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Betty Cuthbert, única atleta campeã olímpica dos 100m, 200m e 400m, morreu neste domingo, em local próximo a Perth, na Austrália, seu país natal. A ex-velocista lutava contra a esclerose múltipla e estava com 79 anos de idade.

Na Olimpíada de Melbourne, em 1956, Cuthbert conquistou três medalhas de ouro, nas provas de 100m, 200m e do revezamento 4x100m. Foi a primeira australiana a conseguir o feito, e diante da torcida de seu país. Tinha, então, 18 anos de idade. Na edição seguinte dos Jogos Olímpicos, em Roma-1960, lesionou-se e não conquistou nenhuma medalha. Mas, em Tóquio-1964, conquistou sua quarta medalha, e a mesma foi de ouro ao vencer os 400m, com 26 anos.

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Cuthbert recebeu o apelido de "garota dourada", e se tornou a primeira atleta da Austrália a ser eleita para o Hall da Fama da Associação das Federações Internacionais de Atletismo (IAAF, na sigla em inglês). Na Olimpíada de 2000, em Sydney, foi uma das últimas pessoas a carregar a tocha olímpica, então quando já batalhava há 31 anos contra a esclerose múltipla, diagnosticada em 1969 e que depois a obrigou a passar a andar com o auxílio de uma cadeira de rodas.

Considerada uma lenda em seu país e da própria história do atletismo, Cuthbert foi homenageada com uma estátua de bronze colocada na porta do Melbourne Cricket Ground, estádio que foi o principal palco da Olimpíada de 1956 e ainda é uma das principais arenas do esporte australiano.

Após ter se lesionado durante a Olimpíada de 1960, Cuthbert ficou afastada das pistas por 18 meses, mas voltou de forma vitoriosa com o ouro nos Jogos de Tóquio e, ao longo de toda a sua carreira, a velocista cravou nove recordes mundiais em suas participações em competições na qual correu nas provas mais rápidas do atletismo.

A morte de Cuthbert vem sendo lamentada e comentada com grande repercussão na Austrália, sendo que a tetracampeã olímpica teve seus feitos em vida celebrados por atletas, personalidades da mídia e políticos.

O time olímpico australiano, por exemplo, relembrou em seu site vídeos das corridas em que Cuthbert conquistou as medalhas de ouros nos 100m e nos 200m durante os Jogos de 1956. Cathy Freeman, campeã dos 400m em Sydney, lembrou que a lendária atleta foi uma referência e que sua trajetória seguirá deixando um grande legado. "Esse é um dia muito triste. Betty é uma inspiração e sua história continuará a inspirar atletas australianos para as gerações que virão", afirmou.

Já John Coates, que é um dos vice-presidentes do Comitê Olímpico Internacional (COI) e presidente o Comitê Olímpico Australiano, descreveu Cuthbert como "uma garota dourada das pistas e uma heroína nacional" e lembrou da grande força mental que a ex-velocista teve para conviver com a grave problema que a afetou por 48 anos.

"Betty combateu sua doença por muitos anos e mostrou uma tremenda coragem, mas o mais importante é que sempre conseguiu sorrir", ressaltou o dirigente.

Oscar Pistorius foi o primeiro atleta com deficiência a disputar os Jogos Olímpicos, mas sua façanha foi praticamente esquecida depois que foi condenado por assassinato. Ainda não surgiu um novo nome paralímpico para repetir a proeza, mas tudo indica que é uma questão de tempo.

Com as próteses de fibra de carbono, Pistorius, biamputado, entrou para a história olímpica com o tempo de 45 segundos e 44 centésimos registrado em sua estreia nos 400 metros rasos nos Jogos de Londres-2012.

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Atualmente poucos mencionam seu feito, depois que ele foi condenado a seis anos de prisão pela morte da namorada. E suas marcas também começaram a cair: na terça-feira o neozelandês Liam Malone superou o recorde paralímpico nos 200 metros durante os Jogos Rio-2016.

Mas em um momento de muita atenção para o esporte paralímpico muitos perguntam quem pode repetir Oscar Pistorius.

Um dos nomes mais citados é o do alemão Markus Rehm, do salto em distância e conhecido como 'Blade Jumper', que sonha em disputar os Jogos de Tóquio-2020.

