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O lendário "storyboard" de "Duna" criado pelo franco-chileno Alejandro Jodorowsky, um projeto faraônico que teria a participação de Salvador Dalí ou de Mick Jagger, vai a leilão em Paris, na segunda-feira (22).

É uma obra volumosa de meados da década de 1970, "estimada em entre 25.000 e 35.000 euros" (entre US$ 28.000 e US$ 39.000), de acordo com a casa Christie's, que organiza a venda.

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O objeto em questão é um roteiro detalhado com imagens do que o filme deveria ter sido.

Os desenhos foram assinados por uma estrela francesa dos quadrinhos, Moebius (Jean Giraud, falecido em 2012), e pelo ilustrador suíço Giger (falecido em 2014), que depois criaria a criatura do filme "Alien" (1979).

Ambos eram os supostos diretores artísticos deste filme sobre um monumento da ficção científica. "Duna" ("Dune", no original) é uma série de livros deste gênero escrita pelo americano Frank Herbert, em 1965.

O diretor de cinema David Lynch levou o projeto às telas em 1984, com muito esforço e pouca bilheteria.

Uma maldição parecia pesar sobre esta enorme saga, até que o canadense Denis Villeneuve voltou a assumir o risco em 2021, com grande sucesso de bilheteria.

Companheira inseparável do artista surrealista espanhol Salvador Dalí, Elena Diakonova, mais conhecida como Gala, é a protagonista de uma exibição apresentada nesta quinta-feira em Barcelona que a exalta não apenas como musa mas também como figura-chave em sua obra.

"Esta exposição abre nossa visão de uma pessoa que podemos pensar que é a companheira de Dalí, sua musa, mas descobriremos que seu papel neste projeto criativo de toda uma vida é muito mais importante", assegurou Pepe Serra, diretor do Museu Nacional de Arte da Catalunha, que recebe a mostra.

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"Gala Salvador Dalí" é fruto de mais de quatro anos de trabalho entre este museu e a Fundação Salvador Dalí de Figueras, a cidade natal do artista, para reunir mais de 300 peças procedentes de 18 museus e coleções, como o Centro de Arte Georges Pompidou de Paris ou o Museu Dalí de St. Petersburg (Flórida, EUA).

A exposição, que abre suas portas na sexta-feira e poderá ser vista até 14 de outubro, compreende obras emblemáticas e esboços de Dalí com ela como protagonista, mas também elementos da vida privada do casal, como cartas, postais, fotografias, vestidos e objetos pessoais de Gala.

Nas salas da mostra, decoradas com cortinas e um jogo de espelhos que trasladam ao mundo onírico de Dalí, revelam-se escritos de Gala com certo valor literário, assim como imagens dela colaborando no processo criativo de seu companheiro.

É "uma mulher que se camufla como musa enquanto constrói seu caminho como artista, uma mulher que sabe consolidar seu mito através de outros", disse Montse Aguer, diretora da Fundação Salvador Dalí.

Nascida em Kazan (Rússia) em 1894, Gala se casou em 1917 com o poeta surrealista francês Paul Éluard, com quem teve uma filha, foi amante do pintor alemão Max Ernst e musa de fotógrafos como o francês André Breton e o britânico Cecil Beaton.

Mas sua vida mudou quando conheceu o jovem Dalí, em 1929, e foi viver com ele, tornando-se um casal inseparável até sua morte, em 1982.

"Todos os retratos que Dalí faz de Gala são uma performance de Gala", afirma a curadora da mostra, Estrella de Diego, destacando que alguns estão assinados como "Gala Salvador Dalí".

"Gala tem um papel muito maior nas obras do que o que realmente lhe é atribuído. (...) Colabora, cria e pensa com Dalí", acrescenta.

O ator britânico Bem Kingsley foi o escolhido para interpretar Salvador Dalí no cinema. O pintor catalão será retratado no filme “Dali Land”, dirigido por Mary Harron, autora de "Psicopata Americano".

