma ou mais pessoas com sintomas conjugados de Covid-19 diminuiu de 28,4%, em outubro, para 17,6% em novembro. Entre as pessoas que afirmaram ter alguma doença crônica, 45 mil, ou 2,7% do total, testaram positivo para Covid no mês passado. Em outubro, eram 2,2%.

Pernambuco sai da última posição entre estados que testam para Covid

Em Pernambuco, 892 mil pessoas, ou 9,3% da população, fizeram algum teste para detectar Covid-19 do início da pandemia até o mês de outubro, sendo o segundo estado que menos testou no país, atrás apenas do Acre. Esta foi a primeira vez que Pernambuco saiu do último lugar nacional na realização de testes desde o mês de julho, quando o levantamento começou a incluir esses dados. No Brasil, 13,5% das pessoas fizeram teste para detectar o vírus até o mês de novembro, contra 12,1% até o mês de outubro. No Nordeste, a proporção foi de 12,5%.

A PNAD Covid detectou que, em novembro, 139 mil pessoas a mais disseram ter realizado algum tipo de testagem relacionada ao novo coronavírus em comparação a outubro, quando o percentual de população testada no estado foi de 7,9%. A quantidade de pessoas testadas tem crescido desde julho.

O aumento no número de testes também se refletiu em uma elevação nos resultados positivos: aproximadamente 1,9% da população do estado disse ter testado positivo para o novo coronavírus em novembro, em comparação a 1,6% em outubro. No Brasil, o índice de positivados foi de 3,1% da população do país em novembro, frente a 2,7% no mês anterior.

Das 892 mil pessoas testadas, 374 mil realizaram o swab, ou seja, com cotonete na boca e no nariz, e 89 mil (23,8%) tiveram resultado positivo; 389 mil fizeram o teste rápido com coleta de sangue através de furo do dedo e 59 mil (15,2%) testaram positivo, percentual inferior ao do mês de outubro, quando a proporção foi de 16,5%; enquanto 248 mil fizeram o teste de sangue com Covid por meio de veia no braço, sendo 66 mil (26,5%) com Covid confirmada. Uma pessoa pode ter feito mais de um tipo de teste.

Assim como ocorreu desde que a PNAD Covid passou a incluir perguntas sobre testagem no questionário, em julho, as pessoas do sexo feminino foram mais testadas em novembro: 472 mil mulheres contra 420 mil homens. No entanto, a proporção de mulheres testadas cujo exame deu positivo aumentou, passando de 56,3% para 57,6%.

No recorte por cor ou raça, das pessoas que afirmaram ter feito o teste, 57,1%, ou seja, 533 mil pessoas, se identifica como preta ou parda. Eles também são quase seis em cada dez dos infectados, totalizando 105 mil pessoas. Os brancos, por sua vez, totalizam 346 mil testados e 76 mil com resultado positivo para Covid.

Na distribuição por idade, a maior quantidade de pernambucanos testados está em idade de trabalhar - 499 mil pessoas de 30 a 59 anos, seguidas por 149 mil habitantes do estado na faixa etária de 20 a 29 anos. Entre as pessoas de 60 anos ou mais, 128 mil também fizeram testes para detectar o coronavírus, e 19 mil tiveram resultado positivo.

500 mil pessoas a mais reduziram o contato social, mas continuaram saindo de casa entre outubro e novembro

De acordo com a PNAD Covid, houve uma queda no número de pernambucanos que não adotaram qualquer medida de restrição do contato social no mês passado. Em novembro, eram 432 mil pessoas (4,5% da população), contra 557 mil em outubro (5,8% da população). No entanto, a quantidade de pessoas que reduziram o contato social, mas continuaram saindo de casa aumentou, passando de 3,8 milhões (40,3% do total da população) em outubro para 4,3 milhões (45,1%) em novembro, ou seja, 500 mil pessoas a mais.

Com isso, caiu ainda mais o número de pessoas que ficaram em casa e só saíram em caso de necessidades básicas, de 3,6 milhões (38,5% da população) para 3,5 milhões (37,1%).

O mesmo ocorreu com quem ficou rigorosamente isolado: eram 1,4 milhão (14,9%) em outubro e, em novembro, o número diminuiu para 1,2 milhão (12,9%), uma diferença de 200 mil pessoas. De julho, quando os dados sobre comportamento da população começaram a ser investigados pela PNAD Covid, até novembro, 1,2 milhão de pernambucanos deixaram o isolamento rígido.

Entre os que não adotaram nenhuma medida de restrição, os homens ainda são maioria, com 4,6%, mas as mulheres estão em uma porcentagem próxima, com 4,4%. Com quem realiza o isolamento rígido, a proporção também não difere muito entre os sexos, com 12,5% dos homens e 13,3% das mulheres que adotaram medidas mais restritas de convívio por conta da pandemia.

A faixa etária que tem maior percentual de pessoas que não fizeram nenhuma restrição na convivência com outras pessoas em novembro foi a de jovens de 14 a 29 anos: 5,4% se encaixam nesse perfil. Entre os idosos, com 60 anos ou mais, o percentual diminuiu de 3,4% em outubro para 2,4% em novembro.

