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No dia 29 de janeiro de 2021 foi publicado o resultado final do edital audiovisual Aldir Blanc Pará, criado a partir da Lei Aldir Blanc, lei federal no. 14.017, que tem como intuito promover ações para beneficiar e garantir a renda dos artistas audiovisuais e movimentar o quesito cultural do Estado durante a pandemia. O edital foi lançado pela Associação dos Artistas Visuais do Sul e Sudeste do Pará, em conjunto com a Secretaria de Estado de Cultura (Secult Pará).

A artista educadora Ordoênia Lima Chaves, moradora da cidade de Itaituba, no oeste do Pará, foi uma das premiadas. Seu projeto chama-se “Beija-flor, o Cupido da Amazônia”. São aquarelas que têm como objetivo divulgar a importância do ecossistema e mostrar a degradação ambiental que ocorre na atualidade. Com um trabalho visual em forma de e-book, Ordoênia apresentará as diversas plantas, animais e elementos que compõem o ecossistema da Amazônia.

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“O projeto é um desejo pessoal, pois já trabalho com o elemento beija-flor de forma pictórica. No desenvolvimento do e-book será usado como componente em todas as ilustrações o pássaro beija-flor, o qual já faz parte do meu trabalho autoral. Vislumbro nessa proposta uma gama de possiblidades, levando em consideração que o e-book por ser um livro digital, pode levar essas informações e ser lido em qualquer equipamento eletrônico, possibilitando mais celeridade à propagação deste trabalho visual”, disse.

Ordoênia falou como a composição com a aquarela é bem delicada e forte ao mesmo tempo. “O aspecto pictórico, da leveza da técnica, possibilita uma apresentação dos elementos visuais de forma harmônica com a temática em questão”, relatou.

A educadora também descreveu seu sentimento ao representar a Amazônia. “Apresentar a Amazônia é sempre algo fantástico, haja vista que estamos no seio de toda essa fauna e flora, e deixar perpetuado o trabalho visual de toda essa gama de elementos possibilita uma alegria ao artista”, comentou.

A artista destaca a relevância de seu projeto e a importância de ter ganhado o prêmio. “Acredito que pela temática, haja vista que o tema Amazônia é relevante, nosso ecossistema é o equilíbrio do planeta, e nesse momento de impactos ambientais como queimadas e desmatamento gera uma preocupação não só ecológica, mas também artística. Com a minha composição, criatividade e poética, posso demonstrar para todo o público a riqueza do nossa região, com aquarelas da fauna e da flora, fazendo necessário que se divulgue toda essa riqueza para as novas gerações”, assinalou.

Ordoênia disse que a contribuição do edital para o segmento das Artes Visuais é bastante significativa. "Não apenas pela premiação financeira, e sim pela satisfação em ter um trabalho reconhecido e divulgação de trabalhos belíssimos, que possibilitam uma maior visibilidade dos artistas, arte-educadores e demais fazedores de cultura”, finalizou.

Corpos e rostos

A artista visual Rafael Moreira também falou sobre o conjunto de suas obras apresentadas no edital. Sua proposta é fruto de uma pesquisa que vem sendo realizada desde 2017, sobre questões relacionadas a identidades travestigêneres. “O projeto selecionado neste edital se refere a um conjunto de seis obras, em acrílica sobre vidro, que retratam rostos de mulheres trans e travestis em uma composição próxima à que existe no documento de RG. Por isso o nome do projeto é 'Registros Gerais', explicou.

Em entrevista, a artista falou sobre suas inspirações e o processo de criação do projeto. “A inspiração se encontra justamente no meu cotidiano, ao refletir sobre as vivências e narrativas dos corpos e rostos travestis e transexuais inseridos na nossa cultura e sociedade”, afirmou.

Sobre o processo, ela afirma ter tido uma certa facilidade, já que é pesquisadora e tem contato com a área. “Bom, eu sou pesquisadora então houve uma certa facilidade; porém, apesar do edital ter uma proposta de ser inclusivo e ser mais simples, eu entendo que para aquelas pessoas que mais precisam, me refiro a mestres artesãos e gente que está fora da universidade, deve ter sido difícil submeter o projeto neste edital”, comentou.

