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A tecnologia de exibição em 3 dimensões (popularmente chamada de 3D) no cinema é a 'queridinha' de muita gente, que sempre dá preferência às sessões que exibem os filmes usando esse recurso. A expectativa de poder ver os personagens mais de perto e ter a sensação de estar dentro da cena motivam os espectadores a querer passar pela experiência. Porém, mesmo com os recursos e atrativos da tecnologia, há muitas pessoas que não fazem questão nenhuma de colocar os óculos e ter a sensação de 'mergulhar' na imagem.

A principal reclamação é em relação ao mal-estar físico provocado pelo 3D, dor de cabeça e enjoo os mais comuns. O gestor de projetos William Silvestrini afirma que já tomou muita aspirina por conta do desconforto causado por sessões 3D. Ele ainda reclama que, para quem usa óculos de grau, a situação é ainda mais desconfortável. “Pra gente que usa óculos é um desastre! Entra luz nas laterais, os acessórios ficam ainda mais pesados. Resumindo, é um desconforto total”, diz.

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William lembra qual foi o primeiro longa que ele tentou prestigiar em 3D, Avatar, de James Cameron. “Não consegui ficar até o final, saí antes com muita dor de cabeça”, lembra. Mesmo com a experiência ruim, arriscou assistir ao 6D, mas alegou a mesma insatisfação.

De maneira sucinta, ele faz algumas considerações à tecnologia: “O 3D não é tão incrível. Além disso, os óculos em sua maioria estão sujos, com marcas de digital, o que dificulta ainda mais a visão”. Quanto à possível extinção dos óculos com o avanço da tecnologia, William festeja. “Se isso realmente ocorrer será mais fácil de aderir ao recurso, até por ser mais confortável”, estima. 

A publicitária Núbia Modesto também se sente incomodada ao assistir a filmes em 3 dimensões. "Sempre sinto dor de cabeça e acho que algo está atrapalhando”, conta. "Sempre prefiro o tradicional de duas dimensões e só vejo em 3D quando não há outra escolha. O último que tentei assistir foi ‘Caça-Fantasmas’, pois só tinha 3D”, relata. Para Núbia, "os exibidores poderiam dosar melhor a divisão das salas que têm 3D”.

Problemas na visão

A oftalmologista Eveline Barros explica o motivo do desconforto que algumas pessoas sentem ao assistir aos filmes em 3 dimensões. “Na realidade, os cinéfilos que sentem mais sintomas como dores de cabeça ou até náuseas são aqueles que já possuem algum tipo de problema na visão. A grande questão é a dificuldade em conseguir enxergar com mais profundidade”, disse, em conversa com o LeiaJá.

“Normalmente, que possui algum tipo de estrabismo ou estrabismo subclínico podem apresentar mais sintomas. No estrabismo convencional, a pessoa já sabe que tem um desvio e na maioria das vezes é visível. Já o subclínico surge quando a pessoa é submetida a um ambiente não convencional e o corpo não consegue se adaptar, causando o mal-estar citado pelas pessoas”, exemplifica.

Ainda de acordo com a doutora Eveline, quem não possui nenhum dos problemas citados não terá sintomas como dor de cabeça e náuseas. Além disso, ela alerta que não é possível afirmar ainda se o uso excessivo dessa tecnologia, pelas crianças, pode ocasionar transtornos na visão. “É um recurso ainda muito novo para podermos saber se essa geração terá algum tipo de problema”, conclui.

Extinção dos óculos 3D

Para a solução do problema e a conquista de mais adeptos à tecnologia, a grande promessa para os próximos anos será a extinção dos óculos 3D. De acordo com a notícia publicada no site Wired, dois pesquisadores sul-coreanos teriam descoberto uma forma de exibir filmes com tecnologia 3D, sem precisar usar o acessório que incomoda tanto alguns dos cinéfilos.

A ideia é utilizar uma matriz na frente do projetor para polarizar a luz emitida. Simultaneamente, um filtro seria instalado para cobrir a tela e escurecer algumas regiões. Como o espectador só consegue enxergar alguns determinados pixels, a junção dos dois recursos possibilitaria a imagem tridimensional. A estratégia é fazer com que a luz visível para o olho esquerdo detenha apenas os pixels dedicados a ele, sendo a mesma forma para o direito. 

Expansão do cinema no Brasil

Conforme dados divulgados pelo Ministério da Cultura, o parque exibidor brasileiro encerrou o primeiro trimestre de 2015 com um total de 2.870 salas de exibição. Sete complexos cinematográficos foram inaugurados no período. Outros três complexos foram reabertos. Todas as salas cinematográficas inauguradas, reabertas ou ampliadas foram colocadas em funcionamento com projeção digital. Esses complexos têm pelo menos uma sala com projeção em 3D.

Ao fim do primeiro trimestre de 2015, 74,1% do parque exibidor brasileiro já estavam digitalizados (um total de 2.128 salas). Dos 20 maiores grupos exibidores, sete já estão com 100% de suas salas convertidas. A região Sudeste apresentou a maior quantidade de salas colocadas em funcionamento no período, 25 ao todo. Em seguida, vem a região Nordeste, com 11 novas salas de exibição. A região Norte apresentou cinco novas telas. Não houve inaugurações, reaberturas ou ampliações nas demais Regiões do país.

Tecnologia 3D no Brasil

A tecnologia 3D usada nos cinemas brasileiros atualmente - e que substituiu a anterior, em que se usava óculos com lentes verdes e vermelhas - foi lançada em dezembro de 2006, no cinema Eldorado, em São Paulo, pela Cinemark. Quase dez anos depois, a exibidora possui 237 salas 3D distribuídas em 35 cidades do país. As salas com projetor digital podem exibir filmes em 3D, digital e película. 

O Portal LeiaJá entrou em contato com duas exibidoras de filmes, a Cinemark e a UCI para falar sobre a perpectiva da extinção dos óculos 3D, a possível tecnologia que acabaria com o acessório e o panomara de exibição dos filmes 2D e 3D, mas não obteve respostas.

O Ministério da Cultura (Minc) está com processo seletivo aberto para o preenchimento de 21 vagas destinadas ao cargo de representantes de entidades associativas de setores culturais e artísticos e das entidades representativas do empresariado nacional. As entidades que quiserem participar do certame devem enviar documentação ao site do Minc, até o dia 9 de setembro

As entidades artísticas devem ter atuação em artes cênicas; audiovisual; música, artes visuais, arte digital e eletrônica; patrimônio cultural material e imaterial, inclusive museológico e expressões das culturas negra, indígena e das populações tradicionais; ou humanidades, inclusive a literatura e obras de referência.

