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A contratação do marqueteiro Lula Guimarães para a campanha do deputado federal Guilherme Boulos à Prefeitura de São Paulo gerou uma crise no PSOL. O motivo da divergência é o histórico profissional do publicitário, que já comandou as campanhas de João Doria (2016) e Geraldo Alckmin (2018). Além disso, Guimarães é sócio da Benjamin Comunicação, agência contratada pelo iFood para atuar contra a mobilização de entregadores de aplicativo em 2020.

Sete grupos internos do PSOL assinaram uma nota de repúdio contra a contratação do marqueteiro. No texto, o acordo entre Boulos e Guimarães é classificado como "inaceitável". A nota diz ainda que os métodos do publicitário são típicos do bolsonarismo. De acordo com o diretório estadual do PSOL, os signatários do texto são minoritários dentro do partido, representando 26% da legenda. Já a assessoria de imprensa de Boulos informou que, apesar das críticas internas, o contrato com Guimarães será mantido. Procurado, Lula Guimarães não se manifestou sobre o episódio.

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"É inaceitável que o PSOL e a candidatura de Guilherme Boulos trabalhem com quem tem esse histórico de atuação. Isso vai além de ter trabalhado em campanhas de políticos tradicionais da direita paulista, como Geraldo Alckmin e João Doria, trata-se (o caso do iFood) de uma prática antissindical das mais baixas e sujas, pois não atua na arena aberta da disputa política, mas sim com desinformação, método típico do bolsonarismo", diz a nota.

O texto segue e afirma que a manutenção do contrato com Guimarães significa, para Boulos e o PSOL, mais um passo em direção à "forma 'tradicional' de fazer política, na qual a imagem criada por marqueteiros importa mais do que o movimento legítimo dos trabalhadores".

De olho em 2024, Boulos organiza 'giros' por bairros de SP

Com o apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do PT, Boulos será o candidato da esquerda em São Paulo nas eleições de 2024. De acordo com a última pesquisa Datafolha, divulgada no fim de agosto, ele larga na frente na corrida à Prefeitura, com 32% das intenções de voto. O prefeito Ricardo Nunes (MDB) aparece logo em seguida, com 24%. O levantamento também traz a deputada federal Tábata Amaral (PSB) com 11% e o deputado federal Kim Kataguiri (União Brasil) com 8%.

Para dar a arrancada de sua pré-campanha, Boulos tem feito uma série de encontros pela cidade de São Paulo. Na última sexta-feira (15) o pré-candidato cumpriu agenda em Perus, na zona norte da capital. Neste momento, o psolista está priorizando os bairros das periferias, porém os encontros também vão contemplar a região central da capital. O objetivo é aproximá-lo do eleitorado, além promover debates sobre os problemas do município para a construção do programa de governo.

Enquanto dirigentes do PSDB e do MDB tentam chegar a um acordo para formar palanque único presidencial, a pré-campanha da senadora Simone Tebet (MDB-MS) tem na retaguarda um marqueteiro com relações com o tucanato. Felipe Soutello, de 50 anos, trabalhou em sua primeira campanha aos 15 anos para José Serra, que em 1986 disputou vaga de deputado federal.

Soutello se filiou ao PSDB, mas hoje nem sequer sabe dizer se sua filiação está ativa no partido. "Minha filiação é de 1989. Fui um dos primeiros na cidade de São Paulo. Não estou na ata de fundação de 1988 porque não tinha idade." Sempre com atuação eleitoral, segue amigo de Serra e de outros tucanos.

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Na parede da sua sala na sede de sua produtora, no Alto de Pinheiros, em São Paulo, há um cartaz com a imagem do prefeito Bruno Covas com os punhos cerrados. Soutello conheceu o neto de Mário Covas em 1995, quando Bruno ainda fazia faculdade e morava com o avô no Palácio dos Bandeirantes.

O marqueteiro virou uma espécie de ideólogo do grupo que conheceu na militância da juventude tucana - mais tarde foi a espinha dorsal da gestão de Bruno. Comandou a campanha do tucano em 2020. Hoje é consultor de Ricardo Nunes (MDB).

Depois de ter feito a campanha ao governo de Márcio França (PSB), em 2018, e de Patrícia Vanzolini para a presidência da OAB-SP, no ano passado, Soutello recebeu convite do presidente do MDB, Baleia Rossi, para cuidar da pré-campanha de Simone.

A proposta surgiu depois de ter sido sondado por pré-candidatos ao governo paulista, entre eles Geraldo Alckmin, de quem é próximo e hoje é vice do pré-candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Foi Soutello, aliás, quem sugeriu a Fernando Haddad pela primeira vez, em um jantar no apartamento de Marta Suplicy, em maio do ano passado, a ideia de uma chapa de Lula com o ex-tucano.

Pressão

A missão de Soutello agora é administrar a pressão pelo crescimento de Simone nas pesquisas de intenção de votos e transformar uma pré-candidatura com 2% em um projeto viável. "Em uma campanha de construção de imagem como a da Simone não existe elevador para pegar. Tem escada para subir, degrau por degrau."

Ele admite não ter expectativa de crescimento "vertiginoso" antes do horário eleitoral de TV. "Não há instrumentos de comunicação suficientes para isso. A TV é o instrumento de comunicação determinante para estabelecer a agenda política da eleição. Sem ela, o candidato não se coloca, sobretudo os que não são conhecidos do eleitor."

Serão 45 dias de exposição - de 15 de agosto ao início de outubro - e cerca de 20 programas, além das inserções diárias.

Caso feche com o PSDB, Simone terá em torno de 2 minutos e 30 segundos, ante cerca de 3 minutos de Lula e Jair Bolsonaro (PL), cada.

O desafio é desenvolver uma empatia do eleitorado e tornar a senadora conhecida sem apelar para ataques. "O eleitor do meio não quer bate-boca."

Questionado sobre as chances reais de se quebrar a polarização, o marqueteiro recorre aos números: 40% dos eleitores que já optaram pelas candidaturas de Lula e Bolsonaro "odeiam" essa opção. "É um chute projetar o cenário político de agora com o daqui 30 dias", disse. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Partido dos Trabalhadores (PT) anunciou, na quinta-feira (21), que o marqueteiro Augusto Fonseca vai deixar comando da comunicação da campanha do ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva ao Palácio do Planalto. O publicitário Sidônio Palmeira é o nome mais cotado para o posto e já foi até sondado por dirigentes petistas.

