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Quando o rabino Israel Weiss abre os contêineres frios com os corpos das vítimas do ataque violento do Hamas, o odor é insuportável, mas ele afirma que sente apenas "a dor" das vítimas.

O ex-rabino chefe do Exército israelense fez uma pausa na aposentadoria para trabalhar na identificação dos corpos das mais de 1.400 vítimas, em sua maioria civis, da ofensiva letal do movimento islamita palestino Hamas, executada em 7 de outubro em território israelense.

Equipes de médicos, dentistas, legistas e voluntários trabalham sem trégua para identificar os cadáveres, que continuam chegando à base militar de Shura, perto da cidade de Ramla, no centro de Israel, quase 10 dias após o ataque.

Centenas de corpos, que ainda não foram identificados ou sepultados, estão em contêineres refrigerados na base, perto das tendas onde trabalham as equipes.

Outros quatro centros de identificação foram criados, segundo as autoridades.

Em uma visita organizada pelas autoridades no domingo, os jornalistas observaram parte do processo de identificação em Shura.

Israel respondeu ao ataque do Hamas com bombardeios em larga escala na Faixa de Gaza, território governado pelo movimento islamita, e a preparação de uma incursão terrestre contra o enclave palestino. Mais de 2.750 pessoas morreram, a maioria civis, informaram as autoridades locais.

- "Horrores" -

Quando as portas das câmaras são abertas, o cheiro da morte é insuportável. Máscaras são obrigatórias.

"Abro as portas dos contêineres, vejo os corpos, sinto o odor, deixo que encha meus pulmões e o meu coração, mas o que sinto é sua dor e desaparecimento", afirma Israel Weiss.

O rabino e outros integrantes da equipe que examinaram os corpos afirmam que muitas vítimas foram torturadas, estupradas ou sofreram outros tipos de maus-tratos. A AFP não conseguiu comprovar as declarações com uma fonte independente.

"Nunca em minha vida observei tais horrores", declarou o rabino diante dos contêineres, que recebem até 50 corpos.

"Vi bebês, mulheres e homens decapitados. Vi uma mulher grávida com o ventre estripado e o bebê arrancado", acrescenta.

"Muitas mulheres trazidas para cá foram estupradas", disse.

O Hamas, que teve quase 1.500 combatentes mortos encontrados em território israelense, nega as acusações.

O governo israelense afirmou que algumas crianças foram amarradas ou queimadas e que membros do Hamas lançaram granadas em abrigos onde várias vítimas estavam escondidas.

Para identificar os restos mortais, as equipes contam com amostras de DNA, impressões digitais e informações sobre os dentes.

As autoridades informaram que quase 90% dos 286 soldados mortos no ataque foram identificados, mas apenas metade dos civis.

- Semanas de trabalho -

"Nada poderia nos preparar para isto", afirma a sargento Avigayil, que revelou apenas o nome, em referência aos maus-tratos infligidos às vítimas.

Como ela, a capitã Maayan, dentista e reservista, começa a chorar quando explica o processo de identificação.

"Vemos cenas horríveis", disse, antes de mencionar sinais de tortura e abusos. "Ouvimos os gritos e choros dos bebês que perdem os pais".

Mayaan explica que uma das vítimas que identificou era sua paciente em uma clínica de Tel Aviv.

Psicólogos e assistentes sociais participam no processo, para ajudar as equipes de identificação durante o trabalho.

Mas o Exército, que afirma que ao menos 199 pessoas foram sequestradas pelo Hamas, advertiu que serão necessárias semanas de trabalho para estabelecer um balanço definitivo de vítimas e sua identificação.

Pedro Scooby usou as redes sociais para fazer um novo desabafo sobre a longa briga com Luana Piovani. Prestes a retornar ao Brasil, depois de cumprir compromissos nos Estados Unidos, o surfista disse estar focado no bem estar dos pequenos Bem, Liz e Dom.

"Na sexta-feira, vou para Portugal ficar com as crianças um pouquinho. Eu já tinha prometido para eles, então eu vou para lá", começou Pedro, enquanto se ajeitava no avião.

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Logo depois, ele contou que tem recebido a ajuda de uma profissional para lidar com esse momento difícil na família.

"A gente está em um momento de cuidar da minha família, minha saúde mental, das crianças, do meu joelho também. Vou fazer um preparo físico, estou voltando a treinar. Tem uma pessoa, a Artenira Silva, que, desde eu fiz aquela live, ela tem me ajudado muito na minha saúde mental, na minha família e ela agora tá dentro do time que está pra me ajudar", disse.

Scooby ainda reforçou que sabe como toda essa situação tem afetado seus filhos com Piovani.

"A Arterina é uma psicóloga forense, tem várias teses defendendo mulheres, ela é feminista, então eu vou deixar esse assunto com quem sabe e pra resolver tudo da melhor forma possível. No final, quem está sofrendo mais são as crianças. É triste. Elas, de alguma forma, estão sendo afetadas e a gente tem que evitar isso", salientou.

Fraturas expostas, órgãos perfurados e aborto espontâneo: esse é o triste balanço das tentativas desesperadas dos migrantes de escalar o muro na fronteira entre o México e a cidade californiana de San Diego, fechado pelas autoridades americanas com o pretexto do coronavírus.

"Você e eu não pularíamos um muro de nove metros, mas eles pulam. É o desespero", explica o médico Jay Doucet, chefe de traumatologia do Hospital da Universidade da Califórnia, em San Diego.

Sem surpresa, o número de mortos e feridos aumentou proporcionalmente à altura do muro.

Um estudo publicado por Doucet e colegas em abril contabiliza 67 pacientes em San Diego entre 2016 e 2018 ligados ao muro. Mas desde 2019, quando vários trechos foram aumentados de 5,4 para 9,1 metros, por ordem do ex-presidente Donald Trump, 375 pessoas foram hospitalizadas e 16 morreram.

"Temos evidências empíricas claras que esses muros mais altos não param nem desviam os fluxos migratórios, mas causam ferimentos cada vez mais graves", lamenta Carlos González Gutiérrez, cônsul mexicano em San Diego, que acompanhou a hospitalização de centenas de mexicanos.

O muro, que em sua maior parte é uma cerca de barras muito grossas, impossíveis de segurar com as mãos, margeia o país por meio de morros e dunas, entrando até nas águas do Pacífico.

Se de longe é imponente, de perto parece intransponível.

"Não sei como subi, foi tudo muito rápido, quando vi, já estava do outro lado", diz M., imigrante que deixou a Colômbia com sua família que estava sob ameaça. Sua filha quebrou o tornozelo e esteve hospitalizada por várias semanas.

