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O Twitter anunciou a data em que vai tirar os conhecidos selos de verificação herdada da plataforma. A partir de 1º de abril, apenas as marcações do Twitter Blue e semelhantes estarão disponíveis – por um preço.

A Política de Verificação Herdada do Twitter permitia, até então, que contas de interesse público e autênticas ganhassem um selo azul. Isso incluía veículos de notícias, influenciadores, celebridades, contas oficiais de séries/filmes, jornalistas, políticos, entre outros.

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Nenhum valor era cobrado para receber essa diferenciação, mas o Twitter fazia a análise de uma série de critérios – entre eles, a identidade do administrador do perfil, conexões com marcas e frequência de atividade.

Com as mudanças impostas após a compra da empresa por Elon Musk, apenas assinantes do Twitter Blue ou do plano Twitter Verified Organizations (para empresas) terão marcas especiais. No Brasil, o plano para usuários individuais custa R$42 mensais se pago pela página web e R$60 por meio do aplicativo para iOS e Android.

Já o Twitter Verified Organizations, que está em período de “Acesso Antecipado”, cobrará R$5.300 para manter um selo dourado ou cinza (perfis do governo), além de oferecer ferramentas de análise de alcance e todos os benefícios do plano Blue. Mais R$260 serão adicionados a esse preço para cada subconta afiliada.

Musk já havia comentado que achava o programa de verificação herdado do Twitter “corrompido”. Antes de sua chegada à chefia do passarinho azul, existiam mais de 420.000 contas verificadas.

O Twitter Blue já está disponível globalmente. Já a inscrição para o Verified Organizations pode ser feita em regiões selecionadas – que incluem o Brasil.

Oito senadores da base governista e um da oposição retiraram a assinatura da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que pretende investigar os protestos vândalos e golpistas do 8 de janeiro, que é rejeitada do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Dois parlamentares do PSD, PDT e do PSB fizeram coro à retirada de assinatura protocolada do líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), e dos petistas Humberto Costa (PT-PE) e Fabiano Contarato (PT-ES), que impede que a autora do requerimento, Soraya Thronicke (União-MS) alcance o número mínimo de 27 adesões para a abertura da apuração. Apenas 15 senadores ratificaram o posicionamento.

Ainda que a possibilidade da CPI no Senado esteja agora esvaziada, o governo ainda precisará lidar com a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro, mobilizada por congressistas da linha mais dura de apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Essa frente, aliás, levou a retirada de assinatura de Zequinha Marinho (PL-PA) do requerimento de Soraya, por instrução do líder na Casa, Zequinha Marinho (PL-PA). A CPMI tem a adesão de 193 deputados e 37 senadores e satisfaz as exigências de um terço da Câmara (181) e do Senado (27).

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"Essa comissão, além se contar com o trabalho de senadores e deputados, vai investigar a omissão do governo federal e a verdade dos fatos envolvendo a invasão na sede dos 3 poderes", escreveu no Twitter. Ele também lembrou que foi o primeiro senador a assinar o requerimento de autoria do deputado André Fernandes (PL-CE). O outro senador do PL que aderiu à abertura da CPI do Senado, Luiz Carlos Heinze (RS), nem ratificou nem fez a retirada de assinatura até o momento.

Soraya e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) travavam uma disputa levada ao Supremo Tribunal Federal (STF) para a abertura da CPI. A sul-mato-grossense entrou com um mandado de segurança acatado pelo ministro decano, Gilmar Mendes, pedindo que o mineiro justificasse porque o processo estava parado. Pacheco alegou que as assinaturas foram colhidas no dia 9 de janeiro - quando a legislatura anterior ainda estava em curso - e que, para ter validade, precisariam ser recolhidas após o início do mandato dos novos senadores, a partir de fevereiro, definindo pra a última sexta-feira, 17, como o dia limite para que a senadora fizesse a recontagem.

Ângelo Coronel (PSD-BA) chegou a fazer a ratificação de assinatura na quinta-feira, 16, mas fez a retirada no dia seguinte. Além de ter três ministérios no governo Lula, o PSD faz parte da base de apoio ao governador petista na Bahia, Jerônimo Rodrigues. Além dele, de Costa e de Contarato, Flávio Arns (PSB-PR), Leila Barros (PDT-DF), Zenaide Maia (PSD-RN), Weverton (PDT-MA) e Zequinha Marinho (PL-PA) também se afastaram do requerimento.

Em uma lista enviada nesta segunda-feira, 20, a partir de pedido à secretaria geral da mesa, a assessoria de Soraya dividiu os senadores entre aqueles que assinaram e ratificaram a assinatura, aqueles que protocolaram o pedido de retirada de assinatura e aqueles nem ratificaram e nem retiraram assinatura. Na interpretação da senadora, aqueles que assinaram a assinatura anteriormente e não protocolaram a retirada e nem ratificaram manteriam o posicionamento de assinatura: 20 nomes fazem parte da lista e, unidos aos que ratificaram, somariam no número exigido para poder abrir a CPI.

No começo, Soraya tanto contava com o número necessário de assinaturas como também tinha o apoio de petistas, mas Lula logo manifestou rejeição ao tema. À GloboNews, ele disse que a instalação de uma CPI pode "criar uma confusão tremenda".

Já está em vigor no Recife a Lei Municipal nº 19.031/23, que autoriza a retirada de telefones públicos inativos e com defeitos. A medida, sancionada pelo prefeito João Campos (PSB) e de autoria do vereador Samuel Salazar (MDB), permitirá que a Prefeitura notifique a empresa responsável pela manutenção dos aparelhos para que os mesmos sejam retirados em até 30 dias.

Segundo dados da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), existem quase 130 mil orelhões em todo o Brasil, mas apenas 53% deles estão em funcionamento. Em Pernambuco, dos 5,6 mil telefones, apenas 34% estão em operação. No Recife, a medida visa remover cerca de 552 telefones azuis sem funcionamento, deixando em operação apenas os 136 aparelhos em funcionamento, que representam 19% do total.

