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O Parlamento do Irã aprovou nesta quarta-feira um projeto de lei que era debatido há vários meses e reforça as sanções contra as mulheres que não usam o véu obrigatório em locais públicos.

"Os deputados aprovaram a implementação do projeto de lei sobre o 'hijab e a castidade' por um período experimental de três anos", informou a agência estatal Irna, em um endurecimento do tom do governo contra o número cada vez maior de mulheres que saem às ruas com a cabeça descoberta, em particular nas grandes cidades.

O projeto de lei aumenta as penas para qualquer pessoa que é alvo de uma denúncia por violar o rígido código de vestimenta imposto às mulheres, um dos pilares ideológicos da República Islâmica desde a queda do xá em 1979.

O texto prevê sanções financeiras para quem "promover a nudez" ou "zombar do hijab" nos meios de comunicação e nas redes sociais, assim como multas e proibições de saída do país para os proprietários de empresas cujas funcionárias não utilizem o véu.

No máximo, "qualquer pessoa que cometa o crime de não usar véu ou de vestir roupas inapropriadas em cooperação com governos, imprensa, grupos ou organizações estrangeiras, ou hostis (à República Islâmica), ou de maneira organizada, será condenada a uma pena de prisão de quarto grau", ou seja, entre cinco e dez anos, afirma o projeto.

Para virar lei, o texto precisa ser aprovado pelo Conselho dos Guardiões da Constituição.

O projeto de lei foi aprovado quatro dias após o primeiro aniversário da morte de Mahsa Amini, uma curda iraniana de 22 anos, em 16 de setembro de 2022, após sua detenção pela polícia por supostamente ter violado o código de vestimenta para as mulheres.

A morte da jovem provocou um grande movimento de protesto no país.

O subprocurador federal Lucas Rocha Furtado pediu ao Tribunal de Contas da União que anule penalidades impostas a empresas condenadas em processos da Operação Lava Jato que usaram provas do acordo de leniência da Odebrecht - anuladas por decisão do ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal.

O MP que atua junto à Corte de Contas quer que sejam tornadas sem efeitos as declarações de inidoneidade para licitar com a administração pública, 'em respeito ao devido processo legal e de modo a prevenir a insegurança jurídica decorrente da aplicação de sanções baseadas em processos derivados de atos judiciais anulados pelas instâncias competentes'.

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A decisão se dá na esteira da decisão em que Dias Toffoli anulou todas as provas e elementos obtidos a partir do acordo de leniência da Odebrecht. Como mostrou o Estadão, o despacho pode levar a um 'efeito cascata', com consequências que deverão ser analisadas caso a caso.

No documento de 2 páginas, Lucas Rocha Furtado diz que a Operação Lava Jato 'a indústria de construção civil pesada do país e criou um clima de terra arrasada no Brasil'.

"Objetivando reparar esse erro histórico e no intuito de reabilitar as empresas da construção civil pesada que tiveram decisões de inabilitação para participar de licitações públicas, bem como calcular os danos causados ao erário pela Operação Lava Jato e cobrar dos agentes responsáveis o débito acarretado à União, é que apresento a presente representação", indicou.

O subprocurador-geral não fez nenhum pedido cautelar - medida mais urgente - ao TCU. A ideia é a de que a Corte analise e discuta a eventual reabilitação das empresas caso a caso.

Em sua avaliação, em cumprimento à decisão do STF, a Corte de Contas deve adorar providências para 'buscar a reparação todos os danos perpetrados pelos agentes envolvidos na Operação Lava Jato, bem como reabilitar as empresas que tiveram declaração de inidoneidade com base em decisões anuladas pela recente decisão do STF e em outras anteriores da própria Suprema Corte e de instâncias inferiores do Poder Judiciário'.

O Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) prevê que jogadores condenados no esquema de apostas investigado pelo Ministério Público de Goiás poderão sofrer punições duras na esfera esportiva. O STJD projeta suspensão de até dois anos, multa de R$ 100 mil e até o banimento nas competições esportivas.

"Com a identificação e comprovação da participação de atletas, os mesmos serão denunciados e punidos com penas de suspensão de 180 a 720 dias, cumulada com multa de até R$ 100 mil e, em casos de reincidência, a eliminação do atleta (penas previstas nos artigos 243 e 243-A. ambos do CBJD)", informou a Procuradoria do tribunal, em comunicado.

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O STJD informou também que "está investigando e apurando todo os casos deflagrados na Operação Penalidade Máxima", em contato próximo com o Ministério Público de Goiás e a CBF, que tem parceria com a empresa Sportradar para identificar movimentações suspeitas nos sites de apostas em jogos dos campeonatos nacionais.

O tribunal deve começar a tomar decisões na próxima semana sobre os jogadores denunciados pelo MP. Alguns poderão sofrer suspensão provisória, de 30 dias. O STJD enfatizou que "não há nenhuma hipótese de paralisação de qualquer competição ou anulação das partidas" porque não há indícios de participação dos clubes e das casas de apostas no esquema.

"Atentos e preocupados com a manutenção da credibilidade do futebol brasileiro, a Procuradoria destaca que vem atuando através da troca de informações e a colaboração entre as instituições (Ministério Público de Goiás x STJD) agindo para que todos os envolvidos sejam denunciados e levados a julgamento com base no que prevê o Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD)", disse a Procuradoria, no comunicado.

Em sua segunda fase, a chamada Operação Penalidade Máxima aprofundou a investigação do Ministério Público de Goiás (MP-GO) e denunciou 14 jogadores à Justiça nesta semana. Outros atletas foram apenas citados em documento do MP, sem acusação formal. Alguns destes já foram afastados dos seus clubes nos últimos dias.

No total, 12 jogadores foram apartados das atividades cotidianas dos seus times: Vitor Mendes (Fluminense), Bryan Garcia e Pedrinho (Athletico-PR), Richard (Cruzeiro), Nino Paraiba (América-MG), Maurício (Internacional), Raphael Rodrigues (Avaí), Alef Manga e Jesus Trindade (Coritiba), Paulo Miranda (sem clube), Fernando Neto (São Bernardo) e Eduardo Bauermann (Santos).

