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O Ministério Público Federal no DF pediu nesta quarta-feira o arquivamento da investigação criminal envolvendo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes. Segundo o órgão, não ficou comprovada a pressão de Lula para adiar o início do julgamento do mensalão.

Lula foi acusado por parlamentares de oposição de praticar os crimes de coação no curso do processo, tráfico de influência e corrupção ativa em conversa mantida com o ministro Gilmar. A base da denúncia foi uma reportagem publicada pela revista Veja, que relatou suposta pressão de Lula sobre o ministro. No encontro, Lula teria oferecido "blindagem" a Mendes na CPI do Cachoeira em troca de deixar para depois das eleições o julgamento do mensalão.

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De acordo com a assessoria do MP no DF, foram feitos dois pedidos de informação acerca das acusações a Gilmar Mendes. Ambos ficaram sem respostas. Diante disso, os procuradores analisaram entrevistas concedidas por Gilmar e concluíram que não havia elementos para investigar Lula.

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, deu o quarto voto para condenar o deputado federal João Paulo Cunha (PT-SP) pelo crime de lavagem de dinheiro. Outros três ministros se posicionaram pela absolvição e Rosa Weber preferiu deixar o tema para momento posterior. Mendes já tinha votado pela condenação de João Paulo pelo crime de corrupção passiva.

Para Mendes, o crime de lavagem não é "mero exaurimento" da corrupção. Ele destacou que somente em documentos internos do Banco Rural havia o registro de que os R$ 50 mil foram sacados por Márcia Regina, esposa do petista. Citou o depoimento de outro réu, João Cláudio Genu, em que este chegou a ligar ao ex-deputado José Janene, já falecido, questionando sobre a necessidade de assinar um documento para sacar os recursos e foi tranquilizado por Janene de que o ofício era apenas interno. "O nome de Márcia Regina somente foi conhecido após medidas judiciais nas agências", observou Mendes.

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Ele ressaltou que no recebimento da denúncia tinha até rejeitado neste ponto, mas se disse "induzido ao erro" naquela ocasião. Afirmou que ao proceder daquela forma achava que os registros formais indicavam o nome da mulher de João Paulo, o que não ocorreu, visto que o Rural informava a agência de Marcos Valério, SMP&B, como sacadora.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, fez uma representação à Polícia Federal solicitando uma abertura de investigação contra a Wikipédia do Brasil.

Segundo o Estado de São Paulo, Gilmar Mendes tentou corrigir o que avalia estar distorcido em seu verbete na enciclopédia virtual (artigo que considerou ideológico), ação em que não teve sucesso. Segundo Gilmar, a Wikipédia está "aparelhada".

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O trecho do verbete que incomodou o ex-presidente do STF foi o que reproduz a denúncia de corrupção da revista Carta Capital (denúncia que o ministro contesta judicialmente). Gilmar afirma que por ser uma enciclopédia, o verbete deve ser "estritamente informativo sobre o seu biografado", sem absorver avaliações de terceiros e denúncias jornalísticas. O mesmo também se queixa do espaço de sete parágrafos ocupado por esse trecho, maior do que o ocupado pela descrição da sua carreira. 

Já em outra frente o ministro está preparando uma representação ao Procurador-Geral da República, Roberto Gurgel, solicitando investigação do uso de recursos públicos para financiamento de blogs de conteúdo crítico ao governo e instituições do Estado. A quantia gasta por empresas estatais com esse tipo de publicidade também faz parte dos questionamentos do ministro. 

Gilmar Mendes utiliza o argumento de que não se pode confundir a liberdade constitucional de expressão com o emprego de dinheiro público para financiamento de ataques à instituições e seus representantes.

Não houve nenhuma confirmação oficial da Polícia Federal em relação a ação de  Gilmar Mendes contra a Wikipédia

O empresário Marcos Valério Fernandes de Souza negou nesta sexta, por meio de seu advogado, Marcelo Leonardo, a autoria de documento que relaciona repasse de dinheiro ao ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A corte começa a julgar na próxima semana o processo do mensalão, no qual Valério é acusado ter operado o esquema que, segundo o Ministério Público Federal (MPF), foi usado para a compra de apoio político ao governo do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A defesa do empresário afirmou ter ficado "perplexa" com o teor do documento, divulgado pela revista Carta Capital.