Em nota, o partido disse que "razões administrativas e financeiras" levaram a sigla a interromper a contratação da produtora MPB Estratégia e Criação, agência de Fonseca.

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"A MPB foi selecionada, dentre outras conceituadas agências, pela alta qualidade da proposta apresentada, além de sua comprovada experiência em campanhas políticas vitoriosas. No entanto, não foi possível compatibilizar a proposta orçamentária com o planejamento dos recursos partidários", afirmou a legenda.

Briga

Uma disputa pelo comando da comunicação no partido colocou a permanência de Fonseca em xeque. Nos últimos dias, as divergências no comitê de Lula aumentaram, com troca de acusações entre o coordenador de Comunicação da campanha, Franklin Martins, e o secretário Jilmar Tatto.

A propaganda partidária na TV foi considerada despolitizada por aliados de Tatto. Na quarta-feira, mais cedo, Fonseca havia dito que as acusações de que os comerciais do PT exibiram um Lula "protocolar" eram "conversa mole".

"O fogo amigo atingiu o ápice e estamos vivos", afirmou ele ao jornal O Estado de S. Paulo, antes de ser anunciada a sua dispensa.

A troca de marqueteiro representa uma derrota de Franklin, que bancou o nome de Fonseca.

Tatto, por sua vez, cobrava a saída de Fonseca.

A cúpula petista alegava que o orçamento de R$ 45 milhões, apresentado pelo marqueteiro, estava muito além da capacidade financeira do partido.

Uma disputa pelo comando da comunicação no PT ameaça a permanência do marqueteiro Augusto Fonseca na campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Palácio do Planalto. O publicitário Sidônio Palmeira é o nome mais cotado para substituir Fonseca e já foi até mesmo sondado por dirigentes petistas.

As divergências no comitê de Lula aumentaram nos últimos dias, com troca de acusações entre o coordenador de Comunicação da campanha, Franklin Martins, e o secretário Jilmar Tatto, que cuida da mesma área no PT. A propaganda partidária na TV, divulgada nos últimos dias, foi considerada despolitizada por aliados de Tatto e da presidente do PT, Gleisi Hoffmann.

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A cúpula petista alega que o orçamento de R$ 45 milhões, apresentado por Fonseca, está muito além da realidade financeira do partido desde que foram vetadas as doações de empresários nas eleições, em 2016.

Na prática, porém, a provável saída de Fonseca vai muito além dessa questão. A troca de marqueteiro representa uma derrota de Franklin Martins. Ex-ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom) de 2007 a 2010 e muito próximo de Lula, Franklin foi quem bancou o nome de Fonseca, que também é jornalista e diretor da agência MPB Estratégia e Criação. Em 2002, ele já havia atuado ao lado de Duda Mendonça na vitoriosa campanha de Lula. Tem em seu currículo, ainda, as propagandas políticas de Fernando Henrique Cardoso, Marta Suplicy, Aécio Neves e Ciro Gomes.

Slogan

Dirigentes do PT reclamaram, nos últimos dias, da qualidade das inserções comerciais do partido, produzidas pela equipe de Fonseca. Até mesmo o slogan "Se a gente quiser, a gente pode" foi alvo de ataques por ser semelhante ao emblemático "Yes, we can", mote da corrida de Barack Obama à presidência dos Estados Unidos.

Nos bastidores, integrantes do comitê de Lula disseram que o ex-presidente apareceu na propaganda do PT com "ar cansado" e sem mostrar "esperança", palavra-chave da campanha. Afirmaram, ainda, que os comerciais tinham um foco no "passado", e não no futuro.

"Eu não deixei a campanha do Lula nem recebi nenhum comunicado que tenha sido demitido", disse Fonseca ao Estadão. "Todas as inserções foram aprovadas e elogiadas."

O valor cobrado pelo marqueteiro foi comparado por petistas às cifras apresentadas por Duda Mendonça. Eduardo Freiha, um dos sócios da MPB Estratégia e Criação - agência dirigida por Fonseca -, foi condenado no mensalão por evasão de divisas, acusado de ser o procurador de contas de Duda no exterior que receberam US$ 2,5 milhões. A pena foi extinta em razão da prescrição.

Publicitário

Atualmente, Tatto e Franklin nem se falam. A disputa entre os dois contaminou o relacionamento com Fonseca. Diretor da agência Leiaute, em Salvador, o publicitário Sidônio Palmeira, por sua vez, é amigo dos petistas. Ele comandou as campanhas de Jaques Wagner e de Rui Costa ao governo da Bahia. Em 2018 foi o responsável pelos programas de TV do candidato do PT à Presidência, Fernando Haddad.

Uma ala do PT que apoia Tatto vai propor a Lula que Franklin perca o papel central na campanha, pois o responsabiliza até mesmo por declarações desastrosas em questões polêmicas como aborto, por exemplo. O ex-presidente, no entanto, confia no ex-ministro e pede a ele opiniões sobre todos os assuntos, antes de dar entrevistas. Questionado, Franklin não se manifestou. Tatto também preferiu o silêncio.

A campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência da República para rádio e TV, em 2022, será coordenada pelo marqueteiro político Augusto Fonseca, da MPB Estratégia & Criação. A agência venceu outras três propostas que haviam sido apresentadas ao PT e consideradas igualmente "muito boas". Esta será a primeira campanha de rádio e TV que Augusto Fonseca vai comandar para o partido. A MPB Estratégia & Criação venceu a concorrência das agências Leiaute, Corbellini e do publicitário Paulo de Tarso.

A informação sobre o nome do marqueteiro que trabalhará na campanha de Lula foi revelada pelo jornal O Globo nesta terça-feira, 1º, e confirmada pelo Estadão. Augusto Fonseca foi escolhido por Lula, pelo coordenador da comunicação da pré-campanha, Franklin Martins, e pela presidente do PT, Gleisi Hoffmann.

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Franklin Martins, que é jornalista e ex-ministro da Secretaria de Comunicação Social (governo Lula, entre 2007 e 2010), continuará como chefe geral da comunicação do ex-presidente. Dentre diferentes tarefas, cabe a ele, por exemplo, montar as estratégias das redes sociais do ex-presidente.