O Ministério Público Federal (MPF) abriu investigação contra o alto comando da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) para apurar eventual omissão durante a invasão e depredação das sedes dos Três Poderes, que ocorreu ontem (8). 

A investigação foi aberta de ofício pelo coordenador de Controle Externo da Atividade Policial, procurador da República Peterson da Paula. O comandante da corporação, coronel Fábio Augusto Vieira, está entre os alvos da apuração. 

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“Conquanto tivesse conhecimento prévio da organização desses atos e do número de manifestastes deslocados à Capital Federal provenientes de vários estados da federação, o Comando-Geral da Polícia Militar do DF deixou de adotar as medidas necessárias à manutenção da ordem e à segurança do patrimônio público possibilitando a invasão e destruição das sedes dos três poderes”, escreveu o procurador. 

O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) também abriu apuração e requisitou dados para análise da atuação antes e durante os ataques às instituições. Entre as informações requisitadas estão o quantitativo de policiais empregados na operação, quais as estratégias adotadas, qual o momento da constatação da adoção de atos extremistas e as medidas preventivas. 

“Se houver qualquer indício de irregularidade na atuação de qualquer uma das forças policiais do Distrito Federal, civil ou militar, o MPDFT vai abrir investigação para apuração dos fatos e das responsabilidades”, disse o órgão, em nota. 

Em imagens divulgadas pela imprensa e publicadas em redes sociais, os policiais militares presentes na Praça dos Três Poderes aparecem sem reagir diante de atos de vandalismo contra os prédios públicos. Somente depois de decretada intervenção federal na Segurança Pública do Distrito Federal que a remoção total dos radicais foi concluída. 

Na tarde desta segunda-feira (9), o procurador-geral de Justiça do DF e Territórios, Georges Seigneur, recomendou o afastamento provisório do secretário de Segurança Pública do Distrito Federal em exercício, Fernando de Sousa Oliveira; do comandante-geral da Polícia Militar do DF, Fábio Augusto Vieira; do comandante operacional da Polícia Militar do Distrito Federal, Jorge Eduardo Naime Barreto, e do comandante do Pelotão de Choque, Gustavo Cunha de Souza.  

A recomendação foi enviada ao gabinete da governadora em exercício, Celina Leão, que assumiu o governo do DF após o afastamento por 90 dias do governador do DF, Ibaneis Rocha, pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), já aplicou 14 medidas cautelares contra o deputado bolsonarista Daniel Silveira (PTB-RJ) desde que o político defendeu a invasão da Corte e que o ministro fosse agarrado pelo colarinho e jogado na lata de lixo". As punições vão desde prisão, proibição de acesso às redes sociais e o uso obrigatório de tornozeleira eletrônica, até o bloqueio de todos os bens móveis e imóveis adquiridos pelo parlamentar. O político carioca ainda acumula, até o momento, R$ 645 mil em multas por descumprimento de medidas cautelares.

O deputado recebeu o perdão do presidente Jair Bolsonaro (PL), o que impede que ele retorne à prisão após condenação de oito anos e nove meses pelo Supremo. Como revelou o Estadão, o decreto assinado pelo presidente foi feito às pressas no feriado do dia 21 de abril e foi publicado em edição extra do Diário Oficial da União antes mesmo de ser submetido a análise jurídica da Presidência da República. O parecer aprovando o texto do perdão foi concluído na noite daquele dia, quando o ato presidencial já estava no D.O.

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Desde a semana passada, contudo, Bolsonaro dá sinais de que abandonou seu aliado político. Mesmo sem o apoio direito do presidente na retaguarda, Silveira investe no conflito com a Corte que o condenou.

Em aparições recentes, Silveira voltou a afrontar as decisões de Moraes. Durante uma "motociata" em apoio ao governo federal, no Rio, o deputado disse ter retirado a tornozeleira eletrônica após o perdão concedido pelo presidente Jair Bolsonaro. O parlamentar propaga aos seus apoiadores que o Supremo não pode mais puni-lo, porque o decreto presidencial teria anulado todas as medidas cautelares impostas contra ele anteriormente.

O argumento é reproduzido nos autos pela defesa do deputado, mas ainda não tem validade judicial para livrá-lo das medidas restritivas, uma vez que o tema só será analisado definitivamente durante o julgamento das ações de partidos da oposição contra o perdão presidencial.

Até lá, Silveira acumula diversas penalidades por descumprimento de decisões. Uma das mais rígidas impostas por Moraes foi o pagamento de multas no valor de R$ 15 mil por cada dia em que o deputado não fizer uso da tornozeleira eletrônica. Em 2021, o parlamentar chegou a ser preso duas vezes. Há ainda medidas mais brandas, mas que mesmo assim são descumpridas pelo bolsonarista, como a proibição de conceder entrevistas e comparecer em eventos públicos.

Além da "motociata" no Rio, o parlamentar foi flagrado em uma festa na Barra da Tijuca, na zona oeste da capital fluminense, em abril. A presença do bolsonarista no evento terminou em confusão, pois o policial que o acompanhava agrediu com um soco o dono do estabelecimento.

Em junho de 2021, Silveira sofreu os golpes mais duros até o presente momento da ação penal em curso no Supremo. O parlamentar bolsonarista teve seu celular apreendido e periciado pela Polícia Federal, logo antes de ser preso preventivamente - pela segunda vez - no Batalhão Especial da Polícia Militar do Rio por publicar um vídeo com ameaças aos ministros da Corte e ao livre exercício dos Poderes. A publicação resultou na sua condenação a oito anos e nove meses de prisão, que foi desfeita pelo perdão presidencial.

O prazo para regularizar a situação do cadastramento eleitoral encerrou nesta quarta-feira (4). Além de ficar impedido de participar das eleições em outubro, quem perdeu o prazo de regularização do Título de Eleitor deve sofrer outras consequências, segundo a Justiça Eleitoral. As punições expressas no Código Eleitoral podem impactar até no bolso. 