A documentação, encaminhada à Polícia Federal pelo advogado Dino Miraglia Filho, de Belo Horizonte, relaciona supostos repasses de recursos que seriam provenientes de caixa 2 da campanha à reeleição, em 1998, do então governador de Minas e atual deputado federal, Eduardo Azeredo (PSDB). Na lista consta o nome de Gilmar Mendes seguido pela sigla AGU, referência à Advocacia Geral da União, órgão no qual ele atuou entre janeiro de 2000 e junho de 2002. No documento consta a assinatura de Valério.

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"Essa lista chegou à minha mão e eu achei por melhor precaução protocolizar na Polícia Federal, fazendo um requerimento de perícia. É uma lista autenticada e o original está em nosso poder. Na lista assinada pelo Marcos Valério consta a Cristiana como beneficiária de um valor de R$ 1,825 milhão, sendo que ela não teria motivo nenhum para receber esse valor", disse Dino Miraglia. Ele se referia a Cristiana Aparecida Ferreira, de 24 anos, que mantinha relacionamento com vários integrantes do primeiro escalão do governo mineiro e foi morta em um flat de Belo Horizonte em 2000.

Miraglia representou a família de Cristiana no julgamento que resultou na condenação do detetive particular Reinaldo Pacífico, ex-namorado da jovem, pela morte."No júri, eu sustentei que era queima de arquivo e que ela carregava malas para o mensalão do PSDB e o promotor sustentou que era um crime passional e ela foi morta pelo ex-namorado", lembrou o advogado. Ele acredita que esse seria o motivo de ter recebido a documentação divulgada nesta sexta.

Miraglia assumiu que teve contato com o ex-ministro petista Nilmário Miranda ao lutar pela libertação de um homem que passou nove anos na prisão por latrocínio e que a própria Justiça assumiu ter sido condenado por engano, mas nega qualquer interesse no processo que será julgado pelo STF. "Não tenho nada com o mensalão, não sou filiado ao PT. Só recebi esse material há uma semana", disse, sem revelar a fonte dos documentos.

Para Marcelo Leonardo, porém, o documento "é falso". Ele confirmou que manteve contato com seu cliente nesta sexta, após a divulgação do caso, e que "Marcos Valério jamais produziu um documento desta natureza". Para o advogado, a documentação, composta por 26 páginas, pode ter sido produzida pelo lobista Nilton Monteiro, envolvido na divulgação da chamada Lista de Furnas e que foi preso em Belo Horizonte acusado de fraudar documentos para extorquir políticos, mas já foi libertado. "Tem todas as características do mesmo tipo de falsidade", avaliou Marcelo Leonardo. "Curiosamente, o documento que aparece isenta o consultor de empresas Nilton Monteiro. Qual o sentido de Marcos Valério assinar documento isentando Nilton Monteiro", indagou o advogado. "A defesa de Marcos Valério reitera seu respeito e confiança no Poder Judiciário, manifestando seu repúdio a qualquer dúvida que seja levantada sobre a credibilidade, a capacidade jurídica e a imparcialidade do Ministro Gilmar Mendes", acrescentou, em nota.

Lula

O ministro Gilmar Mendes esteve no centro de outra polêmica ao se reunir com Lula em abril. As primeiras informações eram de que o ex-presidente teria tentado pressionar o para que o julgamento do mensalão fosse adiado para depois das eleições municipais. Mendes negou ter havido tentativa de chantagem, mas acusou Lula de atuar numa "central de divulgação" de boatos e que "gângsteres" e "chantagistas, bandidos, desrespeitosos" tentavam "melar" o processo. O Grupo Estado tentou falar com a assessoria do ministro no início da noite desta sexta, mas ninguém atendeu.

