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 Em razão da alta de casos da covid-19, chegou a 100% a taxa de ocupação dos leitos de UTI da rede pública da 8ª Gerência Regional de Saúde de Pernambuco, sediada por Petrolina. Diante do quadro de lotação, Ministério Público de Pernambuco (MPPE), Ministério Público Federal (MPF), representantes da gerência em questão, Central de Regulação Interestadual de Leitos (CRIL), Secretaria Municipal de Saúde, responsáveis pelo Hospital Universitário da Universidade Federal do Vale do São Francisco e outros diretores de hospitais se reuniram na última quinta (4), para propor medidas de expansão do número de leitos de UTI e cobrar iniciativas do poder público no sentido de evitar o desabastecimento de insumos hospitalares e farmacológicos essenciais.

Para a promotora de Justiça Rosane Cavalcanti, a Secretaria Estadual de Saúde informou que está providenciando a abertura de mais leitos para atender a região. A prefeitura de Petrolina ofereceu reforço, com foco na intensificação da testagem e avaliação da possibilidade de implantar mais leitos de média complexidade. "Questionamos não apenas as medidas que estão sendo adotadas em relação ao número de leitos, mas também se há profissionais disponíveis e insumos, como oxigênio e materiais hospitalares", comenta a promotora.

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Diante do iminente colapso do sistema de saúde da 8a Gerência, o MPPE recomenda que a população reforce “as medidas de distanciamento social; higienização das mãos com água e sabão ou álcool em gel; uso de máscara em qualquer deslocamento ou interação entre pessoas; e respeito às normas restritivas às atividades não essenciais”, diz nota da instituição.

Fraudes na vacinação

O MPPE também avalia as denúncias de que  clínicas particulares estariam fraudando as listas de funcionários enviadas às autoridades de saúde. Este processo se daria através da inclusão dos nomes de pessoas que não integram os grupos prioritários na fila de vacinação. “O MPPE orientou a gestão municipal a colher declaração dos responsáveis/gestores das 427 clínicas de Petrolina inscritas no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES)”, frisa o MPPE.

Barreiras sanitárias de controle à Covid-19 foram instaladas na entrada da feira livre, nesta sexta-feira (5), em Vitória de Santo Antão, Zona da Mata de Pernambuco. A ação conduzida pela secretaria de saúde do município distribui máscaras e álcool 70 no centro da cidade.

Em nota, a prefeitura informou que profissionais da área de saúde estiveram em quatro feiras populares: na Praça Luís Boaventura, na Praça Duque de Caxias, na Avenida Mariana Amália e na Praça 13 de Maio. O trabalho dos profissionais era de conscientização da população com as formas evitar o contágio do vírus nas feiras.

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“Nesses pontos, agentes sanitários, bombeiros civis e guardas municipais orientavam a população sobre medidas preventivas contra a proliferação do Coronavírus, além de aferir a temperatura das pessoas, disponibilizar álcool 70% e máscaras”, explicou o secretário de Saúde, Eudes Lorena.

As feiras livres em Vitória de Santo Antão normalmente acontecem nos finais de semana, mas algumas foram antecipadas para essa sexta (5) por conta do feriado da Data Magna (6) e das medidas restritivas estabelecidas pelo governo do estado de Pernambuco. Em reunião, a prefeitura, em conjunto com representantes da Associação Comercial da Vitória de Santo Antão, decidiu manter as feiras livres do Maués, Lídia Queiroz e Águas Brancas no domingo (7) e prometeu também a instalação de barreiras sanitárias.

“As feiras do domingo nos bairros são essencialmente de produtos alimentícios, serviço essencial que estão liberados pelo governo do Estado”, declarou Eudes Lorena.

Pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) já encontraram a variante P.1 do novo coronavírus (covid-19), descrita pela primeira vez no Amazonas, em mais cinco estados: Pará, Paraíba, Roraima, Santa Catarina e São Paulo, segundo nota divulgada nesta sexta-feira (12) pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC). Casos provocados pela nova variante P.1 também já foram confirmados pelas secretarias estaduais de Saúde da Bahia, do Ceará e de Pernambuco.

Até o momento, não há dados que relacionem essa variante a quadros mais graves da covid-19, porém as mutações identificadas nela são semelhantes às das variantes encontradas no Reino Unido e na África do Sul, e têm potencial de facilitar a transmissão. 

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No texto divulgado nesta sexta-feira pelo instituto, a  pesquisadora Paola Cristina Resende ressalta que "é importante lembrar que as linhagens P.1 e P.2 já foram associadas a casos de reinfecção no país. Por isso, é fundamental a continuidade das medidas de prevenção, como a utilização de máscara de proteção, a higienização frequente das mãos e evitar aglomerações". 

Em todo o país, especialistas da Rede Genômica Fiocruz integram um esforço que já sequenciou quase 3,6 mil amostras coletadas no Brasil, sendo 1.035 em São Paulo, 726 no Rio de Janeiro, 340 no Amazonas, 306 Rio Grande do Sul, 167 na Paraíba, 150 em Pernambuco e as demais em outros estados.

Um balanço desse trabalho aponta que mais de 60 linhagens do vírus já foram encontradas no país, porém predominam a B.1.1.33 e a B.1.1.28, que circulam no Brasil desde março. O surgimento de linhagens diversas é um processo comum nos vírus, e, na maior parte dos casos, as mudanças implicam pequenas diferenças no material genético.

Foi a B.1.1.28 que, após mutações, deu origem à variante P.1, encontrada no Amazonas, e à P.2, descrita pela primeira vez no Rio de Janeiro. Ambas são consideradas "variantes de preocupação" e apresentam modificações na proteína spike, estrutura do vírus que se conecta às células humanas. No caso da P.1, há três mutações relacionadas à proteína (K417N, E484K e N501Y), e, na P.2, uma mutação (E484K).

No Amazonas, a variante P.1 foi apontada como a causadora de 91% dos casos da covid-19 que tiveram seu material genético sequenciado em janeiro. A variante se tornou a dominante no estado, tomando o lugar da B.1.1.28.

De forma semelhante, a variante P.2 também tem ampliado sua presença no Rio de Janeiro, que antes tinha predomínio da B.1.1.33. A nova variante também já foi identificada em outros estados, como em Rondônia, segundo pesquisa divulgada na quarta-feira (10) por pesquisadores da Fiocruz no estado. 

Entre os objetivos dos pesquisadores estão entender a dispersão das linhagens do coronavírus no território nacional e identificar se as mutações recém descritas podem afetar a resposta induzida pelas vacinas.

Em nota publicada na quarta-feira pela Fiocruz Rondônia, o infectologista Juan Miguel Villalobos-Salcedo destacou a necessidade de conter a circulação do vírus. "Quanto mais casos ativos tivermos em uma população, mais chances nós temos de propagar a doença e, consequentemente, mais possibilidades teremos de provocar novas mutações do vírus".

 

Com a disseminação de novas variantes da Covid-19 mais transmissíveis, especialistas acreditam ser hora de considerar o uso de máscaras de tipo médico ou combinar o uso de peças de tecido e cirúrgicas ao mesmo tempo.

Os cientistas concordam há algum tempo que o vírus se transmite principalmente pelo ar, ao invés de superfícies, e há evidências crescentes de que pequenas gotículas da respiração ou expelidas pela boca durante uma conversa podem viajar vários metros e são um modo comum de transmissão.

Soma-se a isso a grande contagiosidade de variantes emergentes, como a B.1.1.7, que requer uma carga viral mais baixa para causar a Covid-19 sintomática em comparação com a cepa mais comum.

- "Filtragem e ajuste" -

Quando as autoridades recomendaram inicialmente que as pessoas usassem proteção facial, máscaras adequadas estavam em falta e as pessoas foram encorajadas a usar soluções de tecido improvisadas de camisetas ou bandanas. A solução, porém, estava longe do ideal.

"O funcionamento adequado de uma máscara depende de duas coisas: filtragem e ajuste", disse à AFP Linsey Marr, professora de engenharia civil e ambiental da Virginia Tech, que estuda a transmissão de doenças pelo ar.

"Uma boa filtragem remove o máximo de partículas possível e um bom ajuste significa que não há vazamentos nas laterais da máscara, onde o ar - e os vírus - podem entrar", observou a especialista, acrescentando que mesmo um pequeno orifício pode reduzir a eficiência em 50%.

Os melhores materiais para bloquear pequenas partículas incluem polipropileno não tecido, que é usado para fazer máscaras N95 e vários tipos de máscaras cirúrgicas, bem como filtros HEPA dos aviões. Entre os tecidos, o algodão ajustado funciona melhor.

- Combo de máscaras -

“Se você estiver usando uma máscara de tecido, escolha uma que tenha várias camadas, de preferência uma com um bolso no qual você possa colocar um bom material de filtro”, aconselhou Marr. "Ou você pode dobrar a máscara usando uma do tipo cirúrgico e um pano ajustado por cima."