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De acordo com o vereador Samuel Salazar, autor da Lei, o objetivo não é retirar todos os orelhões da cidade, mas sim aqueles que não possuem mais nenhuma utilidade. “A medida servirá para desobstruir os passeios públicos e melhorar a acessibilidade, sobretudo para os deficientes visuais. A empresa responsável pelos equipamentos também terá de implantar sinalização tátil no piso dos locais onde estão os orelhões que continuam em funcionamento”, explicou o parlamentar.

Embora os telefones públicos tenham se tornado obsoletos para muitos, ainda há uma parcela da população sem acesso a telefones celulares, como revelado pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2021, que apontou que 15,6% da população brasileira não possui acesso a telefones celulares.

A Lei nº 19.031/23 determina que a remoção dos aparelhos deve ser feita em até 30 dias, a contar do dia 15 de março, sob pena de multa de R$ 600 mensais por aparelho não removido, valor que será atualizado a cada 12 meses, de acordo com a variação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

*Da assessoria de imprensa

Uma mulher de 66 anos foi retirada de um vagão do Metrô na estação de Santa Cecília (bairro do centro de São Paulo), por causa de comentários homofóbicos feitos para um casal de rapazes de 22 e 27 anos, que estavam sentados em frente.

A mulher diz para eles 'lerem a Bíblia', pois estaria dando um 'bom conselho a eles, como se fosse uma mãe'. Um dos jovens rebate: 'quem você pensa que é pra vir aqui atrapalhar os outros? você é louca'. "Não sou não. Se eu fosse, mataria vocês. Matava um monte por aí", respondeu a mulher.

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Um passageiro filmou a discussão e o vídeo repercutiu nas redes sociais nesta segunda, 13.

De acordo com a Secretaria de Segurança Pública, o caso aconteceu na quinta-feira passada, 9. O Metrô de São Paulo também confirmou a ocorrência, que foi por volta do meio-dia e meio.

Tanto os rapazes quanto a mulher foram encaminhados para a Delegacia do Metropolitano. Eles registraram boletim de ocorrência, mas não representaram.

A situação foi classificada como crime de injúria. Por ser um crime de "ação penal privada", o Ministério Público não toma a iniciativa de conduzir as investigações. Por isso, a vítima precisa representar (confirmar sua vontade de que aquilo vire uma ação criminal) ou contratar um advogado particular para apresentar uma queixa-crime, no prazo de seis meses.

Quando os seguranças entram no vagão, a mulher se recusa a sair e afirma que 'não disse nada'. Depois de um pouco de insistência dos agentes, ela deixa o vagão e o ato é aplaudido pelos passageiros.

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A Controladoria-Geral da União (CGU) vai retirar o sigilo imposto sobre o cartão de vacinação do ex-presidente Jair Bolsonaro até esta sexta-feira (17). A divulgação caberá ao Ministério da Saúde.

Resistente à imunização contra a Covid-19, Bolsonaro - que disse não ter se vacinado - impôs sigilo de um século sobre o documento e alegou privacidade. A informação sobre a liberação do sigilo foi divulgada pelo site Metrópoles e confirmada pelo Estadão. Os registros do cartão de Bolsonaro deverão ser repassados, inicialmente, a pessoas que requisitaram os dados via Lei de Acesso à Informação (LAI).

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Na semana passada, ao ser questionado sobre a divulgação do cartão, o ministro da CGU, Vinícius de Carvalho, afirmou que dados pessoais de pessoas públicas poderão ser divulgados em determinadas circunstâncias. "Dados pessoais podem vir a público se houver interesse público manifesto", disse.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, nesta terça-feira (14), que ainda precisa "tirar bolsonaristas" que estão no quadro de servidores federais. A declaração foi dada na Bahia, durante o lançamento do novo Minha Casa, Minha Vida, programa de habitação do segundo governo petista relançado agora. No palco, rindo, Lula ainda atribuiu a responsabilidade por identificar os "escondidos" e assinar as ordens de exoneração do "infiltrados" ao ministro da Casa Civil, Rui Costa, ex-governador baiano.

"O que vocês tem que ter é um pouquinho de paciência porque estamos apenas há 40 dias no governo. A gente ainda nem conseguiu montar as equipes que a gente tem que montar. Porque nós temos que tirar bolsonaristas que estão lá escondidos às pencas", afirmou o presidente em Santo Amaro (BA). "A responsabilidade de tirar eles é do Rui Costa. É o Rui Costa que tem que assinar as medidas para tirar aquela gente que está infiltrada dentro do nosso governo."

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Lula citou as demissões como justificativa para a demora no atendimento de demandas da população, como a criação de uma universidade no município.

Desde que assumiu, Lula tem feito uma "limpa" nos cargos públicos. Após os atos violentos do dia 8 de janeiro, o presidente exonerou ou dispensou mais de 150 militares na estrutura do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) e cargos variados no Planalto, a maioria de baixa patente, sem posição na cadeia de comando da segurança institucional.

Na última semana, o presidente destituiu três dos sete integrantes da Comissão de Ética Pública da Presidência da República, que tinham sido indicados pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ao cargo. Como mostrou o Estadão, o grupo liberou ministros do governo Bolsonaro para exercerem de imediato atividades em empresas da iniciativa privada que mantêm relação com seus antigos cargos, sem a necessidade de cumprir uma quarentena, como medida para evitar situações de conflito de interesses.

A Polícia Federal (PF) começou nesta sexta-feira (10) a operação para retirar garimpeiros de comunidades Yanomami em Roraima. A primeira etapa da chamada Operação Libertação tem dois objetivos: reunir provas sobre a ação dos invasores e destruir a infraestrutura usada pelos garimpeiros, inclusive maquinário. "Os trabalhos visam à interrupção da logística do crime", afirma a PF em comunicado.

Foi montada uma força-tarefa com representantes da Polícia Federal, Ibama, Funai, Força Nacional e Ministério da Defesa para retirar os invasores. Ainda não se sabe quanto tempo o trabalho vai levar. O planejamento integrado da operação está sendo feito no Centro de Comando e Controle da Superintendência Regional da PF em Roraima.