Augusto Fonseca já trabalhou nas campanhas do deputado Aécio Neves (PSDB) à Presidência, em 2014, e de Ciro Gomes (PDT) ao Planalto em 2018. Ele vai dirigir os programas de rádio e TV de Lula, mas não atuará como um "super marqueteiro". O PT decidiu, no ano passado, não investir nessa figura, como fez nas campanhas presidenciais do partido de 2002 a 2014, quando contou com Duda Mendonça e João Santana.

Ex-marqueteiro de Lula e da ex-presidente Dilma Rousseff ao Planalto, Santana fará a campanha de Ciro Gomes (PDT) neste ano. O pré-candidato do Podemos à Presidência, Sérgio Moro, escolheu o publicitário Pablo Nobel para comandar a equipe de marketing de sua campanha. Nobel começou a trabalhar com o ex-ministro da Justiça e ex-juiz da Lava Jato nesta segunda-feira, 31. O presidente Jair Bolsonaro ainda não bateu o martelo sobre o marqueteiro de sua campanha.

O marqueteiro Duda Mendonça morreu, nesta segunda-feira (16), aos 77 anos, em decorrência de um câncer no cérebro. Ele estava internado no hospital Sírio Libanês havia mais de dois meses. A informação foi publicada pela coluna do jornalista Lauro Jardim, do jornal O Globo. Desde a internação em São Paulo, a pedido da família, as informações sobre o estado de saúde do publicitário não estão sendo divulgadas.

Famoso por sua atuação em campanhas petistas, e por ter criado o slogan "Lulinha, Paz e Amor", em 2002, Mendonça também trabalhou com nomes como Paulo Maluf, Miguel Arraes, Ciro Gomes, e Paulo Skaf.

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Em 2005, em depoimento à CPI dos Correios, Mendonça confessou ter recebido R$ 10,5 milhões pela campanha à eleição de Lula via caixa 2. Ele chegou a virar réu no processo do Mensalão, mas foi absolvido em 2012 pelo Supremo Tribunal Federal.

Os ministros concluíram que ele não teria como saber se era ilícita a origem de R$ 10,3 milhões que recebeu em 2002 na campanha de Lula ao Palácio do Planalto.

Anos mais tarde, em 2016, teve seu nome envolvido na Operação Lava Jato, sob suspeita de ter recebido R$ 10 milhões para o grupo político do presidente Michel Temer delatado por executivos da Odebrecht.

Em 2017, seguindo o caminho de outros dois publicitários do PT, João Santana e Mônica Moura, o marqueteiro assinou um acordo de delação premiada com a Polícia Federal.

Casado com Aline Mendonça, ele deixa quatro filhos.

O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, formalizou a entrada de Marcos Eraldo Arnoud na pasta. Conhecido como "Markinhos Show", ele foi nomeado assessor especial, mas já atuava desde dezembro como marqueteiro do general da ativa e chefe da comunicação do ministério. Ele terá um salário de R$ 13.623.

A nomeação ocorre no momento em que Pazuello é criticado por dar informações equivocadas e contraditórias, além de manter uma relação conflituosa com a imprensa. Nesta semana, por exemplo, após entrega em massa pelo governo federal de medicamentos sem eficácia comprovada contra a Covid-19, como a cloroquina e a hidroxicloroquina, o ministro disse que nunca estimulou o uso destes tratamentos. Em seu site, "venda para o cérebro", Markinhos se define como "palestrante motivacional, master coach, analista em neuromarketing, especialista em marketing, SEO, hipnólogo, mentalista, practitioner em PNL, músico, empreendedor e especialista em marketing político."

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Markinhos participou de algumas das decisões recentes da Saúde que acabaram frustradas. Por exemplo, adesivar o avião que iria à Índia buscar dois milhões de doses da vacina da AstraZeneca com o slogan da campanha de vacinação do governo. Por falta de aval da Índia, que desejava discrição, o voo foi adiado e as vacinas estão vindo hoje ao Brasil, num avião da Emirates. Foi dele, também, a ideia de realizar um evento no Palácio do Planalto, no dia 19, para abrir a campanha de imunização no País. Um idoso e um profissional de saúde poderiam ser vacinados dentro do Planalto, como revelou o Estadão, mas a operação foi cancelada quando o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), fez a primeira foto da vacina minutos após a Anvisa liberar o uso emergencial da Coronavac.

Nas redes sociais, Markinhos tem respondido a seu modo às críticas feitas a Pazuello. Ante a falta de oxigênio em Manaus (AM), o marqueteiro escreveu: "Com todos esses bilhões que foram para Manaus, não tiveram um centavo para montar uma fábrica de oxigênio em cada hospital? Não sobrou um real para comprar um cilindro? Enfiaram todo esse dinheiro no...? A corrupção mata! (sic.)".

O marqueteiro do ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB), Lula Guimarães, afastou nesta segunda-feira, 11, a possibilidade de aproximação entre o PSDB e a pré-candidata Marina Silva (Rede).

"Acho muito difícil acontecer, boto pouquíssima fé", disse Lula Guimarães sobre possível aliança. A possibilidade tem sido aventada pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. "É que nem água e óleo, não se misturam", completou o marqueteiro, que também trabalhou com a presidenciável da Rede nas últimas eleições.

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A pesquisa do Datafolha divulgada no domingo, 10, mostra Marina atrás do deputado federal Bolsonaro (PSL), com 15% de intenções de voto. O pré-candidato tucano patina com 7%, atrás dos dois e de Ciro Gomes (PDT), 10%.

O jornal O Estado de S. Paulo também noticiou nesta segunda-feira que aliados têm se movimentado ao ver Alckmin estagnado nas pesquisas e Bolsonaro decolar. Eles tentam viabilizar Marina como nome do centro político.

Na semana passada, a própria pré-candidata afastou a possibilidade alegando que não há "identidade programática" entre as siglas. Mesmo reconhecendo as diferenças, interlocutores da Rede reconheceram que, do ponto de vista pragmático e eleitoral, a aliança seria positiva, principalmente do ponto de vista do tempo de TV e rádio.

Enquanto avança nas investigações sobre os crimes praticados pela maior empreiteira do País, a Odebrecht, a força-tarefa da Lava Jato já prepara novas denúncias contra o marqueteiro João Santana e sua mulher e sócia Mônica Moura, que atuaram nas campanhas presidenciais de Dilma Rousseff (2010 e 2014) e Luiz Inácio Lula da Silva (2006).