Lesley Manville, recentemente indicada ao Oscar por “Trama Fantasma, interpretará a esposa do pintor. Segundo informações do site Deadline, o filme focará na relação de dominação e submissão entre esposa e pintor.

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Ambientado na Nova York e na Espanha de 1973, o longa vai mostrar muito da deterioração que o casal Dalí sofreu nos idos daquele ano.

A perspectiva da história será a de James (Frank Dillane), um jovem assessor que deseja aprender com o mestre.

Alguns personagens são mantidos em segredo mas já se sabe que o longa tem escalados no elenco Tim Roth (Cães de Aluguel) como Capitão Moore, o braço direito do pintor espanhol.

O filme será escrito e dirigido por Harron. As filmagens começam em novembro e as locações serão localizadas no Canadá e Espanha.

Ainda não há data de estreia.

A espanhola Pilar Abel, que, em 20 de julho, fez com que se exumasse o corpo do pintor Salvador Dalí como parte de um processo de paternidade, não é filha do artista, informou nesta quarta-feira a Fundação Gala-Salvador Dalí em um comunicado.

"Depois de analisadas as mostras biológica de Pilar Abel Martínez e as obtidas na exumação dos restos mortais de Salvador Dalí, (...) os resultados obtidos permitem excluir Dalí como pai biológico de María Pilar Abel Martínez", afirmou a Fundação, citando os advogados.

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Com o bigode intacto e colocado "às dez e dez", como ordenou há 28 anos antes de morrer, o famoso pintor espanhol Salvador Dalí foi exumado de acordo com um processo de paternidade aberto pela vidente Pilar Abel.

Durante mais de três horas e a portas fechadas, os peritos trabalharam no túmulo do artista surrealista enterrado no Teatro-Museu de Figueras, a localidade catalã onde nasceram tanto ele quanto sua pretensa filha.

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De seu corpo embalsamado foram extraídos cabelo, unhas e dois ossos longos para obter o DNA que será comparado com o de Pilar Abel, de 61 anos, no Instituto de Toxicologia e Ciências Forenses de Madri.

Os especialistas se surpreenderam ao abrir o túmulo e descobrir que o famoso bigode do pintor se mantinha intacto.

"Fiquei assombrado. Foi como um milagre", afirmou Narcís Bardalet, o médico legista que embalsamou o artista em 1989 e acompanhou emocionado a operação.

Ao levantar o lenço de seda branca que cobria o rosto de Dali, além do bigode icônico, o cabelo do artista também estava intacto.

Lluis Peñuelas Reixach, secretário-geral da Fundação Dalí, que administra o museu, criticou a exumação como "um ato de violência contra o falecido". Ele ressaltou, porém, que o procedimento foi realizado sem incidentes, "preservando a intimidade de Salvador Dalí e do patrimônio do Museu".

- Exumação criticada -

A resposta à pergunta sobre se Pilar Abel é, ou não, filha de Dalí deverá esperar algumas semanas. Em setembro, serão apresentadas as provas no julgamento previsto para analisar o processo.

O pintor catalão morreu em Figueras em 23 de janeiro de 1989, aos 84 anos, após compartilhar boa parte de sua vida com Gala, musa que aparece em muitos de seus quadros e com quem não teve filhos.

A exumação foi ordenada pela Justiça no fim de junho, em resposta à demanda de Pilar Abel Martínez. Caso sua filiação seja comprovada, ela poderá abrir outro processo para reivindicar pelo menos 25% da herança do pintor, segundo seu advogado.

Pilar assegura que, por enquanto, o mais importante é "saber a verdade" sobre sua identidade.

A herança, que inclui propriedades imobiliárias e centenas de quadros, encontra-se toda nas mãos do Estado espanhol e é administrada pela Fundação Dalí. O patrimônio era de quase 400 milhões de euros no fim de 2016, segundo o balanço anual.

