Tópicos | Liberdade religiosa

O ex-presidente Lula (PT) voltou a exaltar a liberdade religiosa nesta terça-feira (18), durante o Flow Podcast, com mais de 800 visualizações simultâneas até a publicação desta matéria. O petista foi alvo de uma fake news na campanha presidencial sobre um possível fechamento das igrejas evangélicas. No entanto, Lula informou ter sancionado a Lei de Liberdade Religiosa, em 2003. 

“Ele [Bolsonaro] era deputado na época e sabe disso. Fui eu, em 2010, que criei a Marcha com Jesus. Eu defendo a liberdade religiosa porque acredito que a fé é uma coisa sagrada. Cada pessoa exerce como bem entender. E eu defendo todas as religiões: a evangélica, a católica, o budismo, o islamismo, religião judaica, de matriz africana. Eu defendo tudo”, afirmou Lula. Após os ataques, Lula vai participar de encontro com evangélicos nesta quarta-feira (19), em São Paulo. 

##RECOMENDA##

Na ocasião, o apresentador questionou se Bolsonaro detém a maioria dos evangélicos pelo fato de o ex-presidente ser “mais todo mundo”. “Possivelmente ele tem uma fábrica de contar mentiras também junto a setores da igreja evangélica, porque os evangélicos têm um jeito muito sério, são muitos trabalhadores, muita gente pobre trabalhadora”, disse Lula. Ele falou, ainda, sobre as notícias veiculadas na imprensa de pastores ameaçando fiéis. “As pessoas dizendo que somos contra a religião, ameaçando fechar as igrejas. Essa mentira de você não ter tempo de discutir o futuro porque você tem que ficar prestando conta das mentiras que ele conta todo dia”.

O secretário de Estado americano, Mike Pompeo, faz nesta terça-feira (17) uma visita a Istambul centrada na "liberdade religiosa", mas sem qualquer reunião prevista com as autoridades turcas, às quais, no entanto, afirma que deseja "convencer" a interromper ações que considera "muito agressivas".

Pompeo iniciou a visita, que teve a agenda criticada pelo governo de Ancara, com um encontro com o patriarca Bartolomeu de Constantinopla, líder espiritual da Igreja Ortodoxa, na sede do patriarcado, antes de uma visita guiada à mesquita de Rustem Pacha.

O secretário de Estado pretende debater sobre temas religiosos na Turquia e na região e consolidar a firme posição dos Estados Unidos sobre os assuntos, que Pompeo considera prioritários em termos de direitos humanos.

"Há muitas coisas sobre as quais podemos falar na Turquia a respeito da liberdade religiosa", disse uma fonte do Departamento de Estado americano, o que abre margem para críticas à situação na Turquia.

O país recebeu muitas críticas no mundo cristão em julho ao transformar em mesquita a ex-basílica de Santa Sofia, patrimônio mundial da humanidade, com a revogação do estatuto de museu do local.

Alguns manifestantes, convocados por uma associação nacionalista, protestaram perto do patriarcado contra a visita de Pompeo, aos gritos de "Yankee, go home".

A diplomacia turca já expressou irritação com a agenda de Pompeo e afirmou que a liberdade religiosa está "protegida" no país.

"Seria mais apropriado para os Estados Unidos olhar no espelho e preocupar-se com o racismo, a islamofobia e os crimes de ódio em seu país", afirmou o governo de Ancara.

Washington corre o risco de abrir novas frentes de conflito com o governo turco.

A viagem de Mike Pompeo também resultou em um verdadeiro desencontro diplomático.

O secretário de Estado queria viajar apenas a Istambul para encontrar o patriarca. Ele estava disposto a uma reunião com o presidente turco Recep Tayyip Erdogan e com o chefe da diplomacia Mevlüt Cavusoglu apenas se eles fossem a seu encontro, o que evitaria o deslocamento até a capital Ancara.

Após intensas negociações, uma reunião parecia possível, mas as conversações terminaram em fracasso.

É difícil saber se a eleição nos Estados Unidos de Joe Biden - que foi parabenizado por Recep Tayyip Erdogan, apesar do presidente turco ser considerado "amigo" de Donald Trump - teve um papel no enredo.

