Tópicos | TAV

O ministro dos Transportes, César Borges, informou o adiamento "por pelo menos um ano" do leilão do Trem de Alta Velocidade (TAV), o trem-bala, para ligar Campinas, São Paulo e Rio de Janeiro. A entrega de propostas de interessados no projeto estava marcada para sexta-feira, 16, e o leilão para a escolha do operador e da tecnologia ocorreria no dia 19 de setembro.

"Não vamos determinar prazo. Não vamos fixar novas datas", afirmou o ministro a jornalistas na tarde desta segunda-feira. De acordo com Borges, o governo percebeu que o processo caminhava para que apenas um consórcio participasse da licitação, o francês. Segundo ele, alguns grupos interessados, como espanhóis e alemães, solicitaram ao governo que prorrogasse o processo para encontrar parceiros nacionais para seus consórcios.

##RECOMENDA##

"Depois de muitas conversas e entendimentos com os prováveis participantes, sentimos que o certame caminhava para apenas um concorrente", afirmou. "Outros prováveis participantes solicitavam o adiamento do processo para finalizar entendimentos de formação de consórcio."

O secretário de Política Nacional de Transportes do Ministério dos Transportes, Américo Leite de Almeida, avaliou na tarde desta quinta-feira que "pode ser que a prudência recomende o adiamento" do leilão projeto do Trem de Alta Velocidade (TAV) que ligaria Campinas, São Paulo e Rio de Janeiro e está previsto para setembro. O projeto demanda investimentos de cerca de R$ 35 bilhões, valor que, de acordo com Américo, equivale ao orçamento do Programa de Aceleração do Crescimento para transportes em geral nos próximos três anos.

"Discutir prioridades faz parte do cotidiano do governo. Ouvir as ruas, ouvir a sociedade. Em relação a um projeto tão importante, de custo alto e que envolve uma tecnologia que não conhecemos e não dominamos ainda, pode ser que a prudência recomende um adiamento", afirmou o secretário. Ele ressaltou, no entanto, que o processo ainda está em discussão com a presidente.

##RECOMENDA##

Quanto aos projetos de concessão de rodovias e ferrovias, que devem ser realizados até o fim do ano, Américo disse que a expectativa é de que os leilões ocorram com interesse confirmado de entidades privadas. Segundo ele, a margem de lucro das concessões ainda está em debate no Ministério da Fazenda.

"Acredito que o governo vai ter todo o interesse em negociar com as entidades privadas de modo que consiga um valor atrativo e que compense o risco do investimento", avaliou. Na quarta-feira, 07, o presidente da Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib), Paulo Godoy, defendeu uma taxa de retorno mínima de 8%.

A versão final dos editais de concessão dos Aeroportos Tom Jobim, no Rio, e Confins, em Belo Horizonte, deve ser publicada até setembro e poderá apresentar novas alterações e incluir cláusulas sobre a integração com o Trem de Alta Velocidade (TAV). A informação foi confirmada nesta segunda-feira pela diretora de Regulação e Concorrência da Secretaria de Aviação Civil (SAC) da Presidência da República, Martha Seillier. De acordo com Martha, novas alterações nos valores de outorga podem ocorrer após a avaliação das minutas de editais pelo Tribunal de Contas da União (TCU), que tem até 45 dias para finalizar a avaliação.

Segundo ela, a SAC pode incluir nos editais cláusulas referentes à integração intermodal com o projeto do TAV entre Campinas (SP), São Paulo e Rio. O projeto, ainda em fase de estudos pela Empresa Pública de Logística (EPL), passará pelos terminais de aeroportos. "Há uma convergência de interesse. O TAV é importante para os aeroportos e vice-versa. Na época do primeiro leilão, não havia estudos suficientes e hoje, a EPL tem discutido com as concessionárias de Viracopos e Guarulhos. É possível que os novos editais incluam alguns pontos", afirmou. Entre os aspectos que podem constar nos editais de concessão, está a renda gerada com os serviços oferecidos na estação de integração.

##RECOMENDA##

Martha também participou nesta manhã do Seminário Infraestrutura Logística dos Aeroportos - Aspectos Legais, promovido pela Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro (Amcham Rio). Conforme a diretora de Regulação e Concorrência da SAC da Presidência da República, a estimativa do governo é que os editais sejam publicados até a primeira quinzena de setembro e os leilões sejam realizados no fim de outubro.