Atualmente, o casal responde a duas ações penais na Operação Lava Jato, acusados de corrupção, organização criminosa e lavagem internacional de dinheiro envolvendo o esquema de corrupção na Sete Brasil, empresa de capital misto criada para produção de sondas do pré-sal, e os pagamentos recebidos por eles do "departamento de propina" da Odebrecht no Brasil e no exterior.

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Segundo a Procuradoria da República no Paraná, serão "em breve" apresentadas duas novas denúncias envolvendo a suposta evasão de divisas do casal, que só declarou possuir a conta na Suíça em nome da offshore Shellbill Finance, que recebeu quantias milionárias de um dos operadores de propina na Petrobrás após a Lava Jato; e a suposta lavagem de dinheiro por meio da "ocultação e dissimulação da origem ilícita dos recursos utilizados para a aquisição de imóvel em proveito do casal". As informações estão em documento encaminhado ao juiz Sérgio Moro, responsável pela Lava Jato no Paraná.

Um dos imóveis do casal, preso desde fevereiro, que está na mira dos investigadores é o apartamento 8W, na 19ª Avenida, em Nova York, que está registrado em nome de uma empresa aberta por eles, em 2009, em El Salvador.

Ao quebrar o sigilo dos e-mails de Mônica Moura, a PF destaca que o local era indicado por ela e sua filha em diversas mensagens como endereço para a entrega de compras feitas por elas na internet.

"Não há, no entanto, declaração ao Fisco do imóvel de Nova York, existindo dolosa intenção de ocultá-lo das autoridades brasileiras", diz a PF no relatório que analisou as mensagens de eletrônicas.

Acusações

Fruto da 26ª fase da Lava Jato, a Operação Xepa, objeto da primeira denúncia contra João Santana e Mônica Moura, a ação penal tem como foco os pagamentos para o marqueteiro do PT feitos pelo "setor profissional de propinas" da Odebrecht. Segundo o Ministério Público Federal, Odebrecht tinha conhecimento do setor e inclusive teria atuado para desmontá-lo e proteger os funcionários das investigações.

A força-tarefa da Operação Lava Jato investiga um repasse de R$ 148,5 mil de empresa do marqueteiro João Santana à produtora Like Filmes. Os investigadores suspeitam que a Like seja a mesma NDEC, ligada aos empresários Armando Peralta e Giovani Favieri, pivôs do empréstimo de R$ 12 milhões tomado pelo PT no Banco Schahin, por meio do pecuarista José Carlos Bumlai.

A Like Filmes, uma produtora de vídeos, aparece na quebra de sigilo de uma das empresas de Santana - preso desde 23 de março, em Curitiba. A Like recebeu R$ 148,5 mil em 2014, ano em que o marqueteiro tinha como principal campanha eleitoral a da presidente Dilma Rousseff.

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Em 2006, o Ministério Público Federal da Bahia chegou a abrir investigação por pagamento suspeito entre a NDEC, ligada aos dois empresários, e à agência Santana e Associados Marketing e Propaganda. Agora, a força-tarefa investiga se a Like foi utilizada pela NDEC, cujo nome fantasia é Vídeo Brasil Central (VBC), para receber novos repasses indevidos.

Os pagamentos de produtoras da campanha de 2014 estão sob a análise do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). As descobertas da Lava Jato, que agora retomará as apurações que envolvem João Santana e a Operação Acarajé, podem ajudar o órgão. Peralta e Favieri atuaram nas campanhas de Marta Suplicy (PMDB-SP) ao governo de São Paulo, em 1998, e à Prefeitura da capital paulista, em 2000.

Em depoimento à Polícia Federal, Bumlai disse que a operação de empréstimo no Banco Schahin a pedido do PT foi acertada com Peralta e Favieri. A Lava Jato considera ter provas de que a dívida foi paga com contrato da Petrobras dirigido ao Grupo Schahin, para operação de um navio-sonda, no valor de US$ 1,6 bilhão.

No registro da Junta Comercial de São Paulo, a Like e a filial da VBC em São Paulo estão ativas no mesmo endereço e têm o mesmo capital social (R$ 50 mil). Segundo os documentos, a Like está em nome de Claudinei Eufrásio Barbosa e Orlando Rocha, ligados a Peralta e a Favieri.

Defesas

Procurados, Armando Peralta e Giovani Favieri não foram localizados. Em conversa anterior, Favieri negou que a Like seja a NDEC e disse que não há vínculo com o PT. A Like Filmes foi procurada no telefone fornecido no seu site, sem sucesso. O e-mail da produtora está desativado. A Polis Propaganda, de João Santana, informou que "não comenta esse tipo de especulação". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O desembargador João Pedro Gebran Neto, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), negou nesta quinta-feira, 10, a liberdade para o marqueteiro do PT João Santana, preso com a mulher, Mônica Moura, desde o dia 23 de fevereiro, alvos da 23ª fase da Operação Lava Jato - batizada de Acarajés.

"Indefiro o pedido liminar, vez que presentes os pressupostos para decretação da medida", afirma Gebran, em decisão dada em habeas corpus apresentado pela defesa de Santana. A decisão é do dia 8 e anexada aos autos nesta quinta-feira, 10. "Presentes prova da materialidade e indícios suficientes de autoria e, ainda, havendo risco concreto à ordem pública, pela reiteração da conduta, e à instrução do processo, pela possível destruição de provas, cabível, por ora, a manutenção da prisão preventiva do paciente."

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O desembargador sustenta que "é inegável o quadro de corrupção sistêmica existente no seio da Petrobras". "O paciente (Santana) figura apenas como mais uma das pessoas envolvidas, supostamente por receber, através da conta na Suíça, dinheiro decorrente do esquema criminoso na Petrobras, inclusive para realizar campanhas eleitorais no Brasil."

"Ainda que não seja agente público ou executivo das empreiteiras envolvidas, há indícios suficientes de sua participação nos crimes cometidos sistematicamente por aqueles, em especial pelos diversos depósitos subreptícios realizados em sua conta, sobre os quais não logrou comprovar a origem lícita."

Santana e a mulher são suspeitos pelo recebimento de pelo menos US$ 7,5 milhões na conta secreta em nome da offshore Shellbill Finance, entre 2012 e 2014. Os pagamentos foram feitos pela Odebrecht, que teve seu presidente afastado condenado esta semana por liderança do cartel, e o operador de propinas Zwi Skornicki, que atuava em nome do estaleiro Keppel Fels e de outras cinco empresas investigadas pela corrupção na Petrobrás.