O fato é que Mike Pompeo não poderá abordar com as autoridades turcas as muitas divergências que ele mesmo enumerou na segunda-feira, após um encontro em Paris com o presidente francês Emmanuel Macron.

"O presidente Macron e eu passamos muito tempo conversando sobre as recentes ações da Turquia e concordamos que eram muito agressivas", declarou ao jornal francês Le Figaro.

Ele citou o "apoio" da Turquia ao Azerbaijão no conflito em Nagorno Karabakh e também recordou que o país "implantou forças sírias nesta região.

"Também falamos de sua ação na Líbia, onde inseriram forças de terceiros países, ou suas ações no Mediterrâneo oriental, e eu poderia continuar com a lista", completou.

O cardeal Joseph Zen era adolescente quando fugiu da China comunista e se refugiou em Hong Kong. Agora, ele teme que este território semiautônomo, novamente sob o controle rigoroso de Pequim, deixe de ser um santuário da liberdade religiosa na China.

O bispo emérito de Hong Kong, de 88 anos de idade, achou preocupante a aproximação entre a China e o Vaticano nos últimos anos. Seus temores aumentaram em junho, quando Pequim impôs uma drástica lei de segurança nacional em Hong Kong, que seus críticos consideram liberticida.

"Vemos em todo o mundo que, se tirar a liberdade das pessoas, a liberdade religiosa também desaparece", disse o cardeal à AFP na missão salesiana que entrou há mais de 70 anos.

Desde a devolução desta ex-colônia britânica à China em 1997, a liberdade religiosa foi preservada.

Na China continental, no entanto, os grupos religiosos são estritamente controlados pelo Partido Comunista no poder, que desconfia de qualquer organização, especialmente religiosa, que possa ameaçar sua autoridade.

O governo do presidente Xi Jinping impôs nos últimos anos uma política de "sinicização" das religiões, exigindo, por exemplo, que igrejas e mesquitas exibam a Constituição chinesa e pendurem a bandeira vermelha.

Os menores de idade agora estão proibidos de entrar nos locais de culto e muitos edifícios religiosos estão sendo destruídos em todo o país.

Hong Kong, por outro lado, permite todos os tipos de cultos religiosos, até mesmo grupos que defendem o proselitismo, como Testemunhas de Jeová ou Falun Gong.

Mas o cardeal Zen teme que isso não dure muito.

As autoridades afirmam que a liberdade religiosa não está contemplada na nova lei de segurança, a resposta da China à enorme mobilização popular em Hong Kong em 2019 e que visa reprimir a secessão, a subversão ou a conivência com forças estrangeiras.

Assim como a população de Hong Kong, as comunidades religiosas do território semiautônomo têm diferentes posicionamentos sobre a relação com a China.

Muitas igrejas possuem membros que apoiam Pequim, como a chefe do executivo Carrie Lam, uma católica fervorosa.

O chefe da Igreja anglicana local é membro da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês (CPPCC), uma câmara legislativa encarregada de assessorar o governo comunista.

- "Não há razão para que saia ilesa" -

O cardeal Zen não é o único preocupado.

Muitas igrejas de Hong Kong desconfiam de Pequim e tomam partido abertamente pelo movimento pró-democracia.

Durante os protestos de 2019, não era raro que as igrejas abrissem suas portas para que os manifestantes escapassem do gás lacrimogêneo.

"Cantem aleluia ao Senhor" foi inclusive um dos hinos do protesto.

O pastor Yuen Tin-yau, um veterano da luta pró-democracia, acredita que é ingênuo pensar que a religião escapará à lei de segurança nacional.

"É um ataque muito amplo às liberdades e aos direitos humanos", disse à AFP. "Não há razão para que a liberdade religiosa saia ilesa".

A Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) aprovou, na quarta-feira (6), o projeto de lei que torna essencial a atividade religiosa em períodos de calamidade pública. Com isso, igrejas e templos de qualquer culto poderiam reabrir durante a pandemia do novo coronavírus. O projeto precisa ser sancionado pelo governador.

 A proposta é de autoria do deputado estadual João Luiz (Republicanos). Segundo o texto do projeto, o objetivo tem a finalidade de resguardar a liberdade religiosa neste momento de pandemia.