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Uma das preocupações das autoridades é não dificultar a saída dos garimpeiros das terras Yanomami. Os responsáveis pela operação também estão atentos em evitar que o trabalho gere uma nova crise humanitária se essas pessoas ficarem sem meios mínimos para subsistência.

Além do trabalho operacional, a PF também investiga se os Yanomami foram vítimas de genocídio, omissão de socorro e crimes ambientais no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.

A crise vivida por essas comunidades é tema de uma ação que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF) desde 2020. Os ministros chegaram a ordenar a expulsão de garimpeiros e madeireiros ilegais, inclusive com uso da força, o que não foi cumprido. Também determinaram que todas as medidas necessárias para proteger a vida e a saúde da população Yanomami fossem tomadas. O STF disse ter encontrado indícios de que o governo Bolsonaro descumpriu decisões e prestou informações falsas sobre situação dos indígenas.

O procurador-geral da União, Marcelo Eugênio, confirmou ao Estadão que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai atuar para pedir a exclusão de postagens que considerar desinformativas. O assunto tem causado polêmica sobre qual conceito será adotado para definir o que é ou não desinformação e abriu discussão a respeito do risco de censura nas redes sociais.

O próprio perfil oficial da Secretaria de Comunicação da Presidência no Twitter, no entanto, tem sido alvo de críticas por compartilhar informações que podem ser classificadas como inverídicas. Nessa quarta (25), por exemplo, o governo postou um banner no qual afirma não haver risco de prejuízo nos financiamentos de obras no exterior pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

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"Os acordos têm garantias, seguro e há uma larga tradição de receber o que emprestou", diz a imagem. A publicação principal alcançou 170 mil visualizações, às 17 horas. "Mas isso é falso. Risco existe. Pode ser pequeno, mas está lá", escreveu o economista e colunista do Estadão Pedro Nery ao compartilhar a publicação.

A página oficial do Palácio do Planalto também já tratou como "golpe" o impeachment de Dilma Rousseff (PT), que seguiu os trâmites constitucionais. O PSDB foi à Justiça para questionar o governo. "Afirmar que o impeachment de Dilma se constituiu em 'golpe' é ato desprovido de verdade. Golpe, no sentido político, é aquele em que os representantes eleitos são destituídos de seu cargo fora das regras previstas na Constituição", destacou o partido.

No governo Jair Bolsonaro, o compartilhamento de notícias falsas era rotina, tanto que, à época, se formou o chamado "gabinete do ódio", com o objetivo de disseminar informações enviesadas. Foi nas redes sociais e nos aplicativos de mensagens que apoiadores do ex-presidente articularam os atos golpistas do último dia 8, quando vândalos invadiram o Palácio do Planalto, o Congresso e o Supremo Tribunal Federal (STF).

Democracia

As ações contra desinformação serão agora propostas pela recém-criada Procuradoria Nacional de Defesa da Democracia, vinculada à Advocacia-Geral da União (AGU). "Vamos atuar em qualquer ameaça à integridade da Nação. Eventualmente, se houver algo desta natureza, dentro, efetivamente, do conceito de desinformação, é possível (atuar na exclusão de publicações)", afirmou Eugênio ao Estadão.

O procurador-geral disse que o conceito de desinformação ainda será definido e negou se tratar de censura. "O raio de ação da Procuradoria é garantir a liberdade de expressão. Quando se tem fluidez na desinformação, existe uma limitação da liberdade de expressão. Mas o nosso foco é a integridade da ação pública, risco da ação pública, do acesso aos serviços públicos, da deslegitimização dos Poderes", observou Eugênio. "Extremismo não tem lado: nem direita nem esquerda".

Lula criou a Procuradoria para atuar em nome do governo no combate à "desinformação sobre políticas públicas". Não existe no ordenamento jurídico do País, no entanto, a definição do conceito de desinformação. Como mostrou o Estadão, críticos da iniciativa veem risco de avaliações arbitrárias, uma vez que a Procuradoria atua na defesa do governo federal.

'Desafio'

O ministro da AGU, Jorge Messias, afirmou que "um dos principais desafios" de hoje é atuar no combate à desinformação. "Nós não temos o direito de ser amador neste tema. Nós sabemos que há um ecossistema de desinformação estritamente profissional, monetizado e colocado a serviço de desestabilização das instituições democráticas. É nosso dever constitucional zelar, guardar, pelas instituições democráticas. O Estado precisa estar preparado para responder a este desafio", argumentou Messias.

O ministro ressalvou, porém, que a AGU não vai virar fiscal das redes sociais. "Nós temos de ter uma visão estratégica de que a nossa atuação precisa ser certeira", disse.

Para o professor de Direito Público da USP Floriano de Azevedo Marques, é necessário ter atenção sobre a nova Procuradoria da AGU, uma vez que a fronteira entre a informação e a desinformação é sempre muito arriscada. "Uma coisa é a AGU mover um ação que uma determinada informação é falsa e abala uma política pública do governo. Outra coisa é se esse órgão não gosta da notícia e pode, por exemplo, castigar um veículo de imprensa", disse.

Procurada, a AGU não respondeu até a publicação deste texto.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em cumprimento à decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, forças de segurança de São Paulo desmobilizaram até a noite desta segunda-feira (9), os 34 acampamentos espalhados pela capital e pelo interior do Estado. Os atos, de acordo com a Secretaria de Segurança Pública, aconteceram sem prisões, diferentemente do que foi determinado pelo ministro.

No último domingo (8), após ataques extremistas nas sedes dos Poderes em Brasília, Moraes determinou a dissolução total de acampamentos antidemocráticos no entorno de quartéis em 24 horas em todo o País. O ministro também exigiu a prisão em flagrante dos participantes. Desde o fim das eleições presidenciais, em outubro, manifestantes ocupam as frentes de quartéis em contestação à vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

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"A DESOCUPAÇÃO E DISSOLUÇÃO TOTAL, em 24 (vinte e quatro) horas, dos acampamentos realizados nas imediações dos Quartéis Generais e outras unidades militares para a prática de atos antidemocráticos e prisão em flagrante de seus participantes pela prática dos crimes previstos", diz Moraes em sua decisão.