Nesta quinta-feira, 10, a Polícia Federal ouviu pela segunda vez, desde que foram presos, sobre as suspeitas. Eles permaneceram calados. Santana respondeu a uma única questão, sobre a suposta destruição de arquivos armazenados em nuvem na internet. Ele negou ter apagado a conta que mantinha no Dropox e atribuiu a ação a um funcionário da Polis Propaganda, empresa do marqueteiro.

O desembargador do TRF-4 destacou a atuação suspeita do marqueteiro do PT mesmo após deflagração das fases ostensivas iniciadas em março de 2014. "Ganha destaque o fato de depósitos terem sido efetivados inclusive no segundo semestre de 2014, já contemporaneamente à 'Operação Lava-Jato'. Vale destacar que sequer a instauração de várias ações penais, com diversas ordens de prisão, inibiu o paciente e os demais envolvidos, de onde é possível supor a impossibilidade de desagregação do grupo criminoso sem a segregação cautelar dos envolvidos."

O pedido foi apresentado pelo criminalista Fábio Tofic. O defensor requereu a liberdade imediata, por meio de medida liminar. Sustentou que o perfil de Santana "é diferente dos demais acusados", vem se comportando de forma a não deixar dúvidas de que não vai atrapalhar a investigação, que não encerrou sua conta de armazenamento de arquivos no Dropbox e que sempre se colocou à disposição do juízo. Diz ainda que o marqueteiro está "desligado de qualquer campanha eleitoral, no Brasil ou no exterior" e que "confessou a titularidade da conta estrangeira não declarada e os valores movimentados, admitindo inclusive sua relação com a Odebrecht".

O desembargador do TRF-4 informou que Santana "traz aos autos informação de que a conta (no Dropbox) teria sido excluída pelo administrador, porém não logrou comprovar que não é o administrador de sua própria conta. Limitou-se a afirmar que não é, mas não fez prova contundente".

"Acrescento que o fato do paciente autorizar as autoridades policiais para que tenham pleno acesso à sua conta Dropbox, como trouxe a defesa na petição do evento 2, não exclui o fato de que o conteúdo foi alterado, não se tendo notícias de que após a exclusão as informações que lá estavam poderiam ser recuperadas."

O ministro-chefe da Casa Civil, Jaques Wagner, disse, em sua conta pessoal no Twitter, que os serviços prestados pelo publicitário João Santana durante as campanhas da presidenta Dilma, do ex-presidente Lula e do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, foram pagos de acordo com a lei. O ministro citou um relatório da Polícia Federal que ressalta, segundo ele, “de modo inequívoco”, que não há indícios de irregularidades nos pagamentos.

Na manhã desta terça-feira (23), João Santana e sua esposa e sócia, Mônica Moura, foram detidos ao desembarcar no Brasil, procedentes da República Dominicana, por terem prisão temporária decretada pelo juiz Sergio Moro. As investigações da Operação Lava Jato apontam que eles teriam recebido dinheiro da empreiteira Odebrecht, para pagamento de serviços da campanha de Dilma.

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“A 23ª fase da Operação Lava Jato não investiga supostas irregularidades relacionadas à campanha de Dilma. As contas da campanha da presidenta foram declaradas e aprovadas pelo TSE [Tribunal Superior Eleitoral]. Os valores pagos pelos serviços prestados durante as campanhas de Lula, de Haddad e Dilma obedeceram à lei”, escreveu o ministro na rede social. Esta foi a primeira vez que um membro do governo veio a público se pronunciar sobre o assunto.

João Santana, com a Pólis, foi o marqueteiro do PT de 2005 até a campanha que reelegeu a presidente Dilma Rousseff, em outubro passado. Ajudou a eleger Lula, em 2006, Dilma Rousseff, em 2010, e Fernando Haddad, em 2012. A Pólis ganhou R$ 30 milhões do PT só pela campanha de Haddad. Somando todas elas, como se pode ver no site do Tribunal Superior Eleitoral, o PT nacional pagou à empresa de João Santana em torno de R$ 160 milhões.

Quem cuida dos impostos municipais, na Prefeitura de São Paulo, é a Subsecretaria da Receita Municipal, subordinada à Secretaria de Finanças e Desenvolvimento Econômico. A subsecretaria tem um Departamento de Tributação e Julgamento e outros órgãos técnicos do gênero. Foi com esses órgãos fiscais que a Pólis trombou - ou vice versa -, em 2011 e 2012, tempo em que o prefeito era Gilberto Kassab (DEM/PSD, 2006/2012), hoje ministro das Cidades de Dilma.

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Ao constatar que a empresa instalada da rua Áurea 36, na Vila Mariana, não recolhia o ISS considerado devido, os fiscais passaram a lavrar autos de infração. A Pólis os impugnou, administrativamente, mas a Divisão de Julgamento os manteve.

Quando encerraram os prazos da instância administrativa, a Prefeitura passou a cobrar a Pólis, judicialmente, em dois processos de execução fiscal.

Haddad prefeito. O prefeito já era Fernando Haddad. Em 8 de outubro de 2014 - três dias depois do primeiro turno da eleição presidencial - o juiz Laurence Mattos, da Vara de Execuções Fiscais municipais, mandou citar a Pólis Propaganda e Marketing para que pagasse, em cinco dias, o débito fiscal no valor de R$ 3.027.000,00, ou, no mesmo prazo, oferecesse bens à penhora suficientes para a garantia da execução, ou, ainda, que oferecesse embargo no prazo de 30 dias. Processo 0606011-32.2014.8.26.0090.

No dia seguinte, Laurence Mattos, no processo 0609432-30.2014.8.26.0090, mandou citar a mesma Pólis para pagar, nos mesmos prazos e condições, R$ 750 mil por "multas e demais sanções". Nos dois casos a Pólis nem pagou, nem ofereceu bens à penhora e nem entrou com embargos questionando o débito.

Dilma presidente. Quando Dilma Rousseff ganhou a eleição, em 26 de outubro, a empresa do marqueteiro vitorioso já devia os na época R$ 3.777.000,00 de ISS e multas à Prefeitura de São Paulo. A adesão ao PPI foi em abril de 2015. Durante todo o período de inadimplência e execuções fiscais João Santana optou por não informar as pendências à direção do PT, ou aos candidatos para os quais trabalhou.