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A divulgação do resultado das entidades habilitadas será feita no dia 7 de outubro, por meio do Diário Oficial da União (DOU). Já a posse dos comissários está prevista para fevereiro de 2017. As informações completas da seleção podem ser obtidas por meio do edital de abertura, divulgado no DOU desta segunda-feira (11).

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O atual ministro da Cultura Marcelo Calero definiu o novo gestor da Secretaria Nacional do Audiovisual. O cargo ficou com o economista pernambucano Alfredo Bertini, que também é diretor do festival Cine PE, evento que acontece há 20 anos.

Segundo o ministro, a escolha faz parte da tentativa de promover um 'balanço regional das funções da pasta'. Além disso, a preocupação é que a equipe faça uma reflexão da pluralidade da cultura do Brasil, devido às críticas sobre a ausência de diversidade do Governo de Michel Temer. Mas a decisão não foi bem recebida pelos cineastas pernambucanos, que publicaram uma nota de repúdio. Para eles, Bertini não passa credibilidade e nem representatividade para assumir o cargo. O documento foi assinado pode dezenas de cineastas. Confira a nota a seguir:

NOTA DE REPÚDIO

DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE DOCUMENTARISTAS, CURTAS-METRAGISTAS E CINEASTAS DE PERNAMBUCO (ABD-APECI)

À NOMEAÇÃO DE ALFREDO BERTINI

PARA A SECRETARIA NACIONAL DO AUDIOVISUAL

A ABD-Apeci é uma entidade composta por trabalhadores e trabalhadoras dos diversos setores mobilizados pela produção e difusão de conteúdos audiovisuais e não reconhece o governo provisório, ilegítimo e golpista de Michel Temer. A entidade participa de diversos espaços de diálogo e acredita nas políticas efetivamente públicas, ou seja, projetos e ações construídas através da participação social e que expressem a nossa diversidade cultural. Por exemplo, estamos alinhados com os movimentos de ocupação das sedes do MINC, exigindo a restituição de um governo democrático.

Repudiamos a nomeação do produtor Alfredo Bertini para a Secretaria Nacional do Audiovisual. Como diversos nomes que compõem atualmente o governo golpista, Bertini não tem nenhuma representatividade e interlocução com os trabalhadores do audiovisual e com nenhum movimento social representativo. Em seus 20 anos de existência, o Cine PE demonstrou, ano após ano, a ausência de qualquer ligação efetiva de seus gestores com o campo profissional e de pesquisas do audiovisual, não havendo, portanto, credibilidade e representatividade mínima para assumir o cargo. O aceite a essa nomeação por Alfredo Bertini já configura em si a completa, constante e histórica falta de sintonia, através das suas ações (ou falta delas), com o audiovisual pernambucano (realizadores, filmes, mostras, festivais, formação, diálogo, formas de incentivo, visão de cinema).

Há poucas semanas, a ABD-Apeci divulgou um comunicado negando convite de participação no Cine PE - Festival do Audiovisual, evento promovido pela BPE Produções, empresa da qual Alfredo Bertini é sócio e diretor. Isso porque o Cine PE construiu-se como um espaço para o proselitismo político de seus gestores em detrimento à potência transformadora da produção audiovisual nacional, tão diversa e instigante. Mesmo que filmes marcantes tenham passado pela tela do festival, o evento manteve-se em permanente descaso com os setores progressistas do campo audiovisual.

EDUCAÇÃO E CULTURA S/A - O governo interino de Michel Temer tem revelado especial apreço por nomes ligados ao setor empresarial, como: Maurício Costa Romão, um dos diretores do grupo Ser Educacional, de Janguiê Diniz, nomeado titular da Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Superior (Seres); Luiz Otávio de Melo Cavalcanti, ex-diretor da Faculdade Santa Maria e do jornal Diario de Pernambuco, nomeado Presidente da Fundação Joaquim Nabuco; e agora o diretor da BPE, Alfredo Bertini para o cargo de Secretário Nacional do Audiovisual. Entendemos que a nomeação de Bertini para a Secretaria do Audiovisual confirma o caratér privatista e obscuro deste desgoverno que atende aos interesses das oligarquias políticas, empresariais e midiáticas. É mais um ato ilegítimo desta gestão.

Acreditamos na potência transformadora da produção audiovisual nacional, tão diversa e instigante, e tão necessária para consolidar nossa frágil democracia e garantir os direitos básicos à comunicação e à cultura. Os trabalhadorxs, realizadorxs, produtorxs, artistas e técnicos do audiovisual pernambucano não reconhecem essa nomeação. Continuaremos agindo na defesa dos processos democráticos na cultura e nas demais áreas.

HISTÓRICO - Durante reuniões do Conselho Consultivo do Audiovisual desse ano, a atual presidência da ABD/APECI foi interpelada por Sandra Bertini, que preparava a edição 2016 do Cine PE. Ela solicitava a participação de um júri da entidade na premiação do evento. O pedido foi formalizado via email e debatido na lista do grupo que decidiu, por maioria, redigir essa nota* publicada no dia 26 de abril em nossa página no Facebook (* ver nos comentários).

A carta faz menção aos acontecimentos de 2011 envolvendo realizadores pernambucanos e o Cine-PE

O Portal LeiaJá entrou em contato com Alfredo Bertini para falar sobre o convite e nota de repúdio, porém, ele afirmou que só se pronunciará quando assumir o cargo, que está para acontecer na próxima semana. 

Iniciado em 2012, o projeto do filme que conta a trajetória do grupo Calypso, finalmente, foi autorizado pelo Ministério da Cultura (MinC) para captar o valor de R$ 8 milhões através do incentivo da Lei Rouanet. A notícia foi publicada no portal R7, nesta quarta-feira (25).

Mesmo com o resultado positivo, agora o público aguarda como vai ficar a interação entre o casal que acabou com uma relação conturbada e polêmica em 2015. Para o longa, quem interpretaria a ‘rainha do brega’,a vocalista Joelma, seria a atriz Deborah Secco, mas com o atraso das gravações, a artista desistiu de incorporar a cantora.

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Recentemente, Joelma deu o pontapé inicial de sua carreira solo este ano e resurgiu apoiada pelo público. Já Chimbinha não contou com a mesma sorte. Depois de ‘rebatizar’ a banda Calypso por XCalypso e integrar a nova vocalista Thabata Mendes, pouco depois desfez a parceria.