Rafael falou sobre a visibilidade e oportunidade. “Eu acredito que a importância está em poder produzir obras que viabilizem a nossa existência em um lugar que nega nossos corpos. A importância está na possibilidade de existir enquanto corpo possível. Fora isso eu fico muito feliz com a possibilidade de ter pago as meninas que participaram deste projeto, sem ele eu não teria condições. Nesse momento tão delicado, gerar renda para corpos trans e travestis é algo essencial.”

Para Rafael, o edital a ajudou em relação às artes visuais. “Eu acho que é uma possibilidade de conseguir sobreviver em um cenário que se mostra cada vez mais hostil àquelas pessoas que produzem arte. Tudo fechado, as prioridades são o básico para viver, como viver de uma produção em Artes? Não dá. O povo está condicionado a tentar sobreviver, a produção que faz pensar, que alimenta o espírito, está em segundo plano. Ter esse edital me possibilitou dar continuidade a minha pesquisa.”

É possível encontrar as artistas em suas redes sociais: @ordoenia e @rafaelmmartes

Por Ana Beatriz Coelho, Yasmin Seraphico e Maria Rita Araújo.

 

Tomie Ohtake completa 100 anos nesta quinta-feira (21). Mais de metade de seu tempo de vida foi dedicada à pintura, atividade que só começou depois de ver os filhos formados. Mãe dos conhecidos arquitetos Ruy e Ricardo Ohtake, ela passou igualmente pela experiência de organizar o espaço para depois descontruir a forma e se tornar um dos principais nomes do abstracionismo informal.

Hoje, o instituto que leva seu nome inaugura uma grande retrospectiva com mais de 60 obras, desde as paisagens que marcaram o começo de sua carreira até as mais recentes pinturas, obras de grandes dimensões que expandem o território da tela e já não dependem de uma forma para existir, elegendo a cor como sinônimo de conteúdo.

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O Museu de Arte do Rio (MAR) abriu na terça (19) outra mostra em homenagem à artista, também com curadoria do crítico Paulo Herkenhoff. Nela estão algumas raras telas chamadas "pinturas cegas", série realizada entre 1959 e 1962. Como o próprio nome indica, essa pequena série foi feita com os olhos vendados. Foi um rito de passagem da pintora, então ligada à construção geométrica, para o território informal. Tomie já pintava havia sete anos quando começou a série, tendo como primeiro incentivador o pintor japonês Keisuke Sugano, que, em 1952, estava no Brasil de passagem para uma exposição no MAM de São Paulo.

Nascida em Kyoto, Tomie desembarcou aqui em 1936. Veio visitar um irmão e, devido à guerra entre Japão e China, acabou ficando. As primeiras paisagens foram feitas na Mooca, onde morava. Nos anos 1960, com a ascensão do movimento concreto, Tomie conheceu artistas como Hércules Barsotti e Willys de Castro. Seu contato com a linguagem abstrata foi decisiva. A figuração ficou para trás e ela passou a produzir o que o que convencionalmente se chama de "geometria sensível", ou geometria lírica - por incorporar a emoção do artista no processo construtivo. São dessa época suas melhores pinturas, como se pode ver na mostra retrospectiva do Instituto Tomie Ohtake.

A exposição chama-se Gesto e Razão Geométrica também porque a associação de Tomie com a geometria sensível praticada na América Latina não impediu que ela conservasse o vínculo com a cultura oriental, em particular com o gesto expressionista zen e, especificamente, com o círculo perfeito perseguido pela pintura zen budista - o enso, que simboliza o círculo, a iluminação espiritual, aparece de forma explícita nas telas dos últimos anos.

TOMIE OHTAKE - GESTO E RAZÃO GEOMÉTRICA - Instituto Tomie Ohtake.