Em busca de asilo, a família não procurou as autoridades por medo de que seu caso fosse ignorado sob o Título 42, a política de saúde que os Estados Unidos implementaram na fronteira durante a pandemia com base em uma lei de 1893 e que permite a expulsão de qualquer pessoa sem visto, incluindo os requerentes de asilo.

O muro assustou, mas não os impediu: "Não podíamos voltar".

"Durante a pandemia, muitos migrantes em busca de asilo se desesperaram porque não podem se apresentar legalmente. Isso os leva a seguir rotas perigosas pelo deserto, montanhas ou oceano", diz Pedro Ríos, da ONG Comité de Servicio de los Amigos de Estados Unidos.

Washington anunciou que anularia a medida em 23 de maio, mas com a oposição de vários governadores, a justiça tem a palavra final.

"O título 42 gera enorme sofrimento humano", explica Aaron Reichlin-Melnick, consultor de políticas da organização sem fins lucrativos American Council for Migration.

"2021 e 2022 serão os anos mais mortais para as pessoas que cruzam a fronteira", acredita.

As autoridades registraram 557 mortes na fronteira sudoeste dos Estados Unidos em 2021, mais que o dobro das 283 mortes em 2018, antes do Título 42 e da construção do muro.

"Os números continuam aumentando", aponta o Dr. Doucet, que atualmente trata sete pacientes, um em estado crítico com múltiplas fraturas e lesões no cólon e nos pulmões.

- "Desesperados"-

O Título 42, usado mais de 1,8 milhão de vezes, contempla a expulsão imediata sem consequências legais, razão pela qual os imigrantes podem tentar atravessar infinitas vezes.

As autoridades americanas interceptaram 1,73 milhão de pessoas no ano fiscal de 2021 (de outubro a setembro), mais da metade pelo Título 42. Esse recorde poderá ser superado em 2022, que já soma 1,2 milhão.

"Muitas das expulsões são de uma mesma pessoa que atravessou várias vezes", esclarece Reichlin-Melnick, que descarta a falta de recursos ou motivos sanitários para manter a medida.

"Mais de 20.000 ucranianos foram admitidos em San Diego e outras fronteiras em dois meses", aponta Reichlin-Melnick.

"Isso mostra que o Título 42 não é sobre saúde. Não há razão para admitir milhares de ucranianos e impedir que nicaraguenses, venezuelanos ou haitianos busquem asilo".

"Parte do problema é que pensamos que soluções simples, como um muro, fariam o problema desaparecer, mas pioraram", diz Doucet, que tratou mulheres grávidas e idosos.

Ele faz uma pausa de alguns segundos quando ouve um helicóptero que, segundo sua experiência, pode estar trazendo outro paciente do muro.

O Dr. Doucet não tem dúvidas de que, se expulsos, muitos tentarão novamente. "As pessoas não entendem o quão eles estão desesperados para entrar nos Estados Unidos em busca de uma vida melhor."

No último dia 20, o autor Walcyr Carrasco apresentou aos telespectadores a sua mais novo aposta, a novela "A Dona do Pedaço". Protagonizado por Juliana Paes, o folhetim mostrou logo no primeiro capítulo que a personagem Maria da Paz está pronta para passar maus bocados na tentativa de realizar os seus sonhos.

Assim como Maria da Paz, o público de casa vem acompanhando desde a década de 1950 personagens que sofreram para alcançar a felicidade. O LeiaJá revirou o baú da teledramaturgia e selecionou algumas mocinhas que enfrentaram frustrações em busca de um final glorioso. Relembre:

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Júlia Matos (Sônia Braga)

Escrita por Gilberto Braga, "Dancin' Days" fez sucesso entre 1978 e 1979. Na trama, Júlia Matos, interpretada por Sônia Braga, é expert ao trilhar os caminhos dos perrengues. Presa por ter atropelado um homem, Júlia encara a prisão por quase 12 anos. Mesmo ganhando a liberdade condicional, a personagem fica marcada na sociedade por ser uma ex-presidiária, sem contar na rivalidade que tem com a irmã, a vilã Yolanda. Júlia move céu e terra para ter de volta o amor da filha, Marisa, vivida pela atriz Gloria Pires. Ao longo da novela, enfrentando as maldades da irmã, a protagonista consegue um final feliz ao lado de Cacá, papel de Antonio Fagundes.

Ruth (Gloria Pires)

De fevereiro a setembro de 1993, Gloria Pires teve que se dividir em duas - literalmente - para o papel principal do remake "Mulheres de Areia". Interpretando as gêmeas Ruth e Raquel, Gloria teve o público aos seus pés durante a novela. Regada pela justiça e bondade, Ruth começou a sofrer nos capítulos iniciais. Após pegar uma carona com Marcos (Guilherme Fontes), e acreditar que ele seria o seu príncipe encantado após engatar um romance, Ruth é passada para trás com os planos de Raquel. Tímida, a amiga de Tonho da Lua (Marcos Frota) vê o seu sonho escorrer feito água entre os dedos, mas o que ela não imaginava era a oportunidade de ter o seu grande amor tão rápido em seus braços. Depois que Raquel foi dada como morta, Ruth assumiu a identidade da irmã. A consequência disso tudo resultou na volta da vilã e a condenação por falsidade ideológica. Trilhando os caminhos da luta, Ruth consegue provar sua inocência e finalmente fica com Marcos para sempre.

Sol (Deborah Secco)

Em 2005, Glória Perez inovava a história da teledramaturgia com a novela "América". Abordando imigração, pedofilia e fé, o folhetim foi uma tremenda aventura aos olhos de Sol, interpretada pela atriz Deborah Secco. Sonhando com uma melhor qualidade de vida, a jovem resolveu morar nos Estados Unidos, mas de forma assustadora: atravessando a fronteira do México. Descoberta por algumas tentativas, Sol ficou marcada por tentar entrar ilegalmente em solo americano dentro de um porta-luvas. A cena clássica abriu portas para a mocinha viver mais desilusões. Chegando até ser presa, Sol achava que seria feliz com Tião (Murilo Benício), porém o americano Ed foi o responsável de mudar a história romântica da brasileira. 

Sônia (Paolla Oliveira)

Seguindo os mesmos moldes de "Alma Gêmea" (2005/2006), de Walcyr Carrasco, as autoras Duca Rachid e Thelma Guedes abordaram a espiritualidade no remake "O Profeta". Com Thiago Fragoso e Paolla Oliveira no papel central, a trama foi a 68ª a ser exibida no horário das seis. Apaixonada pelo profeta Marcos, Sônia enfrentou muitos obstáculos para viver o seu grande amor, apesar de ter se casado com Clóvis (Dalton Vigh). Impedida de estar ao lado de Marcos, a personagem de Paolla sofre várias agressões de Clóvis. Passando por momentos angustiantes, ela chega até ser estuprada pelo vilão. Dada como morta, Sônia é salva por Marcos e acompanha de perto o fim de Clóvis no último capítulo.