Em nota de esclarecimento que divulgou em 16 de janeiro passado - rebatendo denúncia de que está sendo investigada pela Operação Lava Jato -, a Pólis Propaganda e Marketing afirmou: "É perda de tempo procurar caixa 2 na Pólis, simplesmente porque o grupo recolhe todos os impostos devidos". Faltou esclarecer que no caso do ISS nem sempre foi assim. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Integrantes da Executiva Nacional do PT acertaram a contratação do marqueteiro Edson Barbosa, o Edinho, que trabalhou para o partido em 2005, ano do mensalão.

Uma primeira reunião entre integrantes da cúpula da sigla ocorreu na semana passada em São Paulo. Ele será o responsável próximo programa do PT, previsto para ir ao ar em fevereiro, tendo como mote a defesa do PT. "O roteiro ainda não está acertado, isso deve acontecer só no final deste mês. Mas nós já brifamos o Edinho para ser feito um programa em defesa do PT", afirmou ao Estado o secretário de Comunicação e vice-presidente nacional da legenda, Alberto Cantalice.

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Segundo ele, ainda não está definido se a defesa do partido também contará com a participação da presidente Dilma Rousseff. "Talvez o Lula participe, mas ainda não tem nenhuma definição. A gente vai ter uma reunião da Executiva nas próximas semanas para bater o martelo", ressaltou o dirigente.

A contratação de Edson Barbosa ocorreu após o marqueteiro João Santana se recusar a fazer o primeiro programa do partido deste ano, sob a alegação de ter outros compromissos internacionais. Santana foi responsável por conduzir a produção dos últimos comerciais e também coordenou as campanhas presidenciais do ex-presidente Lula e da presidente Dilma Rousseff.

Experiência

Na bagagem, Edson Barbosa traz a experiência de ter atuado para o PT entre 2005 e 2008, período em que algumas das principais lideranças da legenda foram denunciadas por envolvimento no esquema do mensalão. Em meio aos desgastes ao então governo Lula com os desdobramentos dos processos na Justiça, o marqueteiro apostou na estratégia de fazer comparações com o governo de Fernando Henrique Cardoso na área social.

No histórico de Edson Barbosa também está a amizade e serviços prestados ao ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), morto após queda de sua aeronave, durante as eleições presidenciais de 2014. Edinho foi o responsável pelo primeiro programa do partido socialista realizado em março daquele ano, ocasião em que a ex-ministra Marina Silva declarou apoio a Campos. Na disputa eleitoral, a pedido do ex-governador de Pernambuco, o marqueteiro conduziu a campanha vitoriosa do então secretário estadual Paulo Câmara (PSB) ao governo do Estado.

Procurado pela reportagem, Edinho não retornou às ligações e mensagens enviadas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A empresa Campanhas Comunicação Ltda., do jornalista Luiz González, responsável pelas campanhas presidenciais do PSDB em 2006 e 2010, cobra do partido na Justiça uma dívida de R$ 17 milhões referente aos serviços prestados em favor do hoje senador José Serra na disputa pela Prefeitura de São Paulo, em 2012. A ação foi iniciada em setembro, depois que o presidente estadual da legenda, o deputado Pedro Tobias, eleito para o cargo em julho, decidiu não cumprir um acordo verbal fechado com a gestão anterior, que pagaria a dívida em 25

O valor original das notas era de R$ 8 milhões e chegou a R$ 17 milhões devido a multas, atualização monetária, juros de mora e honorários advocatícios. O dirigente reconhece a dívida, mas alega que a sigla está enfrentando uma grave crise financeira e com dificuldade até para pagar funcionários e o aluguel de sua sede. "O problema é que não temos dinheiro para pagá-lo. Estou com o Fundo Partidário cortado até julho do ano que vem. O trocadinho que estamos gastando agora é o que sobrou da campanha do Geraldo (Alckmin) para governador", disse Tobias. Procurado pela reportagem, o marqueteiro preferiu não se pronunciar.

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Já em 2012, quando presidia o partido pela primeira vez, o deputado tentou impedir que o diretório estadual assumisse a dívida da campanha. "Essa dívida não é do estadual, é de campanha municipal. O diretório não devia ter assumido", afirmou. Em caráter reservado, ex-integrantes da direção tucana reconhecem que havia sido feito um acordo com o marqueteiro.

A "penúria" do partido, segundo Tobias, se deve a erros contábeis em prestações de contas que levaram o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) a proibir o diretório estadual de receber repasses do Fundo Partidário do PSDB nacional, no início da década de 2010. "Prevejo muito pouco dinheiro na campanha do ano que vem. Quem doava ou está preso ou está quebrado. Ninguém vai ajudar a gente. Quem vai pagar a campanha de TV na capital? Caixa 2 é perigoso", declarou Tobias.

O assunto da dívida foi tratado em um encontro entre Tobias e o secretário de Transporte e Logística de São Paulo, Duarte Nogueira, ex - presidente do PSDB paulista. Ao ser questionado sobre o tema, o atual dirigente afirmou que o partido teria de demitir funcionários e corria até o risco de ser obrigado a deixar sua sede, um casarão na Avenida Indianópolis. No final da conversa, Tobias acrescentou que esperava "a qualquer momento" a visita de um oficial de Justiça.

O imbróglio acabou gerando um mal-estar entre o diretório nacional do PSDB, presidido pelo senador Aécio Neves (MG), e o braço paulista da legenda. "Tendo aumentado em três vezes o Fundo Partidário do diretório nacional, seria razoável que eles colaborassem com São Paulo à altura da importância do partido no Estado", comentou Luís Sobral, tesoureiro da campanha de José Serra em 2012.

"O serviço foi efetivamente prestado, por isso contamos com a ajuda do nacional para pagá-lo", completou Felipe Sigollo, tesoureiro do PSDB paulista à época. Como estão impedidos de transferir recursos do Fundo Partidário, a "colaboração" poderia acontecer com pagamento de fornecedores ou até mesmo do aluguel da sede em São Paulo. O diretório nacional preferiu não se pronunciar sobre o assunto.

Essa é a terceira vez que González aciona a Justiça para receber dívidas de campanha. A cinco meses do início do período eleitoral gratuito no rádio e na televisão de 2014, o PSDB recebeu uma cobrança de R$ 8,7 milhões que opôs Aécio e Serra.