Na segunda, em coletiva à imprensa, o secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, prometeu cumprir a medida judicial de forma "pacífica" e por meio do diálogo. "Isso vai ser feito sempre com uso escalonado [da força], a gente vai através do diálogo informar para os manifestantes que existe uma ordem judicial de desmobilização dos acampamentos", disse aos jornalistas.

Dos 34 acampamentos desmobilizados, 28 estavam localizados no interior do Estado. Na capital, o de maior preocupação ficava instalado em frente ao Comando Militar do Sudeste, na região do Ibirapuera, na zona sul.

O futuro ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, afirmou que, caso não haja desocupação voluntária dos acampamentos bolsonaristas no QG do Exército em Brasília, "pode haver retirada compulsória". De acordo com o governador reeleito do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), haverá uma aceleração da retirada desses acampamentos. Segundo ele, mais de 40 barracas já foram retiradas.

"Quanto mais se der a desmobilização de modo compactuado mediante conciliação, melhor", ponderou Dino, em entrevista coletiva de imprensa nesta terça-feira (27), ao lado de Ibaneis e do futuro ministro da Defesa, José Múcio. Sobre mais providências a serem tomadas em relação à posse no dia 1º de janeiro, o futuro ministro da Justiça e Segurança Pública destacou que "o planejamento da segurança da posse é dinâmico e algumas medidas serão definidas apenas no momento".

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Ibaneis afirmou que há um "grande sistema de inteligência" para esses eventos que ocorrem no Distrito Federal. "Não haverá hiato no comando das equipes de segurança; equipe tomará posse à 00h01", declarou Dino.

Múcio confirmou também que o próximo general do Exército assumirá o cargo na sexta-feira (30) às 10h, como antecipado pelo Estadão.

Carro aberto na posse

Flávio Dino também disse na coletiva que a decisão do presidente diplomado Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de desfilar, ou não, em carro aberto será tomada no momento da cerimônia de posse. "Os dois cenários estarão disponíveis no dia", disse.

"Essa decisão será tomada no momento, se ele vai embarcar de carro aberto, de carro fechado", declarou Dino. "Como disse, planejamento dinâmico envolve várias rotas, várias opções, e todas elas estarão disponíveis", emendou.

Ato de terrorismo é 'isolado', diz Múcio

O futuro ministro da Defesa, José Múcio, disse na coletiva que a tentativa de explodir um caminhão de combustível na véspera de Natal foi um ato de terrorismo isolado e destacou que as manifestações em frente ao quartel do Exército são pacíficas. Múcio, que foi ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), é considerado um bom interlocutor do futuro governo de Luiz Inácio Lula da Silva junto aos militares.

"Na hora em que o cidadão coloca uma bomba num caminhão de querosene nós entramos no campo do terrorismo. O movimento aqui é pacífico", sublinhou. "O movimento terrorista é isolado, o que tem acontecido no quartel são pessoas vestidas de verde e amarelo e torcemos que isso seja coisa passageira".

Múcio afirmou que as forças de segurança estão realizando um monitoramento diário dos acampamentos e, de acordo com a avaliação das pessoas que estão acompanhando as manifestações, o movimento é cada vez menor.

A Justiça do Rio determinou nesta sexta-feira (16) que o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) retire imediatamente a música "Roda Viva", de Chico Buarque, de uma postagem feita em rede social. O descumprimento da determinação acarretará multa diária no valor de R$ 1 mil.

O caso gerou polêmica no fim do mês passado, quando a juíza substituta Monica Ribeiro Teixeira indeferiu o mesmo pedido feito pela defesa do compositor. Segundo ela, não havia comprovação suficiente de que "Roda Viva" fosse de autoria de Chico Buarque.

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Nesta quinta-feira (15), o advogado João Tancredo entrou com uma nova ação. Desta vez, o juiz Fernando Rocha Lovisi tomou uma decisão diferente. Segundo Tancredo, a peça jurídica impetrada agora é praticamente idêntica à anterior. Questionado sobre o que teria mudado, o advogado afirmou: "O conhecimento sobre a música popular brasileira de quem analisou o caso".

"Enfim, superamos o debate despropositado sobre a autoria da canção", disse Tancredo. "Podemos agora focar na finalidade principal do processo, que é tratar com respeito a obra do Chico e com o rigor da lei os desmandos do deputado. Aliás, esse é o tipo de foco que precisa ser retomado em diversas áreas no país."

Além do pedido de urgência para a retirada da música da postagem, a ação ainda cobra do deputado federal uma indenização de R$ 48 mil e a publicação da sentença condenatória na mesma rede social em que fez uso indevido da obra. Eduardo Bolsonaro usou a música de Chico Buarque em uma postagem sobre supostas prisões políticas de partidários de seu pai, o presidente da República Jair Bolsonaro.

Gabi Martins usou as suas redes sociais para falar sobre os seus procedimentos estéticos. Aos 25 anos, a cantora contou que retirou toda a sua harmonização facial, e que está se sentindo bem com o resultado.

"Eu estou feliz assim, estou me sentindo bem, declarou ela. Vale pontuar que a loira fez botox e procedimentos focados nas olheiras, boca e queixo".

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No Twitter, ela contou que muitas pessoas estão gostando do seu rosto natural, e que isso a deixa muito feliz.

"Minha harmonização saiu tudo já. Muita gente tem gostado mais do meu rosto natural. Fico feliz!".

Nos comentários da publicação, diversas pessoas elogiaram Gabi e falaram o quanto ela fica mais bonita sem os procedimentos:

"Você é linda demais", disse uma.

"Muito mais linda", declarou outra.

"Você sempre teve uma beleza natural, fico feliz que está se reconhecendo dessa forma", comentou uma terceira.

O Senado deve limitar o alcance da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição, com o programa Bolsa Família fora do teto de gastos por dois anos, e avalia retirar outra despesa da âncora fiscal: o seguro rural para o agronegócio.