A presidente Dilma Rousseff comandou nesta quarta uma operação para desidratar a crise envolvendo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Um script bem encadeado, que mobilizou integrantes dos Três Poderes, foi posto em ação para neutralizar a escalada de declarações.

Nesta quarta, o Planalto divulgou nota contestando reportagem do jornal O Estado de S. Paulo sobre o assunto: "A Presidência da República informa que são no todo falsas as informações contidas na reportagem que, em uma de suas edições, apareceu com o título ‘Para Dilma, há risco de crise institucional’, publicada hoje (quarta-feira) no diário O Estado de S. Paulo". A Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República afirmou que no encontro entre a presidente Dilma Rousseff e o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Ayres Britto, foi feito apenas o convite para que ele compareça à Rio+20 e discutidas questões administrativas dos dois poderes.

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Também em nota, o jornal manteve as informações: "O Estado está seguro da apuração que fez e mantém a informação publicada sobre a preocupação do governo com o episódio e seu potencial de risco político, a despeito do desmentido oficial. A matéria publicada pelo Estado é fruto de apuração junto a fontes credenciadas do governo e desenvolvida desde a divulgação do teor da conversa entre o ex-presidente Lula e o ministro Gilmar Mendes. Segundo essas fontes, o fato preocupou profundamente a presidente Dilma Rousseff pelo seu potencial de crise. Dentro e fora do Palácio do Planalto é corrente a leitura de que é preciso evitar o envolvimento do governo com o assunto, raiz da orientação presidencial de silêncio sobre o tema".

Preocupada em não fragilizar Lula, a presidente aproveitou um discurso durante solenidade de entrega da quarta edição do Prêmio Objetivos do Desenvolvimento do Milênio Brasil, no Planalto, para homenagear o ex-presidente.

"Processos e pessoas têm uma ligação íntima, as pessoas nos lugares certos e na hora certa elas mudam os processos e transformam a realidade e por isso queria, de fato, aqui fazer uma homenagem especial ao presidente Lula", afirmou Dilma, ao final do discurso, sendo interrompida por aplausos do público, que se levantou e gritou "Olê-olê-olê-olá, Lula, Lula". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, negou a existência de qualquer crise entre o governo e o Judiciário por causa do episódio envolvendo o ex-presidente Lula e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes. "Não existe crise", afirmou, embora evitando dar opinião sobre o atrito.

"É evidente que tenho as minhas impressões, mas, se um ministro expressar suas impressões, vira opinião de governo", afirmou nesta quarta Cardozo ao deixar a Câmara, onde esteve reunido com o presidente da Casa, Marco Maia (PT-SP), para tratar de votação de projetos sobre segurança pública. Mendes acusou o presidente Lula de pressioná-lo para adiar o julgamento do mensalão.

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O presidente nacional do PT, deputado estadual Rui Falcão (SP), pediu nesta terça união da militância petista para "desbaratar" o episódio em que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é acusado de tentar interferir no julgamento do mensalão através do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes. Para ele, trata-se de uma manobra da oposição para tirar o foco da possível convocação do governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), pela CPMI do Cachoeira.

Em vídeo de dois minutos divulgado nesta tarde, Falcão diz que a polêmica sobre o encontro entre Lula e Mendes em abril ocorre no momento em que a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Cachoeira se prepara para convocar Perillo (PSDB).

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Segundo Falcão, Perillo estaria "envolvido em graves denúncias de participar da organização criminosa". "Evidente que se tenta embaralhar as conclusões da CPMI do Cachoeira. Todos sabem que essa CPMI (...) pretende desvendar todos os crimes da organização criminosa que se formou com uma base muito forte no Estado de Goiás", afirma o dirigente petista.