Martha não descarta novas alterações no valor de outorga dos terminais. "Alguns custos ambientais e de implantação foram reavaliados pelo governo, o que resultou na alteração da outorga", justificou. Na quinta-feira, 01, o chefe da SAC da Presidência da República, Moreira Franco, havia anunciado alterações nos valores de outorga, que no Rio subiu de R$ 4,65 bilhões para R$ 4,73 bilhões. Já em Belo Horizonte, houve uma redução de R$ 1,56 bilhão para R$ 994 milhões.

A Empresa de Planejamento e Logística (EPL) deu início nesta quarta-feira ao processo de habilitação do consórcio Geodata Italferr, formado pelas empresas Geodata do Brasil, Geodata Engineering e Italferr, que foi escolhido na licitação que definirá a gerenciadora e integradora dos trabalhos das empresas responsáveis pelo projeto executivo do Trem de Alta Velocidade (TAV). Nesta fase, a EPL analisará os documentos jurídicos e financeiros necessários para homologar o consórcio como vencedor do certame.

No dia seguinte ao da publicação da habilitação no "Diário Oficial" da União (DOU), haverá um período de cinco dias para que os consórcios concorrentes entrem com eventual recurso na Justiça contra a escolha da Geodata Italferr, com mais cinco dias para a defesa e outros cinco para o julgamento dos questionamentos. Os documentos foram entregues nesta quinta-feira à EPL pela representante do Geodata Italferr, Regina Moraes. De acordo com o que Regina afirmou ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, a homologação da vitória deve ocorrer em no máximo um mês.

##RECOMENDA##

O consórcio vencedor gerenciará os projetos do trem-bala Campinas-São Paulo-Rio e auxiliará a estatal a preparar a documentação dos editais de obras. A gerenciadora acompanhará o desenvolvimento dos projetos executivos de túneis, pontes, via permanente, estações, pátios de manutenção e estacionamento, entre outros, que serão desenvolvidos pelas empresas contratadas. A representante do consórcio destacou a experiência da Italferr em projeto semelhante, do trem-bala da Itália.

O governo vai aumentar a rentabilidade e mudar o critério de escolha do vencedor do leilão do Trem de Alta Velocidade (TAV), informou, na quinta-feira, 27, o presidente da Empresa de Planejamento e Logística (EPL), Bernardo Figueiredo. Com isso, a data de entrega das propostas dos interessados, que é 13 de agosto, deverá ser adiada em alguns dias. Porém, a intenção até o momento é manter o anúncio do resultado do leilão para 19 de setembro.

A Taxa Interna de Retorno (TIR), atualmente em 6,32%, vai aumentar, mas o número ainda está sendo definido pelo Ministério da Fazenda, segundo Figueiredo. No mercado, fala-se em algo na casa dos 8% a 8,5%. Com isso, o valor da outorga pelo direito de explorar o serviço, atualmente estimado em R$ 27,6 bilhões, vai cair algo como R$ 2 bilhões a R$ 3 bilhões.

##RECOMENDA##

Além disso, o governo vai mudar o critério de escolha do vencedor do leilão. Atualmente, ganha quem oferecer maior outorga, combinada com a economia que o operador fará na instalação da infraestrutura para operar o serviço. Quanto maior a economia, maior a pontuação. A outorga responde por 70% da nota e a infraestrutura, por 30%.

Questionamento

Porém, o governo desistiu do segundo critério, de forma que agora só o maior valor de outorga definirá vencedor. A mudança ocorreu porque a economia em infraestrutura foi questionada pelo Tribunal de Contas da União (TCU), que queria garantias sobre a mensuração dos ganhos prometidos.

Figueiredo reconheceu que esse quesito tinha fragilidades. Poderia ocorrer, por exemplo, de uma empresa ganhar o leilão e depois a economia não se concretizar. Nesse caso, a segunda colocada poderia ver motivos para questionar o resultado do certame.

Canaletas

Nos bastidores, comenta-se que essa mudança poderá prejudicar os japoneses, que tinham como um diferencial de competição a construção de túneis menores. Isso porque eles utilizam uma só canaleta para que os passageiros deixem o trem no caso de ele parar, ao passo que os europeus utilizam duas. Figueiredo disse que essa desvantagem não necessariamente ocorrerá, pois o projeto envolve muitas outras variáveis.

O presidente da EPL acredita que a elevação da TIR atrairá mais investidores do exterior. Se hoje eles estão restritos aos países interessados em fornecer o serviço e a tecnologia, além de vender equipamentos, a rentabilidade mais elevada poderá despertar o interesse de investidores financeiros.