##RECOMENDA##

O autor do projeto também destacou que a atividade religiosa é apontada como um "hospital da alma". "As igrejas e templos estarão atendendo a uma série de recomendações de prevenção contra o coronavírus. A proposta é garantir à população amazonense o apoio necessário para este momento crítico. A atividade religiosa tem sido auxiliadora do Estado Brasileiro ao prestar serviços na área da educação, saúde e assistência social, chegando a lugares onde o Poder Público não consegue atender as demandas", disse o deputado.

 O texto destaca que “igrejas e templos de qualquer culto veda a participação de idosos com 60 anos de idade ou mais; de pessoas que possuam algum problema de saúde ou estejam com algum sintoma de gripe ou Covid-19; de pessoas que estejam convivendo com infectados pelo coronavírus e de crianças”.

 A proposta também diz que o funcionamento ocorrerá com capacidade limitada a 30% da igreja ou templo e deverá haver espaçamento de uma poltrona entre duas pessoas. O descumprimento das exigências acarretaria na suspensão do funcionamento da igreja.

Apenas os deputados Serafim Corrêa (PSB) e Dermilson Chagas (sem partido) votaram contra o projeto. "Estamos numa fase crucial, inclusive com ameaça de lockdown, que é o confinamento e fechamento de tudo. Numa hora dessas, que já submetida ao Poder Judiciário essa medida, autorizarmos a reabertura das igrejas e templos estamos indo na contramão da humanidade, da ciência e dos pesquisadores", disse Serafim Corrêa em seu voto.

 O deputado Dermilson Chagas disse se tratar de uma contradição a aprovação da matéria no momento em que o Ministério Público ingressou na Justiça o pedido de lockdown. O deputado Sinésio Campos (PT) chegou a dizer que não considerava oportuna a reabertura de templos, mas mudou o voto depois de ouvir os deputados favoráveis.

 O parlamentar Belarmino Lins (PP) pediu a retirada do projeto e que esse voltasse a ser discutido após os dez dias de lockdown. "Parece quase consensual que é a matéria é inoportuna", disse. Ele votou a favor do projeto apesar do discurso.

Também na quarta-feira, o Amazonas teve recorde de casos e mortes pelo novo coronavírus. Foram mais 1134 confirmações da doença e 102 óbitos. Até a data, o estado contabilizava 9243 casos confirmados e 751 mortes em decorrência da Covid-19.

O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Ernesto Araújo, chegou na quarta-feira (2) a Washington, nos EUA, para o lançamento oficial da Aliança Internacional de Liberdade Religiosa. Na prática, o objetivo será monitorar e denunciar abusos e violações à liberdade religiosa pelo mundo.

Além do governo brasileiro, participam do evento EUA, Polônia e Hungria - nações com as quais o Brasil tem estreitado relações desde o início do mandato do presidente Jair Bolsonaro.

##RECOMENDA##

Em comunicado conjunto, Brasil e Polônia afirmaram ter princípios e valores comuns como "liberdade, democracia e economia de mercado". Também disseram que as duas nações estão comprometidas a trabalhar juntas para fortalecer suas "identidades nacionais". "O Brasil e a Polônia estão profundamente comprometidos com a liberdade religiosa no mundo", afirma o documento.

Na avaliação de Uziel Santana, presidente da Associação Nacional de Juristas Evangélicos no Brasil (Anajure), a entrada do Brasil nas discussões internacionais sobre a perseguição religiosa pode ajudar no convencimento das demais nações sobre o tema.

"Quando EUA ou Europa reivindicam uma situação no Iraque, por exemplo, é diferente de um país latino-americano fazer isso. Eles realmente param para ouvir, não existe aquele 'ranço' de um neocolonialismo. É importante o Brasil assumir esse protagonismo."

O filósofo Luiz Bueno, professor da Fundação Armando Álvares Penteado (Faap), disse que é preciso acompanhar as ações e propostas da aliança. "Aparentemente, é a defesa de um direito universal. Mas, concretamente, é preciso ver que iniciativas o grupo vai patrocinar", afirmou Bueno, que fez doutorado em ciências da religião.