Falcão recomenda que a militância petista fique "atenta às manobras" da oposição, a qual estaria "tentando comprometer" o ex-presidente Lula com um encontro com Gilmar Mendes. O presidente da sigla lembra que a versão de que Lula teria oferecido blindagem a Mendes na CPMI em troca de um acordo para adiar o julgamento do mensalão, relatada pelo ministro do STF, foi desmentida pelo ex-ministro da Defesa e do STF, Nelson Jobim. "Portanto, militância do PT, vamos ficar atentos, vamos desbaratar mais essa manobra daqueles que querem desmoralizar o PT, o presidente Lula, com nítidos objetivos eleitoreiros também", conclui.

No vídeo, Falcão acrescenta que os ministros do STF não são suscetíveis a pressão externa e que espera da Corte um julgamento objetivo com base nos autos processuais. "É preciso que se diga que os ministros do Supremo não são suscetíveis a pressão e que seus julgamentos são sempre pautados pelos autos. É o que se espera, inclusive, que eles façam quando do julgamento do processo do chamado mensalão", afirmou.

Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) reagiram à suposta pressão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para tentar adiar o julgamento do mensalão, conforme versão do colega Gilmar Mendes. Os integrantes da Corte, porém, asseguram que não há qualquer possibilidade de adiamento do processo.

O ministro Marco Aurélio Mello disse nesta segunda que ficou perplexo com o episódio. "Nós ministros ouvimos muita coisa. Temos que dar um desconto", afirmou. "O que ressoa muito mal é (Lula) ter articulado (a suposta pressão) com viagem a Berlim, (e com a) CPMI", disse.

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De acordo com o relato feito por Gilmar Mendes à revista Veja, Lula teria insinuado que ele poderia ser investigado pela CPI do Cachoeira e o questionou sobre uma viagem que fez à Alemanha onde encontrou-se com o Demóstenes Torres (sem partido-GO), investigado por envolvimento no esquema do contraventor Carlos Cachoeira. O ex-presidente, conforme a revista, sugeriu que Mendes estaria blindado se o julgamento do mensalão ficasse para depois das eleições.

Decano do STF, Celso de Melo classificou como "negativo e espantoso" o episódio. "Se ainda fosse presidente da República, esse comportamento seria passível de impeachment por configurar infração político-administrativa, em que um chefe de poder tenta interferir em outro", destacou em entrevista ao site Consultor Jurídico.

Ele classificou o episódio como "anômalo na história do STF". "Tentar interferir dessa maneira em um julgamento do STF é inaceitável e indecoroso. Rompe todos os limites da ética. Seria assim para qualquer cidadão, mas mais grave quando se trata da figura de um (ex) presidente da República."

Calendário

Mas a suposta tentativa de Lula de alterar o calendário do mensalão não seria viável. Uma semana antes da reunião entre Gilmar e Lula no escritório do ex-ministro Nelson Jobim, a data do julgamento estava praticamente certa. Na semana anterior, o ministro Ricardo Lewandowski, revisor do processo e dono do calendário do julgamento, afirmou ao jornal O Estado de S. Paulo que liberaria seu voto até o final de junho. O processo, portanto, teria início em agosto.

A ministra do STF e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Cármen Lúcia Antunes Rocha, já declarou publicamente que a ação pode ser julgada no período eleitoral. Citada na conversa, conforme a Veja, Cármen seria procurada pelo ex-ministro Sepúlveda Pertence para conversar sobre o assunto. Por meio de sua assessoria, ela disse ter se encontrado com Lula quando ele esteva internado, mas que não conversaram sobre mensalão. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O PSDB encaminhou à imprensa, na noite desta segunda-feira (29), uma nota oficial que afirma ser “necessária e urgente a apuração integral” do encontro entre o ex-presidente Lula e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, divulgado pela revista Veja. Segundo a publicação, o ex-presidente teria sugerido o adiamento do julgamento do Mensalão para depois das eleições.

A nota assinada pelo presidente nacional do partido, Sérgio Guerra, pontua que os fatos narrados pela revista “atentam violentamente contra a independência e a moralidade que devem pautar a atividade pública”.