Av. Faria Lima, 201, Pinheiros, 2245-1900. 3ª a dom., 11h/ 20h. Grátis. Até 2/2.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O dólar mais alto - R$ 2,28, contra R$ 2 no mesmo período do ano passado - aparentemente não atrapalhou, como se temia, o desempenho da ArtRio, feira de arte encerrada domingo, 8. "Para esse nível de comprador, a cotação não é um problema", avaliou Jordi Mayoral, de Barcelona, dono da galeria que leva seu nome. Ele veio pela primeira vez à feira, vendeu, entre outras obras, três Mirós, e volta para casa encantado com a alta temperatura do mercado brasileiro, seja para o nível de comprador classe A, a que se refere, seja para o colecionador iniciante e menos abastado.

"O Brasil é um país emergente, com gente que está começando suas coleções, que tem sensibilidade e aprecia a singularidade do que trazemos de Barcelona. A arte aqui está em fase de descoberta e o novo sempre traz paixão, emoção, não é como o cenário na Europa", acredita o espanhol, que, como a maior parte de seus pares, se recusa a informar valores.

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Por conta desse sigilo (quebrado por uma ou outra galeria apenas, entre as 106 presentes), não é possível fazer um balanço oficial dos milhões movimentados pela ArtRio. Em 2011 e 2012, as duas primeiras edições, o resultado foi de mais de R$ 100 milhões. Pelo ânimo dos galeristas no domingo, as cifras se superaram, conforme previa a organização.

A nova-iorquina Pace, comentava-se nos corredores do Píer Mauá, vendeu uma escultura de Alexander Calder por US$ 8 milhões. Já a londrina White Cube, duas telas de Damien Hirst, uma de US$ 900 mil e outro de US$ 800 mil.

Os olhares se voltaram tanto para a produção mais recente dos artistas quanto para obras históricas de artistas estabelecidos, como a série de Cildo Meireles Inserções em Circuitos Ideológicos, de 1970: a Athena vendeu duas peças, uma a R$ 100 mil e outra a R$ 200 mil (o icônico trio de garrafas retornáveis de Coca-cola). A colagem Batom, de Beatriz Milhazes, saiu por R$ 1 milhão.

Na Athena Contemporânea, uma obra do grafiteiro Zezão foi comprada por R$ 35 mil. Na portuguesa Mário Sequeira, um óleo de 2009 do britânico Jason Martin foi levado por R$ 365 mil. O proprietário da galeria se sentiu prejudicado pela alta do dólar. "Este ano a diferença na venda estava no posicionamento dos compradores. No ano passado a ação de compra era imediata: gostou, levou. Este ano, no entanto, os compradores refletiram mais, por causa da alta das moedas estrangeiras", diz Siqueira.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Iniciada em 1990, a mostra Pirelli de Fotografia, que formou a coleção do Museu de Arte de São Paulo, virou a FotoBienalMasp, que será aberta nesta quarta-feira, 14, às 19h30, apenas para convidados, com trabalhos de 35 artistas brasileiros e estrangeiros. O público poderá ver, a partir de sexta, 16, cem imagens selecionadas pelo curador convidado Ricardo Resende, marcando uma nova fase da parceria entre o Masp e a Pirelli, que vai adquirir algumas dessas fotos para a coleção do museu, hoje com mais de mil obras. Os candidatos a figurar na coleção são muitos: há desde estrelas internacionais, como a performática Marina Abramovic, que começou sua carreira nos anos 1970, e o chileno Alfredo Jaar, mais conhecido por suas instalações, até fotógrafos da nova geração, como o mineiro Pedro Motta, e coletivos como a Cia. de Foto, criado há dez anos pelo pernambucano Pio Figueiroa, hoje com outros três integrantes: Rafael Jacinto, João Kehl e Carol Lopes.

Concebida pelo curador-chefe do Masp, Teixeira Coelho, a FotoBienal tem em sua primeira edição fotos que dialogam com outras expressões artísticas, especialmente a performance. "Não é uma bienal temática, mas uma exposição orientada por uma abordagem mais ampla, que vê a fotografia como manifestação artística além do registro da imagem", diz Resende, citando como exemplo o trabalho de artistas dedicados a performances, como Marina Abramovic, ou a fotos de ação, como as do skatista profissional Fabiano Rodrigues, que desde 2010 dispara sua Hasselblad por controle remoto e registra suas manobras, inclusive dentro de templos artísticos, como a Pinacoteca e a Bienal de SP.