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Com 12 dias de governo, o presidente em exercício Michel Temer (PMDB) afirmou, nesta terça-feira (24), que pretende revogar qualquer decisão que posteriormente considerar equivocada. De acordo com ele, a postura não é um reflexo da ausência de habilidades governamentais, mas a garantia do diálogo. 

“Já ouvi aqui ‘o Temer está muito fraco, coitadinho, não sabe governar’. Mas garanto que quanto perceber que houve um equívoco na fala ou na condução do governo reverei a posição. Se houver equívoco, consertá-lo-ei”, garantiu o peemedebista, durante o anúncio das medidas econômicas para amenizar a crise.

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“Isso é fruto do diálogo. Seremos o governo do diálogo”, completou ironizando, intrinsecamente, as criticas diante da gestão da presidente afastada Dilma Rousseff (PT). 

Entre as medidas tomadas pela gestão e que passaram por uma reavaliação, estão a extinção do Ministério da Cultura, que após protestos foi recriado, e a suspensão de programas educacionais como o ProUni e o Fies, revogada no mesmo dia

No início da tarde desta segunda-feira (23), o ministro da Educação Mendonça Filho falou mais uma vez sobre a decisão do presidente em exercício Michel Temer (PMDB) em recriar o Ministério da Cultura. Após se posicionar nas redes sociais, no último sábado (21), o gestor da pasta falou que acata a determinação de Temer e espera que, mesmo com a separação, os ministérios ‘caminhem’ juntos.

Durante entrevista coletiva, em Brasília, o atual ministro Mendonça Filho foi interpelado quanto à extinção do MinC e respondeu de forma amistosa. “O presidente Temer agiu de forma política depois de várias reivindicações que no final foram acatadas. A união dos dois ministérios não é algo distante da realidade de vários países, como na França, onde os ministérios da cultura e comunicação estão interligados”, defendeu.

Ele ainda ressaltou que a união entre educação e cultura tem relação. “No Brasil teve muita polêmica com essa fusão. Agora estou à frente do Ministério da Educação com muitos desafios e assuntos para debater”, concluiu.

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O presidente em exercício Michel Temer (PMDB) decidiu recriar o Ministério da Cultura (MinC). A informação foi divulgada pelo ministro da Educação Mendonça Filho (DEM-PE) neste sábado (21). Com a decisão, a pasta de Cultura deixa de ser subordinada ao Ministério da Educação (MEC).

O novo ministro será o diplomata Marcelo Calero, de 33 anos, confirmado na última quarta-feira (18) como secretário especial nacional de cultura. Ele deve tomar posse na terça-feira (25). "A decisão de recriar o Minc é um gesto do presidente Temer no sentido de serenar os ânimos e focar no objetivo maior - a cultura brasileira", escreveu Mendonça Filho no Twitter. "Com Marcelo Calero vamos trabalhar em parceria para potencializar os projetos e ações entre os ministérios da Educação e da cultura", comentou Mendonça. 

Advogado e diplomata, Calero foi presidente do Comitê Rio450, que concentrou as comemorações dos 450 anos da cidade do Rio de Janeiro, em 2015. Nos últimos dias, ele chegou a participar de um encontro da área da cultura em que se pedia a permanência do MinC como ministério independente. Formado em direito na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), Calero  já atuou como diplomata e chegou a trabalhar na embaixada do Brasil no México.

O anúncio da extinção do Ministério da Cultura (MinC) feito pelo atual presidente interino Michel Temer no último dia 12, foi recebido com repúdio pelos artistas e secretários de cultura. Várias mobilizações e movimentos da classe criticaram a decisão. Diante dos protestos, Temer decidiu reverter a decisão e dar à Cultura o status de ministério. A pasta foi criada em 1985, após o fim da ditadura militar.

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Após ocupar a sede no Ministério da Educação e Cultura, na Rua do Bom Jesus - Recife Antigo, na última segunda-feira (16), parte da classe artística de Pernambuco está há três dois no Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Desde a terça-feira (17) estão sendo promovidas várias ações culturais como oficinas de malabares, e acrobacias, apresentação de grupos musicais e exibição de filmes, no pátio do equipamento.

A mobilização está integrada às ocupações nacionais, que protestam quanto à extinção do Ministério da Cultura (Min), que foi fundido ao Mec e está sendo representado pelo ministro Mendonça Filho (DEM). Em nota oficial, o movimento ‘Ocupa Minc PE’ se posicionou em relação à iniciativa e reformou as ações promovidas. Confira a nota na íntegra a seguir:

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O Ocupa MinC PE é um movimento autônomo, suprapartidário e autogestionado iniciado como resposta à extinção do Ministério da Cultura (MinC). Nos somos às ocupações nacionais de resistência que se levantam devido a mais este ataque à cidadania no Brasil. A extinção do Ministério da Cultura representa a intenção de desmonte de instituições responsáveis por políticas públicas de desenvolvimento social, diversidade, respeito às diferenças e a emancipação de cidadãos e cidadãs. O fim do MinC simboliza o retrocesso dos direitos conquistados, e afeta diretamente a parcela mais vulnerável da população Brasileira.

Se por um lado um Ministério como o da Cultura é um espaço central para a formulação de políticas públicas, a ocupação é o lugar da resistência da sociedade civil organizada no momento em que políticas públicas fundamentais são removidas. Quando um grupo de políticos ligados aos interesses econômicos mais retrógrados e elitistas se articula para desestabilizar a democracia e, como parte desse processo, tentam sufocar os espaços da cultura, atacam diretamente às expressões e identidades da periferia, das negras e dos negros, povos indígenas, comunidades quilombolas, LGBTTs, das e dos trabalhadores da cultura, das diversas linguagens artísticas e no patrimônio histórico cultural brasileiro. Consideramos ainda que são pequenos os avanços conquistados anteriormente e queremos mais, caminhamos a passos lentos e suados, não admitimos caminhar pra trás, e a luta não é apenas para voltar ao que era antes e sim avançar cada vez mais na nossa frágil democracia. O golpe consolidado no Brasil ataca esses espaços por medo, sabem que a cultura é um espaço de formação.

Nossa resistência e construção democrática da cultura são abertas, coletiva e pretende agir em função da transformação social. Direitos não são negociáveis. Não há diálogo possível com governo ilegítimo. E nossa mobilização continuará resistindo até que um governo legítimo seja reestabelecido.