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Reforça, ainda, que o PSDB, seus senadores e deputados federais “apoiarão todas as iniciativas no âmbito do Congresso Nacional para uma investigação profunda e isenta sobre desvios de conduta, tráfico de influência ou prática de lobby por parte de agentes públicos”. Dessa forma, o PSDB vem reafirmar sua confiança na independência do Poder Judiciário e ressaltar a importância e o valor das decisões do STF na defesa intransigente da Constituição e dos direitos da sociedade brasileira”.

O texto ainda ressalta que o PT tenta evitar o pleno êxito da CPMI do Cachoeira. E manifesta “perplexidade” do PSDB em relação a postura do Partido dos Trabalhadores. “O esforço que vem sendo feito pelo PT no sentido de evitar que os trabalhos da CPMI que investiga denúncias envolvendo o contraventor Carlos Cachoeira alcancem pleno êxito, com independência e respeito à verdade dos fatos”.

Lula - Também na noite desta segunda-feira, o Instituto Lula, divulgou uma nota em que o ex-presidente afirma que seu sentimento em relação ao teor da reportagem da revista Veja é de "indignação" e reforça que Lula "jamais interferiu ou tentou interferir nas decisões do Supremo ou da Procuradoria Geral da República em relação a ação penal do chamado Mensalão, ou a qualquer outro assunto da alçada do Judiciário ou do Ministério Público, nos oito anos em que foi presidente da República".

O presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Ophir Cavalcante, afirmou nesta segunda que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve explicações sobre a suposta tentativa de convencer o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a adiar o julgamento do processo do mensalão.

"A ser confirmado o teor das conversas mantidas com um ministro titular do Supremo, configura-se de extrema gravidade, devendo o ex-presidente, cuja autoridade e prestígio lhe conferem responsabilidade pública, dar explicações para este gesto", disse Cavalcante.

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O presidente da OAB afirmou que os ministros do STF têm de ficar imunes às pressões ou tentativas de ingerência. "Ainda que o processo de nomeação de seus membros decorra de uma escolha pessoal do presidente da República, não cabe a este tratá-los como sendo de sua cota pessoal, exigindo proteção ou tratamento privilegiado, o que, além de desonroso, vergonhoso e inaceitável, retiraria dos ministros a independência e impessoalidade na análise dos fatos que lhe são submetidos", disse.

"Meu sentimento é de indignação", diz o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em nota à imprensa, distribuída no início da noite desta segunda-feira, sobre reportagem deste final de semana da revista Veja. De acordo com essa reportagem, Lula teria sugerido proteção ao ministro do STF Gilmar Mendes, na CPI do Cachoeira, em troca do adiamento do julgamento do mensalão no STF, em encontro ocorrido no escritório de advocacia do ex-ministro da Defesa Nelson Jobim.

Lula diz, na nota, que o procurador Antonio Fernando de Souza apresentou a denúncia do escândalo que ficou conhecido como mensalão e depois disso foi reconduzido ao cargo. "Eu indiquei oito ministros do Supremo e nenhum deles pode registrar qualquer pressão ou injunção minha em favor de quem quer que seja", informou Lula no comunicado.

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Na nota, a assessoria do ex-presidente Lula diz ainda que a autonomia e independência do Judiciário e do Ministério Público sempre foram rigorosamente respeitadas nos seus dois mandatos e que o petista continua com o mesmo comportamento agora, mesmo não ocupando nenhum cargo público. Além disso, destaca que Lula "jamais interferiu" nas ações do Supremo ou da Procuradoria Geral da República em relação ao mensalão, nos oito anos de seu mandato.

Segundo a nota, no dia 26 de abril, o ex-presidente Lula visitou o ex-ministro Nelson Jobim em seu escritório, onde também se encontrava o ministro Gilmar Mendes. A reunião existiu, mas a versão da Veja sobre o teor da conversa é inverídica, diz Lula.