Empreguetes (Isabelle Drummond, Leandra Leal e Taís Araújo)

Sofrimento em dose tripla marcou a vida de Cida, Rosário e Penha em "Cheias de Charme". Em 2012, os telespectadores se emocionaram com a garra das três empregadas domésticas. Cada uma com sua história, as Empreguetes tiveram que lidar com os planos maquiavélicos de Chayene (Cláudia Abreu) após elas gravarem um vídeo satirizando as patroas. Apesar do estrelato meteórico, as amigas passaram a novela inteira convivendo com a fúria de Chay. Com a ajuda da fiel escudeira Socorro (Titina Medeiros), Chayene consegue destruir a girlband brasileira, fazendo com que cada uma siga o seu caminho. Tristes com o fim da carreira musical, Cida, Penha e Rosário conseguem viver em paz casando com os amores das suas vidas.

Nina (Débora Falabella)

Logo na primeira fase da novela "Avenida Brasil", a menina Rita é destinada a ser infeliz. Adotada por um casal argentino, a garota que havia sido abandonada pela madrasta Carminha (Adriana Esteves) no lixão de mãe Lucinda (Vera Holtz) começou a traçar sua vingança. Tomada pelo ódio de ter sofrido nas mãos de Carminha, Nina (nome dado pelos pais adotivos) tratou de se infiltrar como chef de cozinha na casa da megera. Achando que estava no caminho certo, Nina não escapou novamente das garras da vilã. Chegando até ser enterrada viva, a protagonista travou uma batalha com Carminha para entregar todos os podres. Sofrendo também por viver um conflito amoroso com Jorginho (Cauã Reymond), Nina faz de tudo para a família de Tufão (Murilo Benício) saber quem realmente é Carminha. Com a alma lavada por ter colocado seu plano em prática, a personagem de Débora Falabella voltou atrás e decidiu perdoar todas as crueldades arquitetadas pela antiga madrasta no capítulo final.

*Foto: Reprodução/TV Globo/YouTube

No nono dia de buscas, em Brumadinho, nos arredores de Belo Horizonte (MG), um ritual de dor e angústia se repete para muitas famílias. São pessoas que aguardam notícias de seus parentes desaparecidos. Homens, mulheres e crianças que ficam horas olhando para um mar de lama e que diariamente vão à Central de Informações para checar a lista de identificados.

Psicólogos e assistentes sociais fazem plantão nos locais para dar apoio às famílias que descobrem que a pessoa procurada está entre os mortos e desaparecidos. Pelo último balanço, são 115 mortos, 248 desaparecidos e 395 localizados. Dos mortos, 71 foram identificados.

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Um casal e as duas filhas, que preferiram não se identificar, procuram a terceira irmã das jovens, que trabalhava na empresa Vale no momento do rompimento da barragem Mina Córrego do Feijão. Todos os dias os quatro ficam de prontidão na margem do “mar de lama” como quem busca localizar um sinal de vida.

A imagem que se vê por todos os lados, entretanto, é a mesma: uma área imensa dominada pelo barro. Não é possível enxergar nada com cor ou forma. A lama tomou conta de tudo.

Buscas

Mais uma vez hoje, oito dias depois da tragédia, as operações de resgate iniciaram por volta das 4h, antes de o sol aparecer, e devem seguir até a noite. O porta-voz do Corpo de Bombeiros, Pedro Aihara, disse que o ritmo de identificação dos corpos deve diminuir. A partir de agora, o trabalho fica mais complexo por se tratar de vestígios de mais difícil acesso abaixo da lama.

Segundo ele, as buscas entram na fase mais delicada de escavação, que exige fazer a nivelação do solo. Além disso, depois de mais uma semana do desastre, os corpos começam a entrar em decomposição.

O bombeiro admitiu que as chances de localizar pessoas com vida é “pequena”. De acordo com Aihara, não há previsão de data para encerramento os trabalhos de buscas. Ele lembrou que, no caso de Mariana, as ações prosseguiram por quatro meses.

Na madrugada deste sábado (2), 60 bombeiros da Força Nacional de Segurança Pública saíram de Brasília com destino a Brumadinho para reforçar as buscas. Eles iniciam os trabalhos neste domingo (3).

Vídeo

Questionado sobre as imagens divulgadas mostrando o curso da lama após o rompimento da barragem, o porta-voz do Corpo de Bombeiros, Pedro Aihara, afirmou que o comando unificado integrado pelas diversas corporações envolvidas nas buscas já tinha conhecimento dos vídeos.

Segundo Aihara, optou-se por não tornar as imagens públicas pelo receio do impacto delas caso houvesse alerta de risco de uma nova tragédia em outras barragens.

Quem observa a beleza do Rio Capibaribe em toda sua dimensão nem imagina a história escondida de superação e de legado deixado por uma das primeiras moradoras do conjunto de palafitas localizado especificamente embaixo da Ponte RioMar, no entorno do Shopping Riomar, uma das áreas abrangidas chamada “colônia Zona 1-Pina”, no Recife. A equipe do LeiaJá foi recebida para conversar com a ex-pescadora Maria Helena, 73 anos, que dedicou mais de 65 anos à profissão. Em cadeiras de roda e sem enxergar, dona Maria nos aguardava já em uma mesinha branca numa espécie de pátio entre as casas improvisadas. 

De vestido vermelho florido, sorriso largo no rosto que nem de longe revelava a vida difícil levada ali, a matriarca da região contou a trajetória de sua vida baseada em muita luta, sofrimento, mas também de força de vontade. Ela alternou momentos de alegria e de tristeza ao recordar o tempo em que ativamente pescava. Até os 70 anos, Maria continuava trabalhando no misto de necessidade e paixão. 

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Nascida em Largo da Paz, na comunidade do Bode, próximo da redondeza, ela recordou a perda da mãe, ainda cedo, no começo da adolescência quando tinha 12 anos apenas. Ficou “de um canto a outro”, palavras dela, até se instalar na atual colônia. No entanto, a vida de pescadora começou ainda muito nova, aos 7, quando ia ao lado de outros familiares pegar “o peixe para comer”. Dona Maria ressalta a qualidade do peixe dos tempos passado. “O rio era rico, tinha toda qualidade de peixe. Lagosta, polvo, piquira, xira e caranguejo que só a beleza”. 

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Ela recordou com entusiasmo. “A gente esperava o mar secar porque tinha as horas da maré, hora para encher e para secar. Todo dia a gente pegava unha de velho, sururu e marisco. Era muito crustáceo mesmo, hoje não tem mais isso. Tá se acabado a pescaria todinha, mas se dragar a maré fica rica de novo, mas agora a água é poluída. Antes, a gente só vivia 'estribada', com dinheiro no bolso. Agora a pescaria não dá dinheiro não, mas eram dias bons de pescaria. Agora aparece defunto, lixo, pode melhora [sic], mas eu acho que vou coisar antes”, disse, se referindo à proópria morte. 

