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Médicos italianos realizaram com sucesso a separação de gêmeas siamesas unidas pela cabeça, informou nesta terça-feira (7) o hospital Bambino Gesù, de Roma. Ervina e Prefina completaram dois anos no último dia 29 e estão internadas no Departamento de Neurocirurgia do hospital.

Segundo os médicos, as meninas nascidas na República Centro-Africana eram ligadas pela nuca, com o crânio e grande parte do sistema nervoso e vascular em comum. Essa é a primeira cirurgia do tipo na Itália e uma das mais complexas já realizadas no mundo.

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"Nós gerimos uma situação rara no contexto de uma má-formação por si só muito rara. A peculiaridade aqui era dada pelo ponto de contato no crânio, que envolvia importantes estruturas venosas. Mas, nosso hospital tem uma escola de cirurgia sobre gêmeos siameses e essa intervenção é uma evolução dos outros casos tratados", destacou o responsável pelo Departamento, Carlo Marras.

As meninas passaram por um ano de preparação e foram submetidas a três procedimentos cirúrgicos considerados muito delicados. A separação final foi realizada no dia 5 de junho, em uma operação de 18 horas.

Agora, há pouco mais de um mês da última intervenção, os médicos consideram a recuperação de ambos muito boa.

Durante a coletiva de imprensa, a presidente do Bambino Gesù, Mariella Enoc, contou que conheceu o caso das meninas durante uma missão no país africano em julho de 2018. Após os trâmites, Ervina e Prefina foram levadas para Roma em setembro do mesmo ano para que tivessem melhores chances de sobrevivência.

Com isso, formou-se um grupo multidisciplinar para o estudo e para a preparação do plano detalhado da cirurgia, usando o que há de mais avançado na medicina, reconstruindo até mesmo em 3D o formato do crânio das meninas.

A fase mais difícil do plano - e depois das cirurgias - foi a questão da rede de vasos sanguíneos cerebrais compartilhada em diversos pontos. Por isso, os especialistas optaram por fazer o procedimento em três partes para reconstruir dois sistemas venosos independentes, com capacidade para levar a quantidade de sangue correta entre o cérebro e o coração.

A primeira cirurgia foi realizada em maio de 2019, a segunda em junho do ano passado e a terceira agora no dia 5 de junho. Na sala operatória, estavam presentes cerca de 30 profissionais entre médicos, cirurgiões e enfermeiros.

Apesar de ainda existir o risco de infecção, considerado normal para pacientes que foram submetidos a uma situação tão grave, os controles pós-operatórios mostram que o cérebro está íntegro e o sistema recriado está funcionando. Com isso, elas poderão ter uma vida normal assim que saírem do hospital. 

Da Ansa

As autoridades de saúde italianas expressaram preocupação com uma segunda onda de infecções por coronavírus na península, pois a população parece ter perdido o medo da pandemia e ignora as precauções.

"Não podemos descartar uma nova onda de infecções em outubro", disse Massimo Galli, um dos principais especialistas da Itália em doenças infecciosas, chefe do Hospital Sacco de Milão.

Em entrevista ao jornal La Repubblica, o médico considera que é "muito cedo" para abandonar as máscaras cirúrgicas, apesar de a curva da epidemia na Itália permanecer baixa e poucas pessoas serem hospitalizadas com crise respiratória.

"A COVID ainda circula entre nós, não temos que baixar o nível de atenção, as reuniões e festas hoje em dia são um tapa na cara dos médicos e parentes das mais de 34.000 vítimas", declarou o ministro para Assuntos Regionais, Francesco Boccia.

Os aperitivos nas praças, as praias e os restaurantes cheios de pessoas que não respeitam a distância entre os clientes, bem como os bares lotados de jovens, dão a sensação de que parte da população esqueceu que milhares de pessoas morreram.

A ansiedade do confinamento, a ameaça de uma doença que ocupou grande parte da vida por três meses, juntamente com o resumo de estatísticas aterrorizantes, conselhos práticos e humor negro, são vistos como algo do passado.

Na segunda-feira foram reportadas 23 novas mortes, uma a menos que no dia anterior, o menor número desde 2 de março. O número acumulado de óbitos atingiu 34.657 e foram registrados 221 contágios, num total de 238.720.

A queda nas vendas de máscaras é um dos sinais mais óbvios desse fenômeno.

Com relação ao pico da epidemia, diminuiu para menos da metade, de acordo com a Federação de Farmacêuticos, e a obrigação de usá-la em todos os locais públicos, em vigor em algumas regiões, será levantada no final do mês.

"É uma decisão prematura", diz Galli.

