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A tese de “unidade dos partidos de esquerda” em Pernambuco predominou entre os discursos do governador Paulo Câmara (PSB) e dos seus aliados durante a convenção da Frente Popular, neste domingo (5), no Recife. Apesar de estar sem o PDT no palanque, uma vez que a legenda deve integrar uma nova chapa ao governo que pode ser anunciada ainda hoje, Paulo disse que a coligação formada entre PCdoB, PSB e PT - e outros nove partidos - “reorganizou a esquerda” no Estado e vai “resgatar” investimentos proporcionados entre 2003 e 2011, quando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva governou o país. 

“Unimos a esquerda e agora vamos trabalhar por um Pernambuco mais junto. É preciso resgatar esses valores, o Brasil tem muito o que fazer”, salientou o governador, pontuando que a gestão do presidente Michel Temer (MDB) “não olha para os Estados mais pobres”. 

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A união dos partidos de esquerda é uma bandeira levantada pelo PT desde que anunciou a pré-candidatura de Lula à Presidência, pleito que também foi enfatizado por Paulo Câmara. O pessebista ponderou o desejo de “calar a voz” do líder-mor petista e disparou: “Pernambuco não vai deixar”. 

“Pernambuco tem gratidão e sabe o que Lula fez pelo nosso Estado. Então é uma hora importante nessa unidade da Frente Popular e das esquerdas na defesa de Lula, que sabe  muito bem onde quer chegar e do lado que estamos. É hora de saber quem está do lado do povo e quem está do lado do Temer”, observou. 

O senador Humberto Costa (PT), que concorrerá à reeleição pela Frente Popular, também enalteceu a aliança. “o PT chega com algumas dificuldades e problemas, mas certamente serão todos superados. Fizemos uma unidade acima de tudo pelo Brasil. Esse é o palanque que apoia Lula e vai nos ajudar a superar este momento difícil, com este governo incompetente de Michel Temer e levar Lula para um novo mandato”, frisou. 

A deputada federal e presidente nacional do PCdoB, Luciana Santos reforçou a tese da unidade. “Nos unimos para superar desafios e fazer um Pernambuco próspero, forte e impulsivo. É por isso que também em Pernambuco tivemos um grande marco de prosperidade e progresso, que foi uma aliança entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da SIlva e o ex-governador Eduardo Campos. Esse foi um tempo que Pernambuco  mudou sua matriz econômica, cresceu e possibilitou mudanças sociais”, rememorou.  

Sem o PDT

No fim da convenção, o governador foi questionado pela imprensa sobre como via a ausência do PDT na Frente Popular e a criação de uma nova chapa onde o partido deve ser um dos protagonistas. Paulo disse que estava tentando ainda reverter o quadro. 

“Vim para cá eles ainda estavam debatendo. Estamos tentando conversar com eles, se tivermos êxito bem, se não vamos disputar”, resumiu-se.

Nos bastidores, já é certo de que o êxito do governador com a articulação junto aos pedetistas não virá.  De acordo com informações da Agência Estado, a chapa tendo o PDT como protagonista está sendo formada junto com o Pros e o Avante. A expectativa é de que eles apresentem o advogado e secretário da Organização dos Estados Americanos (OEA), Maurício Rands (PROS) como candidato a governador e o advogado Túlio Gadêlha (PDT), deve o vice. 

A composição ainda deve contar com o deputado federal Silvio Costa (Avante) como candidato ao Senado. 

Pré-candidata à Presidência da República pelo PCdoB, a deputada Manuela D'Ávila refutou, nesta segunda-feira (23), a possibilidade dela deixar a disputa. Segundo a comunista, a alternativa vem sendo descartada porque a sugestão do PCdoB de unidade da esquerda já no primeiro turno não vem se concretizando.  

"Ao que tudo indica, nosso apelo pela unidade não está tendo êxito. Então, o que posso eu fazer se não receber com muita honra o desafio que me foi lançado pelo meu partido e que creio tem sido exitoso", disse Manuela, em conversa com jornalista Aracaju, onde ela cumpre agenda. 

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Na última semana, rumores de que Manuela desistiria do pleito foram levantados no meio político depois de encontros da direção nacional do PCdoB com a do PT e o candidato Ciro Gomes (PDT). A pré-candidata chegou a ser apontada como possível vice do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). 

Sobre as conversas do PCdoB com o PT, a presidenciável disse que o Tribunal Superior Eleitoral deve reconhecer a candidatura de Lula e pontuou que não disputa os votos dele.  "Nós não disputamos o legado do ex-presidente Lula porque nós o reconhecemos como um candidato legítimo de um partido historicamente aliado nosso, que é o PT. Ao que tudo indica, o Tribunal Superior Eleitoral também reconhecerá essa candidatura e ele disputará as eleições até o seu término", declarou.  A convenção do PCdoB que pretende oficializar a candidatura de Manuela será no dia 1º de agosto. 

Com a proximidade do início das convenções partidárias, o pré-candidato à Presidência da República pelo PDT, Ciro Gomes, tem tentado garantir eventuais alianças em torno do seu nome, inclusive de partidos do campo de esquerda que também vão disputar o comando do Palácio do Planalto. Neste sentido, o presidenciável procurou, nesta terça-feira (17), a presidente nacional do PCdoB, deputada federal Luciana Santos (PE), para, segundo ele, relatar o andamento da construção do seu plano de governo. 

Os dois se reuniram durante uma passagem rápida de Ciro pelo Aeroporto dos Guararapes, no Recife. “Informei aos companheiros do PCdoB todos os últimos passos que tenho dado em direção a construir as bases de um novo projeto nacional de desenvolvimento. Deles ouvi novamente a ponderação pela unidade do campo progressista”, observou Ciro, em publicação nas redes sociais.

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Além de Luciana e Ciro, o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi; o ex-prefeito de Olinda e membro da direção nacional comunista, Renildo Calheiros, e o presidente da Fundação Maurício Grabois, Renato Rabelo, a quem Ciro chamou de “um dos melhores quadros da vida nacional”, também participaram da reunião. 

Ciro tem tentado garantir unidade em torno da sua candidatura. Ele aguarda a posição do PSB sobre apoiá-lo ou subir ao palanque do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Junto ao PCdoB, o presidenciável busca o alinhamento caso ele siga para um eventual segundo turno. 

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