Entre as dificuldades, Dona Maria Helena conta que teve 18 filhos, sendo dez abortos espontâneos. Ao todo, ao mundo vieram 8, dois morreram e mais de 20 netos. Hoje, parte da família perpetuou o legado da alegre senhora. “O genro pesca, a filha, os netos pesca e eu tenho a minha aposentadoria, vivo levado umas em cheia e umas em vão”, falou sobre os altos e baixos da vida. 

Lamenta o fato de ter dado uma pausa há cerca de três anos. Há 10 anos, um acidente a fez ter que diminuir o ritmo aos poucos: “Tive que colocar platina”. Dona Maria diz que caiu em um buraco perto de uma rua próxima. “Tinha uns paus lá, eu vinha da beira-rio”. Fala sobre sentir orgulhoso de si mesma. “Eu tenho muito orgulho. Criei os filhos. Sou muito guerreira”. 

Maria tem o sonho de voltar a enxergar, após a possibilidade dita por um médico. O diagnóstico é catarata, que teria sido consequência de muitos anos exposta ao sol. “Sempre eu vivia com muito sol, muita quentura na cabeça. O doutor disse que tinha cura, então estou esperando. Se eu enxergar, eu posso andar”, enfatizou animada.  

Júlio Gomes/LeiaJáImagens 

A matriarca marisqueira tem muita fé. “Tenho tanta fé em Deus, eu pedi com tanta fé em Deus. Como eu tenho esperança em Deus. Eu queria enxergar para viver mais, esse é o meu maior sonho”.

O neto Luan, 21 anos, sente muito orgulho da avó e fala com admiração que é um espelho ali para todos. A filha Sandra Helena, 43 anos, que também mora na palafita, complementou. “Uma mulher muito batalhadora, que criou oito filhos. Trabalhou e é um orgulho muito grande ser filha de Maria Helena. Mesmo com todas as dificuldades, somos todos cidadãos. Eu me orgulho muito e passou de geração em geração. Agradeço a Deus por tudo o que ela fez. Ela representa uma mulher batalhadeira [sic], vitoriosa, que lutou com dignidade”. 

Sandra conta que o dia a dia é muito pesado. “Acordo cedo, fico dependendo da maré. Pode ser 3h ou 4h da manhã. Se for cedo, vai cedo. Eu pego marisco e sururu. São todos os dias, mas a gente que tem que estas disponível para a maré. É no mergulho mesmo, na lama, sem enxergar nada, com a ajuda da baiteira. Depois, limpa, bucha, limpa, cozinha, cata novamente, é um processo grande”. 

No entanto, ela garante que todo o esforço vale a pena. “Vale a pena porque é uma profissão. Antes era vergonha ser pescador, hoje se tem orgulho. Ai de muitos pescadores se não fosse a maré. É o meio de sustentar a nossa família”. 

Júlio Gomes/LeiaJáImagens 

Palafitas

A colônia Z1 do Pina abrange cerca de 2.100 pescadores. Na entrada, nos deparamos com alguns fazendo o covo, uma espécie de isca feita com tela de plástico e madeira. Wilson Galdino, 47 anos, experiente, diz que a batalha é dura para poder ganhar o dinheiro do pão. Às 4h já aguarda a maré e vai três vezes na semana. “Um dia sim e um dia não”. 

Em média, na área, convivem 70 famílias. Cada um tem seu horário e estilo de pescaria. Mariscos e sururu, por exemplo, apenas com a maré seca. Pescador de jangada sai às 5h da manhã e retorna no final da tarde, a depender. Já de barco, pode passar até 15 dias no mar para pegar lagostas e peixes maiores ficando no limite das chamadas paredes. Há de todo tipo: cavala, serra, beijupirá. 

Além do horário puxado, deve haver cuidados pela exposição da pele por causa da irradiação, a parte dental e também o cuidado com o câncer de pele. “Pescar é uma coisa maravilhosa e quando está pescando o peixe é uma alegria só. Tem dias que a gente pega tem dias que não pega”, disse Edson Gomes, 59 anos, um dos diretores da colônia que começou a pescar aos 8 anos de idade, herança do pai João e principalmente do avô Batista. 

Edson lembra que, no barco, o trabalho é em conjunto. Um arremessa a pedra para chamar o peixe e o outro rema. E vice-versa. O presidente da colônia, conhecido como seu Neno, também busca incluir socialmente os marisqueiros e no geral. Consciente da importância da “Veneza brasileira”, como é conhecida a capital pernambucana, ele luta em prol do meio ambiente e de ações para a área.

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Seu Severino, mais conhecido como o ‘Lobo Solitário’ por passar bom tempo do dia contemplando a vista pelo píer em sua cadeira de roda, também faz parte de toda a geração de pescadores. Ele vendia peixe na entrada da Rua São Luís, também na comunidade do Bode. Por um tempo, se tornou pescador. “Uma vida boa, mas também sofrida. Às vezes chove, às vezes faz sol e por aqui vou vivendo”, falou em rápidas palavras. 

Há quem se preocupe com o lado social, de humanidade os moradores da palafita têm sede. O dentista Haroldo Duarte montou um consultório odontológico na área onde atende todas as quintas à tarde para os que não tem condições de ter acesso à odontologia. Ele diz que fazer o bem não tem preço. Muito bem visto entre os pescadores, ele fala sobre a importância de ajudar o próximo. “É enriquecedor como pessoa e Deus ilumina a gente”. Mas ele também atende em outros locais como no Convento Frei Damião de Bozzano e o abrigo Santa Luzia, em Jaboatão dos Guararapes a cada 15 dias. Formado há 23 anos, Haroldo alerta que a saúde começa pela boca. “E assim vivemos aqui fazendo o bem, ajudando o próximo e escutando as ricas histórias dos pescadores”, finalizou.

A ativista pelos direitos dos animais Luísa Mell causou comoção com o resgate de Marsha, a “ursa mais triste do mundo” de um zoológico no Piauí, em uma operação demandou grande organização e negociações e batalha judicial durante um ano e meio. Agora, ela busca fazer o mesmo com o irmão de Marsha, que se encontra em um zoológico no Ceará e, devido às altas temperaturas que são inadequadas à sua espécie, está sofrendo com calor e depressão.