O valor era a atualização de uma dívida que o marqueteiro cobrou na Justiça por trabalho prestado à campanha de Serra à Presidência em 2010. Esse déficit foi pago em 12 prestações, sendo que a última parcela estava prevista para ser paga este mês, cinco anos depois.

A outra dívida, de R$ 4 milhões, se referia à campanha de 2006 e já foi paga em 2010. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Embora insista que só vai assumir a posição de candidato à Presidência da República no início do ano que vem, o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), já busca reforçar a equipe que vai cuidar de sua imagem na disputa e do conteúdo dos programas de TV e rádio do horário eleitoral gratuito. Aécio renovou o contrato com o marqueteiro Renato Pereira, que também vai comandar os programas partidários do PSDB deste ano.

Pereira já está gravando cenas com o senador, além de captar imagens para os programas do partido que serão exibidos em setembro. As inserções que serão feitas na TV e o programa partidário terão o senador tucano como estrela principal. Pereira também auxilia o senador na estrutura de uma rede de comunicação com os 27 diretórios estaduais da legenda.

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"Vamos fortalecer as redes sociais do PSDB e todos os diretórios terão suas páginas na internet", prometeu Aécio Neves aos dirigentes estaduais tucanos reunidos ontem em Brasília. Nos planos de comunicação do candidato tucano está a convocação a Brasília dos assessores de imprensa de todos os Estados ainda este mês para afinar o discurso partidário. O PSDB está ampliando sua estrutura de comunicação em Brasília e aumentando a equipe do site Conversa com os brasileiros, que foi uma criação de Pereira.

Antropólogo, Renato Pereira foi responsável pelas duas campanhas de Eduardo Paes (PMDB) à Prefeitura do Rio de Janeiro. Também comandou a campanha à reeleição de Sérgio Cabral em 2010 no Estado. O marqueteiro também fez a campanha de Henrique Capriles na Venezuela, que acabou derrotado pelo então presidente Hugo Chávez. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

Responsável pelo marketing e a comunicação da campanha à reeleição do prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), o antropólogo e publicitário Renato Pereira afirma ser um mito a transferência de votos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para candidatos em disputas municipais.

As eleições em Belo Horizonte e no Recife são dois exemplos. A alta popularidade do ex-presidente não será capaz de reverter o quadro em favor dos petistas nessas cidades, segundo ele. Nem mesmo uma eventual vitória de Fernando Haddad em São Paulo deveria ser atribuída a Lula. Para Pereira, nenhum político, mesmo com a popularidade do ex-presidente, consegue transferir votos para aliados que disputam cargos diferentes.

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"Lula fez isso com a presidente Dilma Rousseff, que ia substituí-lo e representava a continuidade da sua bem avaliada administração. Isso não se repete em disputas municipais ou estaduais", observou Pereira, que aos 52 anos está prestes a faturar sua quarta eleição majoritária consecutiva no Rio de Janeiro.

Para Pereira, o determinante numa eleição municipal é a avaliação do prefeito e de sua administração. O gestor bem avaliado se reelege ou consegue fazer seu sucessor. "O Patrus Ananias (PT) foi um excelente prefeito, tem apoio do Lula e da Dilma, mas a eleição em Belo Horizonte é do Marcio Lacerda (PSB), pois ele tem altíssimo nível de aprovação", afirma Pereira.

O contrário ocorre no Recife. Apesar da alta popularidade de Lula, a avaliação negativa do prefeito petista João da Costa e as brigas internas do partido praticamente tornaram inviável a candidatura de Humberto Costa (PT). "É uma eleição de mudança. Não adianta ir o Lula, a Dilma, o papa. Não vai mudar", disse o publicitário.

A desmitificação da transferência de votos de Lula não significa que sua presença não seja importante. Nos primeiros programas de Paes, depoimentos do ex-presidente foram usados várias vezes. Lula referendava a principal bandeira do peemedebista: fim das brigas políticas e união do município, Estado e governo federal em favor do Rio de Janeiro. "Não adiantaria colocá-lo pedindo votos para o Eduardo. Mas quando aparece o Lula dizendo que o prefeito trabalhou em parceria e isso está fazendo diferença na vida das pessoas, aí isso faz muita diferença." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

Com o fim das convenções partidárias e a definição dos candidatos e chapas que estarão disputando as prefeituras de todo o País, a campanha municipal começa pra valer, na próxima sexta-feira (6). O sobe e desce dos candidatos nas pesquisas de intenção de voto será determinado, na avaliação de especialistas, pelo trabalho de quem está nos bastidores: o marqueteiro.

Um profissional fundamental em qualquer campanha política, responsável não apenas pela elaboração e planejamento das peças publicitárias, mas também pela apresentação da imagem do político ao eleitorado. E o ápice desse trabalho se dará com a veiculação do horário eleitoral gratuito, que vai ao ar neste pleito a partir do dia 21 de agosto.

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O início do horário eleitoral gratuito será mesmo um divisor de águas nas acirradas campanhas deste ano, sobretudo na disputa pela maior prefeitura do País, a de São Paulo, considerada também uma das mais importantes vitrines eleitorais, avaliam executivos dos principais institutos de pesquisa do País. "A variável televisão é o início, é o marco de uma campanha. Tudo o que a gente viu até então (na pontuação dos candidatos nas pesquisas de intenção de voto) é recall", afirma a diretora de opinião do Ibope, Márcia Cavallari.

Na mesma linha, o publicitário com especialização em psicologia, João Miras, um dos principais estrategistas em comunicação de governos e campanhas eleitorais do Brasil, com mais de 25 anos de atuação em mais de cem projetos no Brasil e outros países, destaca: "Sem dúvida, a TV é 90% de uma campanha numa megametrópole como São Paulo. Faz toda a diferença". Contudo, ele adverte: "Mas é preciso saber que a cada disputa o eleitor está mais exigente e é preciso evitar as fórmulas batidas e as dissimulações tão frequentes em campanhas hoje em dia".

Com sua larga experiência em centenas de campanhas, Miras atesta nas palestras que realiza: "Vence quem erra menos". Segundo ele, a experiência na condução do processo é fundamental para se diminuir a ocorrência de erros. "O que se deve evitar é o erro estratégico, este é fatal. Outro erro fatal são as chamadas candidaturas 'Frankenstein', que não são nem de oposição nem de situação. Não dá pra esconder apoio de prefeito em exercício, nem invocar apoio de opositor, ainda que incidental".