As máscaras cirúrgicas são feitas de um material que filtra bem, mas tendem a ser muito soltas, portanto, adicionar um pano por cima irá segurar as bordas e reduzir os vazamentos.

Adicionar uma camada melhora a filtragem - se uma camada retém 50% de todas as partículas, a combinação de duas aumenta a eficiência para 75%.

"Não recomendamos o uso de mais de duas máscaras. Adicionar mais camadas mostra resultados decrescentes e pode comprometer a capacidade de respirar. Deve permanecer fácil respirar através das camadas, caso contrário, o ar tem uma melhor chance de escoar pelo lados da máscara", acrescenta Marr.

Máscaras com clipe nasal de metal ajudam a garantir um melhor ajuste, assim como as que têm tiras que circundam a cabeça, não apenas as orelhas.

"Você deve sentir a máscara ser sugada ao respirar e, se colocar as mãos nas laterais da máscara, não deverá sentir o ar vazando ao expirar", disse Marr.

- Melhor qualidade -

Outra opção é obter máscaras N95 ou os equivalentes internacionais KN95, FFP2, etc.

"Todas elas fornecem um nível semelhante de filtragem, o que significa proteção contra partículas que entram e saem", disse Ranu Dhillon, médico de saúde global do Brigham and Women's Hospital e da Harvard Medical School.

Dhillon, que defende o uso de máscaras de melhor qualidade desde o ano passado, está desapontado com a falta de mensagens claras ao público sobre a importância de usar máscaras adequadas.

Além disso, "não houve um esforço coordenado para realmente produzir em massa e distribuir essas máscaras de maior calibre", acrescentou.

- Até quando? -

A chave para entender a ameaça é pensar na fumaça do cigarro, disse Donald Milton, professor de saúde ambiental da Universidade de Maryland.

A ventilação definitivamente ajuda, mas se você estiver entre uma pessoa que está respirando e um tubo de ventilação, o vírus vai chegar até você de qualquer maneira, o que torna as máscaras faciais tão cruciais, diz ele.

Milton e Dhillon estão cautelosamente otimistas de que seus alertas logo se tornarão padrões de segurança na administração do presidente americano, Joe Biden. A emissora CNN noticiou na semana passada que o governo americano trabalha para apresentar os primeiros padrões oficiais para máscaras faciais.

Antes da pandemia, Milton e outros cientistas que estudavam a gripe concluíram de forma semelhante que a doença era transmitida por meio de gotículas da conversação e da respiração comuns, enquanto que espirros, tosse ou transmissão pela superfície tinham menos influência do que o esperado.

As descobertas geraram polêmica na época, mas a Covid-19 renovou o interesse pela pesquisa, o que significa que o uso das máscaras pode se tornar algo corriqueiro durante as piores temporadas de gripe, mesmo depois que a pandemia for erradicada.

O primeiro mês do ano marca a campanha Janeiro Verde, promovida para alertar a população sobre a prevenção ao câncer do colo do útero. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), esse tipo de tumor maligno é o terceiro que mais acomete mulheres e o quarto que mais leva as pacientes à morte no Brasil. Ainda segundo a entidade, em 2020, a expectativa era de que quase 16,6 mil brasileiras fossem diagnosticadas com a doença.

De acordo com o Inca, a maior responsável pela causa do câncer do colo do útero é a infecção contínua do Papilomavírus Humano (HPV), transmitido nas relações sexuais. Os tipos de HPV chamados de oncogênicos (16 e 18) são encontrados em 70% das pacientes. Segundo a médica do Centro de Oncologia do Paraná, Daiene Carvalho Casagrande, o acompanhamento clínico das mulheres que têm vida sexual ativa deve ser feito até os 64 anos. Ela afirma que, além do problema não ser de um público feminino específico, exames como papanicolaou ou citopatológico podem identificar tumores que, em geral, não apresentam sinais da enfermidade antes do estado avançado.

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"É uma doença de desenvolvimento lento, que pode não apresentar sintomas na fase inicial. As lesões pré-malignas causadas pelo HPV podem ser assintomáticas. Nos casos mais avançados, pode ocorrer sangramento vaginal intermitente [que vai e volta] ou após a relação sexual, secreção vaginal anormal, dor abdominal associada a queixas urinárias ou intestinais", explica a especialista Daiene. "Educação sexual, reforçando a importância do sexo seguro e comportamentos sexuais, também são medidas importantes de prevenção", complementa.

Segundo Daiene, além da vida sexual ativa, diversas ações podem elevar o risco da infecção, que causa a neoplasia entre o público feminino. De acordo com a médica, fumantes e as mulheres que têm doenças autoimunes estão entre as mais vulneráveis. "Alguns fatores que podem aumentar a chance são tabagismo, início da vida sexual precoce, multi-parceria sexual, mulheres com três ou mais gestações, presença de doenças auto-imunes em atividade, uso de medicamentos imunossupressores e a presença de outras doenças sexualmente transmissíveis", explica a médica.

Vacina

Para Daiene, embora haja possibilidade de acompanhamento clínico, as vacinas são os recursos mais eficientes para prevenir os casos de câncer do colo do útero. Segundo ela, os imunizantes atuam em duas frentes para garantir a eliminação do HPV. "São duas vacinas profiláticas contra o HPV: a quadrivalente, que confere proteção contra os HPV 6, 11, 16 e 18; e a bivalente, contra os HPV 16 e 18".

Ainda de acordo com a especialista, o aumento da cobertura vacinal contra o HPV reduziria os casos da doença de maneira considerável no Brasil. Segundo a médica, a aplicação nas pessoas que ainda não iniciaram a vida sexual seria fundamental para derrubar tanto o número de diagnósticos como o de mortes pela doença. "O maior benefício, com maior produção de anticorpos, acontece quando aplicadas em pessoas que não iniciaram a vida sexual. Se aumentarmos a cobertura vacinal, aliada a um sistema de rastreamento eficaz das lesões precursoras do câncer do colo do útero, vamos conseguir diminuir a incidência desta doença, que, se detectada no início, tem chance de 100% de cura", explica a médica.

Segundo o Ministério da Saúde, no triênio de 2014 a 2017, cerca de 72,5% das meninas com idade entre nove e 14 anos tomaram a primeira dose contra o HPV. Já para a segunda dose, apenas 45,1% das jovens desta faixa etária foram imunizadas.

O vestibular da Fuvest começa neste domingo (10) e, para garantir as medidas sanitárias de prevenção contra a Convid-19, foi estabelecido um conjunto de medidas de proteção individual e coletiva, de acordo com as determinações sanitárias e legais, visando à prevenção da contaminação por candidato e colaboradores.

De acordo com a Fuvest, é obrigatório o uso de máscara e o recomendado é que os candidatos levem uma máscara adicional. Serão fornecidos saquinhos de papel para que a máscara usada possa ser guardada em segurança. Será disponibilizado ainda, em cada mesa, um saché contendo lenço umedecido com álcool 70% para garantir a desinfecção da carteira por eles próprios, para além da limpeza realizada previamente.

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Os coordenadores e fiscais de aplicação da prova usarão equipamentos de proteção individual (EPIs), incluindo máscara, luvas e face shield. Será ainda disponibilizado álcool gel 70% tanto nas salas quanto nos banheiros dos locais de prova. As carteiras estarão a uma distância de 1,5 metros umas das outras. 

“A Fuvest selecionou ainda um maior número de locais de prova, com um total de candidatos por sala de no máximo 50% da ocupação adotada em anos anteriores. Essa medida garante que a ocupação das salas de prova seja inferior a 40% da capacidade máxima da sala, uma vez que a ocupação normal para o vestibular da Fuvest tem sido de, aproximadamente, 80% da capacidade máxima das salas. Com isso, atende-se ao estipulado na fase Amarela do Plano São Paulo”, diz a Fuvest.

Ao todo, serão 148 locais de prova, distribuídos em 35 cidades, para a realização da primeira fase do exame, para 130 mil candidatos. Na última edição do vestibular, foram 88 locais de prova.

A fase em que o câncer é descoberto costuma ser decisiva para o sucesso do tratamento e para que sejam maiores as taxas de sobrevida em cinco anos, período considerado padrão para definir que o paciente possa ser considerado curado (após esse prazo de cinco é pequeno o risco de a doença voltar). No caso do melanoma, essa associação entre fase de descoberta e cura é ainda mais decisiva.

Comparativamente, enquanto a doença em fase inicial tem taxas de cura acima de 90%, o melanoma com espessura superior a 4 milímetros registra menos de 50% de sobrevida em cinco anos. Além da espessura da lesão, outros aspectos considerados no diagnóstico são a presença de úlceras (feridas na pele), comprometimento dos linfonodos e se a doença disseminou para outras partes do corpo (metástase).