Quem está com o Título de Eleitor cancelado e não justificar a ausência na votação em outubro ou não pagar a multa à Justiça Eleitoral fica proibido de tirar passaporte e carteira de identidade. A atualização do documento só volta a ficar disponível a partir do dia 8 de novembro.

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Empréstimos 

Conforme exposto pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no art. 1º da Lei 4.737/65, o eleitor irregular também não poderá fazer empréstimos junta à Caixa Econômica, com a previdência social ou ser beneficiado com linhas de crédito do Governo, autarquias e sociedades de economia mista. 

Concurso Público 

O sonho de assumir um cargo público pode ser suspenso com o impedimento para se inscrever em concursos e tomar posse. Inclusive, os servidores da administração direta e indireta podem ter o pagamento do salário interrompido. 

A matrícula em estabelecimentos de ensino oficial ou fiscalizado pelo Governo também fica vedada. Confira todas as consequências no site do TSE.

O presidente Jair Bolsonaro sancionou a lei que altera as possibilidades previstas o Código Penal em que uma pessoa pode ser responsabilizada por denúncias caluniosas contra pessoas sabidamente inocentes. A lei está publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta segunda-feira (21).

A lei teve origem em projeto de lei apresentado pelo líder do PP na Câmara, deputado Arthur Lira (AL). Conforme o Estadão/Broadcast noticiou, o projeto foi alvo de polêmica no Congresso.

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Com a mudança, a denúncia caluniosa precisará gerar um inquérito policial, e não uma mera investigação, para causar punição. Até então, o Código Penal punia quem denunciava uma pessoa por crime e provocava uma investigação policial mesmo sabendo que o denunciado é inocente.

O Senado aprovou, na quarta-feira (2), um projeto apresentado pelo líder do Progressistas na Câmara, Arthur Lira (AL), que mira denúncias caluniosas. O texto altera as possibilidades em que uma pessoa pode ser responsabilizada por denunciar alguém inocente à polícia ou a órgãos internos da administração pública. A mudança, conforme o Estadão/Broadcast antecipou, divide criminalistas e foi criticada pela ala defensora da Operação Lava Jato.

Aliado do presidente Jair Bolsonaro, Lira se movimenta para a sucessão de Rodrigo Maia (DEM-RJ) na presidência da Câmara, em 2021. O deputado é réu em duas ações no Supremo Tribunal Federal (STF). Na última terça-feira (24), a Primeira Turma do tribunal formou maioria para rejeitar recurso de Lira em um dos processos. O julgamento foi interrompido por um pedido de vista do ministro Dias Toffoli.

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Aprovado anteriormente na Câmara, o projeto segue para sanção de Bolsonaro. O texto passou no Senado, apesar das críticas de lavajatistas. O líder do Podemos, Alvaro Dias (PR), pediu para tirar o projeto da pauta na semana passada, sob o argumento de que a proposta precisaria passar pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

Na quarta-feira, mesmo com o texto em votação, o Podemos foi contra, mas a votação foi simbólica, sem contagem de votos.

Atualmente, o Código Penal pune quem denuncia uma pessoa por um crime e provoca uma investigação policial mesmo sabendo que o denunciado é inocente. Com o projeto, a denúncia precisará gerar um inquérito policial, e não uma mera investigação, que é um procedimento mais simples, para causar punição. "Por abranger um universo muito maior de condutas, a atual redação é fonte de injustiça e de inconstitucionalidade", argumentou Lira, quando o projeto passou pela Câmara.

De acordo com o relator do projeto no Senado, Angelo Coronel (PSD-BA), o projeto torna o crime mais claro na legislação. Nesse caso, só haveria pena se a denúncia provocar inquérito policial, procedimento que precisa ser concluído pela polícia até uma denúncia formal à Justiça. Pelo Código Penal, a denúncia caluniosa é punida com reclusão de dois a oito anos e multa. Para isso, é preciso provar que quem denunciou sabia que a pessoa era inocente.

"O crime de denunciação caluniosa reflete o mais alto grau de um fenômeno cada vez mais presente em nossa sociedade: a mentira como instrumento de pressão, de política corrompida e até mesmo de práticas negociais descabidas", afirmou o relator. "Se temos sofrido com as chamadas fake news contaminando o ambiente público, é ainda mais perigosa a conduta de quem sabe da inocência alheia e promove procedimento acusatório baseado em falsidades."

O projeto também alcança o serviço público ao tratar da punição para quem denuncia a conduta irregular de um funcionário público. A proposta define que o crime de denúncia caluniosa ficará configurado quando a situação provocar formalmente um processo administrativo disciplinar, e não apenas uma investigação administrativa, como é hoje. Para o autor do projeto, a redação da lei atual é um "exagero em matéria de Direito Penal".

Além disso, a proposta altera a lei para punir quem denuncia uma infração ético-disciplinar ou um ato ímprobo - que não são considerados crimes - sabendo que a pessoa é inocente. Nesse contexto, alguém poderá ser punido se denunciar que um motorista de ambulância desviou da sua rota para passear e isso não era verdade, conforme exemplo dado pelo relator do projeto na Câmara, Lafayette Andrada (Republicanos-MG), durante a discussão do projeto.

"A alteração vai qualificar as denúncias. Só haverá de fato a notificação à autoridade competente daquilo que é relevante, e não de meros dissabores. A denúncia vai ter que ter um fundamento. Não é qualquer dissabor, mal-estar, que vai configurar denunciação caluniosa", afirmou o advogado Dante D'Aquino, especialista em Direito Penal no escritório Vernalha Pereira. "A mudança amplia o caráter punitivo, no entanto, amplia de maneira segura e esclarecedora."

Para o criminalista Luiz Riccetto, sócio do Ricetto Advogados Associados, por outro lado, o projeto causará um efeito inverso à argumentação dos defensores. De acordo com ele, uma pessoa poderá acusar alguém inocente e pedir uma investigação policial, por exemplo, sabendo que por esse procedimento ela não responderá mais pelo crime de denúncia caluniosa. "Isso vai estimular que muita gente peça sindicância, que não é processo administrativo, e investigação, que não é inquérito policial, sem nenhuma consequência, mesmo sabendo que a pessoa é inocente. É uma intenção maléfica de quem está propondo."