Na chamada "fase 3", durante a qual as autoridades decidiram enfrentar a emergência social e econômica, a Itália baixou a guarda, resume o professor Franco Locatelli, presidente do Conselho Superior de Saúde.

"Não devemos perder de vista a situação global. De tempos em tempos, registramos surtos na Itália. Não saímos do túnel", explicou o especialista, lembrando que em países como Brasil e Índia a pandemia continua se acelerando.

Dois surtos em Roma, entre as cidades menos afetadas em relação a Milão, capital da Lombardia, onde quase metade de todas as mortes foram registradas, dispararam os alarmes.

"Temos que ter cuidado até encontrar a vacina", aconselhou Locatelli, membro da equipe de cientistas que assessora o governo, em entrevista ao jornal Il Corriere della Sera.

"A Itália fez um grande esforço e alcançou resultados extraordinários", reconheceu, "mas não vamos destruí-los com comportamentos irresponsáveis", afirmou.

Para os especialistas, apenas a prevenção evitará uma nova onda, por isso insistem na higienização das mãos e uso da máscara para a população.

Os italianos também estão evitando instalar o aplicativo oficial Immuni que o governo desenvolveu para rastrear o coronavírus.

Segundo o jornal La Repubblica, ele foi baixado por 3,5 milhões de pessoas entre os 23 milhões de usuários estimados, um revés que, para muitos, resulta da perda do medo do vírus.

Outro fracasso foi a pesquisa sorológica nacional organizada pela Cruz Vermelha entre 150.000 italianos. Apenas um terço das pessoas contatadas concordou em participar, uma vez que grande parte delas rejeita o teste com a gota de sangue porque teme ser positivo e perder o emprego, de acordo com a coordenador da pesquisa, Michele Bonizzi.

A Itália anunciou neste domingo (2) que médicos e cientistas locais conseguiram isolar o coronavírus 2019-nCoV, que já causou a morte de 304 pessoas na China. Outras 14,3 mil foram contagiadas no território chinês e cerca de 20 países já confirmaram outros casos.

O anúncio foi feito pelo ministro da Saúde da Itália, Roberto Speranza, durante uma coletiva de imprensa no Hospital Lazzaro Spallanzani, em Roma, referência em doenças contagiosas.

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"Nas últimas horas, no hospital Spallanzani, foi isolado o vírus do novo coronavírus. É uma notícia importante a nível global. O isolamento do vírus significa muitas oportunidades de estuda-lo, entende-lo e saber o que pode ser feito para impedir sua difusão", disse o ministro.

De acordo com Speranza, o vírus isolado será colocado à disposição de toda a comunidade internacional. "Agora será mais fácil trata-lo", ressaltou. O feito foi conquistado por virologistas do Instituto de Doenças Infeccionais do centro Spallanzani em menos de 48 horas do diagnóstico positivo de dois pacientes na Itália.

A sequência parcial do vírus isolado no laboratório italiano, denominado 2019-nCoV/Italy-INMI1, foi depositada no banco de dados GenBank.

Da Ansa

Com apenas 13 anos de idade, a jovem brasileira Isabela Diringer viajou mais de 9 mil quilômetros para se submeter a uma cirurgia na Itália para tratar de um problema no intestino. Isabela é portadora de gastrosquise, uma malformação que faz com que parte do intestino fique do lado de fora do corpo.

De acordo com a família, a menina tinha o intestino mais curto, de 17 cm, que a impedia de se alimentar e se desenvolver como criança. A brasileira foi salva por uma equipe do Hospital Pediátrico Meyer, em Florença, que realizou a intervenção de alta complexidade para reconstruir o intestino sob comando do médico Antonio Morabito.

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A cirurgia durou seis horas e foi aplicada a técnica chamada de "Spiral Intestinal Lengthening and Tailoring" (SILT). O Hospital Pediátrico Meyer é o único centro europeu para o tratamento da patologia congênita que afeta Isabela, e foi a segunda vez que o local aplicou a técnica em uma cirurgia.

A jovem já tinha passado por duas tentativas de operação, que não foram bem sucedidas e colocaram sua vida em risco. Por isso, a intervenção em Florença era considerada perigosa.

De acordo com um comunicado do hospital, por ter o intestino curto, Isabela era obrigada à nutrição parenteral total, ou seja, nutrição por via venosa. Na cirurgia, os médicos italianos reconstruíram o intestino com um diâmetro adequado para que ela viva normalmente. A jovem deve receber alta médica ainda nesta semana.

A menina contou com o apoio e solidariedade de outras pessoas, em campanha para arrecadar dinheiro para a cirurgia na Itália.
    Pela internet, ela conseguiu R$ 500 mil.

Da Ansa

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