De acordo com ele, o Brasil não tem problemas de perseguição religiosa. "O que há são conflitos entre crenças, mas não é como acontece no Oriente Médio ou na África", afirmou. Para Bueno, a iniciativa pode ser um recado de Bolsonaro ao seu eleitorado, aos moldes do que faz Donald Trump, nos EUA. "É um discurso que agrada a base do Trump e pode agradar aqui a base do presidente."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) usou seu perfil no Twitter, neste sábado (1º), para ressaltar a liberdade religiosa do Brasil. Ao publicar um vídeo com seus apoiadores católicos rezando o terço mariano, o presidente disse que “com fé, muito trabalho e oração” vai o desenvolvimento do país e citou que a “liberdade é o bem maior” do povo.

“O Brasil de todas as religiões sabe que a liberdade é o bem maior de um povo. Brasileiro, olhe o que Israel não tem e o que eles são. Veja o que nós no Brasil temos, e o que não somos”, comparou. “Juntos, com fé, muito trabalho e oração, colocaremos nossa Pátria no local destaque que merece”, acrescentou o presidente.

##RECOMENDA##

O comentário foi acompanhado de um vídeo do Centro Dom Bosco que mostra católicos com terços nas mãos e rezando a Ave Maria, durante um ato favorável ao presidente.

[@#video#@]

A citação de Bolsonaro aos católicos no vídeo acontece um dias depois dele questionar se já não está na hora do Supremo Tribunal Federal (STF) ter um ministro evangélico. A indagação foi feita pelo presidente enquanto ele participava de um evento da Assembleia de Deus em Goiás. A indagação gerou polêmicas.

[@#podcast#@]

A China publicou novas regras para controlar a liberdade religiosa, apresentadas como uma forma de reforçar a segurança nacional, restringir as práticas não reconhecidas pelo Estado e "frear o extremismo".

O Partido Comunista da China luta contra a emergência de qualquer movimento organizado que escape do seu controle. Por isso, as religiões como o islã e o cristianismo são alvo de uma vigilância rigorosa por parte das autoridades.

As novas regras publicadas na quinta-feira pelo Governo proíbem, entre outras coisas, aceitar doações procedentes do exterior, e preveem multas de até 300.000 iuanes (cerca de 46.300 dólares) em caso de organização de eventos não autorizados. A abertura de escolas religiosas também estará sujeita a condições mais estritas.

Essas medidas entrarão em vigor em 1 de fevereiro de 2018.

O Governo justificou essas normas com sua vontade de "frear o extremismo" e "parar as infiltrações" nas organizações religiosas, segundo o texto publicado no site do Executivo.

"As organizações e as pessoas não podem utilizar a religião para realizar atividades ilegais, que ponham em risco a segurança nacional ou minem a estabilidade social", indica o documento.

A China assegura que enfrenta uma crescente ameaça por parte das seitas e do islã radical.

As autoridades se preocupam principalmente com a situação em Xinjiang, no noroeste da China, onde vivem muitos muçulmanos. Vários atentados causaram dezenas de mortes na região nos últimos anos, e Pequim observa com temor os supostos vínculos entre militantes "separatistas" e grupos jihadistas internacionais.

As autoridades locais anunciaram em março em Xinjiang a proibição do véu islâmico integral. Também impõem duras restrições sobre a concessão de passaportes e dissuadem a população de dar uma educação religiosa às crianças ou de realizar o jejum do Ramadã.

A Constituição chinesa reconhece a "liberdade de crença religiosa", ou seja, a de crer em uma religião, mas não a "liberdade religiosa", de definição mais ampla.

O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) instaurou inquérito civil para investigar a realização de cultos religiosos no Plenário da Câmara Municipal do Recife pela vereadora Michele Collins (PP). Em 20 de abril deste ano, o MPPE já havia publicado no Diário Oficial a recomendação para que o presidente da Câmara se abstivesse de autorizar ou permitir a realização de cultos religiosos nas dependências da casa legislativa e seus anexos.

De acordo com o promotor Eduardo Luiz Silva Cajueiro, em seu texto da portaria, o caso é investigado sob a ótica da improbidade administrativa. Na recomendação, o órgão já pontuava que a iniciativa reiterava posição do Conselho Nacional do Ministério Público sobre a necessidade de garantir a fiel observância e concretização do princípio constitucional do Estado Laico no exercício das funções executiva, legislativa e judiciária do Estado brasileiro.