O líder do PT na Câmara, deputado Jilmar Tatto (PT-SP), criticou o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes no episódio envolvendo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Conhecendo o presidente Lula, ele jamais falaria algo nesse tom e com esse conteúdo", afirmou. "Lula tem a confiança de 90% da população brasileira, então vou acreditar nele. Prefiro a versão de Lula", enfatizou. Tatto afirmou não haver possibilidade de Lula ir à CPI explicar o episódio. "Por que ele iria se manifestar sobre o que não falou?", questionou.

De acordo com Gilmar Mendes, Lula o teria pressionado para adiar o julgamento do mensalão e, em troca, teria oferecido ao ministro proteção na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Cachoeira, que estaria sob o controle do ex-presidente. O líder petista afirmou que tanto Lula quanto o ex-ministro da Defesa Nelson Jobim negaram que tenha havido a conversa relatada por Mendes.

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O líder petista também classificou a oposição de "barata tonta", ao recorrer à Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ex-presidente. O PSDB, o DEM e o PPS pediram à PGR que abra investigação contra Lula por corrupção ativa, tráfico de influência e coação no curso do processo (julgamento do mensalão). "Essa é a prova de que a oposição continua uma barata tonta, perdida, está sem rumo, sem projeto e sem discurso", afirmou Tatto.

O líder do PSOL, deputado Chico Alencar (RJ), afirmou que a forma de esclarecer o episódio e afastar qualquer suposição de "troca de favores" é o Supremo agilizar o julgamento do mensalão. Além disso, Chico Alencar defendeu que a CPI apure a possível viagem de Mendes e o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO), como teria relatado o ex-presidente Lula, bancada por Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.

Independentemente da polêmica envolvendo o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes, o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-ministro da Defesa e do Supremo Nelson Jobim, o presidente do STF, Carlos Ayres Britto, afirmou nesta segunda-feira que é chegada a hora do julgamento do maior escândalo do governo Lula, conhecido como mensalão. "Chegou a hora de julgar (o mensalão)", garantiu o ministro do STF, após participar do V Congresso Brasileiro da Indústria da Comunicação, na capital.

A respeito da polêmica envolvendo o ministro Gilmar Mendes, o ex-presidente Lula e o ex-ministro Nelson Jobim, Ayres Britto limitou-se a dizer: "Foi um diálogo protagonizado por três agentes, dois desses agentes já falaram (Mendes e Jobim), falta o terceiro (Lula). Aguardemos a fala do terceiro". Segundo reportagem da revista "Veja" deste fim de semana, o ex-presidente Lula teria sugerido proteção a Gilmar Mendes, na CPI do Cachoeira, em troca do adiamento do julgamento do mensalão no STF, em encontro ocorrido no escritório de advocacia de Jobim.

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Ainda sobre o julgamento do mensalão, Ayres Britto disse que ele será levado a julgamento assim que terminar o trabalho do ministro revisor deste processo, Ricardo Lewandowski. O presidente do Supremo lembrou que a corte já discute a logística e o cronograma do julgamento e afirmou que, a despeito de compreender a demanda da sociedade por esse julgamento, é "preciso que o processo ocorra sem predisposição para condenar ou absolver".

A oposição vai entrar até o final desta tarde com uma representação na Procuradoria Geral da República para investigar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva por suspeita de ameaçar a atuação do Supremo Tribunal Federal (STF) no julgamento do processo do mensalão. Líderes do PSDB, PPS, DEM e outros parlamentares vão subscrever o pedido para apurar a suspeita de que Lula cometeu os crimes de corrupção ativa, tráfico de influência e coação no curso do processo por conta do episódio em que o ex-presidente teria prometido blindagem ao ministro Gilmar Mendes na CPI do Cachoeira em troca do adiamento do julgamento do mensalão.

O encontro, relatado pela revista Veja deste final de semana, ocorreu em abril no escritório do ex-ministro do STF e da Defesa Nelson Jobim.

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O líder do PSDB no Senado, Alvaro Dias (PR), disse nesta sexta que é preciso investigar a conduta "flagrantemente" ilícita de Lula. "É muito grave (o fato). Eu não conheço na história do judiciário brasileiro uma atitude tão repugnante", disse Alvaro Dias.