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Um dos trabalhos que será exibido pela primeira vez é a série de fotos Marcha, feita pelo coletivo Cia. de Foto. Há dois anos, o grupo gravou em vídeo uma marcha de operários do Bom Retiro a caminho da Estação da Luz no fim do expediente. A série apresentada na FotoBienalMasp é composta de fotografias extraídas do vídeo e tratadas artisticamente, outro traço que caracteriza a seleção da curadoria, privilegiando trabalhos cuja natureza é a de repensar o conteúdo da imagens registradas. No caso da série Marcha, o vídeo documenta uma multidão apressada, enquanto as fotos retrabalhadas para a exposição do Masp atentam para o detalhe, destacando feições antes indefinidas.

FOTOBIENALMASP - Masp. Av. Paulista, 1.578. 3251-5644. De 3ª a dom. e feriado, das 10 h às 18 h; 5ª, das 10 h às 20 h. R$ 15 (3ª grátis). Até 13/10. Abre hoje, às 19h30, apenas para convidados.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Cahiers d'Art pretende relançar, em breve, os 33 volumes do mais completo catálogo da obra de Pablo Picasso, que a editora começou a publicar em 1932.

O catálogo contém mais de 16 mil pinturas e desenhos e resultou da amizade e colaboração de vida inteira entre o pintor e Christian Zervos, que fundou a Cahiers d'Art em Paris, em 1926.

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Outras informações pelo siteda Cahiers d'Art.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

As fotografias traçam o panorama estético, social e cultural da América Latina na exposição Fotolivros latino-americanos, que o Instituto Moreira Salles (IMS) exibe em sua sede na Gávea, zona sul do Rio de Janeiro. A mostra reúne os melhores fotolivros da América Latina desde os anos 1920 até a atualidade, e é resultado de uma pesquisa feita durante quatro anos em 11 países. A exposição que agora chega ao Brasil já passou pela Le Bal, em Paris; Ivory Press, em Madri; e Aperture Foundation, em Nova York, e traz 66 publicações, 119 fotografias e oito vídeos que reproduzem na íntegra as imagens de alguns dos livros presentes na mostra.

Entre as raridades estão livros que compilam a história dos países latinos em imagens, como o que trata da Revolução Mexicana nos anos 1910 e traz fotos clássicas de Pancho Villa e Emiliano Zapata. A quantidade de fotolivros de propaganda política ocupa quase uma seção da mostra, e surpreendeu o curador Horacio Fernández, historiador e professor da Faculdad de Bellas Artes, em Cuenca, Espanha. "Antes da investigação sabíamos muito de propaganda russa, nazista, mas é uma surpresa terem aparecido livros tão brilhantes cubanos, argentinos, chilenos", afirma Fernández. "Depois desta pesquisa, podemos dizer que o tema da propaganda não é particular das ideologias totalitárias dos anos 1930, mas sim de todo o século."

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Os livros literários com ensaios fotográficos são um dos seis temas da exibição. O poeta Pablo Neruda selecionou fotos do peruano Martin Chambi para ilustrar os versos metafóricos que recorrem à tópica da pedra e assim justificam uma América forte - surgia o raro Alturas de Macchu Picchu (1954). Os poemas de Paranoia (1963), de Roberto Piva, fundem-se à visão alucinada de São Paulo transmitida pelas lentes de Wesley Duke Lee. Para Fernández, a obra antecipa o momento político que viria a seguir. "O livro mostra uma cidade caótica, violenta. Mas São Paulo ainda era vista como uma cidade pacífica, tranquila. Considero um livro profético, porque fala de um caos que ainda não existia." Meses depois da publicação se iniciariam os anos de chumbo da ditadura militar.

