Completando 18 anos de existência levando música de qualidade ao grande público, o festival Virtuosi traz em 2015 uma vasta programação - dividida entre o Nordeste brasileiro, Argentina e o Uruguai. Com uma cronograma adaptado para o momento de dificuldade econômica que o país atravessa, o evento manteve a proposta de trazer nomes selecionados da música contemporânea e erudita mundiais que, além de apresentar concertos, também oferecerão palestras e masterclasses. A coordenadora do 18º Virtuosi, Ana Lucia Altino, falou ao Portal LeiaJá sobre os destaques desta edição e sobre a importância de se manter a realização do festival.
Este ano, o Virtuosi será realizado entre os dias 9 e 20 dezembro no Recife, Olinda, João Pessoa, Campina Grande, Fortaleza, Buenos Aires (Argentina) e Montevidéu (Uruguai). Na programação, grandes nomes da música contemporânea e erudita, nacionais e internacionais, como o grupo americano The Harlem Quartet e a violinista inglesa Priya Mitchell, ambos pela primeira vez no festival. "A gente sempre tem que se adequar ao que vai ter de recursos, dentro dessas condições você vê com quem pode trabalhar", explicou a coordenadora Ana Lucia, que fez questão de deixar claro que a grade de apresentações foi reduzida o mínimo possível para a realização do evento.
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Dentro destas adequações, a programação do 4º Virtuosi Século XXI teve de se unir à do 18º Virtuosi, mas manteve a filosfia de trabalhar a linguagem da música contemporânea com palestras durante o dia e concertos à noite. Entre os compositores deste ano estão o húngaro Dániel Péter Biró, o polonês Zaid Jabri e os brasileiros Flo Menezes, Alfredo Barros, José Orlando e Pauxy Gentil-Nunes, entre outros. As apresentações serão entre os dias 9 e 11 de dezembro, no Teatro Eva Herz, já as palestras e masterclasses ocorrem no Instituto JCPM.
Ana Lucia também destacou a vinda do grupo americano The Harlem Quartet, formado pelos vencedores do Sphinx Competition para instrumentistas de cordas negros e latinos e também vencedor do Grammy em 2013: "Vai ser uma participação muito interessante. Eles têm um repertório bem versátil", disse a coordenadora. Outro nome internacional de destaque é o da violinista inglesa Priya Mitchell. Aluna de um dos mais importantes músicos europeus, Zachar Bron, Priya vai passar um pouco de sua vivência e experiência para os integrantes da Orquestra Jovem de Pernambuco, que serão regidos por ela numa "oportunidade única", frisou Lucia.
Já a Orquestra Virtuosi fará um lançamento no festival. Sob a regência do Maestro Rafael Garcia, será apresentada pela primeira vez no Brasil a obra Armoriatika, para viola, cello e cordas, de autoria do paraibano Eli-Eri Moura em homenagem aos 45 anos da música armorial. Outra novidade do 18º Virtuosi é a chegada da música erudita ao morro. O programa A Música Clássica Sobe o Morrro leva, pela primeira vez, um concerto da Orquestra Jovem de Pernambuco, sob regência do maestro Rafael Garcia ao lado de vários solistas e artistas nacionais e internacionais ao Alto José do Pinho, na Zona Norte do Recife. Esta ação foi desenvolvida em aprceria com op músico Cannibal, líder da banda Devotos e morador do Alto. "É a primeira vez que saímos do teatro enquanto Virtuosi. Acho que pode ser uma prática interessante que possa se manter no calendário do festival", comentou Ana Lucia.
Driblando a crise
Em um ano em que alguns festivais sofreram grandes baixas e até cancelamento, como o MIMO, por conta da ausência de apoio e patrocínios, o Virtuosi pegou a contramão deste caminho e se manteve no calendário. Para Ana Lucia Altino, é importante manter a realização do evento em respeito ao seu público: "Se você cancela, quem sofre é a população, que fica esperando pelo festival. Não tem por quê cancelar". Ela comentou que usando de bastante criatividade foi possível driblar a fase difícil: "Nesse momento de crise, você tem que usar toda sua criatividade pra fazer as coisas. A gente faz a multiplicação dos pães pra tentar fazer uma festa bonita com artistas de qualidade e selecionados".
A coordenadora também lamentou a falta de apoio do Governo do Estado, que sempre esteve presente ao longo da trajetória do Virtuosi: "Smepre tivemos apoio (do Estado), às vezes maior, às vezes menor. Lamentamos pela primeira vez não termos este apoio. São 18 anos de festival, de luta incessante pra este desenvolvimento da cultura musical aqui", disse Ana. Ela também fez questão de agradecer aos apoiadores do eventos, entre eles o BNDES e a Prefeitura do Recife.
Confira a programação completa do 18º Virtuosi.
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