Por enquanto, a estratégia da oposição é não levar este assunto para a CPI do Cachoeira para não contaminá-la. Os oposicionistas pretendem aprovar amanhã a quebra do sigilo da Delta Construções e tentar evitar a convocação exclusiva do governador de Goiás, o tucano Marconi Perillo.

O ex-ministro do Supremo Tribunal Federal, Nelson Jobim, se recusou nesta segunda a comentar o episódio do encontro entre o ministro do STF, Gilmar Mendes e o ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo reportagem da revista Veja, Lula teria sugerido proteção a Gilmar Mendes na CPI do Cachoeira, em troca do adiamento do julgamento do mensalão no Supremo. Gilmar Mendes tem estreitas relações com o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO), acusado de envolvimento no esquema de Cachoeira.

"Não tenho nada a declarar. Já dei todas as declarações. Eu não vou falar mais sobre esse assunto, já está tudo encerrado", disse Jobim, no intervalo da reunião da Comissão nomeada pelo Senado para discutir o pacto federativo, da qual é presidente. O encontro de Gilmar e Lula ocorreu no escritório de Jobim, em Brasília.

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Encurralado pela possibilidade de convocação do governador de Goiás, o tucano Marconi Perillo, para depor na CPI do Cachoeira, o PSDB prepara medidas contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, acusado de pressionar o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a adiar o julgamento do processo do mensalão. Setores do partido discutem interpelar o ex-presidente na Justiça, convocá-lo à CPI, bem como a Gilmar, e até propor uma acareação entre os dois. Uma estratégia será fechada nesta segunda-feira, véspera da sessão da CPI na qual pode ser decidida a convocação de Perillo.

"Não há ainda uma definição. Estamos apenas conversando. Mas até amanhã a gente troca ideias sobre qual vai ser o procedimento", informou neste domingo o senador Álvaro Dias (PSDB-PR), classificando de graves as denúncias contra Lula: "O que houve foi uma afronta a duas instituições: o Congresso e o Judiciário."

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Conforme Gilmar, num encontro em Brasília, o ex-presidente Lula lhe ofereceu blindagem na CPI do Cachoeira, de maioria governista, em troca de apoio numa suposta operação do PT para adiar o julgamento do mensalão para 2013. O ministro tem relações estreitas com o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO), acusado de envolvimento com a organização do bicheiro.

A proposta teria sido feita no escritório do ex-ministro da Defesa Nelson Jobim, que negou o teor da conversa e disse que o encontro não foi combinado. Lula também negou o diálogo, por meio de sua assessoria. Já Gilmar se disse "perplexo" com a suposta oferta do ex-presidente.

Integrante da CPI, o deputado Fernando Francischini (PSDB-PR) disse ter conversado com o líder no partido na Câmara, Bruno Araújo (PE), que lhe deu aval para defender a convocação de Lula na CPI. Nesta segunda-feira, a bancada tucana na Casa se reúne para fechar uma estratégia para o caso.

"A denúncia é gravíssima: um ex-presidente dizer que manda na CPI e usar isso para chantagear um ministro do Supremo", disse Francischini. "Se é mentira, o Lula tem de vir a público se explicar. É quase impossível um encontro fortuito entre duas autoridades desse porte", acrescentou.

O PT costura com partidos aliados um acordo para a convocação de Perillo e, possivelmente, do governador de Tocantins, Siqueira Campos, outro tucano citado nos grampos da PF. Um depoimento de Agnelo Queiroz (PT-DF) também pode ser aprovado, embora a oposição não tenha votos suficientes, se o embate político acabar paralisando a CPI.

Brasília, 27 - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pressionou o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, para adiar o julgamento do mensalão. Segundo reportagem da revista Veja, a conversa teria ocorrido no escritório de advocacia do ex-ministro da Defesa Nelson Jobim.