De acordo com o relato de Pilar, que tem lacunas a serem preenchidas, sua mãe conheceu Dalí trabalhando como empregada na casa de amigos do pintor, no povoado catalão de Cadaqués. Lá, passava longas temporadas em sua casa de Port-Lligat.

Quando grávida, casou-se com outro homem e, meses depois, Pilar nasceu. Com apenas oito anos, ela teria ouvido da avó a "verdade" sobre sua identidade.

Sua mãe confirmou essa história em 2007. Pilar diz conta com outras testemunhas que sabem do caso que sua mãe, agora com 87 anos e com Alzheimer, manteve com Dalí.

O Tribunal Superior de Justiça da Catalunha, na Espanha, confirmou nessa quarta-feira (19) que a exumação do corpo de Salvador Dalí para extrair amostras de DNA será realizada nessa quinta-feira (20). O objetivo da exumação é comparar o código genético de Salvador Dalí com o de Pilar Abel, mulher que se declara filha do pintor. A espanhola de 61 anos reivindica na justiça o reconhecimento do artista como seu pai desde 2007.

Dali foi enterrado em 1989 em sua cidade natal,  Figueres, a 737 km da capital espanhola Madri. O trabalho de exumação começará amanhã às 20h (horário local, 15h, horário de Brasília) no Teatro-Museu Dalí, local do sepultamento e que recebe visitação pública. A exumação acontece  após o encerramento do horário de visitação do público.

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A diretora do museu e os diretores da Fundação Gala-Dalí, darão uma entrevista na manhã de sexta-feira (21).

Maria Pilar Abel Martinez, que nasceu na cidade de Girona, a 699 km de Madri, em 1956, entrou com uma ação em 2007 para ser reconhecida como filha do artista. Segundo Pilar, Salvador Dalí manteve uma relação secreta com sua mãe na cidade de Port Lligat, a 770 km de Madri. 

A decisão da justiça alega que os estudos do DNA do cadáver do pintor são necessários para comprovação da suposta paternidade, já que não existem outros restos biológicos adequados para o teste. A exumação do corpo de Dalí foi ordenada no fim de junho desde ano.

Duas obras, uma de Salvador Dalí e outra de Tamara de Lempicka, roubadas em 2009 de um museu do norte da Holanda, foram encontradas, anunciou nesta quarta-feira o detetive especializado em obras de arte, Arthur Brand.

Trata-se do quadro do pintor surrealista catalão Salvador Dali intitulado "Adolescência", de 1941, e da obra "La músico", da artista polonesa Tamara de Lempicka, de 1929, indicou Brand em sua conta no Twitter, onde anexou duas imagens.

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Ambas as pinturas foram roubadas em 1º de maio de 2009, em plena luz do dia, do museu Scheringa em Spanbroek (norte).

Vários homens encapuzados invadiram o museu e ameaçaram os funcionários e visitantes com uma arma antes de roubarem as duas obras e fugir em um veículo em poucos minutos.

Os dois quadros caíram nas mãos de um grupo criminoso na forma de moeda de troca. Foi o mesmo grupo que contactou o detetive através de um intermediário, explicou o investigador ao jornal holandês De Telegraf.

"A organização não queria ser culpada da destruição ou revenda de obras de arte", disse Brand, acrescentando que as pinturas roubadas são muitas vezes utilizadas como garantia em operações entre grupos criminosos.

O detetive entregou as pinturas em bom estado a um investigador da Scotland Yard, em contato com o proprietário legítimo das obras, cuja identidade não foi revelada, que havia emprestado ao museu.