Mell, que articulou o resgate de Marsha por meio de seu instituto e com o apoio do santuário Sítio dos Gnomos, postou um vídeo em seu Instagram no qual afirma que está se preparando para resgatar Dimas e mostra a situação dele. As imagens mostram o urso, claramente estressado, fazendo movimentos repetitivos e tentando, sem sucesso, aliviar o calor mergulhando na água. Sem sucesso, uma vez que a temperatura continua muito alta para uma animal de sua espécie, Dimas continua inquieto mesmo dentro da água, devido ao calor. 

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“A ursa mais triste do mundo”

A ursa Marsha ficou conhecida como a “mais triste do mundo” depois que imagens que mostravam o seu sofrimento viralizaram na internet e geraram comoção. Marsha é uma ursa parda siberiana, espécie natural de regiões frias e que não se adapta bem a locais quentes devido à densa pelagem. No entanto, ela estava vivendo em um zoológico do Piauí, onde a temperatura chega aos 45 ºC, depois de ter passado 20 anos sendo explorada por um circo. 

Esse quadro de exploração e calor excessivo fez com que o animal entrasse em depressão profunda. Após uma batalha judicial, a ursa foi resgatada na última quinta-feira (20) pela ativista Luísa Mell, em parceria com a Força Aérea Brasileira, o santuário de animais Sítio dos Gnomos e outras entidades de proteção animal. 

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O brasileiro se julga pouco preparado para enfrentar a morte. Apesar disso, 79,5% concordam que a morte é um fenômeno tão natural quanto crescer, e 81,2% que “a morte é a única certeza que temos”.

Levantamento feito pelo Sindicato dos Cemitérios e Crematórios Particulares do Brasil (Sincep) aponta que 68% dos entrevistados concordam com a frase “eu sei que a morte virá, mas não me sinto pronto para isso”.

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Mesmo aceitando a naturalidade do fim da vida, o levantamento mostra que 82,4% das pessoas a relacionam com um grande sofrimento e acreditam que não há nada mais dolorido que a perda de uma pessoa. Segundo o estudo, 75% dos entrevistados têm muito medo de perder alguém. Apenas 1,6% avaliaram não ter receio nenhum de que alguma pessoa próxima morra. O levantamento entrevistou mil pessoas em todo o país.

Falar sobre a morte também não é muito presente no cotidiano dos entrevistados: 73,7% deles admitem que o tema tem sido evitado nas conversas. As pessoas com mais de 55 anos são as que mais falam sobre o assunto: 32,5% deles dizem tratar do tema cotidianamente. A porcentagem cai com a diminuição da faixa etária: de 45 a 55 anos, 29% falam sobre o tema no dia a dia; de 35 a 44 (26%); de 25 a 34 (26,4%); e de 18 a 24 (21%).

Dentre aqueles que falam sobre a morte, 53% têm como interlocutores os amigos; 43%, a mãe; 30%, o marido; 29%, o filho; 27%, a esposa; 27%, colega de religião; e 24%, o pai. O levantamento aponta que 55,3% têm ciência que conversar sobre a morte é importante, mas concordaram com a afirmação de que “as pessoas geralmente não estão preparadas para ouvir”.

O levantamento será apresentado na capital paulista na próxima semana durante uma conferência internacional sobre a morte que reunirá psicólogos, médicos e doulas de cuidados paliativos. A pesquisa aponta que é cada vez menor o tempo que as pessoas passam em velórios e nos rituais de celebração dos entes. Uma das conclusões é de que há uma negação do luto entre os brasileiros.

O governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), que vai disputar a reeleição em outubro, em mais uma publicação no Facebook, garantiu que sua missão como servidor público é “minimizar o sofrimento das pessoas”. O pessebista contou que o governo contratou mais 300 profissionais de saúde para atender a rede em todo o estado. Segundo ele, foram mais de sete mil convocados apenas em sua gestão. 

“A missão de um servidor público é ajudar e, principalmente, minimizar o sofrimento dos que mais precisam. É esse comprometimento que a gente espera dessa turma que está chegando”, destacou. 

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Nessa quinta (2), o governador disse que vai seguir trabalhando para Pernambuco “continuar olhando para frente”. “Fico feliz em saber que as nossas ações, apesar dos desafios, têm feito bem para Pernambuco. Enxugamos os gastos públicos, fizemos investimentos e, principalmente, não deixamos o Estado quebrar”. 

Câmara é auditor concursado do Tribunal de Contas do Estado (TCE-PE) e entrou para o governo estadual, em 2007, como secretário de Administração. Assumiu a Secretaria de Turismo, em 2010. No ano seguinte, é deslocado para comandar a pasta da Fazenda onde ficou, até o início de 2014, quando foi indicado pelo partido para concorrer ao pleito. 

O cantor Latino gerou polêmica ao afirmar que o pré-candidato a presidente Jair Bolsonaro (PSC) poderia ser a “salvação” do Brasil, mas não é o único artista a elogiar o presidenciável. Por meio de vídeo, o cantor sertanejo Eduardo Costa foi muito além afirmando que Bolsonaro “com certeza” será o novo presidente do Brasil. 

“Olha, eu acho que o nosso próximo presidente que, com certeza, deve ser o Jair Bolsonaro tem que olhar para o povo. Jair, olha para o povo, olha o sofrimento do povo. Você está vendo aí esse povo e o sofrimento que é, cara. Eu tenho certeza que você será um bom presidente. Olha para o nosso povo, cara. Eu sei que as suas propostas são boas, mas não perde elas quando você chegar no poder, meu irmão. Confere o povo de perto, não deixa o povo passar essas dificuldades que está tendo”, pediu de forma repetitiva. 

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O artista falou que não era possível que não existe “um desgraçado”, em referência aos políticos, que não gostasse do povo. “O povo brasileiro é um povo bom, pacato, um povo bacana que precisa que algum político. Não é possível que não tem nenhum desgraçado desse povo que não goste do povo, não é possível". 

Costa ainda disse que é a favor de ter mais presos. “Se tem um trem que não precisa de reforma neste país é cadeia. Como diz o Jair Bolsonaro, cadeia, coração de mãe e cemitério sempre cabe mais um. Vagabundo tem que pagar pecado mesmo e ir tudo para cadeia”. 

“Bando de vagabundos esse povo de direitos humanos, que fica defendendo marginal, bandido. É o preço da gasolina, o preço do diesel, do álcool subindo a cada dia, os políticos roubam tudo e depois descontam nas costas do povo, eles vão lá, roubam tudo o que a gente tem, rouba tudo, e depois para recuperar a grana eles metem impostos em cima, mete a gasolina 5 reais o litro e a gente se fud... para pagar essa porra e a conta sempre cai na conta do povo, do trabalhador brasileiro, que não merece isso”, continuou. 