Sem uma perna, amputada após um acidente marítimo, Rehm afirma que tem o nível dos atletas olímpicos. De fato, sua melhor marca pessoal, de 8,40 metros, é superior aos 8,38 m que renderam a medalha de ouro ao americano Jeff Henderson na Rio-2016.

Rehm, que na segunda-feira conquistou o ouro paralímpico com a equipe alemã do revezamento 4x100 m, desistiu em julho de tentar participar dos Jogos Olímpicos do Rio, porque a Federação Internacional de Atletismo (IAAF) não estava convencida de que sua prótese não proporcionava um impulso extra.

"Depois dos Jogos Paralímpicos do Rio vou continuar conversando com a IAAF para encontrar uma solução para competir no Mundial de Londres-2017, mesmo sem o ranking. Posso ganhar minhas medalhas em competições paralímpicas, mas seria excelente representar nosso esporte diante de mais pessoas e mostrar que somos bons atletas, que não temos que nos esconder", disse à AFP.

Também chamou a atenção o ouro do argelino Abdellatif Baka nos 1.500 metros na categoria T3 (atletas com baixa visão), que venceu a prova com o tempo de 3:48.29, melhor que o do medalhista de ouro nos Jogos Olímpicos do Rio, o americano Matthew Centrowitz (3:50.00).

Neste caso, no entanto, é preciso recordar que a final dos 1.500 m da Rio-2016 foi considerada fraca tecnicamente e com uma tática em que todos os atletas se pouparam para o sprint final. O recorde mundial na prova, por exemplo, foi estabelecido pelo marroquino Hicham El Guerrouj, em 1998, em 3:26.00.

- Tabu -

Sete meses depois de competir em Londres e reconhecido em todo o planeta, Pistorius matou a tiros a namorada Reeva Steenkamp. Ele disse que a confundiu com um ladrão.

Seu pioneirismo desapareceu rapidamente. De um herói do esporte se tornou um detendo vigiado para que não cometa suicídio.

No Engenhão, o Estádio Olímpico, onde poderia ter conquistado ainda mais vitórias, seu nome praticamente não é citado.

E quando um atleta sul-africano recebe uma pergunta sobre Pistorius, os assessores de imprensa da delegação tentam rapidamente mudar o assunto, mas alguns respondem, como é o caso de Arnu Fourie.

"Oscar obviamente faz falta, ele fez muito pelo esporte, não só do país, mas do mundo. O que ele fez não pode ser apagado", disse.

Pistorius encarou uma longa batalha para chegar a Londres-2012, dentro e fora das pistas.

Depois de ser vetado de Pequim-2008, porque a IAAF considerava que as 'blades' representavam uma vantagem, ele conseguiu uma autorização do Tribunal Arbitral do Esporte (TAS).

Rehm não gosta das comparações.

"Pistorius foi um capítulo há alguns anos, eu quero escrever um novo capítulo, levar as coisas a outro nível, quero fazer as coisas um pouco diferente", disse o alemão, que não deixou de destacar o legado do sul-africano.

"Fez muito pelo esporte, sem dúvida, mas temos que pensar no futuro e espero que muitos atletas alcancem níveis incríveis", afirmou o alemão.

Depois de dizer adeus ao Rio de Janeiro, a bandeira olímpica chegou nesta quarta-feira a Tóquio, sede dos Jogos Olímpicos de 2020, onde os organizadores do maior evento esportivo mundial esperam repetir o sucesso de 1964.

O prefeito do Rio, Eduardo Paes, entregou à governadora de Tóquio, Yuriko Koike, o estandarte com os cinco anéis durante a cerimônia de encerramento dos Jogos Olímpicos Rio-2016 no domingo passado.

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"Parece pesada, mas não é muito pesada. Mas sim, eu sinto o peso da responsabilidade que implica", afirmou Koike, governadora da capital japonesa, que tem 13,6 milhões de habitantes, ao desembarcar do avião.

"Estou muito feliz de trazer de volta a bandeira, mas de 50 anos depois dos Jogos Olímpicos de 1964", completou, antes de prometer Jogos "maravilhosos".

A bandeira vai percorrer todo o país, em especial a região nordeste, destruída em março de 2011 por um tsunami, com o objetivo apoiar os esforços reconstrução, informou a imprensa nipônica.

Os preparativos dos Jogos Olímpicos Tóquio-2020 até agora, no entanto, foram caóticos.