Recorde de público (quase 1 milhão de visitantes) entre todas as exposições que o Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) do Rio de Janeiro promoveu nos seus 25 anos de existência, a exposição Salvador Dalí será aberta neste sábado, 18, em São Paulo, no Instituto Tomie Ohtake. O número de pessoas que viu a mostra é superior ao registrado nas exposições de Dalí realizadas no ano passado no Museu Reina Sofía de Madri (732 mil pessoas) e Centro Georges Pompidou de Paris (790 mil). Portanto, vai ser preciso enfrentar filas para ver a retrospectiva do mais popular pintor surrealista, que traz ao Brasil quase duas centenas de obras do artista, entre elas 29 pinturas, 80 desenhos e gravuras, filmes, documentos, fotografias e até uma réplica da instalação Mae West Room, produzida em 1938 para o colecionador Edward James.

A sala original é composta por dois quadros do artista, uma lareira e um sofá, que representam, respectivamente, os olhos, o nariz e a boca da atriz americana Mae West (1893-1980). Ela se encontra no Museu Dalí de Figueres, Espanha, terra natal do pintor. É um ambiente propício para uma imersão no universo surrealista de Dalí, nome que divide os críticos. Embora reconheçam seu lugar na história, alguns deles tomam suas citações pictóricas como apropriações sem crédito ou, no mínimo, como releituras paródicas dos mestres, no limite do kitsch.

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A curadora da exposição, a espanhola Montse Aguer, rebate essas críticas. Argumenta que Dalí podia ser irreverente ou iconoclasta em suas entrevistas, repletas de frases de efeito, mas "levava a sério a sua arte". Há, de fato, provas dessa dedicação, especialmente nas gravuras que ilustram obras-primas da literatura mundial, desde o clássico Dom Quixote, de Cervantes, aos modernos Os Cantos de Maldoror, de Lautréamont, e O Velho e o Mar, de Hemingway, passando pelo Fausto de Goethe e Alice no País da Maravilhas, de Lewis Carroll.

A mostra, organizada em ordem cronológica, traz desde os primeiros trabalhos dos anos de aprendizado, na década de 1920, até as últimas pinturas dos anos 1980. Dalí parou de produzir em 1983. Morreu seis anos depois, aos 84. A curadora destaca o lado premonitório do pintor, ao executar uma delas, em que sua mulher e musa inspiradora Gala (1894-1982) surge como uma sombra já distante (o título da tela é Gala Contemplando a Aparição do Príncipe Baltasar Carlos, personagem de uma pintura de Velázquez). Ela morreria um ano depois. Gala é a protagonista de uma série de telas da mostra, sendo a principal uma experiência estereosópica chamada O Pé de Gala (1975-1976), em que Dalí pinta o mesmo quadro duas vezes com luz e tons diferentes para levar o espectador a uma experiência de terceira dimensão.

"Ele acreditava que, ao ter essa percepção tridimensional, ele e o espectador estariam preparados para uma quarta dimensão, a da imortalidade", justifica a curadora Montse, destacando a fixação tanatológica de Dalí. "Em sua pintura, a morte é uma presença constante, como é possível ver na tela Composição Surrealista com Figuras Invisíveis, em que a figura de uma banhista é substituída por uma cama e uma cadeira vazias". Dalí demorou dez anos para dar o quadro como concluído. Em 1926, quando começou a pintar obra, a paisagem era a da casa de Dalí em Llanes, no norte da Espanha, mostrando a baía e a costa. Dez anos depois, ele dividiu a tela ao meio, trocando a paisagem por rochas e a cama vazia.

A intuição de Dalí era tamanha que, cismado com o quadro Angelus (1859), do romântico francês Millet, o surrealista pediu uma radiografia ao Louvre e descobriu que havia um pentimento na pintura. Os dois camponeses que rezam ao crepúsculo estão, na verdade, velando o corpo do filho morto. Os amigos de Millet consideraram de mau gosto a presença de um caixão na tela. Ele, então, pintou a relva por cima do ataúde. Na exposição há várias versões de Dalí para o quadro de Millet, tanto na tela em que Gala contempla o príncipe de Velázquez como nas ilustrações para Os Cantos de Maldoror.