A cidade desordenada, quase impossível de se compreender, é retratada no trabalho vigoroso de Sistema Nervioso (1975), onde a fotógrafa venezuelana Barbara Brändli interpreta a cidade de Caracas como um quebra-cabeça de signos enigmáticos. A inversão de papéis entre os centros urbanos dos países ricos e pobres é a tônica de Retromundo (1984), onde o artista ítalo-venezuelano Paolo Gasparini traça dicotomias entre o visual e o real e mostra imagens que subvertem o pensamento dominante. Em seu trabalho, as cidades do "primeiro mundo" são vistas como violentas, injustas e ameaçadoras. "Ele tenta penetrar por trás da superficialidade da imagem. O mundo nos Estados Unidos e na Europa é fantasmagórico, e a realidade pertence ao campo da publicidade. Predomina o nada, o vazio", afirma o curador. "Mas se vamos à América, vemos as pessoas produzindo, pensando. Há a ideia do tato."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A crítica internacional adota quase sempre um discurso hiperbólico para falar do chinês Cai Guo-Qiang. Ele é o artista que "explodiu os parâmetros da arte de nosso tempo", reunindo em sua obra o melhor da mitologia antiga, da cosmologia taoista e da filosofia budista. Cai Guo-Qiang (pronuncia-se Tsai Guo Chang) é, além de tudo, o artista que ganhou um Leão de Ouro na Bienal de Veneza em 1999 e apresentou um avião feito de cortadores de unha na 26.ª Bienal de São Paulo (2004).

Mais conhecido como o autor do espetáculo de abertura e encerramento da Olimpíada de Pequim em 2008, ele abriu em Brasília, no dia 5, a mostra Da Vincis do Povo, que ocupa os prédios do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) e do Museu dos Correios.

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Na mostra há obras executadas por ele e invenções de camponeses chineses - que justificam o título da exposição, alusivo à genialidade do renascentista italiano Leonardo da Vinci, igualmente obcecado por objetos voadores que insistiam em cair. As da mostra são igualmente aeronaves rudimentares, de uso doméstico e igualmente destinadas à queda, discos voadores, robôs de lata que parecem saídos de O Mágico de Oz e até um simulacro de porta-aviões construído com chapas de aço galvanizado, instalado no topo do pavilhão externo do CCBB.

A mostra fica em Brasília até o fim de março, chega a São Paulo em abril e segue em julho para o Rio de Janeiro. Na Capital, Cai Guo-Qiang recebeu a reportagem para mostrar esses objetos e os gigantescos desenhos feitos com pólvora - uma stravaganza em que se destacam figuras inspiradas no carnaval brasileiro ao lado de naves espaciais e submarinos.

Da Vincis do Povo pretende, segundo ele, ser uma representação do sonho de liberdade, metaforizado nessas engenhocas voadoras e submarinas dos camponeses da China. No papel de artista curador, Cai Guo-Qiang trouxe alguns exemplares curiosos para a mostra, entre eles os destroços de um minúsculo avião feito de sucata que caiu e levou à morte seu criador, Tan Chengnian, e a esposa, em 2007.

A exposição reúne ainda aviões feitos com tubulação de esgoto sanitário, helicópteros de madeira e até um pequeno submarino pacientemente montado por um homem que hipotecou sua casa para realizar seu sonho. O submarino idealizado por Li Yuming domina o pavilhão do CCBB onde foi instalado um tanque de gelo que representa o Ártico. Cai Guo-Qiang, montado num riquixá puxado por um robô que fala - um dos 29 da exposição -, aponta mais uma contribuição de outro camponês, Wu Yulu, a quem encomendou replicantes de lata, quatro robôs que parodiam artistas ocidentais em ação.

As informações são do jornal O Estado de S.Paulo

Que país é Cuba? Após a revolução de Fidel Castro, a ilha foi palco de um dos episódios mais emblemáticos da Guerra Fria - a crise dos mísseis, quando o mundo escapou por um triz de um conflito nuclear. O país resiste como pode à margem do sistema capitalista, e mesmo assim pulsa, vibra e arrebata com sua arte multifacetada. Desperta paixões e rancor em medidas proporcionais, seja entre a esquerda nostálgica ou aqueles que escaparam do regime para seguir a vida em outro lugar.