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Em vídeo postado no youtube, o deputado Pastor Marco Feliciano (PSC-SP) fez críticas aos artistas que lutam contra a extinção do ministério da cultura. Em recado debochado, o religioso disse para os "incomodados procurarem o que fazer".

O deputado parabenizou Michel Temer e disse que confia plenamente nos ministros que foram indicados, mas fez uma ressalva. "Eu to preocupado, porque algumas que o senhor indicou para os ministérios não tem coragem. Parece que falta a eles força de encarar ativistas, de encarar movimentos sociais, de encarar artistas e intelectuais que até ontem foram contrários à vossa excelência", disse.

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Depois, Feliciano deu o recado debochado aos artistas. "Vocês estão tristes com o fechamento do ministério da cultura, vão procurar o ministério do trabalho. Vão procurar o que fazer. Parem de ficar sugando nas tetas do governo e vamos fazer o nosso país caminhar", afirmou.

Mulheres - O Pastor ainda tocou polêmico tema da falta de mulheres entre seus ministros. "Essa história pode ser questionada. O PT com essa ideologia de gênero desconstruiu a figura da mulher e do homem. É ensinado nas escolas hoje que o sexo não é definido por aquilo que as pessoas tem entre as suas pernas, ou seja, tem mulheres que mesmo não tendo pênis são chamadas de homens e tem homens que mesmo não tendo vagina são chamados de mulheres. O gênero neutro pregado pelo PT e pelos seus pensadores transformou a gente nisso. Será que entre os seus ministros não tem alguém assim?", questionou. Confira abaixo o vídeo na íntegra:

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Reação - O músico pernambucano Ayrton Montarroyos, que ficou famoso após sua participação no programa The Voice, respondeu ao vídeo de Marco Feliciano. O cantor criticou duramente o deputado do PSC. Veja abaixo:

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Em meio a diversas polêmicas, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), sugeriu que o presidente em exercício Michel Temer (PMDB) recriasse o Ministério da Cultura (MinC). Sob a ótica de Renan, a pasta é “muito grande para ser reduzida a uma questão contábil” e a extinção dela pode ser resolvida através de uma emenda à medida provisória que tratará da reforma administrativa.

A sugestão de Renan vem diante de um contexto de protestos da classe artística, em todo o país, contra a incorporação do MinC ao Ministério da Educação, que na nova roupagem federal passou a se chamar Ministério da Educação e Cultura (MEC). 

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"Reconheço a importância do Ministério da Cultura. Seu custo para o Orçamento é muito pequeno. Se não tivermos o Ministério, isso vai quebrar o Brasil, por tudo o que ele representa", declarou Renan Calheiros, em entrevista na tarde de hoje. O encontro com Temer aconteceu nessa terça (17) e segundo o peemedebista, o presidente em exercício se comprometeu em “pensar sobre o assunto”. 

No Recife, a extinção do MinC é o mote principal de uma ocupação que acontece desde essa terça na sede do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Os militantes prometem não deixar o local até que a gestão de Temer seja concluída. 

 

Cineastas brasileiros, jovens e consagrados, aproveitaram o espaço no Festival de Cannes para expressar repúdio ao que chamaram de "golpe de Estado" de Michel Temer - com o afastamento de Dilma Rousseff para o julgamento do processo de impeachment - e denunciar um retrocesso para o país.

"O que está acontecendo é um golpe de Estado", disse o diretor Kleber Mendonça Filho antes da exibição nesta terça-feira de "Aquarius", protagonizado por Sônia Braga, filme que está entre os 21 que disputam a Palma de Ouro.

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O cineasta de 47 anos reencontrou em Cannes a atriz de seu filme, que mora em Nova York e que ele não via desde o fim das filmagens em Recife, em setembro do ano passado. Os dois falaram à AFP sobre a situação no Brasil.

"Eu moro nos Estados Unidos, mas também no Brasil, tenho família e amigos lá e penso que o que está acontecendo, a manipulação da tomada do poder, tem que ser exposto ao mundo inteiro", afirmou Sônia Braga.

"Uma das coisas que mais me preocupa é como o Brasil está dividido. Nunca havia visto o meu país tão dividido", disse a atriz.

De acordo com a estrela, de 65 anos, "tudo o que se fez desde o fim da ditadura, desde a abertura do Brasil, fizemos juntos. Temos que entender que em dois anos, de todas as formas, vamos votar para presidente. Temos que voltar a fazer as coisas juntos".

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Rocha e o Cinema Novo

O diretor Eryk Rocha apresentou em Cannes "Cinema Novo", um documentário poético sobre o movimento cinematográfico, um dos mais importantes da América Latina e que revolucionou a criação artística nos anos 1960 e 1970.

"O Brasil está entrando em um novo momento, extremamente grave e de incerteza. Como cidadão, sinto uma profunda impotência e angústia com o que está acontecendo: o Brasil está vivendo uma ruptura muito grave no processo democrático".

"Há um golpe de Estado contra uma presidente que foi eleita por milhões de pessoas, que não tem nenhuma ilegalidade demonstrada, e quem a acusa são políticos comprovadamente corruptos", disse.

Eryk Rocha criticou em particular o fim do ministério da Cultura pelo governo Temer e sua fusão com o ministério da Educação.

"É um reflexo do grande retrocesso que está acontecendo no Brasil".

"Há dois erros gravíssimos. O primeiro é desarticular um ministério da Cultura que em todos os países do mundo - como na França - é um eixo fundamental do desenvolvimento. O outro é desarticular o da Educação", disse.

Filho de Glauber Rocha, um dos fundadores do Cinema Novo, o diretor disse que, aos 38 anos, sentiu a necessidade de rodar o documentário para "voltar às raízes cinematográficas do país, observar sua história política e perguntar por quê faço cinema hoje".

A nova geração

Eryk Rocha destacou que o cinema Novo, que contou com cineastas consagrados como Nelson Pereira dos Santos, Joaquim Pedro de Andrade e Ruy Guerra, entre outros, "tinha outra ideia da coletividade".

"Havia projetos coletivos e, apesar da diversidade do movimento, o que o unia era olhar o país e comprometer-se com ele".

"É necessário reconstruir esta ideia do coletivo para transformar o mundo", disse o cineasta, que fez questão de afirmar não ser "nem lulista nem petista", e sim um "artista independente".