Ele ainda ressaltou que agora é a hora da população tentar tirar o Brasil “do caos e da miséria”. “Vamos eleger políticos novos, não vamos eleger esse povo mais não. Não fica caçando partido, não olhe o partido político, olha o cara. Partido político não existe, não vamos ficar caçando partido, vamos votar em pessoas e não em partido. Procure uma pessoa que você goste, olhe as propostas, pesquisa na internet, vai ver vídeo no Youtube e vota nesse cara”. 

Luisito deve ser operado do tumor cerebral que paralisa parte do seu corpo, mas pegou catapora em um hospital infantil de Caracas e precisa aguardar. Em outro quarto, Yuriángela não sabe se conseguirá fazer a próxima sessão de quimioterapia.

Perto de Luis, um menino moreno de oito anos, dorme um bebê de quatro meses com macrocefalia. Um mosquiteiro tenta protegê-la do contágio. Sua cabeça acumula uma grande quantidade de líquido e precisa de uma válvula de drenagem que o hospital não tem.

Caso após caso, a falta de medicamentos, que segundo a Federação Farmacêutica chega a 80%, e de insumos médicos compõem um dos problemas mais críticos durante o governo de Nicolás Maduro, que no domingo (20) tentará se reeleger.

No quarto de Luis também está Anthony Noguera, de sete anos. Está com um buraco nas costas por uma ferida de operação que está aumentando. Nem o centro médico nem as farmácias têm curativos de cicatrização.

Este só é conseguido em dólares, assegura à AFP sua avó María Silva. "Não temos. Estamos entre a cruz e a espada", acrescentou, resignada.

Os casos poderiam ser facilmente solucionados se importassem remédios e insumos, assegura Édgar Sotillo, médico que os trata no hospital infantil J. M. de los Ríos, no centro de Caracas.

"Não temos medicamentos. Estamos vendo catapora, tuberculose, malária, sarna. Às vezes o hospital não tem água. Os pacientes são infectados e não existem antibióticos, e os casos se complicam", explicou.

Luta pela sobrevivência

Primeiramente, Luisito foi levado a um hospital de Valencia (norte) quando parou de mexer um dos braços.

"Mas ficou um mês sem que fizessem nada porque não havia remédios lá. Não podemos comprá-los fora, até para beber água tenho que pedir", disse à AFP Ingrid Saavedra, avó do menino.

Em uma mesa há uma pequena embalagem com ovos mexidos, única comida do dia oferecida pelo hospital.

Culpando pela crise uma "guerra econômica" e as sanções dos Estados Unidos, Maduro pede o voto prometendo resolver em breve a escassez de alimentos e remédios.

Mas Yuriángela, de 16 anos, não tem tempo. Junto com outras crianças com câncer, se descompensa em um quarto frio enquanto faz a quimioterapia para sua metástase pulmonar.

Sua mãe, Suger Najme, chora porque não sabe como conseguirá o próximo tratamento. A falta de remédios chega a 95% em doenças crônicas como o câncer.

"Faltam 17 'quimios' para ela. Faltam vários medicamentos, temos que começar novamente a nossa luta. Tive que comprá-los lá fora. Não temos os recursos, mas temos recebido ajuda", assinalou.

Luana Rojas, de quatro anos, por sua vez, recorta as letras do abecedário enquanto recebe o tratamento para um glioma de tronco cerebral.

"Estivemos dois meses sem conseguir a quimioterapia. Isso é responsabilidade dos governantes, que só nos levam em conta quando" protestamos, disse à AFP sua mãe, Rosa González.

Na área de oncologia, os equipamentos de tomografia, ressonância magnética e radioterapia estão danificados.

Os médicos vão embora

Na Venezuela são frequentes as manifestações por falta de remédios e insumos, que o governo importa cada vez menos após a queda dos preços e da produção de petróleo, fonte de 96% das divisas.

Dois médicos foram detidos na segunda-feira em um protesto em um hospital de Maracaibo, capital do estado petroleiro de Zulia, denunciou a principal universidade da região.

No J.M. de los Ríos tampouco existem reativos para exames de sangue, há tubos quebrados, somente um elevador funciona e "ratos e baratas" percorrem os corredores, segundo os médicos.

"Não podemos operar porque faltam insumos. Existem pacientes que melhoraram, mas pela falta de medicamentos a situação complica e falecem", disse uma médica sob anonimato.

Belén Arteaga, chefe de Nefrologia, confessou que ganha apenas o salário mínimo: 2,5 milhões de bolívares - 36 dólares no câmbio oficial e três dólares no mercado negro -, que não dão para um quilo de carne devido à hiperinflação.

No ano passado, Belén viu quatro crianças morrerem por falta de antibióticos.

"Os médicos vão embora. Tínhamos três residentes, dois saíram: para uma o salário não dava para pagar a casa onde morava, a outra saiu do país", indicou.

Segundo a Sociedade Médica Venezuelana, 30% da equipe médica emigrou. A mortalidade infantil aumentou 30,12% em 2016 em relação a 2015 - 11.466 mortes de menores de um ano -, de acordo com a última cifra oficial.

Huniades Urbina, chefe da Sociedade de Puericultura e Pediatria, assegura que isso aumentou. "Temos uma crise humanitária, números da África subsariana", lamentou.

O senador pernambucano Armando Monteiro (PTB) também comentou o balanço anual da Secretaria de Defesa Social de Pernambuco (SDS-PE), que foi divulgado nesta terça-feira (16). Os dados mostram que Pernambuco teve mais de 5 mil assassinatos e mais de dois mil casos de estupros registrados, mais de 33 mil casos de violência doméstica, entre outros números. 

Armando falou que esse é o pior resultado desde que o levantamento começou a ser feito. “Se a frieza dos números já assusta, é desalentador saber do sofrimento de tantas famílias obrigadas a conviver com a dor e o medo”. 

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Assim como outros opositores, o senador disse que o Governo de Pernambuco tem feito propaganda de investimentos recordes na área da segurança pública. “Como pode entregar esse resultado? Que tipo de gestão é essa? Falta pulso firme para combater a violência. Falta compromisso com a população”, criticou. 

Nos últimos meses de 2017, o governador Paulo Câmara (PSB) insistiu em falar que a sua gestão fez o maior investimento em segurança na história de Pernambuco. O pessebista afirmou que está reunindo todas as forças necessárias para priorizar o combate à criminalidade em todo o Estado. 

Paulo Câmara também garantiu, em novembro passado, que o Pacto pela Vida é um “programa consistente, com planejamento e inteligência” capaz de se adaptar aos novos desafios. 

 

 

 

Ao questionar uma reportagem de uma revista de circulação nacional que revela que há 1 milhão de brasileiros que não se identificam com seu sexo biológico, ou seja, os transgêneros, o deputado federal Marco Feliciano (PSC) fez declarações que podem parecer preconceituosas. O parlamentar falou que a revista expõe a intimidade de pessoas que caminham neste mundo “carregando um fardo de sofrimento” e também disse que esses assuntos são “indigestos” e que essas são “pessoas fragilizadas”. 