A proposta foi pautada na reunião desta terça-feira, 6, às 9h30, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e entrou na pauta da sessão de quarta, 7, no plenário do Senado. A equipe do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ainda conta os votos para tentar aprovar a medida, que depende de 49 votos na Casa em dois turnos de votação. Na CCJ, a PEC precisa de 14 votos.

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Os articuladores da PEC dão como certa a alteração para retirar o Bolsa Família do teto - regra que limita o crescimento das despesas do governo à variação da inflação - por dois anos, e não mais por quatro anos como prevê o texto inicial da proposta. Ainda há pressão para flexibilização por apenas um ano.

Além do teto, a medida retira o Bolsa Família, no valor de R$ 175 bilhões, da meta de resultado primário (conta que o governo precisa fechar entre receitas e despesas) e da regra de ouro (que proíbe endividamento para bancar despesas que não são investimentos).

"Como há muita resistência aos quatro anos, um grupo expressivo tanto de senadores quanto de deputados defende um ano e os técnicos argumentam que deve ser no mínimo dois anos; estamos trabalhando para que a PEC seja aprovada por dois anos", disse o autor da proposta e relator do Orçamento de 2023, senador Marcelo Castro (MDB-PI).

A limitação por dois anos é a primeira desidratação da PEC. Líderes do Senado ainda pressionam para carimbar a destinação dos R$ 105 bilhões que serão liberados do Orçamento e que estão sujeitos ao teto de gastos. O presidente da CCJ, Davi Alcolumbre (União-PA), quer usar o espaço para destinar R$ 10,8 bilhões da União a Estados e municípios em 2023.

O recurso transferido aos governos estaduais e prefeituras sairia do espaço aberto pela retirada do Bolsa Família do teto, conforme proposta de Alcolumbre. O presidente da CCJ apresentou uma emenda para repassar R$ 7,2 bilhões a Estados e R$ 3,6 bilhões a municípios no ano que vem por meio da medida. O objetivo é bancar despesas da área da saúde, incluindo o piso nacional da enfermagem.

Alcolumbre convocou a reunião para esta terça com a PEC na pauta e nomeou o senador Alexandre Silveira (PSD-MG), como relator. Silveira é braço direito do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

Seguro rural

Outra alteração está em discussão e deve entrar no parecer da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Senadores querem retirar as despesas relativas ao Seguro Rural do teto de gastos e das outras regras fiscais também por dois anos, proposta com impacto de R$ 1,1 bilhão somente em 2023.

A articulação envolve aceitar uma emenda do senador Zequinha Marinho (PL-PA) e fazer uma sinalização ao agronegócio. A decisão abriria margem para outros setores também reivindicarem flexibilizações na PEC. O seguro rural coloca dinheiro da União no setor em contratos feitos por produtores rurais para prevenir danos com desastres naturais e quedas abruptas de preços.

"Dada a importância do seguro rural para o setor, é fundamental que este esteja excepcionalizado no teto orçamentário", afirmou Marinho ao apresentar a emenda.

As mudanças foram de reuniões entre os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), ao longo desta segunda-feira, 5. Além de Marcelo Castro, participaram das conversas o presidente da Comissão Mista de Orçamento, Celso Sabino (União-PA), e o relator do Orçamento de 2022, Hugo Leal (PSD-RJ).

Líderes do Congresso também querer usar a PEC para abrir um espaço fiscal no Orçamento de 2022 e liberar o pagamento de emendas do orçamento secretos, que estão bloqueadas. Conforme o Estadão revelou, o presidente Jair Bolsonaro mandou suspender a liberação das verbas após aliados fecharem acordos com Lula.

O governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), que passou a integrar o grupo de transição de governo que trata de transparência, disse que a equipe vai sugerir a revogação de uma lista de atos do presidente Jair Bolsonaro (PL) que impuseram sigilo de 100 anos a documentos do governo. Câmara não chegou a citar nenhum ato, especificamente, porque caberá ao governo eleito, uma vez assumido, definir o que será ou não revogado. O governador confirmou, porém, que a relação desses atos será analisada e apresentada nas próximas semanas.

O governo Bolsonaro impôs segredo de 100 anos, por exemplo, sobre visitas feitas à primeira-dama, Michelle Bolsonaro, no Palácio do Alvorada. A Receita Federal determinou sigilo pelo mesmo prazo no processo que julga uma possível atuação do órgão para auxiliar a defesa do senador Flávio Bolsonaro (PL) no caso de desvio de dinheiro conhecido como "rachadinha". O acesso à ficha funcional de Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro acusado de operar o esquema, também foi bloqueado pelo governo federal.

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A Presidência da República também restringiu a divulgação sobre crachás e registros de entrada no Palácio do Planalto de dois filhos do presidente: o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos) e o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL).

"Vai (perder o sigilo), se tiver alguma situação que esteja extrapolando o limite do razoável. Lógico que o grupo vai sugerir o que seja revogado", disse Paulo Câmara, sem citar casos específicos.

Paulo Câmara, que está nesta sexta-feira, 18, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), sede do governo de transição, está entre os nomes cotados para assumir a Controladoria Geral da União (CGU). Ele disse que o governo também vai montar uma estrutura fortalecida de transparência, de forma que atue no enfrentamento de casos de corrupção.

Outro ponto de partida do grupo será o trabalho apresentado pelo Tribunal de Contas da União (TCU), que vai apontar uma lista com 29 "áreas críticas" no Executivo, onde há riscos de fraudes.

O material será enviado pelo ministro Bruno Dantas, presidente em exercício do TCU, ao coordenador da transição governamental, o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB). Em ofício de 8 de novembro, Alckmin havia solicitado contribuições da Corte de Contas e acesso a relatórios e auditorias que Dantas julgasse importantes para a transição.

A chamada "Lista de Alto Risco" enumera problemas crônicos da administração identificados pelo TCU nos últimos cinco anos e que ainda não caminham para solução. A última atualização do relatório de fiscalização é de junho. Conforme o tribunal, são 29 áreas que representam "riscos por vulnerabilidade a fraude, desperdício, abuso de autoridade, má gestão ou necessidade de mudanças profundas para que os objetivos das políticas públicas sejam cumpridos". Há problemas listados nas áreas de saúde, educação, transporte, benefício assistencial, contratação pública, segurança cibernética, obras paralisadas, políticas públicas de inovação, qualidade e transparência dos dados governamentais informatizados.