São muitas as respostas possíveis para definir Cuba - há também os mojitos e os charutos, os estereótipos mais fáceis - e parte delas pode ser conferida na exposição Cuba, Mucho Gusto (Cuba, Muito Prazer), aberta ao público desde quarta, 21, no Museu Nacional da República, em Brasília, onde fica até o dia 2. "Queremos que as pessoas descubram a Cuba dos cubanos, não a do sistema, não a socialista, mas a do povo, dos cortiços, das cores, dos sons, da rua", disse a curadora da mostra, a artista plástica mineira Ivana Panizzi. Há negociações para incluir São Paulo e Rio no roteiro.

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Cuba, Mucho Gusto apresenta um farto menu degustação do que os artistas cubanos têm de melhor a criar. O acervo reunido inclui 130 fotos, 30 filmes (entre eles, um documentário com o mesmo nome da mostra, exibido pela primeira vez), mais de cem cartazes de filmes, uma instalação.

Também devem integrar a comitiva a diretora do Instituto Cubano de Arte e de Indústria Cinematográficas, Aline Rey, a artista gráfica Yamily Brito e o diretor geral da Fototeca de Cuba, Nelson Ramírez. Haverá oficinas de fotografia e artes gráficas, palestras sobre cultura cubana, cinema, literatura, projeção de filmes (a programação completa pode ser conferida em www.cubamuchogusto.com.br).

As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

A mais nova obra pública da artista Regina Silveira é uma espécie de tapete em mosaico para a calçada da Biblioteca Mário de Andrade, no centro de São Paulo. Um "poema visual" que faz referência ao bordado em ponto de cruz e coloca a palavra "biblioteca" escrita diversas vezes em diferentes idiomas. "Acho ótimo que as pessoas possam caminhar em cima do trabalho", afirma Regina Silveira, que vai ligar as duas entradas da instituição - as da Rua da Consolação e Avenida São Luís - com "Paraler", título de sua intervenção artística a ser construída com pedras de porcelanato no chão da movimentada região da cidade.

A obra, prevista, inicialmente, para ficar pronta em dezembro, ainda começará a ser feita no local, mas nesta quarta à noite, às 19 horas, a artista faz o lançamento desse projeto em evento no hall da Biblioteca Mário de Andrade (Rua da Consolação, 94, telefone 3256-5270). Na ocasião, ela também autografa o livro "O Outro Lado da Imagem e Outros Textos: A Poética de Regina Silveira" (Edusp), edição que reúne escritos do crítico, curador e poeta Adolfo Montejo Navas.

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A referência ao ponto de cruz na trama da obra feita com pedras de seis cores é "dado ligado à alfabetização das mulheres", diz Regina Silveira. O bordado "se oferece aos pedestres como um poema visual a ser percorrido e lido de muitas maneiras e, ao mesmo tempo, sugere cuidado e desvelo - há muitos séculos aderidos a este fazer artesanal - por nossos passeios e espaços públicos", continua a artista.

Não é a primeira vez que Regina "borda" um espaço público - há dois anos, ela criou para as fachadas de vidro do Masp, na Avenida Paulista, a obra "Tramazul", um grande diagrama de bordado de um céu azul, com representações de nuvens, pontos de cruz, linhas e agulhas, feito de faixas de vinil translúcidos com impressões digitais. "Paraler", criado para a Biblioteca Mário de Andrade, é, agora, uma marca de "carinho pela calçada", diz a artista.

Segundo o arquiteto Ronald Monreal, responsável pela execução de "Paraler" - e parceiro de Regina Silveira em outros trabalhos públicos da artista -, cerca de 1 mil m² de piso de porcelanato antiderrapante será a área a ser construída na calçada da Biblioteca Mário de Andrade, tombada pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo (Conpresp), que aprovou a intervenção. "Não é uma obra complicada, mas estamos respeitando os elementos de acessibilidade do local", diz Monreal. "Por ser um ambiente público, a maior dificuldade vai ser conciliar as etapas de trabalho sem prejudicar os pedestres." Enquanto isso, foi montada, na entrada da Biblioteca Mário de Andrade, uma mostra com desenhos, maquetes, escritos e imagens para explicar o projeto de "Paraler". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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