Entre os pouco mais de 3 milhões de domicílios em Pernambuco, em 19 mil (6,1%) algum morador solicitou empréstimo no mês de novembro, sendo que em 175 mil (5,7% do total) a solicitação foi atendida e, em 20 mil (0,6%), o empréstimo não foi concedido. Em outubro, 6% da população havia pedido dinheiro emprestado e destes, 5,4% conseguiram.

Domicílios onde a renda domiciliar per capita está entre meio salário mínimo e um salário mínimo foram responsáveis pela maioria dos empréstimos concedidos, com 32,3% do total. Na maior parte dos lares pernambucanos que receberam dinheiro emprestado, 81,5% deles conseguiram os valores com bancos ou financeiras e 17% com parentes ou amigos.

*Do IBGE.

Um dia após receber teste positivo para covid-19 e se declarar assintomático, o candidato à Prefeitura de São Paulo Guilherme Boulos (PSOL) começou a apresentar sintomas da doença neste sábado, 28, véspera de eleição municipal. Ele receberia uma visita médica em sua casa por volta das 14h30, informou sua assessoria de imprensa mais cedo.

Boulos decidiu fazer o teste para o novo coronavírus após a deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP), com quem teve contato, receber diagnóstico positivo para a covid-19.

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Ainda assim, o candidato a prefeito manteve atividades de campanha, embora em locais mais reservados.

Ao apresentar o teste positivo no fim da tarde desta sexta-feira, Boulos cancelou agenda de campanha do sábado e declarou que, seguindo os protocolos sanitários, não sairá de casa para votar no domingo.

Por conta da confirmação, a TV Globo cancelou o debate entre o candidato do PSOL e o prefeito Bruno Covas (PSDB), que ocorreria na noite de sexta.

Mais da metade dos pacientes com Covid-19 que tiveram alta dos hospitais continuaram a apresentar sintomas, demonstra estudo. A pesquisa, realizada pela Universidade de Oxford (Reino Unido), estudou o impacto a longo prazo da doença em 58 pacientes hospitalizados pela infecção do coronavírus, divulga a agência Reuters.

O estudo, publicado pelo portal MedRxiv, concluiu que alguns pacientes apresentavam anomalias em vários órgãos depois de terem se infectado e que a inflamação persistente lhes causava problemas por meses.

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"Estes resultados destacam a necessidade de estudar mais os processos fisiológicos associados com a COVID-19 e desenvolver um modelo holístico e integrado de assistência médica para nossos pacientes uma vez que recebem alta dos hospitais", disse Betty Raman, medica do Departamento Radcliffe de Medicina da Universidade de Oxford.

Um relatório inicial do Instituto Nacional de Pesquisa da Saúde do Reino Unido (NIHR, na sigla em inglês), publicado na semana passada, indicou que a persistência da doença após a infecção inicial da COVID-19, chamada às vezes de "COVID-19 prolongada", pode provocar uma série de sintomas físicos e mentais.

Os resultados médicos indicaram anormalidades nos pulmões de 60% dos pacientes e problemas renais em 29% das pessoas analisadas. A prevalência de condições cardíacas foi de 26% e em 10% no fígado.

"As anomalias detectadas [...] têm uma forte correlação com os marcadores de inflamação", disse Raman. "Isto sugere um vínculo potencial entre a inflamação crônica e o dano aos órgãos dos sobreviventes." 

Da Sputnik Brasil

As dores musculares, cansaço e bolhas nos pés figuram entre os sintomas que podem indicar que uma pessoa está infectada com a COVID-19. Os sinais podem se manifestar de formas diferentes conforme a idade e características de cada paciente.

Esta foi a conclusão obtida por um grupo de pesquisadores britânicos, que entregou o resultado de seu estudo ao Grupo Consultivo Científico para Emergências (SAGE, na sigla em inglês), que, por sua vez, os transmitiu às autoridades do país, informa o tabloide Daily Mail.

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Entre as conclusões transmitidas, os pesquisadores afirmam também que até uma terça parte das pessoas com COVID-19 não mostra sintomas, ainda que possam ter a mesma probabilidade de transmitir o vírus a outras pessoas.

Um documento preparado pelo Grupo Consultivo de Ameaças de Vírus Respiratórios Novos e Emergentes (NERVTAG, na sigla em inglês), apresentando em 17 de setembro, salientou sintomas como a perda de olfato e paladar, febre, dor no peito, dor muscular, voz rouca, diarreia, delírio e bolhas nos pés.

Além disso, o grupo também referiu as erupções cutâneas no rosto e pescoço como indicadores altamente específicos da COVID-19 nos sete dias anteriores a um resultado positivo do teste.

Para chegar a esta conclusão, os pesquisadores se basearam em dados do aplicativo Covid Symptom Study (uma base de dados de milhões de usuários que relataram sinais da doença e os resultados de seus testes), assim como no estudo The First Few Hundred sobre os primeiros pacientes com a doença na China.

Contudo, com o intuito de evitar um grande aumento do número de testes e uma possível sobrecarga para os hospitais do país, o Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido não incluirá estes novos sintomas em sua lista oficial.

Da Sputnik Brasil

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