Tópicos | Moacir Santos

A Companhia Brasileira de letras (Cepe) lançará nesta terça-feira (23), às 19h, no Teatro de Santa Isabel, no Recife, um livro que resgata a obra e vida do sertanejo de São José do Belmonte, Moacir Santos. Aberto ao público e com entrada franca, o lançamento contará com uma homenagem, numa noite de concerto com a Banda Sinfônica do Conservatório Pernambucano de Música e regência do maestro Marcos FM.

Com o título “Moacir Santos ou Os caminhos de um músico brasileiro", o livro revela a vida e a obra de Moacir Santos que, órfão aos três anos, sofreu intensamente com a pobreza e a discriminação racial. Tem autoria de Andrea Ernest Dias, doutora em flauta pela Universidade Federal da Bahia, com tese sobre Moacir Santos, e também idealizadora do Festival que leva o nome do músico. 

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Embora pouco conhecido no Estado, Moacir é considerado um dos grandes compositores e arranjadores do mundo. Se vivo, o artista teria completado 90 anos em julho passado. Teatro de Santa Isabel fica na Praça da República, bairro de Santo Antônio, Centro do Recife.

Com a atenção do mundo inteiro voltada para a chegada dos Jogos Olímpicos no Brasil, o jornal New York Times divulgou, nesta semana, uma playlist de trinta artistas que compõem o cenário da música brasileira, como sugestão para os turistas conhecerem os mais variados gêneros.

Entre as categorias, o jornal citou os artitas que misturam elementos sonoros como jazz, rock, metal, Hip-hop, música eletrônica e outros mais. Os cantores Luiz Gonzaga, Chico Science e Moacir Santos fizeram parte da lista referencial para acompanhar o período dos jogos, para conhecer o país. O NY ainda revela que o cantor Chico Science chegou a criar com misturas do rock, hard-rock e hip-hop, o gênero Mangue beat (batida de mangue). Assim como ressalta a importância do acordeão e triângulo tradicional do nordestino, Luiz Gonzaga, bem como, a riqueza do multi-instumentista e compositor, Moacir Santos.

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Outros artistas como Marisa Monte, Chico Buarque, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Milton Nascimento, Carmen Miranda e Noel Rosa integram o setlist de cantores clássicos brasileiros. O jornal ainda definiu a playlist de “Casual e Sedutora”, disponibilizando-a no aplicativo Spotify para quem quiser escutar. 

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Na próxima quarta (13) e quinta (14) será realizada a segunda edição do Festival Moacir Santos. O evento conta com apresentações de músicos brasileiros e estrangeiros no Teatro de Santa Isabel, além de uma oficina com o Trio 3-63, realizada na quinta-feira (13) no Conservatório Pernambucano de Música, às 10h.

No festival, será lançado o livro Moacir Santos - Ou os Caminhos de um Músico Brasileiro, que recupera a trajetória do compositor dosando biografia e análise musical. Entre as principais atrações do evento estão o Trio 3-63, Hubert Laws e John Leftwich. O ingresso custa R$ 30 e R$ 15 (meia).

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Serviço

Festival Moacir Santos

Quarta (13) e quinta (14) de agosto

Teatro de Santa Isabel (Praça da República, s/n - Bairro do Recife)

R$ 30 e R$ 15 (meia)

(81) 3355 3323

Oficina com o Trio 3-63

Quintaq (14) | 10h

Conservatório Pernambucano de Música (Av. João Barros, 594 – Santo Amaro)

(81) 3423 0718

*Por Eduarda Esteves

O reconhecimento maior a Moacir Santos passa pelas mãos do arranjador Mario Adnet. Ao lado do saxofonista Zé Nogueira, foi ele quem tirou muitas faixas de Moacir de ouvido, já que as partituras haviam se perdido em transições do material entre gravadoras, para gravar sua obra em um disco que se tornou clássico. De lá pra cá, eles mantém o nome do maestro em alta em concertos especiais da Banda Ouro Negro. "É como um trabalho de passarinho, vamos só jogando as sementes", diz Adnet.

Agora, pensam em abrir o leque sem perder a linguagem: "Vamos começar a trabalhar com a música de artistas que têm a ver com Moacir. Pensamos em fazer isso com Milton Nascimento e com Ivan Lins." Um prêmio chegou há pouco tempo, em um convite feito pelo trompetista Wynton Marsalis, diretor de programação do Jazz at Lincoln Center, em Nova York. "Ele me convidou porque quer incluir no repertório da orquestra do Lincoln Center músicas do repertório de Moacir Santos. Quer que eu supervisione, que prepare com ele esse repertório." Os primeiros concertos com Wynton à frente da orquestra nova iorquina tocando músicas de Moacir serão em 24 e 25 de outubro. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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O sol de Flores do Pajeú, no sertão de Pernambuco, devia acabar com tudo mesmo. Ou era isso ou era a vida que não parecia muito generosa quando Muacy veio ao mundo. Seu pai, no mesmo dia, se mandou para virar caçador de cangaceiros, deixando os cinco filhos puxando a saia da mãe. Três anos depois, Muacy batia latas no quintal como se elas fossem os pratos de uma banda militar quando os adultos vieram lhe chamar. Levaram ele para dentro de casa e o deixaram às lágrimas ao lado do corpo da mãe morta. Um choque que ele não esqueceria. Antes de saber o que era vida, Muacy conhecia a morte. Sorte que, antes de tudo, já sabia o que era a música.