O cubista Picasso foi outra referência do artista espanhol, especialmente na construção de figuras volumétricas, como é possível atestar num óleo de 1926, Figuras sobre a Areia, ou no Autorretrato Cubista de 1923, óleo e collage sobre madeira. Rei dos selfies, Dalí, que admitia praticar um "método paranóico-crítico" de pintura, antecipou em décadas o culto à autoexaltação, em voga nos dias que correm. Dalí queria projetar seus delírios nas telas, transmitindo aos espectadores a sensação de que essas imagens haviam sido criadas pela imaginação deles. Com base na leitura do livro de Freud sobre a interpretação dos sonhos, ele fez uma mistura híbrida e um tanto duvidosa de psicanálise e pintura, despertando o interesse de cineastas por suas ideias.

Um deles foi Buñuel, com quem realizou dois filmes, Um Cão Andaluz (Un Chien Andalou, 1929) e A Idade do Ouro (L’Âge d’Or, 1930), que escandalizaram os conservadores por seu anticlericalismo e alusões ao sexo, ambos em exibição na mostra. Ela traz o registro fotográfico do quebra-quebra promovido por católicos na estreia dos filmes. Outro foi Harpo Marx, um dos irmãos Marx, com quem escreveu um roteiro (não filmado). Na exposição é exibida também a sequência do sonho que ele projetou para Quando Fala o Coração (Spellbound, 1945), de Alfred Hitchcock, um grande momentos do cinema. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

"O nascimento intrauterino de Salvador Dalí", um óleo vendido em uma loja de antiguidades espanhola há 20 anos por 150 euros, foi certificado como a primeira obra surrealista do artista quando era tinham 17 anos, afirmaram especialistas espanhóis. Tomeu L'Amo, pintor e historiador de arte, encontrou o quadro numa loja de Girona (Catalunha, nordeste) em 1988 e, suspeitando que fosse uma obra de Dali, pagou 25.000 pesetas, a moeda de então, por ela.

Durante anos, o quadro foi considerado obra de um artista desconhecido, já que a assinatura inclui a data de 1896, oito anos depois do nascimento de Dali. Mas, depois de submeter a pintura aos mais modernos testes de fotografia infravermelha, raios-x e luz ultravioleta, os especialistas concluíram que se tratava realmente de um quadro de Dalí pintado por volta de 1921, qando ele tinha 17anos.

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A análise grafológica também concluiu que as dez palavras escritas na pequena dedicatória na parte inferior direita do quadro correspondente à letra de Dalí naquela época. "O quadro pode ser considerado a primeira obra surrealista de Dalí", concluiu Nicolás Descharnes, especialista na obra do artista.

A Fundação Gala-Salvador Dalí anunciou nesta terça-feira a identificação de duas obras com paisagens oníricas pintadas pelo gênio surrealista em 1930, que não tinham a autoria confirmada até agora.

As obras, com os títulos "Simulacro da noite" e "Livre inclinação do desejo", apresentam traços característicos do imaginário onírico de Dalí (1904-1989) e, apesar das suspeitas dos especialistas da fundação sobre sua existência, não haviam conseguido localizar nem atribuir os quadros ao artista espanhol.

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"As imagens haviam sido identificadas, mas não sabíamos onde estavam nem como ligá-las a Dalí. Diziam que eram dele, mas precisávamos verificar", afirmou Montse Aguer, diretora do Centro de Estudos Dalinianos ligado à fundação.

"São obras da época surrealista de Dalí, ambas muito significativas. Observamos as típicas paisagens oníricas de Dalí, com sombras, grandes pedestais", explicou.

A descoberta aconteceu a partir de um "exaustivo" trabalho de busca em bibliografia especializada e recortes antigos da imprensa.

Os especialistas descobriram que as duas obras foram expostas ao público, mas apenas uma vez.

A primeira delas, "Simulacro da noite", apareceu em uma mostra em San Francisco (Estados Unidos) em 1965, enquanto "Livre inclinação do desejo" foi incluída em uma mostra surrealista de 1935 em Santa Cruz de Tenerife (Espanha), na qual também havia obras de outro grande pintor espanhol do século XX, Pablo Picasso.