No ano passado, o Congresso aprovou a nova lei de abuso de autoridade estabelecendo um dispositivo semelhante para procuradores e policiais, punindo quem inicia uma investigação sem justa causa sabendo que o acusado é inocente. O presidente Jair Bolsonaro vetou o artigo após pedido do então ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro. O ex-chefe da pasta alegou que o item colocava em risco a delação anônima. O Congresso derrubou o veto e recuperou a proposta. Como o Estadão/Broadcast revelou, Bolsonaro deu aval para a derrubada dos vetos a esse projeto.

Ao sair do governo, o então ministro da Justiça Sérgio Moro acusou Bolsonaro de interferir na Polícia Federal. A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu a abertura de um inquérito no Supremo contra o ex-chefe da pasta argumentando que ele cometeu, entre outros crimes, denunciação caluniosa. As declarações de Moro provocaram um inquérito contra Bolsonaro no STF. O relator do projeto argumentou que a posição de Moro não interfere na discussão da proposta. "O nosso relatório não tem alvo", afirmou Angelo Coronel.

O sistema jurídico da Fifa está mais ágil e rigoroso com clubes devedores nos últimos anos. Prova disso são as constantes punições impostas aos times que atrasam salários ou o pagamento por negociações de jogadores no mundo todo. No Brasil, Athletico Paranaense, Cruzeiro e Santos estão impedidos de registrar novos atletas na CBF - esta é a punição mais comum - por conta desses calotes.

A alteração mais importante para garantir a agilidade das decisões jurídicas da Fifa ocorreu no regulamento sobre status e transferência de jogadores em 2018. A decisão de primeira instância já traz a punição automática em caso de não pagamento da dívida. Essa mudança acelera muito o processo. Uma disputa jurídica que demorava dois anos, entre a primeira instância e o recurso à Corte Arbitral do Esporte (CAS, na sigla em inglês), agora se resolve em seis meses. A punição mais comum para os devedores é o impedimento de registro de novos jogadores por até três janelas de transferências até o pagamento da dívida.

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"A Fifa não está mais rigorosa. Ela está apenas mais ágil", diz Rafael Botelho, advogado especializado em direito desportivo. "Os clubes compravam o jogador e esperavam revendê-lo para fazer o pagamento inicial. Agora, como a ação de cobrança dura seis meses, os clubes estão sendo punidos com maior frequência", completa Botelho.

O especialista percebe a mudança no dia a dia do escritório especializado PVBT Law, onde é um dos sócios. Ali, o número de casos dessa natureza triplicou de 2018 para cá. Para o advogado, outro fator importante na equação é o crescimento de contratações de jogadores estrangeiros pelos clubes brasileiros nos últimos anos. Para ser analisado pela Fifa, o caso tem de envolver um jogador ou clube estrangeiro. Ações entre brasileiros são avaliadas pela Câmara Nacional de Resolução de Disputas (CNRD), que não prevê punições de perdas de pontos.

Esse novo cenário evidencia as dificuldades financeiras dos clubes brasileiros nas transações internacionais. Alguns são maus pagadores. Não existe uma lista de devedores, pois os casos correm em sigilo, mas a inadimplência preocupa alguns especialistas. "Chegamos a um estágio de inadimplência no futebol brasileiro em que vários clubes estrangeiros têm medo de vender jogadores ao Brasil. Participei de várias transações assessorando clubes nas quais a única alternativa para receber em dia era colocar multas altas e, ainda assim, sem garantia de recebimento. Nossa imagem, infelizmente, está arranhada", analisa Eduardo Carlezzo, advogado especializado em direito desportivo.

Na Série A do Campeonato Brasileiro, o Athletico Paranaense só poderá voltar a registrar novos jogadores em julho do ano que vem. O Santos também está nesta situação, mas a diretoria promete resolver a pendência.

Na Série B, o Cruzeiro possui pendências em pelo menos dez ações. Em uma delas, a Fifa impôs a perda de seis pontos por causa da dívida com o Al-Wahda, dos Emirados Árabes Unidos. O caso se refere à contratação do volante Denílson, em 2016. Hoje, o clube está impedido de contratar atletas por causa de ação imposta pelo Zorya, da Ucrânia, pela compra do atacante Willian, em 2014. O clube contesta. Ainda neste ano, o São Paulo foi acionado por causa de valores em aberto da transferência de Tchê Tchê junto ao ucraniano Dínamo de Kiev.

Alguns clubes ainda não têm restrições, mas estão no meio de batalhas jurídicas. É o caso do Atlético-MG. Na lista de audiências confirmadas pela CAS, o clube mineiro terá três compromissos entre outubro e novembro. Em todas, ele é devedor. No dia 4 do próximo mês, será julgado o recurso contra condenação na cobrança do uruguaio Rentistas pela transferência do meia David Terans, em 2018. A dívida é de US$ 828 mil (R$ 4,6 milhões).

Ao entrar com o recurso, os advogados "congelam" o prazo da Fifa. Com isso, até o julgamento final do caso, não há proibição de contratação. Por isso, o time conseguiu contratar 11 jogadores desde a chegada do técnico Jorge Sampaoli. Nos próximos meses, o clube deverá enfrentar outra pendência. O técnico venezuelano Rafael Dudamel cobra R$ 3,2 milhões em salários atrasados. Procurado pelo Estadão, o clube não quis se manifestar, mas destacou que não tem punições da Fifa.

No mês de junho, o Corinthians quitou parcela de US$ 1 milhão (R$ 5,6 milhões) em atraso referente à compra do zagueiro Bruno Méndez junto ao Montevideo Wanderers. Com isso, o clube se livrou das sanções por ora. Essa parcela é a segunda das quatro definidas no ato da compra. Ela deveria ter sido paga em junho de 2019. A parcela referente ao mês de dezembro do ano passado também está em débito e o processo sobre ela está em andamento na Fifa.