A Rússia afirmou nesta sexta-feira (11) que concluiu a retirada de suas tropas da margem oeste do rio Dnieper, depois que Moscou anunciou que tomou a "difícil decisão" de um recuo.

"Hoje, às 5H00 de Moscou (23H00 de Brasília, quinta-feira), foi concluída a transferência das tropas russas para a margem esquerda do rio Dnieper", afirmou o ministério da Defesa da Rússia nas redes sociais.

A retirada é vista como um grave revés para o presidente russo, Vladimir Putin, que reivindicou no final de setembro, durante uma cerimônia com grande pompa no Kremlin, a anexação de quatro regiões ucranianas, incluindo Kherson (sul).

Putin prometeu defender "por todos os meios" o que considera territórios russos, ameaçando nas entrelinhas recorrer a armas nucleares.

Mas diante da contraofensiva ucraniana lançada no final do verão, o exército russo anunciou na quarta-feira que estava deixando a parte norte da região de Kherson, incluindo sua capital de msemo nome, localizada na margem direita do Dnieper, para consolidar posições do outro lado desta barreira.

Para Kiev, a retirada é uma "vitória importante" e prova que "não importa o que a Rússia faça, a Ucrânia vencerá", afirmou o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, no Twitter nesta sexta-feira.

No entanto, o Kremlin assegurou que, apesar da retirada do exército russo daquele território, a Rússia continua considerando que toda a zona sul pertence ao país.

- "Nenhuma mudança" -

A região de Kherson "é uma questão da Federação Russa", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov. "Não pode haver nenhuma mudança", acrescentou ele, no primeiro comentário da Presidência russa sobre a retirada anunciada na quarta-feira.

Peskov acrescentou que a Presidência russa "não lamenta" a grande cerimônia realizada para a anexação.

O porta-voz se recusou a comentar mais sobre a retirada, a segunda maior após a de setembro da região de Kharkiv, no nordeste, diante da avassaladora contraofensiva ucraniana.

Putin então ordenou a mobilização de 300.000 reservistas para consolidar as linhas e recuperar a iniciativa no terreno. Dezenas de milhares de membros desse contingente já estão em zonas de combate.

A agência de notícias russa Ria Novosti divulgou imagens filmadas à noite de veículos militares russos deixando Kherson pela ponte Antonovski sobre o rio Dnieper.

Vários correspondentes russos relataram que a ponte foi destruída mais tarde, sem especificar quem o fez. Imagens publicadas nas redes sociais mostram a infraestrutura destruída.

A Ucrânia reivindicou na quinta-feira a recuperação de uma dúzia de cidades no norte da região de Kherson, na margem direita do rio.

O Estado-Maior ucraniano afirmou na manhã de sexta-feira que sua ofensiva "continua" e que comunicará seus resultados "mais tarde".

A Ucrânia foi cautelosa quanto à retirada das tropas russas de Kherson, temendo uma manobra de Putin, ou que o exército russo tivesse minado toda a área para dificultar ao máximo o retorno das forças ucranianas.

- Resposta cínica -

Ao mesmo tempo, a Rússia continuou bombardeando a Ucrânia. Seus últimos ataques destruíram grande parte da infraestrutura de energia de seu vizinho, deixando várias partes do país sem energia, incluindo a capital Kiev.

Na noite de quinta-feira, pelo menos sete pessoas morreram em um ataque com mísseis a um prédio residencial na cidade de Mykolaiv, no sul da Ucrânia, disseram autoridades regionais nesta sexta.

O chefe da administração regional, Vitalii Kim, denunciou no Telegram, "uma resposta cínica do Estado terrorista aos nossos sucessos nas linhas de frente".

Uma jornalista da AFP viu o prédio destruído e equipes de resgate procurando vítimas sob os escombros.

Os combates também continuam na frente leste, especialmente em Bakhmut, cidade que Moscou tenta conquistar há meses e é o principal campo de batalha onde o Exército russo, apoiado por homens do grupo paramilitar Wagner, continua na ofensiva.

Segundo a Presidência ucraniana, 14 civis morreram na quinta-feira, oito na região leste de Donetsk e seis em Mykolaiv.

Cada vez mais isolado, Putin não participará da cúpula do G20 na Indonésia na próxima semana. O Kremlin afirmou nesta sexta-feira que sua agenda não permite que ele faça a viagem.

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) determinou a retirada de pelo menos 352 postagens a pedido das campanhas à Presidência. A grande maioria dos conteúdos apagados beneficiou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Foram suprimidos 334 links da campanha de Jair Bolsonaro (PL) e seus aliados. Já o presidente da República conseguiu remover apenas dez. As demais postagens retiradas beneficiaram os candidatos derrotados no primeiro turno Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB).

Desde o início da campanha eleitoral, o TSE emitiu 53 decisões de retirada de informação que considerou falsa ou ofensiva a algum candidato à Presidência. Na última semana, foram dez despachos. No dia 19, em apenas duas decisões o Tribunal atendeu a pedido do petista e concedeu direito de resposta em 164 inserções de 30 segundos da propaganda eleitoral de Bolsonaro para rebater ataques - decisão que acabou suspensa na noite desta quinta-feira, 20.

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O atual chefe do Executivo, por sua vez, conquistou apenas 14 inserções de 30 segundos no programa petista. As decisões foram dadas pelos ministros Paulo Tarso Sanseverino e Maria Claudia Bucchianeri para que os candidatos tenham a possibilidade de se defender de acusações tidas por eles como infundadas e caluniosas, como as de que Lula seria "ladrão" e Bolsonaro "canibal".

Como mostrou o Estadão, a Corte havia determinado até o último dia 10 a exclusão de ao menos 334 publicações tidas como notícias falsas pelos ministros que compõem o colegiado. Até aquele momento eram 43 decisões. A Corte soma agora 53 ordens de retirada de informação supostamente falsas do ar. Essas decisões marcam o endurecimento do TSE na remoção de conteúdos das propagandas eleitorais e na concessão de direitos de respostas aos candidatos que concorrem à Presidência da República.