"O cinema pode criar outra voz, outros olhares e outra percepção da realidade, do que está acontecendo", disse.

Isabel Penoni e Valentina Homem são duas jovens diretoras brasileiras que começaram a fazer cinema nos últimos anos.

Em Cannes elas apresentaram, na mostra Quinzena dos Realizadores, o curta-metragem "Abigail", sobre a viúva do antropólogo Francisco Meireles, conhecido por seu trabalho com as comunidades indígenas nos anos 1940 e 50.

A visão de ambas sobre o que está acontecendo no Brasil também é muito crítica.

"Do ponto de vista de quem faz cinema e quem trabalha com arte é terrível, porque havia conquistado algumas coisas graças às políticas de cultura, sobretudo com o governo Lula, que democratizou a cultura. Agora a tendência é ter muito menos investimento regular na produção", disse Penoni.

Valentina Homem observou que quase todos os filmes brasileiros exibidos em Cannes este ano - incluindo o próprio, o de Kleber Mendonça Filho, o de Eryk Rocha, assim como curta aplaudido na Semana da Crítica "O Delírio é a Redenção dos Aflitos", de Fellipe Fernandes - foram produzidos em grande parte com dinheiro público canalizado por iniciativas dos governos anteriores.

Após a extinção do Ministério da Cultura, membros da classe artística e cultural se reuniram na noite desta terça, 17, no Teatro Oficina, para uma mobilização contra o fim do MinC. Mais cedo, diversos artistas ocuparam a sede da Funarte - Fundação Nacional das Artes, em São Paulo. O encontro no Oficina contou a presença do diretor do espaço, José Celso Martinez Corrêa, além do ator Pascoal da Conceição, a professora e filosofa Marilena Chauí, o cantor Edgar Scandurra (da banda Ira!), e Fernando Anitelli, do grupo musical O Teatro Mágico.

Sob os gritos de "Fora, Temer" e "Cultura no poder", artistas defenderam o restabelecimento da pasta, agora fundida ao Ministério da Educação. Após as primeiras manifestações, o governo interino de Michel Temer criou uma secretaria nacional de cultura, medida insuficiente, segundo os artistas. "A cultura é a infraestrutura da vida, inspirou os direitos humanos, a luta pela igualdade da mulher e das etnias", disse Zé Celso. "Ela tem sido muito massacrada pela economia e temos que levar a sério porque isso também ameaça tantos outros ministérios. Diante de um governo ilegítimo, só poderemos legitimá-lo com eleições diretas", defendeu.

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Scandurra criticou um recente vídeo em que o deputado Marco Feliciano pedia aos artistas que deixassem de procurar o MinC e passassem ao Ministério do Trabalho. "Esse cara não merece nosso respeito. Estou à disposição, ofereço minhas mãos e forças para essa nossa luta."

Anitelli disse que o fim do MinC se deu pelo histórico de alianças equivocadas entre certa parcela da esquerda. "A conta chegou! Agora precisamos olhar para o que é comum entre nós. Essa luta tem que ser pedagógica, lado a lado para reconstruirmos esse novo caminho. Seja no teatro, na música ou em qualquer arte, precisamos colocar a nossa indignação. Onde sobra intolerância, falta inteligência", comentou.

Para Marilena Chauí, a perda da pasta atinge a essência da criação artística. "A cultura é a capacidade de criação simbólica e de relação com o ausente. É por meio da memória que resgata o passado, é por meio da esperança que vislumbramos o futuro de um país. Esse governo não pode suprimir a cultura, que é a essência de todos nós. Isso se refere a toda a sociedade brasileira", afirmou.

Ex-secretário municipal da Cultura de São Paulo, o vereador Nabil Bonduki disse que a intenção de reduzir a pasta atinge a capacidade de reação da sociedade. "A cultura é articuladora da crítica e tudo que esse governo quer é extinguir", disse. A cineasta Eliane Caffé atentou que é preciso colocar nomes nos atores do cenário político. "É um golpe e só quando nomeamos é que a história vai caminhar."

Ao longo da última semana, artistas realizaram atos na sedes do MinC em Belo Horizonte, nos prédios do Iphan em Curitiba, Ceará, Rio Grande do Norte e, no Rio de Janeiro, também foram ocupados por artistas. Ainda estão previstas manifestações em Salvador. Em São Paulo, os manifestantes seguiram para a sede da Funarte, que segue ocupada com debates e encontros programados para o longo da semana.

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Dezenas de pernambucanos que integram o movimento Artistas Pela Cultura ocuparam a sede do Ministério da Cultura (Minc), na noite desta segunda-feira (16). A mobilização que começou no final da tarde contou com a participação da classe artística, do secretário de cultura, Marcelino Granja e de alguns políticos ligados ao Partido dos Trabalhadores.

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O ato, que foi realizado na Praça do Arsenal, no Bairro do Recife Antigo, teve como objetivo criticar o Governo Temer, o qual é considerado ilegítimo pela classe artística e exaltar a importância do Ministério da Cultura (Minc), que foi extinto na última sexta-feira (13), pelo atual presidente da república, interino, Temer.

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Após discursar e defender a permanência do ministério, o ato seguiu pelas ruas do Recife Antigo e foi conduzido até a sede do Minc em Pernambuco, na Rua do Bom Jesus. Com velas em mãos e cantando várias músicas, os artistas entoaram gritos de guerra contra os líderes do atual Governo da presidência e fizeram o ‘enterro’ simbólico da cultura.  Na próxima quarta-feira (18), na Praça do Diário, às 17h, será realizada uma 'Missa de Sétimo Dia pela Democracia'. 

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Na noite desta terça-feira (16), durante ato que integra ação nacional contra exclusão do Ministério da Cultura (Minc), representado pelo movimento Artistas Pela Democracia, o secretário de cultura do estado de Pernambuco, Marcelino Granja participou da manifestação. Mais uma vez, o gestor da pasta se posicionou contra o Governo Temer, criticou atual cenário político e falou sobre crescimento do Estado durante, aproximadamente, as quatro mandatos.

