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"Segura o baque, não deixa arriar", assim cantava a nação Raízes de Pai Adão neste sábado (1º), no 7º Encontro de Maracatus de Olinda. Quase um grito de guerra e de resistência representando bem o propósito deste evento que celebra o Dia Estadual do Maracatu.

Maracatu Nação recebe título de Patrimônio Cultural

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Nove nações concentraram-se no Largo do Amparo e desfilaram pela Cidade Alta, ecoando suas toadas e batidas de seus tambores, num movimento de fortalecimento e valorização da cultura negra. O Encontro é uma realização da Associação de Maracatus de Olinda (AMO) e da Nação Camaleão, com apoio da Prefeitura de Olinda. Kátia Paz, uma das diretoras da AMO e do Camaleão, frisou a importância deste movimento e, sobretudo, desta data (instituída através do projeto 560/1997 e Lei 11.506/97). "Para os maracatus nação este momento é muito forte. O Estado todo deveria tocar seus tambores hoje". A diretora lembrou, também, de outro evento importante para os maracatus realizado pela AMO, a Noite dos Tambores Silenciosos de Olinda que antecede os festejos carnavalescos da cidade. 

Apesar do tempo fechado e dos insistentes 'chuviscos', o público compareceu para ver as nações desfilarem os seus 'baques' com Reis, Rainhas e calungas (a boneca que vai à frente nos desfiles). O Maracatu Leão Coroado, um dos mais antigos em atividade, encantou os presentes com seu batuque cadenciado. O Mestre Afonso, que comanda a nação, afirmou que além da data comemorativa as nações aproveitaram este dia para celebrar ainda o título de patrimônio cultural que o IPHAN conferiu a esta tradição popular no final do ano passado. Ele também lembrou o antigo mestre do Leão, Luiz de França, homenageado no 1º de agosto (dia de seu aniversário) e uma importante referência da história do maracatu. Mestre Afonso garantiu que o movimento de resistência é forte e persistente: "A gente tem que aparecer de qualquer forma", brincou. 

Um pequeno problema fez com que a Nação de Luanda se apresentasse apenas com sua corte. Os batuqueiros não conseguiram chegar a Olinda e os demais integrantes dançaram ao som dos outros maracatus. Nos Quatro Cantos, a apoteose do Encontro, cada nação fazia sua evolução. A turista paulista, Patrícia Lima, estava encantada ao ver o maracatu pela primeira vez ao vivo. "A gente sabe que existe, mas não tem noção como é. É cultura pura, viva". Ja Roberto Prado, morador do Sítio Histórico, já está habituado a ver os desfiles passarem pela sua porta há sete anos. "Esse maracatu é original, isso é cultura popular", disse Roberto dando a garantia de que o evento é muito bem vindo ao calendário de festas da cidade. 

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