Equipes jurídicas

A disparidade entre o número de posts removidos pelo TSE a pedido de cada candidato está ligada à atuação dos escritórios jurídicos contratados pelas campanhas. Advogados do PT intensificaram a atuação na Corte eleitoral. Integrantes do núcleo jurídico de Bolsonaro alegam em conversas reservadas que há uma orientação de não judicializar todos os fatos da campanha para não arranhar o discurso de defesa irrestrita da liberdade de expressão encampado pelo atual governo. Bolsonaro argumenta que seus advogados só devem recorrer à Corte quando houver ataques claros à sua honra.

Estes fatores levam a campanha de Lula a acumular quase sete vezes mais vitórias do que a de Bolsonaro no TSE. Até o momento, a coligação petista conseguiu da Corte Eleitoral 40 decisões com direito de resposta, remoção de propaganda eleitoral irregular ou exclusão de publicações das redes sociais. Já Bolsonaro conta com apenas seis decisões favoráveis da Corte.

Numa decisão em que foram removidas 18 publicações do Facebook, a pedido de Lula, a ministra Maria Claudia Bucchineri julgou que usuários da plataforma divulgaram conteúdos "fraudulentos" contra o ex-presidente ao distorcer suas declarações para fazer crer que ele teria dito que venceria as eleições com a ajuda de 'Pai Xangô', numa exploração de preconceitos religiosos.

Bolsonaro, embora fique atrás do seu adversário no número de decisões recebidas do TSE, tem tido vitórias estratégicas. Além da suspensão de decisão anterior, na quinta-feira, sobre as 164 inserções, na última semana, o presidente obteve uma liminar da ministra Maria Claudia Bucchianeri que autorizou a proibição do impulsionamento pago de propaganda do Lula com ataques ao presidente. A peça publicitária do PT dizia aos eleitores que Bolsonaro acusa o ex-presidente de coisas que ele próprio faz, como defender o aborto, ajudar a fortalecer o crime organizado e praticar corrupção. Segundo a ministra, a campanha petista feriu as regras de impulsionamento de conteúdo ao pagar as plataformas para desferir ataques contra o adversário, o que é proibido pela Lei das Eleições.

Liberdade de expressão

Como mostrou o Estadão, algumas decisões do TSE contendo ordens de remoção de conteúdo têm sido questionadas por entidades da sociedade civil por intervir excessivamente na seara política e na liberdade de expressão. Recentemente, a Associação Nacional de Jornais (ANJ) e a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) condenaram a decisão da Corte que determinou a retirada de 31 publicações associando o candidato do PT ao presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, acusado por organizações não-governamentais (ONGs) nacionais e estrangeiras de violar os direitos humanos. Na lista das remoções está um post do jornal paranaense Gazeta do Povo.

O poder de intervenção do TSE ainda deve aumentar até o fim da disputa eleitoral no próximo dia 30 de outubro. Nesta quinta-feira, os ministros aprovaram, por unanimidade, resolução que autoriza o presidente do da Corte, Alexandre de Moraes, a ampliar o rol de publicações tidas como falsas que devem ser removidas das redes sociais após decisão do colegiado. A medida permite que Moraes atue individualmente para excluir postagens consideradas desinformativas pelos ministros. Por exemplo: se um vídeo classificado como inverídico pelo plenário da Corte estiver no Twitter, Moraes poderá determinar ao Facebook que o apague também sem necessidade de um novo processo.

A resolução aprovada pela unanimidade dos ministros da Corte estabelece ainda que as plataformas digitais terão até duas horas para suprimir os conteúdos considerados falsos. No dia 30, esse prazo é ainda menor: as plataformas terão que apagar as postagens em no máximo uma hora.

O YouTube removeu, nesse domingo (16), o vídeo da entrevista em que o presidente Jair Bolsonaro (PL) fala que "pintou um clima" com meninas venezuelanas de 14 anos. A justificativa para a retirada do vídeo, no entanto, foi uma afirmação em que o presidente dissemina desinformação sobre a Covid-19. Durante a mesma entrevista, o chefe do Executivo alegou que as crianças não sofreram com o vírus e que não teriam morrido pela doença durante a pandemia.

"A molecada não sofre com o vírus. (...) Você não viu moleque morrendo de vírus. Alguém conhece o filho de alguém que morreu de vírus? Não tem", disse. Na mesma entrevista a um podcast, Bolsonaro voltou a afirmar que não tomou vacina contra a doença e a argumentar que "um medicamento contra a malária" seria eficiente no tratamento de Covid-19.

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A declaração foi feita na sexta-feira (14), em entrevista ao canal Paparazzo Rubro-Negro.

Em nota, o YouTube afirmou que o vídeo da entrevista foi removido por violar as diretrizes da comunidade, que não permitem a divulgação de informações incorretas sobre a Covid-19. "Confirmamos a remoção do vídeo do canal Paparazzo Rubro-Negro por violar essas regras, especificamente por conter declarações de que grupos específicos de pessoas não morreram ou ficaram doentes por causa da Covid-19", afirmou.

Na mesma ocasião, respondendo a uma pergunta sobre a hipótese de o Brasil se tornar comunista numa eventual vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o presidente relatou que, em 2020, estava andando de moto em Brasília quando viu meninas "arrumadinhas" de "14, 15 anos", até que "pintou um clima" e ele pediu para entrar na casa delas. A fala foi duramente criticada pela oposição e usada na propaganda eleitoral do petista.

Segundo o YouTube, outros canais que compartilharem a íntegra da entrevista também terão os vídeos removidos.

Neste domingo, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes, proibiu a campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de explorar a entrevista em que o presidente Jair Bolsonaro (PL) fala sobre um encontro com adolescentes venezuelanas.

A restrição vale tanto para publicações nas redes sociais quanto para propagandas no rádio e na TV. A multa é de R$ 100 mil por cada eventual descumprimento. O presidente do TSE disse que a declaração de Bolsonaro foi tirada de contexto.