E era música que não acabava mais, uma inundação que nenhum adulto explicava de onde saía. Aos 3 anos, o moleque regia a orquestra imaginária de meninos nus das ruas de Flores do Pajeú. Aos 9, tocava trombone, trompete, clarinete, saxofone, percussão, violão, banjo e bandolim - todos reais. Aos 13, recebia salário como baterista do Cine São José. Perto dos 30, começava a dar aulas para João Donato, Carlos Lyra, Baden Powell, Roberto Menescal e Dori Caymmi. Antes dos 50, fazia os jazzistas reavaliarem tudo o que pensavam conhecer sobre o Brasil. E quando morreu, aos 80, Muacy já era Moacir Santos, o homem que derrubou todas as previsões do Pajeú.

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A obra de um dos maiores casos de compositores brasileiros ainda não conhecidos em larga escala volta a ser revista, analisada e lançada este mês, quando três projetos surgem ao mesmo tempo. O livro Moacir Santos - Ou os Caminhos de um Músico Brasileiro trata-se da publicação de uma tese de doutorado da musicista e pesquisadora Andrea Ernest Dias. Não exatamente uma biografia, como ela diz, mas "um livro com dados biográficos".

É um pouco mais do que isso. Andrea, a Deda, escava bem a ainda pouco contada história de Moacir, desde os dias difíceis em Flores até sua primeira redescoberta nos anos 2000. "Quando ele foi para os Estados Unidos, muitos músicos falaram que Moacir levava informações da música brasileira que a bossa não havia levado. O jeito que usava, da forma dele, o frevo, o maracatu, a ciranda...", conta ao Estado. E, mais técnica, se debruça sobre as características do "estilista" de gêneros afro-brasileiros. "Fica clara a opção de Moacir Santos por estilizar os padrões da cultura musical afro-brasileira, dando ao conjunto de Coisas (nomes de suas obras principais) uma caracterização única na sonoridade instrumental dos anos 1960, alcançada tanto pela associação da instrumentação usual das bandas de música e big bands jazzísticas à percussão típica dessa tradição cultural (atabaques, agogôs, afoxés, etc.) quanto pelo tratamento polirrítmico dispensado ao contraponto", escreve.

Seus garimpos trouxeram três músicas inéditas que também acabam de ser gravadas em um disco prestes a sair. Muacy, o primeiro nome do maestro antes do batismo oficial, tem produção de Andrea, do percussionista Marcos Suzano e do pianista Paulo Braga, que também tocam no trabalho. São dez temas, como Coisa Nº 1, Outra Coisa e A Santinha Lá Da Serra. As músicas registradas pela primeira vez são The Beatiful Life (ouça no portal do Estadão), com Teco Cardoso no sax barítono; Love Go Down e Sambatango, todas finalizadas nas partituras e deixadas com títulos pelo maestro.

A terceira frente é um festival de música dedicado à obra do compositor, que começa nesta quarta-feira, 6, e vai até a noite de sábado, 9, no Centro Cultural Banco do Brasil do Rio, antes de seguir para Brasília e Recife. Será a segunda edição, ampliada em comparação com a primeira, com mesas redondas e shows de Carlos Malta; quarteto do baixista Sizão Machado; Sambajazz Trio com Raul de Souza; Banda Ouro Negro, de Mario Adnet e Zé Nogueira; Rique Pantoja & L.A. Friends e o flautista norte-americano Hubert Laws.

Moacir Santos era aquilo que tocava. O abandono e a alegria do menino estão presentes em sua música, mas não só. Seus grandes temas - sendo Nanã ou Coisa nº 4 o maior e mais gravado deles - parte de princípios melódicos simples. É uma ideia curta que se repete e se resolve com rapidez, o que se revela só o começo.

Sobretudo nos conceitos rítmicos, Moacir não é para qualquer um. "Um seis por oito vira um dois por quatro de repente com toda a carga africana que ele trazia.

A gente tem de prestar atenção", diz Raul de Souza. "Eu o adorava e o respeitava, mais do que as palavras podem dizer. Sua música era como um milagre, maravilhosa, complexa e simples", disse o saxofonista norte-americano Steve Huffsteter.