A imprensa denuncia uma explosão dos gastos, que dobrou ou até mesmo triplicou em relação ao orçamento inicial de 730 bilhões de ienes (6,4 bilhões de euros)

Além disso, a construção do estádio olímpico ainda não teve início, depois que o projeto original foi abandonado por ser considerado muito caro. Para completar, o logotipo do evento foi alterado após denúncias de plágio.

Para completar existem suspeitas de suborno no processo de escolha da sede de 2020, um processo em que Tóquio superou Madri e Istambul.

Os Jogos Olímpicos de Tóquio, que acontecerão de 24 de julho al 9 de agosto, terão cinco novos esportes: beisebol, escalada, surfe, caratê e skate.

Com os novos esportes, Tóquio-2020 contará com 33 modalidades em seu programa.

Sexto colocado no quadro de medalhas do Rio, com 41 pódios - 12 ouros -, superando o recorde anterior de Londres-2012, o Japão aspira o terceiro lugar em 2020.

"Espero que encontremos em Tóquio a inspiração que tivemos no Rio", disse a atleta da luta livre e capitã da delegação japonesa no Brasil, Saori Yoshida.

Tóquio prometeu Jogos "seguros e tranquilos", em contraste aos do Rio, marcado por algumas polêmicas, mas várias pessoas estão preocupadas com as elevadas temperaturas na capital japonesa durante o verão, que ficam entre 30 e 35 graus à sombra, com umidade superior a 80%.

Outro temor é o de um grande terremoto durante os Jogos, mas o Japão está preparado para eventos naturais.

A sul-coreana Park In-bee conquistou neste sábado a medalha de ouro no golfe feminino nos Jogos Olímpicos Rio-2016, tornando-se assim a primeira campeã olímpica da disciplina desde a americana Margaret Abbott em 1900.

Park, N.5 mundial, superou em 5 tacadas a neozelandesa e N.1 mondial Lydia Ko (medalha de prata) e por 6 tacadas a chinesa Feng Shanshan, N.14 (bronze).

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*Com Jorge Cosme

O que deveria ser uma limpeza para a recepção da tocha olímpica em Jaboatão dos Guararapes, Região Metropolitana do Recife, virou um ato de poluição deliberada da praia de Piedade, no município da Região Metropolitana do Recife. Um caminhão com a identificação de 'a serviço da Compesa' foi filmado drenando água de esgoto para o mar a a areia alguns metros à frente.

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No vídeo, feito por Lauro Brito e compartilhado no Facebook, é possível ver em vários pontos a areia suja com a água jogada pelo caminhão, além da mangueira percorrendo vários metros em direção ao mar. "Quando você vir à praia, vai dar um mergulhozinho naquele esgoto que estava ali na esquina e que você pula para não molhar o pé", diz Lauro, enquanto filma.

É possível, além do caminhão, identificar mais dois veículos oficiais, ligados à prefeitura de Jaboatão. Assista ao vídeo:

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Explicações

A Prefeitura de Jaboatão dos Guararapes, por meio de nota, afirma que a água jogada na areia e no mar era limpa, da rede pluvial, e não de esgoto. "A água ficou empoçada em proporções maiores que as naturais devido às chuvas do dia anterior, que representaram mais de 50% do previsto para todo o mês de maio", afirma a nota, que diz ainda: "A água da chuva foi diluída na areia, sem apresentar riscos aos usuários". 

A 'limpeza' realizada para a passagem da tocha olímpica escancara o crônico problema da falta de saneamento básico na cidade, e o uso generalizado das galerias de águas pluviais para o despejo de esgoto de casas, edifícios e estabelecimentos comerciais. Leia na íntegra a nota da Prefeitura de Jaboatão:

"A Prefeitura do Jaboatão dos Guararapes esclarece que na área onde foi realizada a drenagem via bomba d'água existe uma drenagem de águas pluviais e não de esgoto. A água ficou empoçada em proporções maiores que as naturais devido às chuvas do dia anterior, que representaram mais de 50% do previsto para todo o mês de maio. A água da chuva foi diluída na areia, sem apresentar riscos aos usuários, tendo em vista não estar contaminada com águas de esgoto. A intervenção foi necessária não apenas para garantir uma passagem tranquila da Tocha Olímpica, evento histórico no município, mas, principalmente, para garantir o bem-estar dos moradores do local."