Advogado atuante no esporte há mais de duas décadas, Marcos Motta explica que a maioria das decisões da Fifa se concentra na América do Sul, Oriente Médio, Leste Europeu e na Ásia. Na Europa, os clubes são regulados por um sistema de Fair Play Financeiro, sistema criado para melhorar a condição financeira dos clubes fazendo com que operem de acordo com suas receitas. "Não há dúvidas de que o fair play financeiro regularia as ações dos clubes brasileiros. É uma medida que deve ser implantada em breve", afirma.

A Justiça do Distrito Federal suspendeu nesta quarta-feira (11) a decisão do Diretório Nacional do PSL que puniu 18 deputados federais da legenda. A liminar foi proferida pelo juiz Giordano Resende Costa.

Na decisão, o magistrado entendeu que houve irregularidades no procedimento de punição, como a falta de intimação pessoal para comparecimento à reunião em que as punições foram anunciadas, realizada no dia 3 deste mês.

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As punições haviam sido aprovadas pela Executiva Nacional do partido com base em um parecer do Conselho de Ética da legenda. Foram quatro advertências e 14 suspensões.

Na ocasião, foram suspensos os deputados Bibo Nunes (12 meses), Alê Silva (12 meses), Bia Kicis (seis meses), Carla Zambelli (seis meses), Carlos Jordy (sete meses), Daniel Silveira (12 meses), Eduardo Bolsonaro (12 meses), General Girão (três meses), Filipe Barros (seis meses), Junio Amaral (três meses), Luiz Philippe de Orleans e Bragança (três meses), Márcio Labre (seis meses), Sanderson (dez meses) e Major Vitor Hugo (sete meses). Foram advertidos os deputados Aline Sleutjes, Chris Tonietto, Helio Lopes e Coronel Armando.

Com a suspensão, os 14 deputados não puderam representar o partido na Câmara, como em comissões, por exemplo. Eles, contudo, puderam continuar exercendo outras atividades parlamentares, como votar em plenário, discursar e apresentar projetos de lei. A bancada do partido na Câmara tem, no total, 52 deputados.

 

O Diretório Nacional do PSB se reúne nesta sexta-feira (30) e no sábado (31), em Brasília, para apreciar os pareceres do Conselho de Ética sobre os dez deputados federais que votaram a favor da reforma da Previdência, contrariando a decisão da legenda de ser contra o texto. O deputado Felipe Carreras (PE) é um dos alvos dos processos administrativos. 

Carreras votou a favor da mudança nas regras da aposentadoria no primeiro e segundo turno da Câmara dos Deputados. Único da bancada pernambucana a ter essa postura, ele afirmou, na ocasião, que não se sentia “réu político” do partido e pontuou que havia votado favorável por convicção. “É impossível agradar num voto a todos”, chegou a ponderar. 

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A postura de Carreras foi duramente criticada pelo presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira. Que chegou a ameaçar, como sanção, a cobrar a devolução dos valores repassados pelo PSB para a campanha dele em 2018. Por outro lado, o ex-secretário de Turismo de Pernambuco foi defendido por aliados locais, que têm assento no diretório, como o governador e vice-presidente nacional da sigla, Paulo Câmara, que deve reforçar a defesa neste fim de semana. 

Além de analisar os processos contra os parlamentares, o diretório do PSB também vai tratar do que chamou de “autorreforma do partido”, marcada para novembro, e que pretende atualizar o seu Manifesto de 1947 e o programa partidário.

A Comissão de Direitos Humanos (CDH) aprovou nesta quinta-feira (8) quatro projetos que aumentam as punições para agressores enquadrados na Lei Maria da Penha (Lei 11.340, de 2006). Os senadores foram favoráveis ao impedimento de nomear agressores domésticos para cargos públicos; à indenização por danos morais a agredidas; à obrigatoriedade de o agressor frequentar reabilitação; e ao sigilo obrigatório para todos os processos criminais e cíveis abertos com base na Lei Maria da Penha.

Os projetos foram aprovados em bloco. Autor da proposta que impede a nomeação dos agressores (PL 1.950/2019), o senador Romário (Podemos-RJ) explicou no seu relatório que é preciso adotar medidas para desestimular potenciais agressores. A relatora, senadora Leila Barros (PSB-DF), acrescentou que não cabe ao poder público acolher em seus quadros agressores condenados pela prática de violência doméstica e familiar contra a mulher.

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“Excluir agressores em cumprimento de pena do serviço público atende ao princípio da moralidade, considerando que a prática de violência contra a mulher e doméstica e familiar pode ser considerada uma mácula que compromete a integridade ética, tornando a pessoa incompatível com a idoneidade moral e a reputação ilibada que se esperam de servidor”, defendeu Leila.

Indenização

Também foi aprovado pela CDH o projeto que prevê o pagamento de indenização por danos morais decorrentes de prática de violência contra a mulher (PL 1.380/2019). Esse pagamento pode ser determinado pelo juiz entre as medidas protetivas de urgência, independentemente de instrução probatória.

Pelo texto original, a vítima poderá fazer um pedido expresso de indenização ao juiz, independentemente da apresentação de provas sobre a violência praticada. Além dessa indenização, o depósito judicial de uma caução provisória por perdas e danos materiais deverá ser inserido no rol de medidas protetivas de urgência a serem determinadas pela Justiça.

A relatora na CDH, senadora Mailza Gomes (PP-AC), recomendou a aprovação da proposta com uma emenda que buscou deixar expressa a competência do juiz do caso para fixar o valor dessa indenização.

Segredo de Justiça

Outra proposta aprovada pela CDH torna obrigatório o segredo de Justiça para processos sobre violência doméstica e familiar contra a mulher (PL 1.822/2019). Hoje em dia, esse segredo depende da avaliação do juiz, salvo as exceções estabelecidas em lei.

Ao apresentar o projeto, o senador Fabiano Contarato (Rede-ES) disse que a publicidade nos processos que envolvem a violência doméstica e familiar contribuem para a revitimização da mulher, uma vez que a expõe a constrangimento social, situação agravada pelos recursos tecnológicos que praticamente impossibilitam o resguardo de sua intimidade e a proteção de sua vida íntima.

Reabilitação

Na semana em que se comemoram os 13 anos da Lei Maria da Penha, a CDH também aprovou o Substitutivo da Câmara (SCD 11/2018) ao projeto de lei (PLS 9/2016) que obriga agressores de mulheres a frequentar centros de educação e de reabilitação por decisão judicial.

A matéria já tinha sido aprovada pelo Plenário do Senado, mas como os deputados incorporaram mudanças ao texto, o conteúdo retornou para análise na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) do Senado.

A Lei Maria da Penha já estabelece que entre as medidas de proteção à mulher agredida estão a separação do agressor e o afastamento da vítima do lar, sem prejuízos aos direitos de bens, guarda de filhos e alimentos.

Como relator, o senador Arolde Oliveira (PSD-RJ) observou que cabe ao Senado acatar as emendas aprovadas pelos deputados ou manter o texto original, sem a possibilidade de fazer subemendas.

Ele considerou em seu voto que as mudanças promovidas pela Câmara não modificaram o propósito do projeto original. “O substitutivo também acrescentou entre as medidas protetivas de urgência, o acompanhamento psicossocial do agressor, por meio de atendimento individual e/ou em grupo de apoio”, exemplificou.

Por considerar que houve melhorias no texto, ele emitiu parecer favorável, recomendando a aprovação do substitutivo: “A frequência a esses grupos de apoio e reeducação não apenas contribui para reduzir as reincidências, mas concorre também para a proteção emocional do próprio agressor, que terá oportunidade de se reeducar para conviver melhor com a sociedade em geral e com sua família em particular”.

As três primeiras propostas seguem para ser votadas pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Já o SCD 11/2018, seguirá direto para o Plenário do Senado.

*Da Agência Senado

 

 O clima acirrado entre oposição e governo tem baseado e inflamado os discursos dos deputados e senadores no Congresso Nacional nos últimos meses. Vez ou outra é possível ver os parlamentares extrapolando nas alfinetadas e desagradando seus opositores, mas até que ponto eles podem falar o que querem no plenário das Casas legislativas e nas comissões? 

O artigo 53 da Constituição Federal (CF) garante a chamada “imunidade parlamentar” para que os detentores de mandato possam falar de acordo com as suas convicções e ideologias sem serem incriminados judicialmente por isso, mesmo que as posturas sejam expostas fora do Congresso Nacional.

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Entretanto, nem tudo passa despercebido. Isso porque, os regimentos internos da Câmara e do Senado preveem punições específicas para quem, ao se exaltar demais, quebra o decoro, que versa sobre a conduta parlamentar. As penas vão desde advertência até perda do mandato e as denúncias são avaliadas pelos Conselhos de Ética de cada Casa, a partir dos regimentos internos.

Em regra geral, a CF diz, no seu artigo 55, que “é incompatível com o decoro parlamentar, além dos casos definidos no regimento interno, o abuso das prerrogativas (art. 53) asseguradas a membro do Congresso Nacional ou a percepção de vantagens indevidas".

Entre outras atitudes, ferem o decoro parlamentar o uso de expressões que configuram crime contra a honra, o recebimento de vantagens indevidas, a divulgação de fatos que aconteceram em reuniões com o sigilo pré-estabelecido e o abuso de poder.

As punições acontecem?

Na última legislatura (2015-2018), o Conselho de Ética da Câmara dos Deputados foi acionado 27 vezes por quebra de decoro, mas apenas dois parlamentares foram punidos: Eduardo Cunha (MDB), que perdeu o mandato, e Jean Wyllys (PSOL), que foi advertido com uma “censura por escrito”. Os demais casos foram arquivados no dia 31 de janeiro deste ano, quando iniciou uma nova legislatura.

Em 2016, Cunha perdeu o mandato por quebrar o decoro ao mentir durante depoimento na CPI da Petrobras. Na ocasião, ele negou ser titular de contas no exterior. O ex-presidente da Câmara perdeu o mandato e ficou inelegível por oito anos. Eduardo Cunha segue preso, desde aquele ano, por condenações na Lava Jato. 

Já Jean Wyllys foi punido em abril de 2017. Wyllys foi advertido por ter cuspido no então deputado federal Jair Bolsonaro durante a votação da admissibilidade do processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) em 2016. 

Atualmente, o Conselho de Ética da Câmara tem três representações por quebra de decoro em análise e uma arquivada. Elas apuram acusações ou agressões (verbais e físicas) de parlamentares. Um recente episódio que deve virar representação no Conselho de Ética, foi o discurso do deputado Glauber Braga (PSOL) que chamou o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, de "ladrão" durante audiência na Comissão de Constituição e Justiça. O PSL já afirmou que pretende acionar contra Glauber por quebra de decoro. 

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, atribuiu hoje (27) a dificuldade para reforma e construção de novos presídios no país à incapacidade técnica dos estados e do Distrito Federal para elaborar projetos e à falta de capacidade do ministério de analisar propostas nesse sentido.

“Temos dados que apontam que, desde 2016, foram passados quase R$ 2 bilhões da União pelo Funpen [Fundo Monetário Nacional] a estados e ao Distrito Federal para construção e reforma penitenciária. Mas, dado que nós levantamos no final do ano passado, 27% apenas dessa verba haviam sido executados”, afirmou o ministro, ao participar de audiência pública na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado.

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Segundo Moro, faltam engenheiros. “Temos hoje três engenheiros do Depen apenas, queremos contornar esse problema com uma autorização legislativa para contratar temporariamente engenheiros para se poder dar vazão a esse problema”, disse.

Uma das alternativas, de acordo com o ministro, é fazer modelos pré-prontos de estabelecimentos penitenciários. Assim, os estados que queiram construir uma penitenciária poderiam escolher um projeto já existente numa espécie de catálogo. “A ideia é que nós tenhamos ainda no ano 2019 pelo menos dois projetos padrões e, até o final da gestão, termos um rol de projetos bem maior.”