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De acordo com o levantamento SEER, do National Cancer Institute (NCI), dos Estados Unidos, o prognóstico para pacientes com comprometimento linfonodal é de 66,2% de taxa de cura. Porém, na presença de melanoma metastático, a taxa de sobrevida em cinco anos cai para 27,3%. “A fase de descoberta do melanoma é fundamental para a nossa tomada de decisão e para que tenhamos melhores resultados oncológicos. A preocupação com o melanoma deve ir além do Dezembro Laranja ou nos demais meses do nosso verão. O cuidado deve se estender para todo o ano, inclusive nos dias nublados ou chuvosos”, destaca o cirurgião oncológico, Alexandre Ferreira Oliveira, presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO).

Melanoma no Brasil e no mundo e o risco de negligenciar a doença na pandemia

Estimativas do Instituto Nacional do Câncer (Inca), anunciadas antes da pandemia de COVID-19, apontavam para 183.390 novos casos em 2020. Desse total, 176.940 correspondem aos cânceres de pele menos agressivos – o basocelular e o espinocelular  – e 8.450 ao melanoma. Em termos de mortalidade, o câncer de pele basocelular e espinocelular, informa o Inca, corresponde a 2.329 casos  anuais e o melanoma a 1.791. Os números mostram que, portanto, que embora o melanoma represente apenas 4,5% dos casos de câncer de pele, quase metade (43%) das mortes por tumores cutâneos é por conta do melanoma.

Em meio ao levantamento feito pela SBCO, que apontou para redução de até 70% do número de cirurgias oncológicas nos primeiros meses da pandemia de COVID-19, Alexandre Ferreira Oliveira, observou também a redução de diagnósticos de melanoma em fase inicial. Por conta do medo de contrair a infecções, muitos negligenciaram o exame clínico da pele com o dermatologista.

O impacto disso é o não diagnóstico de lesões em fase inicial e até o adiamento de tratamentos que estavam em andamento. “A evolução para uma doença com espessura maior que 4 milímetros pode ocorrer em pouco tempo. Mesmo na pandemia, lesões que aparecem na pele devem ter avaliação médica imediata e, para tanto, é importante levar em conta o critério ABCDE”, destaca.

A regra do ABCDE é um método simples para ajudar a memorizar as características de uma pinta, sinal ou mancha suspeita de câncer de pele, especialmente o melanoma:

(A ) Assimetria: uma metade do sinal é diferente da outra.

(B) Bordas irregulares: contorno mal definido.

(C) Cor variável: presença de várias cores em uma mesma lesão (preta, castanha, branca, avermelhada ou azul).

(D) Diâmetro: maior que 6 milímetros;

(E) Evolução: mudanças de tamanho, forma ou cor.

Mesmo apresentando todas essas alterações, a lesão pode não ser um câncer de pele.

Idade e danos cumulativos ao longo da vida

O maior fator de risco para o desenvolvimento de câncer de pele é o envelhecimento, embora essa doença possa acometer desde a infância e tem o seu pico de incidência a partir dos 45 anos. Os raios UVA, que estão cientificamente associados com desenvolvimento de câncer de pele do tipo espinocelular e também de melanoma, estão presentes do nascer até o pôr do sol. Além dele, há os raios UVB, que são mais intensos das 10 às 16 horas e que são responsáveis por tumores de pele, principalmente, do tipo basocelular, além de causar queimaduras e vermelhidão. Para a população que não está inserida em um grupo de risco, recomenda-se o uso de filtro solar fator 30, com reaplicações ao longo dia. 

Cuidados com a pele

- Evitar exposição solar em qualquer horário, principalmente na faixa entre 10 e 16 horas (horário de verão). - Fazer uso de chapéus, camisetas e filtros solares. 

- É importante que as barracas usadas na praia sejam feitas de algodão ou lona, que absorvem 50% da radiação ultravioleta. As barracas de nylon formam uma barreira pouco confiável: 95% dos raios UV ultrapassam o material. 

- Para o uso de filtros solares, é sugerida a reaplicação a cada duas horas. O ideal é que o Fator de Proteção Solar (FPS) seja, no mínimo, 15. O ideal é fator 30, por requer menor reposição.

- Em hipótese alguma o bronzeamento artificial pode ser considerável saudável para a pele.

- Durante a pandemia, respeitar as diretrizes de distanciamento social determinadas por sua cidade.

*Da assessoria 

A farmacêutica AstraZeneca e a Universidade de Londres (UCLH) estão desenvolvendo um remédio para prevenir os sintomas da Covid-19, mostrou uma matéria do jornal "The Guardian" nesta sexta-feira (25).

A droga, chamada de AZD7448, seria capaz de impedir que a pessoa desenvolva a doença entre seis e 12 meses após ser ingerida. A empresa já pediu o registro para testes nos Estados Unidos.

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Assim como outros medicamentos aprovados nos EUA, mas usados em pacientes que já contraíram o coronavírus Sars-CoV-2, o remédio usa uma combinação de anticorpos. A estimativa é que, com a aprovação dos testes, ele esteja disponível entre março e abril.

A proteção imediata prometida pela farmacêutica poderia ter um papel fundamental em reduzir o impacto da pandemia enquanto a vacinação estiver em curso.

"A vantagem desse medicamento é que te dá anticorpos imediatamente. Poderemos dizer aos participantes dos testes que foram expostos: 'sim, podem se vacinar'. Mas não podemos garantir que ela os protegerá da doença porque já é tarde: as vacinas atuais não conferem imunidade antes de um mês", disse a virologista da Universidade, Catherine Houlihan, ao jornal.

Da Ansa

A turminha do Mundo Bita resolveu engrossar o coro pela importância da vacinação infantil. Em parceria com a Sociedade Brasileira de Pediatria e a Pfizer, o personagem ‘bigodudo’ e seus amigos lançam, nesta sexta (4), a música É hora de tomar a vacina. A canção chega acompanhada por um clipe animado, já disponível no canal do YouTube do grupo. 

Na música, de caráter informativo e muito lúdico, a turma do Bita assegura que as vacinas são sinônimo de proteção e cuidado e encoraja os pequenos a encararem a “agulhinha”. “Uma picadinha só, tem pro vovô, tem pra vovó. Todo mundo está contente, nada de ficar doente, é sempre tempo de cuidar de quem a gente ama”, diz a canção. 

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A nova música do Mundo Bita chega em um momento em que a população se divide entre esperar pela vacina contra o coronavírus e driblar as fake news acerca da importância da vacinação. Segundo pesquisa realizada pelo IBOPE Inteligência, a pedido da Pfizer, no Brasil, 60% dos pais não sabem ou acham que é falsa a afirmação de que a vacinação contra gripe e doenças pneumocócicas ajuda no diagnóstico da Covid-19, ao permitir descartar estas doenças.

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O mês de novembro também é dedicado ao combate e à prevenção do diabetes mellitus, doença que se tornou uma grave epidemia em todo o planeta e especialmente no Brasil. O diabetes é uma doença caracterizada pela elevação da glicose no sangue (hiperglicemia). Pode ocorrer devido a defeitos na secreção ou na ação do hormônio insulina, que é produzido no pâncreas, pelas chamadas células beta.

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Para encerrar a programação alusiva ao Novembro Diabetes Azul, campanha mundial em prol da conscientização sobre o diabetes, o Fórum Paraense do Mutirão do Diabetes promoverá neste sábado (28) o Mutirão do Diabetes, de 9 às 13 horas, no Supermercado Formosa da Augusto Montenegro, em Belém.

O objetivo do Fórum é contribuir para a redução da incidência do diabetes mellitus (DM), melhorando a qualidade de vida da população, principalmente das pessoas mais carentes. "O principal objetivo é sensibilizar as pessoas da necessidade da prevenção do diabetes. É chamar atenção para a obesidade, o sedentarismo, que hoje é muito frequente na nossa sociedade. E também para as pessoas que têm antecedentes na família fazerem os seus exames preventivos no sentido de detectar a doença’’, disse o médico Edmundo Almeida, coordenador geral do Fórum Paraense do Mutirão do Diabetes.

Edmundo ressalta que o diabetes do tipo 2 que é o mais frequente: 50% das pessoas são diabéticas e não sabem, só vão saber se fizerem o exame ou se estiverem apresentando sintomas como perda de peso, vontade de urinar várias vezes ao dia, muita sede.

Neste ano, devido à pandemia do novo coronavírus, o Fórum optou por realizar parcerias com empresas e instituições sediadas na Região Metropolitana de Belém (RMB) com interesse em ofertar para suas equipes palestra de esclarecimento sobre diabetes e exames básicos como glicemia, aferição de pressão arterial (PA), antropometria (verificação de peso, altura e índice de massa corporal – IMC), avaliação por clínica médica, endocrinologia, cardiologia, nutrição e exame de fundo de olho.

O projeto envolve três tipos de ação: o esclarecimento sobre o diabetes à população em geral, visando sua prevenção; a orientação para pessoas pertencentes a grupos de risco, pré-diabéticas e diabéticas; e o atendimento a pessoas em tratamento, com diagnóstico de diabetes.

Nos dias 7 e 21 de novembro ocorreram dois mutirões, sendo atendidas 152 pessoas residentes na Missão Belém, localizada em Benevides, e 137 colaboradores do Preço Baixo de Ananindeua.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes, o Brasil soma atualmente mais de 13 milhões de pessoas vivendo com a doença. Os dados da Federação Internacional de Diabetes mostram que no ano passado 463 milhões de adultos viviam com diabetes no mundo, sendo que metade não foi diagnosticada. Em 2019, a doença causou 4,2 milhões de mortes no mundo e pelo menos US$ 760 bilhões em gastos com saúde, o que equivale a 10% dos gastos totais com adultos.

Serviço

MUTIRÃO DO DIABETES

Data: 28/11/20 (sábado)

Hora: 9 às 13 horas

Local: Supermercado Formosa da Augusto Montenegro.

Por Amanda Lima (com informações da assessoria do Fórum).

 

 

 

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A pandemia do novo coronavírus teve um forte impacto na prevenção e diagnóstico do câncer de próstata. O medo da contaminação atrasou tratamentos e prejudicou o diagnóstico precoce. É o que mostra uma pesquisa realizada este ano pela SBU (Sociedade Brasileira de Urologia). A procura por cirurgias eletivas urológicas caiu pela metade durante a pandemia.

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Ao todo, foram ouvidos 766 urologistas associados à SBU. Desses, cerca de 90% afirmaram que houve uma redução em 50% das cirurgias eletivas, e 54,8% relataram que as cirurgias de emergências diminuíram pela metade. O atendimento ambulatorial e nos consultórios médicos tiveram uma redução ainda maior, de 80%.

A preocupação em incentivar os homens a procurar um especialista é antiga e aumentou durante o período de pandemia. "O medo de contrair a covid-19 e os tabus que envolvem a realização dos exames preventivos podem ser fatores que levam os homens a não procurar por auxílio médico. O assunto ganha destaque neste Novembro Azul, justamente para lembrar os homens sobre a importância de cuidar da saúde", alerta a oncologista clínica Paula Sampaio.

O urologista João Frederico Andrade, do Centro de Tratamento Oncológico – CTO, destaca um dado importante: "No Brasil, os homens vivem, em média, sete anos a menos do que as mulheres. Uma das razões é que os homens são mais negligentes com a própria saúde e, no caso do câncer de próstata, essa negligência muitas vezes resulta em um diagnóstico tardio”.

O câncer de próstata é uma doença silenciosa. Em 95% dos casos, só apresenta sintomas em estágio avançado. Portanto, a avaliação periódica é fundamental. “As chances de recuperação ultrapassam os 90% quando a doença é diagnosticada precocemente”, assegura o especialista. “Homens negros e aqueles cujo pai ou irmão teve câncer de próstata devem visitar anualmente o especialista a partir dos 45 anos. Os demais, a partir dos 50 anos”, completa o médico.

Clirdemar Vasconcelos, de 67 anos, descobriu o câncer de próstata por acaso. Em junho de 2015, numa mudança de emprego, ele fez exames admissionais- um dos exames foi o PSA, que identificou alterações. O médico do trabalho recomendou ir a um urologista, onde confirmou o diagnóstico de câncer de próstata.

Até esse exame admissional, ele nunca tinha feito exames preventivos para câncer de próstata. Como ele sempre trabalhou no interior e vinha pouco a Belém, consultas médicas não eram prioridade para ele. Hoje, ele afirma que nunca faria isso, se pudesse voltar no tempo. “Agora, eu aconselho meus parentes e amigos a se cuidarem. O meu filho, de 39 anos, já começou a fazer os exames anuais.”

Clirdemar acredita que teve sorte, porque mesmo sem cuidar da saúde e descobrindo o câncer de próstata por acaso, a doença estava em um estágio inicial. Ele fez o tratamento com radioterapia e quimioterapia.

Em junho deste ano, ele completou os cinco anos de acompanhamento e controle. Mas, por causa da pandemia, a última consulta foi apenas em setembro, quando recebeu alta. A comemoração foi em casa, apenas com a esposa. “Graças a Deus,  tudo correu bem e hoje posso contar minha história e ser um exemplo para os outros homens, para que não deixem de cuidar da saúde”, finaliza Clirdemar.

As sociedades médicas aproveitam o Novembro Azul para falar não só de câncer de próstata, mas também de outros aspectos importantes da saúde do homem. “É muito mais difícil convencer um homem do que uma mulher sobre a necessidade de ir ao consultório médico periodicamente, mesmo que não esteja sentindo nada. Por isso, temos que aproveitar quando ele vai para falar sobre a saúde masculina de forma integral”, destaca o urologista João Frederico Andrade.

Também é importante ficar atento aos principais sintomas da doença, que só aparecem, porém, em 95% dos casos, quando já está em fase avançada. São eles: dificuldade para urinar, sangue na urina ou no esperma, diminuição do jato da urina e maior frequência de idas ao banheiro.

A estimativa do INCA (Instituto Nacional de Câncer) é de 65.840 casos novos de câncer de próstata para cada ano do triênio 2020-2022. Cerca de 15 mil homens morreram em 2018 devido à doença.

Prevenção 

Alimentação saudável - rica em frutas, verduras, legumes e grãos e cereais.

Manter o peso ideal.

Praticar atividades físicas regularmente.

Não fumar.

Evitar o consumo de bebidas alcoólicas.

A estimativa do INCA (Instituto Nacional de Câncer) é de 65.840 casos novos de câncer de próstata para cada ano do triênio 2020-2022. Cerca de 15 mil homens morreram em 2018 devido à doença.

Da assessoria do CTO.

 

O mês de outubro é dedicado a conscientização e prevenção do câncer de mama. Com a pandemia causada pelo novo coranavírus, a abordagem é obrigatória, pois o medo da contaminação atrasou tratamentos e prejudicou o diagnóstico precoce. O tema escolhido pelo Instituto Nacional de Câncer (INCA) para campanha deste ano é “O câncer de mama e o coronavírus”. No vídeo abaixo, o mastologista Fábio Botelho fala sobre a doença. 

Dados do INCA (Instituto Nacional do Câncer) mostram que, em 2020, 66.280 mulheres devem desenvolver câncer de mama no Brasil. A região Norte deve registrar 1.970 casos novos até o final de 2020, sendo 780 novos casos no Pará e 320 em Belém.

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A Sociedade Brasileira de Mastologia destaca que o cuidado com a saúde feminina deve ser olhado com atenção, principalmente neste momento em que o rastreamento e o tratamento ainda estão sendo retomados, por conta da pandemia. A SBM reforça as ações preventivas, com o lançamento do movimento “Quanto antes melhor”. A ideia é chamar a atenção das mulheres para a adoção de um estilo de vida saudável, com a prática de atividades físicas e boa alimentação para evitar várias doenças. Entre elas, o câncer de mama.

O Outubro Rosa reforça três pilares estratégicos no controle da doença: prevenção primária (como reduzir o risco de câncer de mama), diagnóstico precoce (divulgar sinais e sintomas da doença e incentivar a mulher a observar o próprio corpo) e mamografia (informar que para mulheres a partir de 40 anos é recomendada a realização de uma mamografia de rastreamento anual).

Segundo recomendações da SBM, nas regiões onde o pico da doença diminuiu, os casos estão estabilizados e existe flexibilização das medidas restritivas, as mulheres devem retomar seus exames de rotina, seguindo medidas de segurança. Já nas regiões com alta incidência da pandemia, o mais correto é que as mulheres não consideradas urgentes, assintomáticas ou que fazem controle por alterações benignas aguardem o momento de pico passar.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o câncer de mama é o tipo mais comum entre as mulheres, no mundo todo, depois do câncer de pele não melanoma. Representa cerca de 25% de todos os casos novos de câncer: 1,38 milhões de novos casos e 458 mil mortes pela doença por ano.

A professora Ana Cristina Bandeira, 50 anos, percebeu alterações na mama direita em 2016. Na época, fez exames mas não conseguiu um diagnóstico. Por isso, deixou passar o tempo. Apenas em janeiro de 2020, quando o inchaço na mama aumentou, voltou a procurar os médicos. Com novos exames, confirmou o câncer de mama.

A cirurgia para a retirada da mama direita foi em 14 de março. Logo em seguida, começou a pandemia do coronavírus, com isolamento social. Por isso, a quimioterapia só foi iniciada em maio, por prevenção.

Mas Ana Cristina não deixou o medo atrapalhar o tratamento. Durante o tratamento, ela conseguiu trabalhar e ainda concluir o curso de Direito. “Isso me ajudou bastante a passar por essa fase difícil. Mas está tudo dando certo e vai continuar”, avalia.

Com informações do CTO - Centro de Tratamento Oncológico).

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Em seu mais recente estudo sobre o uso da cloroquina na prevenção e tratamento da Covid-19, a Universidade da Pensilvânia concluiu que o medicamento mostra-se ineficaz na prevenção da doença causada pelo novo coronavírus. O resultado foi divulgado na última quarta-feira (30), no reservatório de pesquisas da Escola Perelman de Medicina (Penn) da instituição, através do jornal de pesquisas, o Jama.

Na apresentação do estudo, os pesquisadores dizem que “a hidroxicloroquina não é mais eficaz do que o placebo na prevenção de Covid-19”. O ensaio clínico da Penn mostra que profissionais de saúde em contato com pacientes com Covid-19 que tomaram hidroxicloroquina diariamente não reduziram sua taxa de infecção.

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Os profissionais foram capazes de analisar um total de 125 médicos, enfermeiras, auxiliares de enfermagem certificados, técnicos de emergência e terapeutas respiratórios que recrutaram para o estudo. Essa população trabalhava em diversas áreas dos dois hospitais universitários, incluindo pronto-socorros e unidades do Covid-19.

Aproximadamente metade dos participantes do estudo tomou hidroxicloroquina, enquanto a outra metade tomou um placebo correspondente (uma pílula de celulose). O estudo foi duplo-cego, o que significa que nem os pesquisadores, nem os participantes sabiam a qual medicamento foram atribuídos.

“Este trabalho representa o primeiro estudo randomizado do efeito profilático da hidroxicloroquina para aqueles que ainda não foram expostos ao Covid-19”, disse o autor principal do estudo, Benjamin Abella, professor de Medicina de Emergência e diretor do Penn Medicine's Center for Resuscitation Science. “E embora a hidroxicloroquina seja um medicamento eficaz para o tratamento de doenças como lúpus e malária, não vimos diferenças que nos levassem a recomendar sua prescrição como medicamento preventivo para Covid-19 em trabalhadores de linha de frente”, completou.

Testes extensivos foram usados ​​para provar rigorosamente quem contraiu ou não o vírus. Cada pessoa recebeu swab e teste de anticorpos para Covid-19 no início de sua participação no estudo, na metade e no final - um período de oito semanas durante o período de estudo que começou em 9 de abril e terminou em 14 de julho de 2020. Participantes também fez testes de eletrocardiograma (ECG) por causa de preocupações sobre a hidroxicloroquina causando problemas de ritmo cardíaco em casos graves de Covid-19.

Ao fim do estudo, 6,3% daqueles que tomaram a hidroxicloroquina tiveram resultado positivo para Covid-19, enquanto 6,6% daqueles que tomaram os placebos foram positivos. Nenhum necessitou de hospitalização. Além disso, não houve diferença detectada nos ritmos cardíacos entre aqueles em qualquer um dos braços do estudo, o que mostrou que, embora a droga não tivesse efeito preventivo, também não era prejudicial, exceto por alguns efeitos colaterais temporários, como diarréia para alguns.

“As diferenças que vimos eram insignificantes”, disse Ravi Amaravadi, professor associado à universidade e um dos autores do estudo. “E aqueles que pegaram o vírus, quer estivessem tomando hidroxicloroquina ou não, eram todos assintomáticos ou tinham formas muito leves de Covid-19.”

A Penn avalia se a droga hidroxicloroquina (HCQ) pode beneficiar pessoas infectadas com Covid-19, bem como se tomar o medicamento preventivamente pode ajudar as pessoas a evitar a infecção, desde o dia 3 de abril deste ano. Nas outras mostras, o resultado foi parecido e o medicamento não exibiu desempenho satisfatório.

Foto: Divulgação/Penn

O vice-procurador-geral Eleitoral, Renato Brill de Góes, orientou procuradores regionais Eleitorais e procuradores-gerais de Justiça de todo País a expedirem recomendações a partidos políticos e candidatos para que, no período de campanha e no dia das eleições 2020, eles observem e cumpram as medidas necessárias à prevenção de contágio pelo novo coronavírus.

O vice-PGE alerta que a violação das normas sanitárias estaduais ou federais pode implicar não só na aplicação de penalidades administrativas por propaganda irregular, mas também em imputação criminal, consistente em 'infração de determinação do Poder Público destinada a impedir introdução ou propagação de doença contagiosa'. O crime consta no artigo 268 do Código Penal e prevê detenção de um mês a um ano, além de multa.

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Em ofício circular, Renato Brill de Góes indicou que na recomendação aos partidos e candidatos, os procuradores podem sugerir que sejam evitados eventos que ocasionem aglomeração de pessoas, como caminhadas, carreatas, comícios, reuniões, assim como o uso e compartilhamento de informes impressos como cartilhas, jornais, santinhos, dando preferência ao marketing digital.

Além disso, segundo o vice-PGE, devem ser observados os cuidados sanitários nos comitês ou locais de reuniões político-partidárias, como distanciamento entre as pessoas, uso de máscaras faciais, disponibilização de álcool gel para higienização das mãos; e evitar o contato físico com o eleitor.

Renato Brill de Góes frisou ainda que as recomendações devem levar em consideração 'as particularidades locais, consignadas pelas autoridades competentes, via decreto do chefe do Poder Executivo estadual, além do federal, bem como atos e instruções administrativas das autoridades sanitárias estadual e local'.

"Ao MP Eleitoral compete contribuir para a normalidade das eleições, segurança do voto e liberdade democrática em observância às medidas higiênico-sanitárias que minimizem o risco à saúde pública durante o processo eleitoral, sem deixar de lado o exercício da função de fiscalizador do processo eleitoral", registrou a Procuradoria em nota.

Neste sábado (26), a Procuradoria Regional Eleitoral no Rio de Janeiro expediu recomendação obre a necessidade de que os atos da campanha eleitoral de 2020 no Estado cumpram as normas sanitárias. No dia seguinte ao alerta, os candidatos do Rio iniciaram suas campanhas investindo no apelo virtual.

Sem máscara e no meio de uma aglomeração, o secretário de Turismo e Lazer de Pernambuco, Rodrigo Novaes, participou, na quarta-feira (23), de ato de campanha do seu primo, Gustavo Novaes (PSD), que disputa a prefeitura de Floresta, no Sertão de Pernambuco. Um vídeo compartilhado pelo próprio Gustavo Novaes mostra ele e o secretário abraçados no meio de uma multidão ao som do jingle do candidato.

Rodrigo Novaes já esteve na imprensa lamentando as aglomerações nas praias após o feriadão de 7 de Setembro. “As pessoas estão precisando e querendo sair de casa, o isolamento social as pessoas já nem falam mais, mas é preciso que as pessoas saiam, mas saiam com cuidado, usando máscara, sem participar de aglomerações nesse instante”, disse à TV Clube no dia 8 deste mês. Após participar da convenção do PSD em Floresta, no dia 12 de setembro, Rodrigo Novaes falou à Folha de Pernambuco que “todos os eventos partidários em que atuo e apoio têm respeitado as medidas recomendadas de prevenção ao vírus”

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As cenas registradas na caminhada em Floresta, entretanto, contradizem o discurso do secretário. Em outro vídeo gravado durante o ato, ele dança e acena sem máscara para a população sem haver respeito a distanciamento seguro entre as pessoas, muitas delas também sem fazer uso do equipamento de proteção. Também sem máscara, o secretário discursou em palanque do primo.

O LeiaJá procurou a Secretaria de Turismo e Lazer, mas não recebeu posicionamento até a publicação da matéria. Rodrigo Novaes é deputado estadual licenciado após assumir a secretaria em janeiro de 2019. Ele foi eleito para a Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) pelo PSD com 64.456 votos.

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Solidão, tédio, ansiedade e depressão precisaram de maior atenção durante a pandemia. Os problemas desencadeados durante esse período se juntam à preocupação do Setembro Amarelo, campanha nacional de prevenção ao suicídio.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), uma pessoa se suicida no mundo a cada 40 segundos, e o suicídio é a segunda causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos. Em meio a pandemia, onde muitos estão lidando com o luto da perda de entes ou amigos, tratar o assunto com sensibilidade, empatia e cautela se faz ainda mais necessário. 

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A psicóloga clínica Ana Carolina Boian afirma que, normalmente, o ato tem ligação com alguma patologia, como depressão, esquizofrenia e dependência química. Porém, a especilista ressalva que essa não é uma regra. "Entendemos que, um tema de tamanha complexidade e importância, ainda é tratado com muita relutância e preconceito. O que se dá pela falta de informação e diálogos sobre o assunto", diz Ana.