Construção

O governo estuda mudar também a segunda fase de licitação, que era a contratação da construção da linha e das estações. Atualmente, a ideia é fazer uma concessão, na qual o construtor terá o direito de explorar a parte não operacional das estações e o entorno. Agora, a ideia é contratar a construção como obra pública. Essa alteração, porém, ainda está em análise.

Licitação internacional

Pelo novo desenho, o governo se encarregaria de fazer a linha, que tem 511 km. Para isso, seria feita uma licitação internacional para a construção de aproximadamente 10 trechos. Figueiredo avalia que assim a obra andará mais rápido. Porém, serão necessárias precauções para garantir que as construtoras tenham fôlego para entregar a obra no prazo previsto, evitando assim a repetição do que ocorre, por exemplo, na norte-sul.

A exploração comercial das estações e do entorno delas seria feita a partir de concessões específicas. Estudo do BNDES indica que ela poderá gerar negócios entre R$ 5 bilhões em R$ 10 bilhões. Segundo Figueiredo, a EPL vai formar sociedades de propósito específico (SPEs) com as prefeituras das cidades onde haverá paradas do trem-bala. Essas SPEs, por sua vez, vão licitar as estações e seu entorno. O concessionário poderá explorar a parte não operacional das estações, além de construir nas áreas vizinhas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O edital do Trem de Alta Velocidade (TAV), divulgado nesta quinta-feira (13) pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), prevê a construção de oito estações ao longo do trajeto de Campinas (SP) para o Rio de Janeiro. O documento, no entanto, exclui a estação na cidade de Aparecida, em São Paulo, que havia sido confirmada pelo presidente da Empresa de Planejamento e Logística (EPL), Bernardo Figueiredo, no início do mês. No último dia 4, Figueiredo havia afirmado que a estação em Aparecida era um compromisso assumido com a cidade.

O edital do trem-bala obriga a construção de estações na área da Estação Barão de Mauá (RJ), no Aeroporto Internacional Maestro Antonio Carlos Jobim (Galeão), em Barra Mansa/Volta Redonda (RJ), em São José dos Campos (SP), no Aeroporto Internacional de São Paulo/ Guarulhos, na área do Aeroporto de Campo de Marte, no Aeroporto Internacional de Viracopos (Campinas) e na área da Estação Ferroviária, no município de Campinas.

##RECOMENDA##

O Conselho Nacional de Desestatização (CND) publicou, nesta segunda-feira, no Diário Oficial da União (DOU) resolução que aprova o modelo de desestatização do Trem de Alta Velocidade (TAV), no trecho entre os municípios do Rio de Janeiro, São Paulo e Campinas. O prazo de concessão será de 40 anos, contados a partir do início da operação comercial, sendo admissível a prorrogação.

A concessão será formalizada mediante contrato a ser celebrado entre a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e a Sociedade de Propósito Específico (SPE), constituída pelo vencedor do certame e pela Empresa de Planejamento e Logística (EPL). No caso de consórcio integrado por empresa estrangeira não será exigido que a empresa líder seja brasileira.

##RECOMENDA##

As tarifas serão livremente fixadas pela concessionária, observada a tarifa-teto quilométrica de valor máximo equivalente a R$ 0,49 por quilômetro, reajustado anualmente pelo IPCA. Sessenta por cento da capacidade dos assentos de cada composição deverão ser destinados à classe econômica.

Brasília, 10 (AE)- Apesar de o diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Bernardo Figueiredo, ter dito ainda em dezembro que a nova proposta de edital para a licitação do trem-bala brasileiro - que ligará Campinas a São Paulo e Rio - seria publicada até hoje, o Diário Oficial da União não trouxe nenhum documento referente ao projeto.

Segundo a ANTT, ainda não se sabe quando a proposta será publicada. Com isso, a intenção de se disponibilizar o edital definitivo para a primeira fase do leilão até o dia 10 de março pode ficar comprometida, já que a proposta deverá passar ainda por consulta pública. O leilão está previsto para ocorrer seis meses após a publicação do documento final.

##RECOMENDA##

O leilão do Trem de Alta Velocidade (TAV) já foi adiado por duas vezes e quando foi realizado, em julho do ano passado, não houve interessados. Por isso, o governo decidiu alterar o modelo de licitação, dividindo-o em duas partes. A primeira trata da tecnologia que será empregada nos trens. Somente após a definição do consórcio operador - responsável também pelo projeto executivo da linha - é que serão licitados trechos de obras civis.

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando