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Em uma carta escrita à mão, publicada na íntegra pelo deputado Glauber Braga (Psol-RJ), o ativista Rodrigo Pilha anunciou que deu início a uma greve de fome no presídio da Papuda, onde está detido. O militante filiado ao PT foi preso durante um protesto contra o presidente Jair Bolsonaro realizado no dia 18 de março, na Praça dos Três Poderes, em Brasília. Na ocasião, ele carregava um cartaz com os dizeres "Bolsonaro Genocida". 

"Queridos familiares e amigos, após refletir bastante na última madrugada de cárcere, decidi que inicio a partir de hoje uma greve de fome sem data para acabar. Tendo em vista que o Judiciário segue me proibindo de falar, conceder entrevistas, e agora me mantém preso, mesmo eu tendo conquistado o direito ao regime aberto, optei por usar meu corpo e a resistência pacífica para protestar contra estes e diversos outros absurdos que seguem ocorrendo no sistema penitenciário do DF, por conta do autoritarismo policial e judicial", escreveu Pilha. 

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De acordo com o ativista, a greve de fome se dará em protesto às condições de cumprimento de pena que são impostas aos presos, bem como às violações de direitos humanos que ocorrem no sistema prisional do Distrito Federal. Pilha menciona a recorrência de ameaças de castigo e agressão, xingamentos e maus tratos por parte de policiais penais, bem como a realização de inquirições sem a presença dos advogados dos detentos.

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 "As celas e alas seguem hiper lotadas, com pessoas dormindo por cima das outras, e até no chão sujo em meio a baratas e escorpiões. O banheiro mais parece uma pocilga e os banhos de sol são de meia hora apenas. Castigos excessivos e por razões banais, com o mero intuito de causar a regressão penal dos presos, acabam por institucionalizar a tortura psicológica por parte do estado no cotidiano dos presídios", diz trecho da carta. 

Lideranças de esquerda consideram que a prisão de Rodrigo Pilha é inconstitucional e que se deu por motivos políticos. "Essa é a carta do preso político Rodrigo Pilha, petista que está mantido preso mesmo com ordem judicial para soltá-lo. Está na cadeia desde o dia 18 de março, onde sofreu tortura, porque chamou Bolsonaro de genocida em manifestação na frente do Palácio do Planalto", comentou o deputado federal Jorge Solla (PT-BA), em suas redes sociais.

Uma das duas integrantes detidas do grupo punk russo Pussy Riot, Nadezhda Tolokonnikova, retomou nesta sexta-feira (18) a greve de fome ao retornar ao campo de trabalho que já havia criticado por suas condições. "Nadia reiniciou a greve de fome, depois de ser enviada à colônia IK-14", anunciou o marido da detenta, Piotr Verzilov.

Nadezhda Tolokonnikova fez uma greve de fome em setembro durante oito dias, para protestar pelas condições de detenção no mesmo campo de trabalho, onde ela denunciou que havia sido reduzida a uma situação de quase escravidão. Ao ser hospitalizada em 1º de outubro, a artista encerrou a greve. "Consideramos o retorno à colônia uma grave degradação de sua situação", afirmou Verzilov.

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O marido da Tolokonnikova disse que as autoridades penitenciárias haviam prometido aos advogados que ela seria enviada a outro centro de detenção. "É uma decisão política, uma vingança", afirmou. Tolokonnikova acusa o diretor adjunto do campo, Yuri Kuprianov, de tê-la ameaçado de morte depois que divulgou uma carta na qual denunciava as condições de detenção.

Segundo ela, as prisioneiras são sistematicamente humilhadas e obrigadas a trabalhar 16 ou 17 horas por dia, vivendo em condições de higiene precárias. A carta recordou os gulags soviéticos e provocou polêmica na Rússia.

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