De acordo reportagem publicade pela Folha de São Paulo, durante a pandemia, publicações sobre suicídio aumentaram no Brasil. A psicóloga Ana afirma que em comunidades específicas, como LGBTQIA+ e mulheres que sofrem algum tipo de violência o suicídio cresceu, assim como em casos de policiais, que supera o número de mortes por operações no país.

Entre os dogmas e achismos que permeiam o assunto, a psicóloga esclarece que os mitos são os maiores inimigos na hora de estabelecer um diálogo e que falar sobre o assunto é extremamente necessário. "Muitas vezes, pelo medo do julgamento e do preconceito, o indivíduo guarda para si seus sentimentos, alimentando negativamente. Abrir diálogos onde tais questões possam ser abordadas, ser empático e estar disposto a ouvir é a melhor forma de ajudar", orienta.

Segundo a psicóloga, tratar do assunto com seriedade apenas no mês de setembro não traz grandes mudanças. É necessário abordagem e educação que tragam o assunto de forma didática e informativa. "Casos de depressão e outros transtornos que levam ao suicídio acontecem em qualquer momento. Por isso, devemos levar o espírito desse Setembro Amarelo, de empatia e auxílio ao próximo, para todos os meses do ano", finaliza. 

No Brasil, o Centro de Valorização da Vida (CVV) oferece atendimento voluntário e gratuito 24 horas por dia, por meio do número 188, a quem está com pensamentos suicidas ou enfrenta outros problemas.

 

O Conselho Regional de Medicina do Estado de Pernambuco (Cremepe) promoverá lives sobre prevenção ao suicídio durante este mês de setembro, em alusão à campanha Setembro Amarelo, que tem como objetivo conscientizar a população a respeito do tema. Em 2020, a campanha terá um viés diferente do habitual, mais voltado a questões como isolamento, solidão, violência doméstica, luto, desemprego e problemas financeiros, que se tornaram mais fortes devido à pandemia de Covis-19. 

As transmissões serão feitas através do canal do conselho no YouTube e também em sua página do Facebook, na próxima quinta-feira (17), às 19h, sobre a quarta onda da pandemia da Covid-19 envolve os impactos da doença na saúde mental da população. Na terça-feira da próxima semana (22), o tema será suicídio e no dia 24 de setembro, uma quinta-feira, o tema será “comportamento suicida: o que o clínico precisa saber”. Ambas as transmissões serão às 20h. 

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“O suicídio é uma emergência médica, por isso é importante alertar a comunidade a respeito dos números alarmantes que envolvem este problema. No mundo a cada 40 segundos acontece um suicídio. Isso é estarrecedor, é preciso agir”, afirmou a conselheira do Cremepe e médica psiquiatra, Milena França. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 800 mil pessoas se suicidam por ano em todo o mundo. No Brasil são quase 12 mil casos por ano e o aumento do risco de suicídio pode estar associado a fatores diversos, mas especialmente transtornos mentais (96,8%).

A pandemia de Covid-19 tem agravado a situação por ter servido de gatilho para desencadear ou agravar crises e transtornos mentais pré-existentes. De acordo o presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), Antônio Geraldo da Silva, a pandemia tem efeitos diretos na saúde mental da população. 

“Eventos estressores, como a pandemia, podem desencadear e/ou agravar os sintomas. Eles intensificam o medo, o sentimento de vazio, a angústia e a sensação de perda de forças, o que resulta no aumento dos sintomas. É necessário, portanto, buscar tratamento adequado antes que o quadro se agrave”, explicou ele.

Serviço:

Dias: 17; 22 e 24/09/2020

Horário: 19h e 20h, respectivamente

Canal do Youtube do Cremepe: https://www.youtube.com/user/Cremepe

Página do Facebook do Cremepe: https://www.facebook.com/cremepe

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O Anuário Brasileiro da Segurança Pública de 2019, publicado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, aponta que no ano de 2018 foram registrados 66.041 estupros no país, cerca de 180 crimes por dia. Isso significa uma alta de 4,1% em relação ao ano anterior, o mais alto índice desde o início da série histórica em 2007. As maiores vítimas, ainda segundo o anuário, são do sexo feminino (81,8%) e têm até 13 anos (53,8%), levando a um quadro em que no Brasil quatro meninas de até 13 anos são estupradas por hora.

Recentemente, o caso de uma menina de 10 anos que ficou grávida após ter sofrido abuso sexual do tio desde os 6 e teve seu nome exposto ao passar pelo procedimento de aborto legal tomou as manchetes do país e gerou muiuta comoção pelas pessoas. Situações assim, em que testemunhamos um caso de abuso sexual, nos lembram da importância de saber identificar e denunciar esse tipo de crime, mas também da necessidade de ensinar às crianças e adolescentes sobre o que é saudável ou abusivo na relação com adultos ou mesmo com outros jovens. 

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Nesse contexto, entra em cena a educação sexual nas escolas que, apesar de ser mal vista por alguns setores da sociedade, é apontada por especialistas como uma ferramenta importante e necessária para a saúde do desenvolvimento social de crianças e jovens quanto na identificação e prevenção de situações de abuso sexual. 

Educação Sexual: fatos e falácias

Maria do Carmo Gonçalo Santos tem 46 anos, dos quais 18 foram dedicados à carreira de professora no ensino superior. Doutora em educação, atualmente ela trabalha como professora e vice coordenadora do curso de pedagogia do Campus Acadêmico do Agreste da Universidade Federal de Pernambuco e é enfática ao afirmar o papel emancipatório e as potencialidades da educação sexual para promover os direitos de crianças e adolescentes. 

“Numa abordagem emancipatória, podemos dizer que trata de entender a sexualidade como uma dimensão humana, da energia e potencialidade de cada um, cada uma. Falar da sexualidade não se limita, portanto, a falar de relação sexual, diz da condição humana, do seu pertencimento no mundo, na sociedade, sua construção cultural”, explicou a pedagoga.

Ao se falar em educação sexual, um dos maiores entraves para levar o debate à frente nas escolas costuma ser a resistência dos pais ou responsáveis pelos estudantes ou, por vezes, a própria gestão, pautada em um discurso e valores conservadores ou guiados por uma ideia de que falar sobre sexualidade induz precocemente à prática sexual. Essa ideia é rebatida pelos especialistas da área, e Maria do Carmo deixa claro que o objetivo da educação sexual nas escolas é outro. 

“Educação sexual nas escolas não é antecipação de relações sexuais, não é ensinar às crianças a realização do ato sexual, é educar para a compreensão de si, enquanto sujeito de direitos, do respeito para com o outro, a outra, nas relações sociais, considerando e valorizando as diferenças de classe, de raça, de etnia e de orientação sexual. Educação sexual é a possibilidade de preservar crianças e adolescentes de possíveis abusos. A educação sexual na escola pode trabalhar para a não submissão das crianças e adolescentes às relações de poder e violência que a nossa sociedade patriarcal, machista e sexista tem nos imposto. Por isso tanta resistência de setores de parte da sociedade, para que as transformações das relações de poder não aconteçam”, afirmou a professora.

Hugo Monteiro Ferreira, de 49 anos, tem 25 anos de carreira como professor e atualmente trabalha como coordenador do Núcleo do Cuidado Humano da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) e lidera o Grupo de Estudos da Transdisciplinaridade, Infância e da Juventude (GETIJ). Para ele, educação sexual “nos ensina a proteção de nossa sexualidade, ao tempo que nos ensina como entender e respeitar a nossa sexualidade e a sexualidade alheia, entendendo sexualidade como um elemento fundamental à condição humana”. Ele também é autor do livro infantil “Antônio”, que conta a história de um menino que precisa sair de junto da mãe, porque ela precisava trabalhar, e passa a ser assediado por uma pessoa da sua própria família, retratada pela figura de uma mão malvada que o impede de fazer coisas de que o menino gostava. 

Questionado sobre a importância da promoção desses ensinamentos no espaço escolar, ele a definiu como “essencial”. “Pode advir reflexões sobre diversidade de gênero, sobre orientação sexual, sobre enfrentamento ao machismo, enfrentamento à homofobia, sobre como erradicar o bullying oriundo tanto do machismo como da homofobia, da transfobia, da misoginia. Pela orientação sexual, podemos aprender a como nos proteger da violência sexual, isto inclui diretamente a pedofilia. Quando aprendemos sobre sexualidade, sabemos sobre como se dá a vida e como cuidar da vida”, disse o professor. 