A descoberta das duas obras é parte de um projeto de catalogação e publicação digital de toda a obra do gênio surrealista, iniciada pela fundação em 2004 para "reunir e compartilhar informações precisas das obras pictóricas" de Dalí.

O Teatro-Museu Dalí de Figueras, na Espanha, tem algo de fantasmagórico. Até sua morte, em 1989, o pintor surrealista Salvador Dalí tinha o costume de caminhar pelos espaços da instituição, quando vazia. E pelas tardes, mesmo que o museu estivesse repleto de visitantes, o artista, teatral, fechava as portas da sala do Palácio do Vento para descansar na cama de colchas amarelas e pés de cobras que representa seu dormitório. "Ele dizia que o Teatro-Museu era sua última grande criação", afirma Montse Aguer, diretora do Centro de Estudos Dalinianos da Fundação Gala-Salvador Dalí. Entre 1970 e 1974, Dalí refez o local destruído em um incêndio de 1939, durante a Guerra Civil Espanhola, para que se tornasse "o maior objeto surrealista do mundo" em sua cidade natal na Catalunha.

Do lado de fora, a fachada do Teatro-Museu Dalí, que recebeu, no ano passado, 953.291 visitantes, é ladeada de reproduções de gigantescos ovos. Do lado de dentro, 11 pinturas a óleo, peças gráficas, livros, objetos, fotografias, filmes e documentos pertencentes à coleção de obras do artista na instituição catalã estão sendo preparados para logo viajarem ao Brasil. Serão apresentados, juntamente com mais 10 óleos do Museu Reina Sofia de Madri e 9 pinturas do Museu Dalí da Flórida, nos EUA, na primeira grande mostra dedicada ao surrealista na América do Sul, a ser inaugurada em 29 de maio no Centro Cultural Banco do Brasil do Rio de Janeiro e depois, em outubro, no Instituto Tomie Ohtake de São Paulo.

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Foram cinco anos de negociações, como afirma Ricardo Ohtake, diretor do Instituto Tomie Ohtake, para que se realizasse a exposição Dalí no Brasil. Joan Manuel Sevillano, diretor da Fundação Gala-Salvador Dalí, sediada em Figueras, disse que já está "salivando" para ver as cifras de público da mostra - desde 2002, vêm sendo apresentadas retrospectivas do artista em Taipei, Xangai, Tóquio, Moscou e Paris (nesta última, em 2012, no Centro Pompidou, foram 790 mil visitantes).

As exibições do artista espanhol no Rio e em São Paulo (que não receberá as pinturas do museu da Flórida) foram preparadas especialmente para os brasileiros. "Queríamos apresentar no Brasil todo Dalí, mas, sobretudo, o Dalí surreralista dos anos 1930, a época mais valorizada de sua produção, a que o fez famoso, conhecido", diz Aguer, curadora da exposição. Para se ter uma ideia, o orçamento da mostra é de cerca de R$ 9 milhões e as obras que a integram estão avaliadas em US$ 170 milhões.

Direito à loucura

Mistério, beleza compulsiva, desejo e fantasmas são algumas das "ideias dalinianas", diz a curadora, a se tornarem segmentos temáticos importantes da exposição, que terá sentido cronológico e será permeada por frases do artista. Em uma de suas várias provocações, por exemplo, Dalí afirmou: "O surrealismo sou eu", conta a curadora, que conheceu o artista, em 1986 (ele, então, com 79 anos) e se lembra até hoje de seu "olhar potente". "Se você perguntar a uma pessoa ‘Diga-me um artista surrealista’, a resposta popular será Dalí. E ele dizia: ‘Não esqueçamos que as massas sabem valorizar o sentido da poesia’", afirma ainda a pesquisadora, que se "encanta" com o absoluto Manifesto do Direito do Homem à Loucura escrito pelo pintor, que preferia se definir como "máquina de pensar".