Coaf

Sobre o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), que passou a integrar sua pasta, Sergio Moro disse que o órgão continua a ser de inteligência, e não de investigação. “Não existe nenhum plano de transformá-lo num órgão policial, mas nós ampliarmos a estrutura dele, ele estava um tanto quanto negligenciado no Ministério da Fazenda anterior por questões provavelmente fiscais e de dificuldade de recursos humanos. Nós o estamos reforçando”, explicou, ao acrescetar que a equipe passou de 31 para 64 pessoas, transferidas da área administrativa para a área fim.

Combate ao crime

Aos senadores, o ministro da Justiça destacou ainda o aumento de oito para 42 agentes no número de policiais federais que investigam políticos e demais autoridades com foro privilegiado no Supremo Tribunal Federal (STF). A forças-tarefa e equipes policiais da Lava Jato em Curitiba, Rio de Janeiro,São Paulo e Brasília também foram reforçadas.

O projeto de lei que amplia as punições pela prática de cartel - combinação de preços entre grupo de empresas para o domínio de mercado - está na pauta da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado no próximo dia 4. O anúncio foi feito nesta quinta-feira (22) pelo senador Armando Monteiro (PTB-PE), relator do projeto, em seminário sobre concorrência desleal no IDP (Instituto Brasiliense de Direito Público), em Brasília.

Na CAE o texto tramita em caráter terminativo, ou seja, se aprovado passará direto para a análise da Câmara dos Deputados. O projeto de lei estimula as ações de reparação de danos causados pela  cartelização. Entre as mudanças previstas está o dobro, na Justiça, da indenização do prejuízo causado à vítima do cartel e eleva de três para cinco anos, a partir da comprovação do ilícito pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE), a prescrição para ajuizar ações pelos  prejuízos.

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O parecer do senador petebista também desobriga o autor da ação de provar ter havido repasse do sobrepreço cobrado pelo cartel. Armando estabeleceu, também, no seu parecer, que as empresas cartelizadas que fizerem acordo de leniência no CADE – o equivalente à delação premiada das pessoas físicas – serão obrigadas a aceitar a arbitragem para reparação dos danos se a vítima optar por esse meio de resolução de conflitos, bem mais rápido do que na Justiça.

“Por ser mais célere, a arbitragem é um incentivo aos ressarcimentos dos prejuízos em prazo razoável e um fator de desestímulo à prática de infrações à ordem econômica”, assinala o senador petebista. “O projeto de lei é um incentivo às ações para reparação de danos, aumentando o custo de condutas anticompetitivas e contribuindo, dessa forma, para desestimulá-las”, acrescentou Armando.

O combate às fake news é um dos principais focos da Justiça Eleitoral na disputa deste ano, mas o país ainda não tem uma legislação que tipifique a ação como crime e preveja punições para a prática. Diante da possibilidade das notícias falsas serem um ingrediente a mais no debate eleitoral, deputados e senadores vêm apresentando projetos de lei que preveem a aplicação de multas de até R$ 2 milhões e prisão variando de 2 meses a 8 anos.

Ao menos oito propostas tipificam a veiculação e difusão das fake news como atos criminosos, entretanto, elas ainda estão no início da tramitação, sem previsão de quando irão à votação nos plenários das Casas, mesmo já estando a pouco mais de seis meses das eleições.

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Na Câmara, sete projetos variando apenas as punições seguem nesta linha. A pena mais alta é prevista pelo deputado Francisco Floriano (DEM-RJ). Na matéria ele diz que a punição para quem divulgar fatos sobre partidos e candidatos “capazes de exercer influência perante o eleitorado” sabendo que são falsos é entre 2 e 6 anos de prisão, mais multa. Já quem produzir a fake news e divulgá-la nas redes sociais terá uma punição mais severa, entre 4 e 8 anos de prisão, além da multa.

Floriano apresentou também uma segunda proposta que visa a atualização da Lei de Segurança Nacional, que define crimes contra a ordem política e social, incluindo “o incitamento através das redes sociais”.

Outro projeto, do deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), altera o Código Eleitoral garantindo a aplicação de multas que variam de R$ 30 mil a R$ 2 milhões a partir da gravidade e das consequências que a divulgação de notícias falsas, quer seja nas propagandas eleitorais por candidatos ou nas redes sociais, gerem.

Já no Senado, Ciro Nogueira (PP-PI) quer incluir no Código Penal um artigo tornando crime a prática de divulgar notícia falsa “que possa distorcer, alterar ou corromper a verdade sobre informações relacionadas à saúde, à segurança pública, à economia nacional, ao processo eleitoral ou que afetem interesse público relevante”. A matéria segue o mesmo sentido da proposta do deputado federal Pompeo de Mattos (PDT-RS) que tramita na Câmara.

O senador progressista propõe uma pena inicial de 6 meses a 2 anos, mas a punição aumenta para até 3 anos se o agente usar “a internet ou de outro meio que facilite a divulgação da notícia”.

Desafio

A circulação das notícias falsas, visando prejudicar candidatos adversários, influenciaram as eleições de 2016 nos Estados Unidos (EUA) e estudos feitos de BBC mostram que no Brasil a prática já é adotada desde 2010. Segundo uma reportagem do site de notícias, em 2014 uma empresa com base no Rio de Janeiro teria remunerado cerca de 40 funcionários para criar e alimentar perfis falsos nas redes sociais.

Apesar das investidas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em parceria com a Polícia Federal para reprimir as ações, um estudo recente realizado pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, na sigla em inglês) constatou que notícias falsas têm 70% mais chances de ser compartilhadas nas redes sociais, o que torna ainda mais difícil o trabalho das instituições.

Quase dois anos e meio após o início da Operação Lava Jato, o governo federal ainda não responsabilizou a maioria das empresas envolvidas em cartel, superfaturamento e pagamento de propinas na Petrobras. Dos 30 processos abertos para apurar a participação de fornecedoras da estatal no esquema, com vistas à aplicação de eventuais penalidades ou à assinatura de acordos de leniência, só cinco chegaram ao fim até agora. O Ministério da Transparência (extinta Controladoria-Geral da União) puniu duas construtoras.