Desde a saída de Dilma Rousseff da presidência e fusão dos ministérios, que foi assumido pelo pernambucano Mendonça Filho (DEM), Marcelino se posicionou contra a decisão. Durante o ato de hoje, ele criticou os últimos acontecimentos. Confira a seguir: 

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No final da tarde desta segunda-feira (16), dezenas de integrantes do movimento Artistas Pela Democracia realizaram, na Praça do Arsenal, no bairro do Recife Antigo, uma mobilização contra o Governo Michel Temer (PSDB) e a extinção do Ministério da Cultura (Minc), anunciado pelo atual presidente interino. De acordo com os representantes do movimento, não há legitimidade do gestão do peemedebista e eles prometem que não vão permitir que novos ministros assumam os cargos. O ato faz parte de uma ação nacional, que acontece em vários estados do Brasil. 

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Uma das organizadoras do evento, a atriz Hilda Torres falou que a ação de hoje não diz respeito apenas ao Ministério da Cultura, mas também alcança uma reivindicação bem maior. "A maior luta é contra o golpe! Não aceitamos o Governo Temer, que não é legítimo e vamos reivindicar contra e qualquer decisão que vá de encontro às conquistas de um povo, como o Minc, que foi criado há 30 anos", defendeu. 

O músico e produtor Renato Ramos ressaltou também que as decisões tomadas pelo novo governo é um retrocesso e apresenta características de gestões antigas, como a do ex-presidente que sofreu impeachment, Fernando Collor de Mello. "Está acontecendo a mesma coisa da gestão de Collor, quando o Minc foi deixado de lado. Essa história de Secretaria Nacional, ligada diretamente à presidência, é balela. Com isso vai ficar ainda mais difícil a classe conquistar e reivindicar novos projetos em prol da cultura", enfatizou. 

A produtora cultural Ana Paula de Renor endossou também que a mobilização é extremamente importante para o empoderamento e fortalecimento da cultura. Após realizar vários discursos, os artistas seguiram para a sede do Ministério da Cultura do Recife. Na próxima quarta-feira (18), às 18h, será realizada, na igreja da Praça do Diário, uma Missa de Sétimo Dia para o "golpe" e o governo de Temer.

O anúncio da extinção do Ministério da Cultura (MIC) feito atual presidente interino Michel Temer, foi recebido com repúdio pelos artistas e secretários de cultura. Várias mobilizações e movimentos da classe criticaram a decisão. Mas, tudo indica que, a reação surtiu efeito. Isso porque, na nesta sexta-feira (13), em Brasília começou as articulações para a criação de uma Secretaria Nacional de Cultura, segundo O Globo.

Na prática, a Secretaria estaria ligada, diretamente, à Presidência da República e não mais abaixo do MEC, como teria sido afirmado por Temer. Para o cargo, quem está sendo mais cotado, é o ator Stepan Nercessian, que já foi deputado pelo PPS, que já foi sondado por e sinalizou que aceitaria ser secretário.

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Durante as negociações de formação dos ministérios, Michel teria acertado que a gestão de cultura ficara ao cargo do Partido Popular Socialista (PPS), que tem como presidente Roberto Freire. No caso, Freire indicaria quem vai assumir o cargo. Em entrevista ao Globo, o líder do PPS negou que assumiria o cargo de secretario do Minc, o qual ficaria abaixo do ministro Mendonça Filho.

Repúdio - Recentemente, a Associação Procure Saber, que é formada por músicos e artistas brasileiros, como Chico Buarque, Caetano Veloso e Marisa Monte; e o Grupo de Ação Parlamentar Pró-Música (GAP) publicaram uma carta aberta para o presidente interino Michel Temer. No documento, a classe ressalta que grandes conquistas foram alcançadas através no Minc, pelo presidente José Sarney. As secretárias estaduais também divulgaram uma carta aberta contra a extinção do Ministério

PernambucoNo Estado, o Movimento Pernambuco Pela Democracia está promovendo uma grande mobilização, na próxima segunda-feira (16). Em nota, o grupo se posicionou contra a decisão de Temer.  Nesse momento nossa luta deveria ser para avançar conquistas, mas, infelizmente, temos que reunir forças para conter o retrocesso imposto por um governo transitório, ilegal e ilegítimo, que ora assume o poder por meio de um golpe político-institucional. Resistir é preciso! O Minc é nosso, uma conquista da nação brasileira e democracia se faz com o voto do povo. A concentração da ação será na Praça do Arsenal, às 17h. 

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Apesar da promessa do novo ministro Mendonça Filho (DEM) de que não haverá uma "gestão de choque", a classe artística recebeu com pesar a notícia oficial da extinção do Ministério da Cultura, agora unido à Pasta da Educação.

"Não há risco de descontinuidade, de interrupção nem de censura", disse o ministro na quinta-feira, 12, ao ser questionado sobre a junção dos dois ministérios no governo Michel Temer.

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Criado por um decreto de José Sarney em 1985, o MinC era um símbolo marcante da redemocratização, de acordo com Juca Ferreira, ministro do governo Dilma.

Veja algumas das reações de artistas à extinção do MinC:

Paulo Ricardo (músico e vocalista do RPM):

"Independente dos desdobramentos, acho fundamental o corte nesse número absurdo de ministérios. Na minha opinião, o inchaço da máquina é um dos maiores desafios que temos que enfrentar. Há uma simbiose intrínseca entre Educação e Cultura. Se bem administrado, a fusão pode funcionar. Mas, a princípio, sou a favor e estou otimista."

Lobão (músico):

"Uma maravilha! O MinC sempre foi uma excrescência! Muito feliz pela fusão e pelo nome de Mendonça Filho no MEC!"

João Barone (baterista do Paralamas do Sucesso):

"O Brasil, infelizmente, tem essa condição terrível de precisar desse insumos governamentais para a cultura. E, na verdade, a educação é que precisa muito mais do que além dessa merreca que acabam dando para a cultura. Se pararmos para analisar, a educação precisa de mais insumos, mesmo. A gente viveu durante esse período de vacas gordas uma certa ilusão de que a cultura seria levada a um outro patamar. Acho que fica todo mundo com pé atrás de que essas pequenas conquistas sejam melindradas com essa nova realidade. Espero que as discussões continuem e os avanços que foram feitos na cultura sejam mantidos."

Dado Villa-Lobos (guitarrista da Legião Urbana):

"Voltamos a viver como a 30 anos atrás. E a cada hora que passa envelhecemos dez semanas."

Danilo Santos de Miranda (diretor regional do Sesc São Paulo):

"Lamento muito a fusão dos dois ministérios. São lógicas diferentes. Um gestor de uma área para lidar com todos os temas dos dois ministérios tem de ser múltiplo, pois a política que ordena a educação não é a mesma que ordena a cultura, que lida com um lado mais espontâneo, transgressor".