“Eu tenho muita dificuldade em acreditar nos números que a revista trás. De 1 milhão de pessoas em um contingente de 200 milhões, ou seja, para cada 200 pessoas, há uma pessoa que nasce com essa problemática. Esses números lançam dúvidas. Nós, família brasileira, precisamos de um pouco mais de respeito. Chega de enfiar goela abaixo esses assuntos que são tão indigestos”, disparou o deputado afirmando que a reportagem se aproveita de casos pontuais e escancara para todos a intimidade “de pessoas fragilizadas”. 

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Feliciano falou que esses temas são importantes, mas que devem ser tratados dentro do âmbito familiar com psicólogos e profissionais.  O deputado contou que já sofreu retaliações e ameaças, mas que não desiste. “Como já disse está declarado uma guerra contra a família brasileira, mas eu sempre digo: eu não sei bater, mas pense em um homem que suporta e aguenta apanhar. Eu não caio facilmente e se cair eu tenho um Deus que me levanta. Eu vou à luta e denuncio para isso que sou um parlamentar”, disse. 

O pastor Feliciano relembrou outros assuntos que “ofendem” a sociedade. “Não é demais relembrar a vocês a exposição pornô em Porto Alegre, o homem nu lá no MAM [Museu de Arte Moderna], a novela das nove com a sua transexual e sua bandida preferida, o sabão em pó com suas ideias de meninos brincarem com brinquedo de menina e vice-versa, a propaganda do governo fazendo apologia ao diferente e as cartilhas com ensinamentos pornográficos apresentado as nossas crianças em sala de aula”.

 

“Estudava a bíblia sagrada dia desses, deparei com muitas batalhas espirituais. Em uma delas espíritos incorporaram em porcos e se jogaram no abismo, mas hoje ainda aparecem muitos espíritos de porco, dessa vez, incorporando em revista, em televisão, atacando as nossas famílias e as nossas crianças em detrimento de assuntos muito mais relevantes e para um número muito maior de pessoas. É claro que respeito demais as famílias que passam por situações como essa, de filhos diferentes, mas esse assunto deve ser abordado, deve ser tratado no âmbito profissional com psicólogos sem expor em rede nacional”, ressaltou o deputado. 

 

 

 

O Estado Islâmico está usando dezenas de milhares de civis de dentro e ao redor de Mossul, a terceira maior cidade do Iraque, como "escudos humanos", segundo informações do departamento de direitos humanos da Organização das Nações Unidas (ONU).

Relatórios confiáveis sugerem que o Estado Islâmico tem forçado essas pessoas a saírem de suas casas em distritos ao redor de Mossul e colocando-as dentro do município, conforme disse a porta-voz Ravisa Shamdasani, em Genebra. O movimento teve início desde que uma forte operação começou na semana passada para retirar os militantes da cidade. De acordo com Ravisa, os militantes aparentemente colocam as pessoas em Mossul para ficarem perto das instalações militares.

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O departamento afirmou que recebeu informações de que mais de 200 pessoas foram mortas por recusar obedecer ordens do Estado Islâmico ou por ter feito parte das forças de segurança do Iraque, disse Ravisa Shamdasani. "Muitos daqueles que recusaram a serem cúmplices foram mortos, e mesmo aqueles que ajudaram, incluindo 190 pessoas das forças de segurança do Iraque e 42 civis", disse.

As mortes reportadas aconteceram na quarta-feira, e outros 24 ex-oficiais das forças de segurança do Iraque foram mortos ontem. Fonte: Associated Press.

Adel Kermiche e Abdel Malik Petitjean degolaram um padre no noroeste da França em nome do grupo Estado Islâmico. Contudo, seus pais haviam tentando, em vão, mudar sua conduta. Mas como fica a vida quando um filho se radicaliza?

Preocupada com a intenção de viajar à Síria do jovem Adel, a família Kermiche contactou as autoridades para sinalizar o seu desaparecimento no momento da sua primeira tentativa, em março de 2015.

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Depois de tentar fazer a viagem uma segunda vez, em maio de 2015, sua mãe foi entrevistada pelo jornal suíço La Tribune de Genève, mencionando um "menino feliz, que foi enfeitiçado, como em uma seita". A família tentou endireitar o jovem a qualquer preço. Em vão.

Mais de um ano depois, Adel Kermiche e Abdel Malik Petitjean, ambos de 19 anos, juraram fidelidade ao grupo extremista Estado Islâmico. Na terça-feira, eles entraram numa igreja de Saint Etienne du Rouvray (noroeste) e degolaram o padre Jacques Hamel, de 86 anos.

Mais de um ano antes do ataque, a mãe de Adel reconhecia sua impotência frente a situação: "não sabemos a quem recorrer para nos ajudar". Mais e mais famílias se veem afetadas por fenômenos de radicalização ou pela partida repentina de um parente, e buscam associações de apoio.

De acordo com os números mais recentes, pelo menos 680 cidadãos franceses ou residentes na França estariam presentes na Síria e no Iraque.

"Totalmente impotentes, as famílias que buscam ajuda das associações passam por um grande sofrimento e um grande sentimento de culpa", explica à AFP Amélie Boukhobza, psicóloga clínica e membro da organização Entr'Autres, presente em toda a França.

O objetivo destes atores não é tanto ajudar os menores radicalizados, "que de toda forma não pedem [esta ajuda]", mas os pais.

Entre o amor e a injúria

"Não há perdão", reconhece a especialista, mas "o amor dos pais está presente o tempo todo", apesar de tudo. "Eu amo você, eu sinto sua falta", dizia em uma mensagem de voz na quarta-feira a mãe de Abdel Malik Petitjean, segundo jihadista de Saint Etienne du Rouvray. Ela não podia acreditar no envolvimento de seu filho, que estava prestes a ser revelado.

Mesmo quando os filhos partem para se juntar às fileiras extremistas, as famílias tentam manter uma ligação, algumas têm um contato regular e até mesmo diário. Trocam fotografias, vídeos, relatam sobre o seu dia, o tempo que passa, antes que apareçam as "injúrias": os filhos começam a tratar seus pais como "infiéis", repreendendo-os por continuar a viver no Ocidente, explica Amélie Boukhobza.

"Eu cortei todas as relações [com a minha filha] há cinco meses", diz Ivan Sovieri, cuja filha, A., de 29 anos, foi para a Síria com o marido e os filhos. "Sofria quando conversávamos, então não quis saber mais dela", relata.

Depois de algumas conversas tensas, A. chegou a rejeitar seu pai. "Para minha filha, a única coisa que importa é Alá e nada mais", afirma Ivan Sovieri, convencido de que "não a verá novamente."