Enquanto não se chega a um desfecho, a maioria das empresas implicadas continua autorizada a firmar contratos e a receber recursos do governo. No período de investigação, elas já obtiveram R$ 2,3 bilhões só de órgãos da administração direta (exclui estatais). A Petrobras suspendeu provisoriamente a assinatura de novos contratos com as fornecedoras, mas continua pagando por serviços já pactuados e em execução. A companhia, no entanto, se nega a informar o total repassado.

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Os 30 processos foram abertos pelo Ministério da Transparência entre novembro e dezembro de 2014 e entre março e abril de 2015, após a Lava Jato descobrir o envolvimento de grandes empreiteiras nos desvios. Conforme advogados de empresas ouvidos pelo jornal O Estado de S. Paulo, há processos sem diligências há sete meses.

Até agora, o órgão declarou inidôneas as construtoras Mendes Júnior e Skanska, proibindo-as de fazer novos negócios com o poder público. Outros dois casos, das empresas Egesa e NM, foram arquivados sem confirmação de irregularidade.

A SBM Offshore, multinacional holandesa que aluga plataformas e confessou o pagamento de suborno na Petrobras, foi a única a fechar um acordo de leniência, pelo qual se comprometeu a pagar R$ 1,1 bilhão para continuar firmando contratos com a estatal. O acordo, no entanto, está sob risco de ser suspenso pelo Tribunal de Contas da União (TCU), que alega não ter dado aval prévio aos termos pactuados. A corte decidirá a respeito em breve.

As investigações do governo sobre as maiores empresas envolvidas ainda estão em fase inicial, de coleta de provas e depoimentos, ou foram suspensas para a negociação de acordos. Esse grupo inclui Odebrecht, Andrade Gutierrez, OAS, UTC/Constran, Galvão Engenharia, Camargo Correa e Queiroz Galvão. Nos casos de tentativa de acordos, cabe à empresa colaborar com as apurações para que, eventualmente, obtenha a redução de penas.

Trâmite

O Ministério da Transparência informou que os processos de natureza punitiva são complexos e têm de obedecer ao "devido processo legal", o que implica percorrer diversas etapas, entre elas a coleta de provas (instrução), indiciamento, defesa escrita, relatório final, análise jurídica e julgamento.

"Esse trâmite demanda tempo, especialmente durante a fase de instrução, em que são coletadas provas documentais, realizadas diligências, ouvidas testemunhas e interrogados acusados, aos quais devem ser garantidos os direitos à ampla defesa e ao contraditório em todos os momentos do processo", informou, em nota.

Conforme a pasta, "há razão" de o processo que conduz ser, por vezes, "aparentemente mais demorado do que deveria", pois se deve conciliar as datas de depoimentos de testemunhas com os procedimentos em curso em Curitiba, "os quais têm prioridade".

O ministério argumentou também que, embora o compartilhamento dos processos da Lava Jato tenha sido autorizado pelo juiz Sérgio Moro, há a necessidade de providências próprias. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Como já era esperado, o espanhol Fernando Alonso e o inglês Jenson Button terão um retorno complicado às pistas da Fórmula 1 neste fim de semana, ao fim do recesso da Fórmula 1, no verão europeu. Os dois pilotos da McLaren sofreram punições nesta sexta-feira, em razão da troca de motores, e vão largar das últimas posições no GP da Bélgica, no domingo.

A punição era aguardada porque a equipe inglesa já havia indicado que trocaria os motores dos dois carros neste retorno da competição. Alonso e Button, portanto, utilizarão a sétima unidade de potência nesta temporada, duas a mais que o permitido. Os componentes do motor também serão alterados, o que vai proporcionar uma punição mais expressiva.

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Ao todo, somando todas as punições, consequência direta das mudanças em cada componente da unidade de potência, Alonso terá que perder 30 posições no grid de largada de domingo. Button, por sua vez, será punido em 25 colocações.

Apesar dos números expressivos, na prática os dois pilotos vão largar do fundo do grid, que conta com apenas 20 carros - as punições não se estenderão para as próximas corridas. Alonso deve ser o último colocado na largada em Spa.

O Partido dos Trabalhadores poderá ser punido por envolvimento no esquema de propina nos contratos da Petrobras. De acordo com informações divulgadas pela Folha de São Paulo, nesta segunda-feira (20), integrantes da legenda temem que o próximo passo da Operação Lava Jato seja o início das punições financeiras aos partidos interligados com as irregularidades que atingiram os cofres da estatal. 

Caso isso aconteça, de acordo com dirigentes do PT, a multa aplicada deverá pode atingir a caso dos US$ 200 milhões. O valor seria para ressarcir os cofres públicos, visto que entre 2003 e 2013 foram retiradas propinas dos 90 maiores contratos da Petrobras. E, segundo as delações premiadas, o montante pago a legenda governista teria ficado entre US$ 150 e US$ 200 milhões. 

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Ao jornal, dirigentes do PT disseram que se a multa "destruirá" o partido causando, inclusive, a inviabilidade dele. O Ministério Público Federal tem sinalizado que aplicará punições aos partidos envolvidos na Lava-Jato, mas ainda não definiu quando.

O PT de Pernambuco vai oficializar a punição dos infiéis às diretrizes da legenda durante a última eleição na reunião da Executiva Estadual no próximo dia 28. De acordo com a presidente da sigla, deputada Teresa Leitão, as decisões do Conselho de Ética já foram tomadas, no entanto só serão consolidadas no encontro do diretório. 

"A gente tem decisões, mas não queremos divulgar para não expor as pessoas. Falaremos apenas no diretório, vou me resguardar", contou. "Vai ter expulsão", adiantou a petista acrescentando. Segundo ela, alguns mandatários não estão levando a sério a dedicação partidária e, por isso, as punições serão levadas ao extremo.  

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“Eles precisam saber o que significa você se eleger pelo PT. É tão boa a grife do PT não é? Apesar de todos os ataques ainda somos o partido preferido da população”, justificou. 

 

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