Luís Terepins (presidente da Bienal de São Paulo):

"Acho que ter só um ministério pode garantir um status melhor, mas tudo vai depender do ministro, de como serão alocados os recursos. Não tem mesmo muito sentido manter vários ministérios".

Heitor Martins (presidente do Masp):

"Ainda não tenho claro para mim, mas o Ministério da Cultura teve um papel importante no resgate da Bienal durante o período 2009/2010.Pode funcionar dos dois jeitos, porque alguns países europeus adotam esse modelo de fusão. De qualquer modo, não é mesmo necessário ter tantos ministérios".

Eduardo Saron (diretor do Itaú Cultural):

"Se a fusão contribuir para o incremento dos recursos da Cultura, cujo orçamento é equivalente ao de 2008, acho positivo. É preciso encontrar um ponto de equilíbrio, pois a Educação sempre teve recursos mais expressivos. Nossos governantes têm de considerar que a cultura precisa se tornar central nas políticas públicas".

Paulo Pasta (pintor):

"Quando se tira a autonomia das duas áreas, é uma prova do descaso do governo com a educação e a cultura. É uma regressão, um atraso, que remete à política do regime militar."

Milton Hatoum (escritor):

"O fim do MinC e do McT e a nomeação de políticos irrelevantes à frente desses e de outros ministérios não me surpreendem. Cultura, educação e pesquisa científica foram rebaixados. A pantomima continua. Numa crônica de 1949, Rubem Braga escreveu: 'Nossa vida política é, em seu jogo diário, de um nível mental espantosamente medíocre. Mental... e moral. Há uma cansativa tristeza, um tédio infinito nesse joguinho miúdo de combinação através das quais se resolve o destino da pátria'."

Elias Thomé Saliba (historiador):

"Vejo tal medida - como muitas outras que já estavam em curso nos últimos dois anos -com perplexidade. Se isto se concretizar na interrupção de projetos culturais em andamento, será lamentável. Na história brasileira, talvez desde Gustavo Capanema, todas as vezes que um governo minimizou a cultura por razões orçamentárias obscureceu as mentes mais criativas e só aprofundou a crise."

Paulo Werneck (curador da Festa Literária Internacional de Paraty (FLIP)):

"A fusão é mais um sinal do encurtamento de horizontes do País. Vai na contramão de uma tendência internacional de valorização da cultura como política de Estado. A Itália aumentou em 27% o orçamento para a cultura neste ano, com um bilhão de euros só para o patrimônio histórico. No ano passado, Portugal recriou o seu Ministério da Cultura e o México elevou a Conaculta, maior fomentadora de cultura do país, ao status de ministério. O consolo é pensar que, neste governo, a manutenção do ministério significaria apenas mais um cargo à espera de um bispo da Igreja Universal, como aconteceu com a Ciência e Tecnologia."

Ignácio de Loyola Brandão (escritor):

"Começou mal o período interino do vice-presidente. De cara, desaparece o Minc, sem que se saiba como será. Na verdade, governos jamais ligaram muito para a cultura. Nunca esperei nada de governos, de modo que para mim o que era ruim, ruim fica. Um projetinho aqui, um programinha ali, e pronto. Se alguém souber quando houve uma política cultural merece o prêmio Nobel ou a mega sena. Nenhuma surpresa. Que o vice poeta tenha piedade."

Ricardo Lísias (escritor):

"Não sei como os artistas que apoiaram o golpe não morrem de vergonha!"

Humberto Werneck (jornalista e escritor):

"É um retrocesso absurdo fazer com que a Cultura volte a ser um apêndice da pasta da Educação. Desconfio que o governo provisório esteja apenas jogando para a torcida mais desinformada, ou seja, querendo faturar em cima de um corte que seria não nas verbas, mas apenas no número de ministérios. Se não for isso, pior ainda - pode-se imaginar que o orçamento da Cultura, já insuficiente, agora, com a pasta reduzida a apêndice, vai ficar ainda menor."

Luís Antonio Torelli (presidente da Câmara Brasileira do Livro):

"A Câmara Brasileira do Livro está atenta a todos os passos para a superação da crise brasileira e continuará a cobrar robustas políticas para a Cultura e para a Educação, em especial para o livro e a leitura."

Laura Erber (escritora, artista plástica e editora):

"A anunciada incorporação do Ministério da Cultura pelo Ministério da Educação deve ser recebida com perplexidade. A mensagem é bastante clara e sinaliza que, para o governo interino, cultura é algo supérfluo e sujeita a todo tipo de achatamento e descarte. Significa que entramos novamente em um período de obscurantismo cultural no que diz respeito às ações do Estado, como foi a era Collor que devastou diversos setores artísticos do País e deixou as instituições artísticas órfãs por muitos anos. Com todas as críticas que possamos fazer às políticas públicas para as artes do governo PT, ele teve certamente o grande mérito de assumir suas responsabilidades na área cultural, desencadeando debates cruciais, que ressignificaram e mudaram a compreensão das ações estatais no campo da cultura. Vejo essa fusão de ministérios como a interrupção de um processo fundamental de democratização da cultura que precisava amadurecer para rever os modelos de incentivo fiscal e as estratégias de descentralização."

Abrelivros, emitido por seu Presidente, o Sr. Antonio Luiz Rios:

"Entendemos que qualquer avaliação neste momento deva ter como referência a grave crise econômica que vivemos e a perspectiva de construção dos caminhos para a sua superação. A união dos ministérios da Cultura e da Educação deve ser vista nesse contexto. É claro que, para que as duas áreas sejam plenamente contempladas, apesar da escassez de recursos, é preciso que se estabeleça uma cultura de fusão, em contraposição à de incorporação: nem a cultura pode estar subjugada à educação, nem a educação à cultura. Essa fusão, caso ocorra de fato e não apenas formal e burocraticamente, pode encerrar um potencial muito positivo para as políticas públicas no País, ao tratar educação e cultura de forma integrada, sem as compartimentações usuais, em geral forçadas. Do ponto de vista das políticas de incentivo à leitura e de livros, podemos ter efeitos bem positivos."

Odilon Wagner (ator):

"Sob o guarda chuva da cultura encontram-se todas as áreas da economia criativa, são setores produtivos, que geram emprego, renda, conhecimento e cidadania. Não se trata de ideais partidários. Os partidos mudam, entram ministros, saem ministros, mas devemos lutar por políticas públicas de estado, que sejam permanentes no Ministério da Cultura. Conquistamos há quase 30 anos o direito a um Ministério que pense exclusivamente a vasta e pujante cultura nacional. Ele não foi criado para acomodar "amigos e aliados políticos". NÃO À JUNÇÃO COM A EDUCAÇÃO!"