"Para essas famílias, uma partida [para a Síria ou o Iraque] significa uma morte de qualquer maneira. É uma perda quase certa, diria 99% certa", diz Patrick Amoyel, psicanalista e responsável por Entr'Autres.

A isso, soma-se o pânico generalizado de que seu filho seja responsável por um ataque. Cada vez que há um ataque na França, "as famílias têm apenas um medo: será que meu filho estava entre as pessoas e cometeu este ato?", indaga Amélie Boukhobza.

"Não há nada a fazer", lamenta Ivan. "Apenas cruzar os dedos para que nada aconteça".

Lembrando os 50 anos do golpe militar, grupos de vários movimentos sociais realizaram passeatas por vias do Recife, nesta terça-feira (1°). Atos ocorreram na Praça da Independência e na Rua da Aurora, o que deixou o trânsito lento no Centro da capital pernambucana.  

Na Praça da Independência, mais conhecida como Praça do Diário, na Avenida Guararapes, integrantes do Fórum Permanente de Anistia em Pernambuco se concentraram com carro de som e realizaram panfletagens sobre o assunto. 

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Antônio Campos, 69 anos, representante do órgão, acha o ato de suma importância para o estado. “Estamos reunidos aqui para lembrar o Golpe Militar de 1964 que chocou todo país. Temos que ter consciência de como os brasileiros foram pisoteados e lutar para que aquele tipo de regime autoritário não volte a se instalar no Brasil”, desabafa o aposentando.

Algumas pessoas aproveitaram o momento para interceder pelos parentes que perderam a vida durante a Ditadura. Neilton Rodrigues da Silva, 58, perdeu o irmão no dia 4 de junho de 1969. Na época, Ivan Pereira de Araújo tinha apenas 24 anos de idade. 

“Os policiais chegaram à nossa casa dizendo que meu irmão tinha se suicidado. Porém, eu e minha família não acreditamos na versão dita por eles, porque o Ivan sempre foi muito calmo e nunca tinha cometido nenhuma loucura. Como morávamos em Garanhuns e ele estava estudando economia em São Paulo, juntamos dinheiros e viajamos pra lá. Depois de alguns dias na cidade, descobrimos que ele tinha sido assassinado porque não era a favor do regime. Até hoje sentimos muita falta dele”, lamenta Rodrigues. 

Integrantes do Movimento Não Vai Ter Copa também estiveram presentes no local para apoiar o ato e prometeram sair pelas ruas do Recife para protestar contra os gastos do Governo Federal com as obras e os estádios da Copa do Mundo de 2014. No entanto, a manifestação que estava marcada pela rede social Facebook, não aconteceu. 

Outro grupo realizou uma passeata na Rua da Aurora em alusão a Ditadura Militar. Desta vez, apenas jovens e estudantes estavam presentes no ato, que foi encerrado em frente ao colégio estadual Ginásio Pernambucano. “Não é porque os anos se passaram e não vivemos mais naquele tipo de governo que podemos esquecer de como os brasileiros sofreram”, conta o adolescente Valdir Mota, 20. 

Ainda na Rua da Aurora, só que desta vez ao lado do Monumento Tortura Nunca Mais, localizado na Praça Henrique, sindicalistas da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e de outras entidades se concentraram para relembrar os 21 anos do regime militar. “Voltar ao tempo e trazer a memória o quanto as pessoas foram torturadas durante a ditadura é sempre um momento bastante delicado, porque estamos lidando com vidas que foram impedidas de continuar no mundo. Apesar disso, não podemos baixar a cabeça. A luta continua”, declarou o revolucionário Rodrigo Rafael dos Santos. 

No mesmo local, havia cruzes e placas com os nomes de algumas pessoas mortas em Pernambuco durante o período da Ditadura Militar. 

 

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A primeira parte de Ninfomaníaca dividiu opiniões de quem assistiu ao filme. Enquanto muitos esperavam por um típico filme de arte feito por Lars Von Trier, outros estavam ansiosos pelas cenas de sexos tão exploradas pelo marketing do filme. Enganou-se quem foi ver o volume 1 achando que era um filme repleto de pornografia. O mesmo serve para a segunda parte, que estreia nesta quinta-feira (13) devido ao novo padrão estabelecido pela Federação Nacional das Empresas Exibidoras Cinematográficas (Feneec). Ao todo, Ninfomaníaca mostra-se um drama psicológico envolvente. A primeira parte foi caracterizada pela descoberta do prazer e a tentativa de encontrar o amor. Nesta segunda, o vício pelo sexo vira dor e sofrimento. 

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Antes de tudo, é preciso lembrar que Ninfomaníaca Vol. 1 e 2 compõem um único filme. A divisão em duas partes foi uma boa jogada. Um filme de Lars Von Trier com duração de 2 horas já cansa, imagina um com quatro horas seguidas. Por ser um único longa, a segunda parte de Ninfomaníaca continua no mesmo ritmo da primeira, cansativo, embora mais chocante. As situações cômicas encontradas na primeira parte dão lugar a momentos de tortura psicológica e agressões físicas. 

Ao todo, o filme é dividido em oito capítulos. A segunda parte mostra o final do quinto e os três restantes. A conversa entre Joe (Charlotte Gainsbourg) e de Seligman (Stellan Skarsgard) continua, dessa vez com diálogos menos eruditos que no primeiro volume. Com entrada de novos personagens, a ninfomaníaca transita entre a adolescência e a vida adulta. De início, a busca pelo prazer continua no mesmo ritmo que o primeiro filme, com desejos sexuais. A diferença é que não há tantas cenas de sexos como na parte lançada em janeiro.

A vida de Joe sofre uma reviravolta. A ninfomaníaca agora precisa impor limites e até entra em abstinência. Sem muito sucesso na tentativa de “curar” o vício, Joe inicia uma nova fase em sua vida cada vez mais revoltada. De forma chocante, o sexo é apresentado como uma droga, com direito a efeitos colaterais causados pela abstinência e pela recaída. Lembrando que Ninfomaníaca é recomendado apenas para MAIORES DE 18 ANOS.

O final dado por Lars Von Trier não poderia ser mais irônico. O diretor ousou desde o início da divulgação com propagandas apelativas ao sexo. Na verdade, ele mostra uma lição à sociedade quando lança um longa dramático em vez de um filme totalmente pornográfico, o que era esperado visto que o marketing é baseado em cenas e fotos orgásticas. Mesmo assim, os atos sexuais existentes em Ninfomaníaca não podem ser ignorados. Sempre polêmico, o diretor trabalha com close ups em pênis e vagina, causando certo desconforto em algumas situações. No mais, assim como o primeiro volume, a segunda parte de Ninfomaníaca é um bom filme para quem procura assistir a um.

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