Milagre

"O marqueteiro não faz milagre, mas pode valorizar um bom candidato e ajudar a aplacar os eventuais pontos negativos", avalia o especialista em pesquisa eleitoral, Sidney Kuntz. Para ele, o desgaste provocado na campanha do petista Fernando Haddad, no episódio da polêmica foto entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva com o presidente estadual do PP, Paulo Maluf, só será compensado se o marqueteiro do petista (João Santana, o mesmo que fez a campanha vitoriosa da presidente Dilma Rousseff) conseguir utilizar bem o minuto e meio que o PP agregou à aliança.

Essa também é a opinião da executiva do Ibope. "Se (o tempo) não for bem utilizado, pode tornar-se negativo. (Há candidatos com) muito tempo de televisão que não têm conteúdo para segurar todo aquele tempo. Às vezes, a gente escuta 'ah, marketing vende o candidato como sabonete'. Não é isso. As pessoas percebem o conteúdo, quem tem, quem não tem, quem está preparado e quem não está", afirma. Para Márcia, o nível do eleitorado melhorou depois de tantas eleições.

João Miras ressalta que é preciso respeitar a história do candidato que disputa uma eleição. E também sinaliza: "Político não é sabonete, como já ouvimos falar tanto". No seu entender, uma campanha é como uma vida. "Qual o desafio de uma pessoa na vida? Ter entusiasmo. Ter fé. Acreditar naquilo que defende. O primeiro desafio então é acreditar que seu candidato é a melhor opção para aquela comunidade naquele momento. Dizem que o segredo do sucesso é gostar do que se faz, então essa é a necessidade fundadora". Além disso, ele ensina que uma campanha não deve nunca se deixar pautar pelos adversários.

Canhão

Para o sociólogo e consultor de campanhas políticas, Antônio Lavareda, as primeiras semanas de propaganda costumam elevar o porcentual de votos dos candidatos menos conhecidos. "Tempo de TV é tudo. É o principal canhão de comunicação que uma campanha dispõe. Assim se tornam rapidamente conhecidos, mensagens são rapidamente apreendidas pelo eleitorado", diz. Lavareda afirma que é necessário ao candidato ter o que ele chama de "posicionamento favorável". "O Márcio Lacerda (Belo Horizonte), por exemplo, tinha o apoio do Aécio (Neves, ex-governador de Minas Gerais e atual senador). Ele cresceu 10 pontos em uma semana de propaganda, o apoio do Aécio era o posicionamento favorável".

O diretor geral do Datafolha, Mauro Paulino, atribui o crescimento nas pesquisas de alguns candidatos que pleiteiam a Prefeitura, como Celso Russomanno, do PRB, em São Paulo, à sua aparição na televisão. Ele apresenta o quadro "Patrulha do Consumidor", que integra um programa matinal da Record. "Russomanno é o único candidato que vem numa linha ascendente. Claro que isso é decorrência da exposição dele (na TV)", comenta Paulino.

Digitais

Além da TV, outras ferramentas, sobretudo as digitais, também são apontadas por João Miras como fundamentais na atual campanha. "A cada eleição aumenta a importância da WEB, com todas as suas variações de mídias no processo eleitoral no Brasil. Nos Estados Unidos é bem mais avançado. As redes sociais, portanto, vão tendo cada vez mais papel decisivo no ferramental de meios destinados a levar informação aos eleitores", destaca.

Para Miras, em política, mais importante que a criatividade é a capacidade de leitura do processo social, mas há certo cansaço nos formatos e conceitos criativos usados na elaboração das mensagens publicitárias em campanhas eleitorais. "Tudo está muito repetitivo e quadradão. Tenho procurado inovações no meu trabalho, apesar das restrições legais. A melhor maneira de utilizar as redes sociais a seu favor é torná-la verdadeiramente pessoal. Tweeters, facebooks, etc, funcionam melhor quando integrados à vida do candidato. No entanto numa campanha isso é muito difícil".

Em suas palestras, João Miras recomenda que as campanhas tenham um jornalista para cada rede social, e que este profissional esteja sempre junto do candidato em tudo, para questioná-lo na medida da interação gerada pelo público. "Outra recomendação fundamental é que o agente seja ativo, isto é, não apenas responda a questionamentos do eleitorado, mas utilize a ferramenta para colocar principalmente suas ideias e seus pensamentos mais íntimos, pessoais e profundos. E isto, veja bem, não é apenas divulgar iniciativas e eventos de campanha". Para o publicitário, "se a campanha é bem encaixada no começo, o candidato dificilmente perde". Contudo, corrigir rota numa campanha curta (como as atuais) é bem mais difícil.

O publicitário João Santana, responsável pela campanha presidencial de Dilma Rousseff em 2010, já procura um imóvel em São Paulo para instalar o quartel-general de onde comandará a publicidade da campanha do ex-ministro Fernando Haddad à Prefeitura paulistana.

Antes disso, porém, o marqueteiro já deu palpites ao ex-ministro sobre seu visual. Há uma semana, os dois se encontraram e Santana disse ao pré-candidato que Haddad não saiu bem em fotos publicadas recentemente pela imprensa.

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Nos bastidores, petistas próximos do ex-ministro avaliam que o trabalho para construir a imagem de candidato terá como desafios a timidez de Haddad. Segundo eles, o ex-ministro manifesta essa característica não só em atos públicos, mas até em reuniões internas do partido.

Santana deve desembarcar em solo paulistano logo após o carnaval, ainda antes do fim de fevereiro, mas um funcionário seu já está à disposição do núcleo haddadista.

Entre as primeiras missões do marqueteiro estão a participação na montagem da estratégia de campanha e a construção da imagem de Haddad ao eleitorado.

João Santana atua em campanhas do PT desde 2006. Com a publicidade sob seu comando, Lula foi reeleito naquele ano, e Dilma chegou à Presidência em 2010. Em 2008, ele foi o marqueteiro da campanha da hoje senadora Marta Suplicy (PT-SP) à Prefeitura, em que uma das propagandas levantava questões de foro íntimo em relação ao prefeito Gilberto Kassab (PSD). A peça foi criticada e, embora a tenha defendido, Santana admitiu ter cometido um erro de avaliação. Em 2012, tem a chance de se redimir da derrota de quatro anos atrás, possivelmente com Kassab alinhado ao projeto petista. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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