Ruy Cortez (diretor teatral e produtor):

"A fusão dos ministérios é um enorme retrocesso, reflexo de um projeto neoliberal que não reconhece a centralidade e a magnitude que a cultura deve ocupar no processo de transformação do país. Esse projeto neoliberal que começa a ser implantado está superado internacionalmente e o Brasil, que ocupava até ontem uma posição de "avant-garde" em assuntos de política cultural internacional, não pode aceitar esse retrocesso."

Uma das principais mobilizações e reivindicações, da classe artística, no Estado de Pernambuco são os incentivos e as políticas públicas em prol da cultura. Após a confirmação de que o Ministério da Cultura seria aglutinado ao de Educação e liderado pelo deputado federal Mendonça Filho do partido do Democratas (DEM), houve vários relatos de insatisfação e inclusive uma nota de repúdio dos secretários estaduais contra a decisão do atual presidente interino Michel Temer (PMDB) .

Em entrevista ao Portal LeiaJá, o secretário de cultura de Pernambuco, Marcelino Granja relatou que a decisão foi extremamente impensada e assume um retrocesso drástico para as políticas públicas voltadas para a área. “Nossa posição é de total repúdio à decisão do Temer e avalio que isso é um retrocesso às conquistas que tivemos. Além disso, mostra ainda mais, a ausência de visão do novo Governo e uma ameaça para a Cultura”, criticou.

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Segundo o gestor da pasta, Granja ressaltou as mudanças nos últimos anos e também relatou as expectativas com a mudança. “Tivemos um desenvolvimento muito positivo nos últimos anos na área da política, com a criação do Minc, que sempre desenvolveu projetos e ações humanistas. Porém, com a fusão dos ministérios da Cultura e Educação, as expectativas são as piores possíveis”, previu.

Conforme o gestor Marcelino, o impeachment desencadeia uma desestabilização econômica drástica e que afetará consequentemente todas as áreas. “Disseram que o processo de impeachment não seria doloroso, mas isso é inevitável e refletirá diretamente na economia e na lógica de desenvolvimento de todo o sistema”, afirmou o líder da pasta, que ainda acrescentou, “a oposição à presidente Dilma agravou ainda mais a instabilidade do País. Além disso, o Governo de Temer é ilegítimo, impostor e acima de tudo uma manobra parlamentar, porque ela não cometeu nenhum crime”, falou.

Quanto à perspectiva e reivindicações da classe artística do estado, ele alertou, “todos as mobilizações culturais sempre foram marcadas por muitas lutas e isso não vai mudar, acredito que a tendência é aumentar com a fusão dos ministérios. Uma vez que, já é difícil convencer a sociedade e o governo de investir na cultura, imagine com a ‘extinção’ de uma pasta específica?”, indagou e finalizou dizendo, “o que vamos fazer é lutar”, concluiu.

Confira a carta de repúdio à fusão dos ministérios da Cultura e da Educação, publicada pelo Fórum Nacional dos Secretários e Dirigentes Estaduais de Cultura

O Museu do Videogame Itinerante foi um dos 10 museus brasileiros escolhidos para representar o País na Museum Connections 2016, em Paris, na França. A feira internacional chega a sua 21ª edição em 2016 e irá reunir diversos profissionais para discutir sustentabilidade e empreendedorismo aplicados ao setor. Em 2015, o encontro reuniu 170 expositores e teve público visitante de mais de 4 mil pessoas.

Confira nossa visita ao Museu do Videogame Itinerante aqui

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Primeiro do gênero no Brasil, o Museu do Videogame Itinerante foi eleito o mais criativo do País pelo Ministério da Cultura (MinC), em 2014. A exposição viajou pelas cidades de Campo Grande (MS), Londrina (PR), Recife (PE), Pelotas (RS), Salvador (BA), Aracaju (SE), Fortaleza (CE), Terezina (PI) e Pato Branco (PR), exibindo consoles e jogos raros que fizeram história no mundo dos games.

De acordo com o curador do Museu do Videogame Itinerante, Cleidson Lima, o acervo conta com 250 consoles, entre eles unidades do Atari 2600, Odyssey 2, Nintendo Famicom, Nintendinho 8 bits, Master System, Mega Drive, Sega CD, Super Nintendo, Neo Geo, Nintendo 64, entre outros. Além de conhecer as relíquias, os visitantes podem aproveitar para jogar em videogames fizeram história.

Em 2016, o Museu do Videogame Itinerante está previsto para passar por cidades como Curitiba (PR), Caxias do Sul (RS), Maceió (AL), João Pessoa (PB), São Luís (MA), Belém (PA), Manaus (AM), Recife (PE), Fortaleza (CE), São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ) e Brasília (DF).

Na próxima sexta (11), o Recife recebe a etapa estadual do processo eleitoral do Conselho Nacional de Política Cultural (CNPC). O encontro será promovido pelo Ministério da Cultura (MinC) em parceria com a Secretaria de Cultura do Estado de Pernambuco (Secult/PE). As inscrições e votações presenciais serão possíveis das 9h às 12h na Jump Brasil. Após a divulgação dos novos candidatos, o espaço sediará também a roda de conversas e palestra Participação social na gestão cultural, das 14h às 15h. 

As inscrições, tanto para ser somente eleitor quanto para concorrer a uma vaga no CNPC, podem ser feitas pela internet desde já até a sexta (11), quando acontece a votação. A quantidade de pessoas inscritas definirá a proporção de delegados para o Forum Nacional. Em Pernambuco, os Fóruns Nacionais Setoriais dos Colegiados: Cultura Popular, Artesanato, Patrimônio Imaterial, Cultura Afro-brasileira serão realizados de 14 a 29 de novembro, em Serra Talhada.

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O CNPC tem como objetivos propor e formular políticas na área da cultura e articular o debate entre o governo e a sociedade civil para desenvolver as atividades culturais no território nacional. As duas unidades de federação do país estarão realizando votações para o Conselho entre os dias 8 e 26 de setembro. 

Serviço

Etapa estadual do processo eleitoral do CNPC

Sexta (11) | das 9h às 12 e das 14h às 15h

Jump Brasil (Rua do Lima, 420 - Santo Amaro)

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