Personalidade complexa, excêntrico, criador de uma obra que não se despende da autobiografia, Dalí se autopromovia muito antes do artista pop americano Andy Warhol, mas "seus valores eram os de Leonardo (Da Vinci) e Michelangelo", diz a curadora. "Queria ser como um artista do renascimento, refletir sobre a arte em um conceito geral e por isso desenhou joias também, publicidade e outras coisas", defende Aguer. Não à toa, Salvador Dalí colocou 14 bustos esculpidos coloridos do compositor Richard Wagner, seu preferido e associado ao conceito de "arte total", incrustados na fonte neoclássica do jardim do Castelo Gala Dalí em Púbol, que, de origem no século 11, tornou-se casa de veraneio que deu de presente à esposa na região de Figueras.

Gala conheceu Salvador Dalí em Cadaqués, em 1929. Russa e 10 anos mais velha que o artista, ela largou o marido, o poeta francês Paul Éluard, e a filha, Cécile, para se juntar ao espanhol. É impossível dissociar a figura da "mulher-mãe-musa" da vida e obra do pintor surrealista. Como também muitas vezes se faz presente no universo daliniano as menções à amizade do artista catalão com o poeta Federico Garcia Lorca e sua admiração por Picasso e Velázquez.

Mas, mais ainda, não é possível falar da produção de Dalí sem tratar da paisagem de montanhas e rochas e mar mediterrâneo da região da Costa Brava catalã, especialmente, de Port Lligat, onde o artista viveu e criou seu ateliê permanente. A construção, como o castelo de Gala, foram transformados em Museus-Casa Dalí. "A violência da força das rochas de Creus e a luz nostálgica e limpa englobam todo o discurso surrealista de suas criações", afirma Jordi Artigas, responsável pelos espaços museológicos. O surrealismo "sempre lisonjeou presenças turbulentas", escreveu a filósofa Susan Sontag. Vamos, então, dar boas-vindas a Dalí no Brasil. A REPÓRTER VIAJOU A CONVITE DA FUNDAÇÃO ABERTIS. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Caixa Cultural Recife recebe cem aquarelas do espanhol Salvador Dalí. Mestre do surrealismo, o pintor usou o clássico literário A Divina Comédia como fonte de inspiração para as obras expostas em Dalí: A Divina Comédia. Com alusões ao mundo dos sonhos e ao subconsciente, as obras que compõem a mostra foram encomendadas pelo governo italiano ainda na década de 1950 ao surrealista, como forma de comemorar sete séculos da obra de Dante Alighieri, e podem ser conferidas a partir da próxima quarta (12).

As gravuras acompanham o roteiro proposto pelo escritor em seu livro, que segue os círculos infernais até o encontro com Lucífer, no centro da Terra. Além de Dalí, também trabalharam na construção das peças os gravadores Raymond Jacquet e Jean Taricco. O artista faleceu em 1989, produziu cerca de 1500 pinturas e diversas ilustrações, litografias, desenhos e até mesmo projetos para fotografia e cinema.

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Serviço

Dalí: A Divina Comédia

CAIXA Cultural Recife (Av. Alfredo Lisboa, 505 – Bairro do Recife Antigo)

12 de junho a 14 de julho | 12h às 20h

(81) 3425 1900  

12 anos

Gratuito

A Polícia de Nova York está buscando por um homem que furtou um quadro de Salvador Dalí de uma galeria de arte na cidade. A polícia afirma que o homem entrou na galeria Venus Over Manhattan, na Madison Avenue, fingindo ser um cliente.

Ele removeu a tela da moldura, a colocou em uma bolsa e foi embora. A polícia disse que o homem vestia uma calça jeans escura e uma camiseta branco e preta. A pintura de 1949 de Dalí é a Cartel des Don Juan Tenorio e fazia parte da exibição inaugural da galeria.

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As informações são da Associated Press.

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