Questionado pela reportagem, durante evento neste sábado em Curitiba (PR), Mendes não quis dar declarações, mas confirmou o conteúdo da reportagem e salientou que nem ele nem os outros ministros do Supremo se sentem intimidados pelo ex-presidente. A expectativa é de que o STF julgue a ação no segundo semestre.

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De acordo com a revista, Lula teria comentado que o julgamento agora seria "inconveniente" e feito uma oferta velada. Em troca do apoio ao adiamento, Mendes poderia ter proteção na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPI) do Cachoeira.

O ministro do STF é próximo do senador Demóstenes Torres (ex-DEM, sem partido-GO) e há rumores sobre um encontro dos dois em Berlim, supostamente pago por Carlinhos Cachoeira. Lula teria perguntado sobre a viagem e comentado que tem controle sobre a CPI. Lula teria dito que uma decisão este ano seria muito influenciada pelo processo eleitoral.

Porém, haveria uma vantagem extra no adiamento: em 2013, os ministros Carlos Ayres Britto (atual presidente do STF) e Cezar Peluso, considerados propensos à condenação, estarão aposentados.

Procurada, a assessoria de Lula negou a conversa e afirmou que ele nunca interferiu no processo, muito menos pressionou ministros do STF a adiar o julgamento, embora considere o mensalão "uma farsa". Jobim foi na mesma linha. "O quê? De forma nenhuma, não se falou nada disso", reagiu. "O Lula fez uma visita para mim, o Gilmar estava lá. Não houve conversa sobre o mensalão." Jobim disse, sem entrar em detalhes, que na conversa foram tratadas apenas questões "genéricas", "institucionais".

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo. (Mariângela Gallucci, Fábio Fabrini, Vera Rosa e Júlio Cesar Lima, especial para o Estado)

O ex-ministro da Defesa Nelson Jobim negou hoje que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tenha pressionado o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a adiar o julgamento do mensalão, usando como moeda de troca a CPI do Cachoeira. Reportagem da revista "Veja" publicada neste sábado relata um encontro de Lula com Gilmar no escritório de advocacia de Jobim, em Brasília, no qual o ex-presidente teria dito que o julgamento em 2012 é "inconveniente" e oferecido ao ministro proteção na CPI, de maioria governista. Gilmar tem relações estreitas com o senador Demóstenes Torres (sem partido, GO), acusado de envolvimento com a quadrilha do bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.

"O quê? De forma nenhuma, não se falou nada disso", reagiu Jobim, questionado pelo Estado. "O Lula fez uma visita para mim, o Gilmar estava lá. Não houve conversa sobre o mensalão", reiterou.

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Segundo a revista, Gilmar confirmou o teor dos diálogos e se disse "perplexo" com as "insinuações" do ex-presidente. Lula teria perguntado a ele sobre uma viagem a Berlim, aludindo a boatos sobre um encontro do ministro do STF com Demóstenes da capital alemã, supostamente pago por Cachoeira.

Ele teria manifestado preocupação com o ministro Ricardo Lewandowski, que deve encerrar o voto revisor do mensalão em junho, e adiantado que acionaria o presidente da Comissão de Ética Pública da Presidência, Sepúlveda Pertence, ligado à ministra do STF Carmen Lúcia, para que ala apoiasse a estratégia de adiar o julgamento para 2013.

Jobim disse, sem entrar em detalhes, que na conversa foram tratadas apenas questões "genéricas", "institucionais". E que em nenhum momento Gilmar e o ex-presidente estiveram sozinhos ou falaram na cozinha do escritório, como relatou "Veja". "Tomamos um café na minha sala. O tempo todo foi dentro da minha sala, o Lula saiu antes, durante todo o tempo nós ficamos juntos", assegurou.

Questionado se o ministro do STF mentiu sobre a conversa, Jobim respondeu: "Não poderia emitir juízo sobre o que o Gilmar fez ou deixou de fazer". Procurado pelo Estado, Pertence negou ter sido acionado para que intercedesse junto a Carmen Lúcia: "Não fui procurado e não creio que o ex-presidente Lula pretendesse falar alguma coisa comigo a esse respeito".

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