Nos debates sobre educação sexual nas escolas, é comum ver pessoas contrárias à ideia defenderem que a decisão de como educar os filhos no que diz respeito à sexualidade caberia à esfera privada e, portanto, deveria ser decidida em casa, exclusivamente pela família, e não pela escola. Posições assim, na visão de Hugo, são anti científicas e colocam os estudantes em risco. 

“A escola é uma instituição social com diversos papéis e um deles é colaborar para que sejamos livres. Logo, estudar a sexualidade é também nos ajudar na construção dessa liberdade tanto intelectual quanto afetiva, tanto intelectual quanto moral, tanto intelectual quanto espiritual. A escola é também espaço e tempo em que a sexualidade deve ser discutida, ensinada, tratada sob o viés científico. Isto é, é também papel da escola cuidar para que a criança e o/a adolescente aprendam que não se deve reduzir sexualidade à genitália. Esse discurso que tenta vincular a sexualidade exclusivamente à família, no meu ver, é perigoso e anti científico, pois nega as diversas funções da escola na formação da condição humana. Há perigos práticos. Por exemplo, os maiores índices de abuso estão na família. Se a criança e o adolescente não são orientados na escola, não sabem o que fazer”, afirmou o professor. 

A afirmação tem confirmação quando se observam as estatísticas. Dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), fornecidos pelo Ministério da Saúde e Tabulados pelo jornal Folha de São Paulo em 2019 com base em 1,4 milhão de notificações recebidas de 2014 a 2018, mostram que a cada dez crianças e adolescentes que são atendidos no serviço de saúde após sofrerem algum tipo de violência sexual, quatro já tinham sofrido esse tipo de agressão antes. Ainda de acordo com a pesquisa, a maior parte dos registros de violência sexual (72%), recorrentes ou não, aconteceu contra pessoas que tinham até 17 anos. Destes, destaca-se a violência sexual contra crianças de até 5 anos (18% das notificações) e de 6 a 11 anos (22% do total). Essas agressões ocorrem mais em casa (68%), e têm o pai (12%), o padrasto (12%) ou outra pessoa conhecida (26%) da criança como abusador.

Prevenção e identificação dos casos

Mas então o que é necessário para, dentro das escolas, ajudar a mudar essa realidade, prevenindo e identificando os casos de abuso sexual contra crianças e jovens? Para a professora e coordenadora do curso de pedagogia da UFPE, Maria do Carmo, tudo começa por um trabalho de formação de professores e continua com um processo de ganho de autonomia das crianças e adolescentes. 

“Não é só dizer onde os adultos podem e não podem tocar, quem pode e quem não pode, como vimos algumas postagens de leigos nas redes sociais, mas, sobretudo, ensinar às crianças que o corpo delas é delas. Na nossa cultura ocidental criou-se a ideias do corpo da criança como algo público que pode ser tocado por qualquer pessoa, na rua, por exemplo, há a prática de passar a mão sobre a cabeça das crianças elogiando, dizendo como são ‘bonitinhas’. Os meninos sofrem muitos abusos e violências também, inclusive, no espaço doméstico e também escolar para ter que provar que são ‘machos de verdade’. Tudo isso é abuso, é violação de direitos. A criança e o adolescente, a partir dessas compreensões, vão construindo sua autonomia e entendendo como um sujeito de direitos, que não podem ficar disponíveis aos desmandos e violências dos adultos. Isso não quer dizer desobediência, diz da autonomia delas para se compreenderem no mundo”, afirmou a pedagoga. 

No que diz respeito aos métodos que podem ser empregados por professores, psicólogos, pedagogos e pela equipe da escola para realizar o trabalho de educação sexual com os estudantes, o professor Hugo cita uma série de meios que podem ser utilizados para abordar o tema com os alunos. “A escola deve ser um espaço do diálogo, da escuta, da possibilidade de criação de vínculo de confiança. Nesse sentido, para que se ensine a prevenir, é essencial que existam momentos de escuta, momentos em que crianças e adolescentes possam falar sobre suas experiências, suas inseguranças, seus corpos, possam dizer os seus medos e as suas esperanças, os seus desejos e suas vontades. A escuta é a melhor estratégia para prevenção, porque ele está atrelada à fala. Nesse sentido, a escola pode realizar atividades como leitura de livros, assistência a filmes, palestras, feiras de conhecimentos, aulas-passeio e campanhas permanentes de educação sexual sobre temas como corpo, mente, mente e corpo, machismo, homofobia, transfobia, relacionamentos afetivos, abuso sexual, exploração sexual, e pedido de ajuda”.

No que diz respeito à prevenção de possíveis abusos sexuais, o professor Hugo esclarece que ela se dá por meio de um processo educativo de empoderamento das crianças e jovens. “Quando se estuda a sexualidade, se debate, discute, reflete sobre a identidade, sobre quem somos, o que somos, como vivemos e como convivemos, então se chega, ao meu ver, no autocuidado e no cuidado, logo se chega à autoestima, à autoproteção, se chega no diálogo sobre o corpo, sobre a mente, o corpo e a mente, o que é bom para nós, o que não é bom, quem pode tocar em nosso corpo, quem não pode, o que devemos fazer se alguém quer tocar em nossas partes mais íntimas sem a nossa permissão? Quando falamos sobre sexualidade, debatemos, estudamos, livramos a sexualidade da dimensão do erro, da culpa e a colocamos no âmbito da convivência e na convivência, quando alguém quer nos tocar, mas não queremos, podemos dizer que não queremos e quando não sabemos como dizer, podemos pedir ajuda para alguém. Em síntese, falaremos sobre sexualidade sem receio de que alguém nos condene, nos diga que é sujo, é ruim. Para mim, ensinar a proteção é ensinar que a sexualidade é algo que nos pertence e só deve ser partilhada com quem queremos. Se alguém tentar nos obrigar, então, é hora de pedirmos ajuda, de contarmos o que nos acontece, de denunciarmos. A prevenção é um processo de educação”, disse ele. 

Quando não é possível impedir que o crime ocorra e há uma criança ou jovem que sofreu ou está sofrendo abuso sexual, é importante que a equipe da escola esteja preparada para perceber os sinais de que há algo errado e saiba agir sem julgamentos para conseguir identificar adequadamente a situação e, em seguida, denunciar o crime às autoridades sem expor a vítima. Segundo a professora Maria do Carmo, os sinais que sugerem um possível abuso nunca aparecem isoladamente. 

“Uma conversa em espaço reservado, sem tom acusatório ou inquisidor ajudam à criança ou adolescente a narrar a situação, que muitas vezes envolve pessoas muito próximas e até parentes. As crianças que expressam medo irracional, dificuldades de sociabilização, verbalização de palavras que não fazem parte do seu vocabulário, com apelo sexual, e ou gestos relativos à violência sexual, bem como narrativas de situações reveladoras de abuso (geralmente usando apelidos para os órgãos genitais), dificuldades de concentração e de aprendizagem podem estar associadas a situações de abuso. Crianças que sofrem abuso há mais tempo podem expressar fobias, pânico, depressão com ideias de suicídio, ansiedade, dificuldades alimentares e tendência a uso de drogas”, disse ela. 

Para auxiliar a vítima e seus parentes, a escola ou outras pessoas que desconfiem ou saibam do problema têm meios de agir sem expor a criança, tomando cuidados, uma vez que, em muitos casos, é possível que a vítima more com o abusador.

“A gestão da escola, que precisa estar preparada pedagogicamente para lidar com a situação, pode acionar o Conselho Tutelar, que, geralmente, é a instância mais próxima da comunidade. Tem o CREAS (Centro Especializado de Assistência Social), que é o equipamento que acolhe criança e adolescente que sofreu violação de direitos, mas ainda tem vínculo familiar. Importante que a escola não tente fazer aproximação entre a vítima de violência e o suposto agressor. O principal é acolher e preservar a vítima. O disque 100 também é um serviço de atendimento à violação dos direitos humanos, recebe, analisa e encaminha denúncias de violações, inclusive, de crianças e adolescentes. Em alguns municípios há delegacias especializadas para casos de abusos contra crianças e adolescentes. Em Caruaru, por exemplo, a delegacia da mulher registra os casos, tendo em vista que a violência de gênero envolve também crianças e adolescentes. O Ministério Público e a Vara da Infância e Adolescência também são instâncias responsáveis pelas medidas cabíveis”, disse a professora.