O pesquisador Zuza Homem de Mello escreveu o seguinte em seu artigo republicado no livro Música com Z: "Na obra do maestro, o primitivo encontra o futuro. O ontem, o amanhã". E o compositor gaúcho Cristiano Figueiró resumiu uma sensação comum diante de Muacy: "Apesar de não conhecer, parece que eu sempre ouvi essa música". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Por volta das 20h20, desta sexta (2), o músico Mark Levine e sua The Latin Tinge subiram ao palco do Teatro Santa Isabel dando inicio ao primeiro dia do Festival Moacir Santos. Durante duas horas, o grupo apresentou músicas do disco Off & On – The music of Moacir Santos -  que já foi indicado ao Grammy Latino 2010 de Melhor Álbum de Jazz Latino. Além do pianista Mark Levine, a banda era composta pela flautista e saxofonista Mary Fettig, a percussionista Michaelle Goerlitz, o baterista Celso Alberti e o contrabaixista John Wiitala.

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Além da trupe Mark Levine & The Latin Tinge, a noite também contou com a animação brasileira da banda carioca Ouro Negro. Antes do grupo começar sua apresentação, o músico Zé Nogueira enfatizou a presença ilustre dos filhos de Moacir Santos na plateia. “Ao ver Moacir Santos Júnior, senti uma vontade imensa de chorar”, disse Nogueira. Coisa n°2 e Coisa n°4 foram algumas das canções tocadas pelo grupo durante o concerto, além da música inédita Paixão segundo Moacir que Moacir compôs em homenagem ao Mestre Paixão (Alfredo Manoel da Paixão) - um de seus principais professores de música na infância e adolescência em Pernambuco. 

O Festival Moacir Santos segue com apresentações no Teatro de Santa Isabel até o sábado (3) com concertos do Quarteto Coisas (que estreia no festival homenageando o maestro com choros de sua juventude e a obra Moacirsantosianas) e do The Clare Fischer Big Band - vencedora do Grammy Award 2013 em Melhor Album de Jazz Latino. Além disso, terá a mesa redonda, às 10h, no salão nobre do Teatro de Santa Isabel, sobre O Projeto Ouro Negro e seus desdobramentos e Moacir Santos e as novas gerações sendo debatidos pelos músicos Brent Fischer, Marco César, Andrea Ernest Dias, Mario Adnet, Moacir Santos Júnior, Zé Nogueira e Cacá Malaquias. Os ingressos custam R$ 15 e R$ 30, à venda na bilheteria do teatro.

 

 

Moacir Santos, o Ouro Negro, é homenageado com festival de jazzNos dias 2 e 3 de agosto, o Teatro de Santa Isabel recebe o Festival Moacir Santos. O evento presta homenagem ao maestro pernambucano Moacir Santos e conta com grandes nomes do jazz mundial, como o pianista Mark Levine e a The Clare Fischer Big Band

Além das apresentações musicais, também fazem parte da programação duas mesas redondas com diversos músicos e pesquisadores para a realização de debates sobre a música do homenageado nos Estados Unidos.

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Oriundo de São José do Belmonte, cidade que fica no Sertão pernambucano, Moacir Santos começou sua carreira musical ainda jovem, aos 14 anos. Ele tocava saxofone e viajou por todo o Brasil. Seus últimos anos foram passados em Pasadena, na Califórnia, onde criava canções e trilhas para cinema enquanto ministrava aulas de música. Conhecido como Ouro Negro, ele é um dos principais nomes do jazz nacional e possui uma indicação ao Grammy.

 

Confira a programação completa do evento:

Sex (2)

10h | Moacir Santos, o Duke Ellington brasileiro? O impacto da música de Moacir Santos nos EUA; sua linguagem jazzística afro-brasileira.

Debatedores: Brent Fischer, Mario Adnet, Mark Levine, Maurício Carrilho, Steve Huffsteter e Teco Cardoso.

Mediadora: Andrea Ernest Dias

20h | Mark Levine & The Latin Tinge (São Francisco)

21h | Banda Ouro Negro (Rio de Janeiro). Direção: Mario Adnet e Zé Nogueira

 

Sáb (3)

10h | O Acervo Moacir Santos em perspectiva. O Projeto Ouro Negro e seus desdobramentos; Moacir Santos e as novas gerações.

Debatedores: Andrea Ernest Dias, Brent Fischer, Marco César, Mario Adnet, Moacir Santos Júnior, Zé Nogueira e Cacá Malaquias.

Mediador: Paulo Braga

Participação especial: Filarmônica Maestro Israel Gomes, Carnaíba (PE). Direção: Cacá Malaquias. Regência: Gilson Malaquias

20h | Quarteto Coisas (Pernambuco, Rio de Janeiro, São Paulo)

Maurício Carrilho, Marco César, Paulo Braga e Andrea Ernest Dias

21h  | The Clare Fischer Big Band (Los Angeles)

Direção: Brent Fischer

Participação especial: Steve Huffsteter

 

Serviço

Festival Moacir Santos

Teatro de Santa Isabel (Praça da República, S/N - Santo Antônio, Recife)

Sex (2) e Sáb (3) | 10h, 20h, 21h

R$ 30 (inteira) R$ 15 (meia entrada)

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