Com uma formação plural enquanto atriz, pesquisadora e musicista, Sue, como é conhecida no meio artístico, envereda de vez no mundo da música com o lançamento digital do seu mais novo EP “Dança N`Zinga”, que no próximo dia 18, estreia nas principais plataformas de streaming do país. O disco, gravado em estúdio, surge da inquietação da cantora em ingressar no universo da composição. São três faixas que trazem canções com cadências e letras da atmosfera afro-brasileira e a proposta de apresentar a ancestralidade na música popular contemporânea. O projeto conta com o incentivo da Lei Aldir Blanc.
No álbum, que é o segundo da carreira da cantora, ela traz uma sonoridade mais leve com texturas de uma possível vertente afro. “Um pouco diferente do primeiro, que era mais denso, com muitas guitarras, tinha um som mais pesado e termos mais explícitos, nesse novo trabalho, eu trago a ancestralidade de uma forma mais natural, como uma coisa de rotina mesmo, a exemplo de um samba que é vivido no morro. São personalidades que se fundem. O próprio título Dança N`Zinga, traduz isso”, revela Sue, convidando todos a dançar esses ritmos. Segundo ela, a mensagem que quer eclodir com o novo álbum é que as pessoas se permitam dançar, que coloquem para fora toda a malemolência que a ancestralidade possibilita. “Quero que as pessoas se deixem transcender com o meu som”, comenta.
##RECOMENDA##Em N'Zinga, faixa que leva o nome da rainha do Ndongo que é símbolo de resistência ao colonialismo português no continente africano, a cantora utiliza a linguagem do maracatu de baque virado. Terra de Bamba é um samba com uma pegada bem popular que aborda a realidade do povo brasileiro nos morros com sua rotina repleta de opostos sociais. Mostra que mesmo nas dificuldades as pessoas conseguem ser alegres. Na terceira e última faixa do EP, intitulada A Brisa, composta em ritmo de afoxé, Sue apresenta uma letra leve com reflexões sobre as pequenas lições da vida. É um EP totalmente autoral e cada faixa tem uma estória de concepção diferente, sendo todas compostas em parceria com o músico, Rodrigo Cavalcante, que tem sua trajetória firmada como violonista, cantor, compositor e produtor musical.
O novo EP tem direção e arranjos musicais assinados pelo multi-instrumentista, Henrique Albino, e produção de Guilherme Jacobsen. Além do lançamento do disco, o projeto incentivado pela Lei Aldir Blanc Pernambuco através do edital LAB-PE, inclui a produção dos clipes das músicas que serão disponibilizados em sequência na plataforma do youtube. Para Albino, a bagagem que Sue carrega em sua formação contribui fortemente para a escolha por esse universo afro. “É uma artista que está bastante engajada nas questões identitárias africanas e sua diáspora musical nas américas. Tudo que ela produz é afro centrado, tem um desenvolvimento a partir dessas matizes, tanto da poesia, da melodia, tudo é baseado nessa linha”, comenta o diretor musical.
Do ponto de vista do resultado do trabalho, Albino ressalta que tanto o EP quanto os vídeos tem um acabamento muito bonito. “Eles carregam uma sofisticação e ao mesmo tempo exalam muita simplicidade para que as letras e a voz de Sue se sobressaiam. É uma estética que está muito caracterizada por essa sofisticação dentro da simplicidade e com uma mensagem muito clara de exaltar a cultura-afro”, comemora.
Carreira - natural de Jaboatão dos Guararapes-PE, Sue iniciou seus estudos musicais de maneira formal em 2011, no Conservatório Pernambucano de Música. Formada em Letras, também realizou formação em Teatro pelo Cênicas Cia. de Repertório com o ator e diretor, Toni Rodrigues. Como atriz, foi premiada no FETEAG 2014 pela atuação na peça "Obsessão em 4 Atos", dirigida por Toni Rodrigues. Interpretou Hafiki no musical "O Rei Leão", com direção de Rita Vieira e Emmanuel Matheus. Atuou nos espetáculos "Vereda da salvação" e "Em um sol amarelo", além das peças "A palavra progresso na boca da minha mãe soava terrivelmente falsa", dirigida por Anamaria Sobral e Sandra Possani", e "Cordel do amor sem fim", pela companhia O Poste Soluções Luminosas com direção de Samuel Santos. No cinema, participou em "Mandala night club" de Lula Magalhães, e "Foi no carnaval que passou" de Leo Leite.
Em sua carreira musical, Sue lançou seu primeiro E P no ano de 2016, produzido de forma independente com direção musical de Guilherme Eira. Integrou grupos como o Pernambucanto Acapella, Voz Nagô, e o coro Contracantos, e, desde 2014, faz parte do espetáculo Baile do Menino Deus, dirigido por Ronaldo Correia de Brito. Ao longo dos anos, acumula trabalhos ao lado de nomes como Naná Vasconcelos, Elba Ramalho, Fulô de Mandacaru, Adiel Luna e Carlos Sandroni.
SERVIÇO:
LANÇAMENTO DIGITAL DO EP Dança N`Zinga da cantora Sue
DIA: 18 de agosto (quinta-feira)
HORÁRIO: a partir da meia noite
ONDE: em todas as plataformas de streaming do país
Da assessoria