Covid

Ao menos 1.700 crianças menores de 5 anos morreram de covid no Brasil desde o início da pandemia, de acordo com o Observa Infância, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que usou como base dados coletados no Sistema de Informação sobre Mortalidade, os quais passaram por revisão do Ministério da Saúde e das secretarias estaduais e municipais de Saúde.

No mesmo dia, durante a live 'Mulheres de Minas com Bolsonaro', ele alegou que são raros os casos de crianças que morreram de covid. "O que acontecia nesse caso é que chegava uma criança no hospital com traumatismo craniano que caiu da bicicleta e alguns hospitais, maldosamente, botavam na UTI covid. Porque eu pagava R$ 2 mil a diária. Outro era R$ 1 mil", disse o presidente.

Até junho de 2022, dados coletados pelo Fundo de Emergência Internacional das Nações Unidas para a Infância (Unicef) em 91 países mostravam que a covid-19 foi a causa básica de óbito de 5.376 crianças menores de 5 anos no mundo. O Brasil respondeu por cerca de 1 em cada 5 dessas mortes.

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu, nesta quinta-feira (13), por unanimidade, referendar a decisão do ministro Paulo Tarso Sanseverino que proibiu a campanha do presidenciável Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de acusar o presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) de "canibalismo".

A campanha de Lula veiculou na propaganda eleitoral gratuita trecho de um vídeo antigo de Bolsonaro dizendo, em entrevista ao jornal The New York Times, que "comeria um índio sem problema nenhum". No vídeo, Bolsonaro relata suposta experiência em uma aldeia indígena. Disse que "é a cultura deles" e que só não comeu carne humana porque ninguém que estava na comitiva quis acompanhá-lo.

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Sanseverino entendeu que as falas de Bolsonaro, feitas quando ele era deputado federal, foram retiradas de contexto para sugerir que o candidato consumiria carne humana em qualquer situação. Após a concessão da liminar, em 8 de outubro, Lula reclamou da decisão e disse que a propaganda veiculada por sua campanha "não é fake news".

A ministra Maria Cláudia Bucchianeri, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), determinou nesta quarta-feira (12), a remoção das redes sociais, sob pena de multa de R$ 10 mil, de conteúdos que acusam falsamente presidenciável Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de dizer que venceria as eleições "com ajuda do pai Xangô" e que iria acabar com o cristianismo.

As afirmações foram reproduzidas como se tivessem sido publicadas por Lula no Twitter - o que não aconteceu. Agências de checagem confirmaram que se trata de um tuíte falso.

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A campanha do petista argumentou que apoiadores do presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) insistem que Lula compactua com uma alegada perseguição aos cristãos. Na última segunda-feira (10), o TSE já havia mandado apagar das redes um vídeo em que o deputado eleito Nikolas Ferreira (PL-MG) diz que Lula fecharia igrejas. Na semana passada, o tribunal também determinou a remoção de conteúdos que associam o petista ao satanismo.

"Os representados, ao que tudo indica, estão compartilhando um tuíte montado, fraudulento, jamais postado pelo candidato Luiz Inácio Lula da Silva, em claríssima e gravíssima situação configuradora de desinformação, a impor imediata atuação corretiva desta Justiça Eleitoral", escreveu a ministra na decisão.

O ministro Paulo Sanseverino, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), determinou a suspensão de propaganda eleitoral do presidente Jair Bolsonaro (PL), veiculada na televisão, que se refere ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como "ladrão". Na avaliação do ministro, a mensagem contra o petista "desrespeita regra de tratamento decorrente da presunção constitucional de inocência". Sanseverino fixou multa de R$ 50 mil em caso de descumprimento da decisão.

"Resulta presente a plausibilidade jurídica do pedido de suspensão da divulgação da propaganda impugnada, pois foram ultrapassados os limites da liberdade de expressão, porquanto se trata de publicidade que não observa normas constitucionais e legais, o que justifica a atuação repressiva desta Justiça Especializada", escreveu o ministro em despacho assinado na noite desta quarta-feira (12).

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A decisão acolhe um pedido da Coligação Brasil da Esperança, que se insurgiu contra a "transmissão ao público de fatos inverídicos e ofensivos a honra" do ex-presidente, uma vez que a propaganda veiculada pela campanha do opositor, Bolsonaro, "conduz o eleitor a falsa informação de que Lula não é inocente". A campanha petista sustenta que, "segundo os ditames constitucionais, o estado de inocência somente pode ser infirmado com o trânsito em julgado de eventual sentença penal condenatória".

A avaliação de Sanseverino foi a de que a propaganda eleitoral questionada é ilícita, "pois atribui ao candidato à conduta de 'corrupto' e 'ladrão', não observando a legislação eleitoral regente e a regra de tratamento fundamentada na garantia constitucional da presunção de inocência ou não culpabilidade".

"É inviável que se utilize de espaço público de comunicação para reduzir absolutamente o alcance de um direito ou garantia constitucional e, em contraponto, empregar máxima relevância às condenações criminais anuladas pelo Poder Judiciário, que não permitem afirmar culpa no sentido jurídico-penal. A Constituição Federal é clara ao estabelecer o marco temporal final da presunção de inocência, nos termos do art. 5º, LVII, de que: "Ninguém será considerado culpado, até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória'", registra trecho da decisão.

Segundo o ministro do TSE, a ilegalidade da propaganda de Bolsonaro se encontra no uso das expressões "corrupto" e "ladrão", "atribuídas abusivamente" ao petista, "em violação a presunção de inocência" e a dispositivo do Código Eleitoral, que veda calúnia, difamação ou injúria em propagandas eleitorais.

"Não há mera menção a fatos pretéritos referentes às condenações posteriormente anuladas pelo STF, mas atribuições ofensivas que desborda da mera crítica política, pois transmite mensagem que imputa ser o candidato 'corrupto' e 'ladrão', desrespeitando regra de tratamento decorrente da presunção constitucional de inocência e que viola os preceitos normativos previstos nos arts. 243, IX, do Código Eleitoral e 22, X, da Res.-TSE nº 23.610/2019", registra trecho do despacho.

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