Realidade local 

Para saber mais sobre como o tema é tratado nas escolas do estado, o LeiaJá procurou a Secretaria de Educação e Esportes de Pernambuco (SEE-PE), encaminhando questionamentos acerca do tema, mas não obteve resposta até o momento da publicação desta reportagem. Também entramos em contato com a Secretaria de Educação do Recife cuja resposta obtida por meio de nota você confere na íntegra a seguir: 

Escolas do Recife contam com orientação de Grupo de Trabalho em Educação Sexual

O grupo dá suporte às unidades quanto à formação de professores, gestores, realização de seminários e fóruns sobre o tema

Desde 2015, a Prefeitura do Recife, por meio da Secretaria de Educação do Município, mantém uma Política de Ensino (conjunto de orientações que auxiliam no planejamento, acompanhamento e avaliação das ações educativas) que dispõe sobre o currículo da Educação Infantil e Ensino Fundamental. O documento inclui em suas práticas pedagógicas a educação sexual. No universo escolar, o tema é concebido não só a partir da dimensão do sexo com caráter puramente biológico, fisiológico e anatômico, mas também a partir de sua dinâmica social e cultural. É necessário que se considere a sexualidade como um fenômeno global que envolve a existência do ser humano. 

A Secretaria conta com um Grupo de Trabalho em Sexualidade que orienta as Escolas com relação ao assunto, que é tratado a partir de três eixos como temas: corpo, diversidade sexual e Justiça de gênero. Os assuntos são abordados levando-se em consideração as idades e Anos dos estudantes de acordo com o nível de compreensão deles. De acordo com a Política de Ensino, a educação sexual deverá estar presente em todas as etapas e modalidades de ensino da rede municipal, que em sua atual estrutura compreende a Educação Infantil, Ensino Fundamental, Educação de Jovens, Adultos e Idosos e Educação Especial.

A inserção dos conteúdos e da formação para uma educação não-sexista, anti-racista, não-homofóbica, não-lesbofóbica, não-transfóbica e laica deverá ocorrer com um olhar atento de educadoras/es para as diferenças, compreendendo que é “possível questionar todas as certezas” (Louro, 2003, pg. 42), assumindo riscos que venham desestabilizar crenças do passado e admitindo que transformações podem ocorrer lentamente, sendo um exercício de revisitações. Nesse sentido a construção de projetos político-pedagógicos na escola pode estar aberta a novas ideias, novos planejamentos e revisões, expandindo objetivos que não estão sendo alcançados.

Respostas às perguntas enviadas

1- As escolas da Rede Municipal do Recife desenvolvem ações e educação sexual dos alunos para prevenção de doenças, gravidez indesejada e abuso sexual? Quais? 

Resposta:  Há uma Política de Ensino da Rede Municipal de Recife que defende uma Educação Sexual com a finalidade de educar os/as estudantes para o respeito aos corpos, às vidas, às pessoas e os direitos e liberdades sexuais e humanos. Em síntese, a educação em sexualidade busca promover o bem viver e o bem-estar com a sexualidade, com responsabilidade e prazer. As questões também estão contempladas na Proposta Curricular das Ciências da Natureza

Em relação às Políticas da Rede há realização de Seminários, as Formações para Gestores, Coordenadores e Professores. A educação em sexualidade deve ser promovida pelo diálogo e escuta, com ações pedagógicas com as famílias, os/as estudantes e a comunidade, considerando a idade, as crenças e os saberes, pautados no conhecimento da ciência e das leis educacionais. É uma questão de todas as escolas e profissionais da educação. 

2- Quais cuidados são tomados nas escolas para identificar casos de estudantes que possam estar sofrendo abusos?

A principal orientação é assegurar o livre diálogo, a confiança das/os estudantes e uma relação de cooperação com as famílias. Manter uma relação próxima que favoreça perceber mudanças de comportamento, dinâmica familiar, alteração na aprendizagem e de aspecto emocional e físico.  Manter palestras, fóruns e oficinas com esse tema colaboram com a prevenção e identificação de casos. 

3- Uma vez que se perceba uma situação de abuso com um estudante, ocorrendo dentro ou fora da escola, quais são as medidas cabíveis para dar apoio ao aluno e sua família?

Registros dos fatos, proteção da vítima pelo sigilo, caso haja suspeita, sem incorrer na sua invisibilidade e omissão. Comunicação aos órgãos da rede de proteção. Buscar identificar a pessoa de referência, que seja responsável da pessoa em situação de abuso e acolher sem estigmatizar a pessoa. Garantir a frequência e permanência da criança ou jovem na escola. A denúncia deve ocorrer em sigilo, de forma institucional, no caso individual, sempre de forma anônima. 

4- Como é feita a orientação às famílias de estudantes no que diz respeito à educação sexual e prevenção ao abuso?

Faz parte da orientação presente na Política de Ensino e nas formações continuadas para o grupo docente/gestão escolar que a escola mantenha no calendário escolar palestras, fóruns e oficinas com esse tema, pois colaboram com a prevenção, identificação e denúncia de casos. 

5- Quais sinais podem ser percebidos quando uma criança ou jovem está sofrendo abuso sexual e como identificar o problema?

Depende da idade. São diversos, podendo apresentar as formas mais sutis como explícitas. No geral, apresentam múltiplos sinais, tais como: medo intenso, insegurança ao contato físico ou muito contato físico com pessoas que não tem familiaridade, agressividade ou apatia, distúrbios do sono, alimentar e na fala, marcas físicas, sinais de infecções sexualmente transmissíveis, choro ou euforia, acentuada sem causa, falta frequente as aulas, rejeição e pavor a determinadas pessoas do convívio. Nenhum comportamento isolado pode ser considerado uma prova ou indício de abuso.  

6- Uma vez percebendo uma situação de abuso, como a família, um colega ou outras pessoas próximas podem buscar ajuda? As escolas têm equipes de apoio para casos assim? 

O Grupo de Trabalho de Educação em Sexualidade – GTES acompanha as escolas que solicitam esse atendimento via ofício, sempre articulando ações com as redes de proteção. 

7- Durante a pandemia de Covid-19, ações de prevenção ao abuso sexual de crianças e jovens seguem sendo desempenhadas a distância pelas escolas?

Neste momento, ciente do crescimento das diferentes formas de violência no ambiente doméstico tem sido realizado a formação continuada com diversos setores da educação, através do Grupo de Trabalho de Educação em Sexualidade – GTES, com a finalidade de orientar as práticas pedagógicas para tratar desse assunto”.

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Na manhã desta quinta-feira (27), a sul-coreana LG apresentou oficialmente a versão comercial de sua máscara high-tech recarregável, que conta com caixa purificadora do ar e recursos de alta tecnologia. A LG PuriCare Wearable Air Purifier é constituída por dois filtros H13 HEPA, similares aos empregados em purificadores de ar domésticos. No contexto pandêmico, o artefato soa como mais uma aposta, já que possibilita uma experiência mais confortável ao usuário, mas a empresa não cita eficácia no combate à infecção pelo novo coronavírus.

A companhia aproveitou a ansiedade dos fãs de tecnologia para a IFA 2020, feira tecnológica que acontece em Berlim, na Alemanha, e adiantou a proposta do produto, que será exibido pela primeira vez durante o evento, a partir da próxima quinta-feira (3). Em seu site, a LG também comunicou aos usuários que a máscara é uma opção menos “inconsistente” em relação às produções caseiras, além de produzir menos lixo, pois não é descartável.

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Segundo o site, a máscara ainda possui design ergonômico, adaptável, que evita “vazamento do ar” e expõe menos o usuário ao ar impuro. Também é possível notar luzes de UV-LED, que supostamente eliminam germes prejudiciais, e o comprador ainda poderá receber notificações do aplicativo LG ThinQ, disponível para Android e iOS, quando os filtros precisarem ser trocados.

O modelo foi anunciado pela primeira vez em julho deste ano, como um produto para uso médico-hospitalar, e a fabricante chegou a doar aproximadamente 2.000 unidades para hospitais universitários na capital Seul, durante o momento de pico da pandemia no país. 

A LG ainda não divulgou o preço da PuriCare Wearable Air Purifier, mas disse que o produto será vendido para “mercados selecionados” no último trimestre do ano. Vendas ao público geral não foram mencionadas.

Fotos: Divulgação/LG

Acidentes trágicos envolvendo crianças esquecidas em carros fechados vez ou outra rondam os noticiários. Para evitar esse tipo de tragédia, a Tesla está trabalhando em um novo sensor de detecção de movimento que pode identificar uma criança presa dentro de um carro fechado. 

De acordo com a Reuters, a empresa do bilionário Elon Musk, está buscando a aprovação da Federal Communications Commission (FCC) para comercializar a tecnologia. O radar usaria sensores de ondas milimétricas, projetados para operar em níveis de potência mais elevados do que os permitidos pelas regras atuais nos Estados Unidos. 

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Além de identificar a criança, o sistema deverá melhorar os sistemas de prevenção de roubo. Para os pequenos, a Tesla usaria imagens de radar para medir o tamanho do corpo, de forma que possa dizer a diferença entre adultos e crianças. A empresa já utiliza os sensores internos e externos em seus veículos como, por exemplo, um "Modo Cachorro" que mantém o carro a uma temperatura confortável para proprietários que precisam deixar seus animais de estimação dentro do veículo por um tempo. 

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