Compesa alega uso indevido de caminhão 

A assessoria da Companhia Pernambucana de Saneamento - Compesa afirmou, ao LeiaJá, que o caminhão filmado drenando a água suja para a praia em frente foi usado indevidamente na ocasião. A companhia sustenta que não teve participação na ação, e que a empresa dona do veículo "presta serviço para a Compesa, mas não era o caso".

A empresa responsável pelo saneamento em Pernambuco afirma ainda que pode responsabilizar a empresa tereceirizada pelo 'descuido'.

A presidente Dilma Rousseff vai receber na próxima terça-feira a tocha olímpica em nome do Brasil. Mas não tem "nenhuma intenção" de transformar o evento em um ato político. Quem garante isso é o ministro do Esporte, Ricardo Leyser, que em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo indicou ainda que uma mudança de governo até os Jogos, em agosto, no Rio não deve afetar de forma profunda a organização do evento.

Faltando menos de 100 dias para o evento, qual a prioridade?

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A infraestrutura está praticamente resolvida, com 98% dela pronta. O velódromo e a instalação do tênis são as únicas duas que ainda precisam ser completadas. Agora, a operação esportiva é muito mais complexa que a parte esportiva. A quadra pode estar pronta, mas ela tem uma operação de televisão, de alimentação, segurança. Estamos na fase da migração. Ao mesmo tempo, você deixa de ter de poucos problemas estratégicos políticos para milhares de pequenos problemas. A grande atenção agora será nisso.

Em 2008, a China mostrou uma superpotência. Já em 2012, Londres teve tecnologia e modernidade. O que o Brasil vai mostrar?

Nosso maior problema é de comunicação. Todos temos na cabeça o Ninho de Pássaro em Pequim. Mas a maioria dos equipamentos eram antigos. O que esses países tem é um know-how em como mostrar suas qualidades e esconder seus problemas. No fundo, a discussão é a seguinte: nos perguntavam por que é que o Brasil faria a Olimpíada se não tem estrutura? É o contrário: vamos fazer esses eventos para nos beneficiarmos da estrutura que será criada.

A crise ameaça afetar alguma liberação de dinheiro federal para as obras que faltam?

Não. Tudo está em andamento dentro dos cronogramas. Não há nada atrasado.

Mas tivemos falhas de energia nos eventos-teste...

Sim, mas não é ainda o sistema de abastecimento definitivo. Não temos ainda a energia provisória. Além disso, nos testes você tem pessoas que nunca trabalharam nesses locais. Essas pessoas estão aprendendo.

Qual o desafio em termos de imagem?

Tomamos uma decisão de que não iríamos ter instalações icônicas. Não iríamos gastar bilhões com estrutura. O Rio vai mostrar como fazer algo balanceado, sem baixar a qualidade.

Em termos esportivos, a meta de ficar entre os 10 primeiros no quadro de tabelas é realista?

Estar entre os 10 primeiros é a meta adequada. Não é algo que normalmente conseguiríamos, mas é realista. Dependemos menos hoje de um herói ou de um fenômeno.

Quem vai receber a tocha quando ela chegar ao Brasil?

A presidente da República. Isso é o combinado desde sempre e nada mudou.

Mas até que ponto a crise política preocupa o COI?

Não dependemos mais de decisões políticas. O impacto é zero sobre a organização.

Existe a possibilidade de que os Jogos aconteçam já com outro governo. Isso de alguma forma o COI questiona com a Autoridade Olímpica?

O COI está muito confortável. Já estamos em um nível operacional. Não será o ministro que vai discutir a energia ou algum detalhe. Isso foi o benefício da antecedência. Talvez se dependêssemos de grandes decisões esse clima mais turbulento poderia atrapalhar.

O recebimento da tocha não vai ganhar caráter político?

Não. O governo federal inteiro está envolvido. Não há interesse nem do governo nem de ninguém em transformar isso em um ato político. Será uma grande vitória a entrega dos Jogos.

Teme que a Operação Lava Jato chegue até o Parque Olímpico antes de agosto?

O TCU já fez três auditorias, sem nenhum indicativo de superfaturamento. Vamos custar uma fração do que custou Londres.

A seleção olímpica do Brasil enfrentou, nesta quarta (11), na Ilha do Retiro, no Recife, a equipe dos Estados Unidos em um amistoso. Os brasileiros saíram vitoriosos com gols de Gabigol e Luan. O jogo foi movimentado, apesar do pequeno público. Confira a cobertura fotográfica do LeiaJá:

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