##RECOMENDA##

[@#video#@]

À época da recomendação, tramitava na 27ª Promotoria de Justiça um procedimento preparatório para apurar o tal uso das dependências da Câmara com finalidade de realização de evento religioso. É dado um prazo de 90 dias para que o procedimento seja concluído, prorrogável pelo mesmo tempo. Como o prazo acabou, o promotor deve decidir se arquiva o caso, se ajuíza a ação civil pública ou converte em inquérito civil.

O promotor decidiu pela conversão por considerar que há necessidade de dar procedimento às investigações. Ele convocou o presidente da Câmara, o vereador Eduardo Marques (PSB), para prestar esclarecimentos sobre o caso no dia 17 de agosto, às 15h. O inquérito civil se assemelha ao inquérito policial, com o Ministério Público remetendo sua conclusão à Justiça.

No dia 24 de abril, a vereadora chegou a rebater a recomendação na tribuna da Câmara. Ela propôs um requerimento para discutir liberdade de crença junto ao MPPE, "entendendo', diz nota em seu site, "que o estado é laico e que a liberdade de crença deve ser levada em consideração também na casa do povo, na Câmara". O inquérito civil tem prazo de 90 dias prorrogáveis. 

Resposta

Em nota oficial, a vereadora Michele Collins acredita que "o tema da realização de cultos religiosos deve ser levado a um debate, visto que é um assunto que mexe com a população e a liberdade religiosa".

Para tal, a política pede ao procurador-geral da Justiça de Pernambuco, Francisco Dirceu Barros, a realização de "uma audiência pública para a discussão do tema com a sociedade, vista sua importância". Ainda no texto, Collins parabenizou o Ministério Público de Pernambuco "pelo trabalho realizado, principalmente na fiscalização das Leis, perante o momento político e social que a comunidade vive".

Um grupo de muçulmanas transgênero lava o rosto, põe seus vestidos brancos e reza. Esta cena, que antes era habitual em uma escola religiosa única na Indonésia, virou um ato de resistência desde que o centro foi fechado.

A escola Al Fatah, que se apresentava como a única instituição islâmica do mundo para transgêneros, foi considerada por muito tempo um símbolo do Islã tolerante no país muçulmano mais populoso do mundo. O centro recebia mulheres transgênero para proporcionar-lhes uma educação muçulmana.

Mas a situação mudou nos últimos meses a partir do recrudescimento dos ataques contra a comunidade LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros) e sobretudo com as ameaças da Frente da Jihad Islâmica, milícia que pretende curar "os males da sociedade".

Desafiando a proibição e as possíveis represálias, cerca de dez ex-estudantes continuam frequentando semanalmente o centro em Yogyakarta, cidade da ilha de Java, para rezar e estudar o Islã. "Queremos provar que o Islã aceita os transgêneros, que o Islã é uma bênção para todos os gêneros humanos", explica à AFP a líder do grupo, Shinta Ratri.

Polícia acusada de cumplicidade

O fechamento desta escola, fundada em 2008 e que teve que fechar as portas em fevereiro passado, é uma das provas mais visíveis do aumento da intolerância na região de Yogyakarta, centro cultural de Java, que antes era citado como exemplo de tolerância, onde a comunidade transgênero podia, até pouco tempo atrás, realizar suas atividades normalmente.

Mas recentemente, os atos discriminatórios se multiplicaram. Em abril, partidários de uma linha dura do Islã e um grupo de policiais interromperam um festival de artes organizado por mulheres na região de Yogyakarta. As organizadoras se queixaram de terem sido atacadas verbalmente e várias participantes foram detidas brevemente.

Os adeptos mais radicais também atacam a minoria cristã, vítima de atos violentos reiterados desde 2011, e fazem tudo o possível para fechar as igrejas. A polícia local às vezes é criticada por se manter à margem e, inclusive, é acusada de cumplicidade. A indulgência das autoridades contribuiu para o aumento da intolerância, afirmam os críticos.

Ahmad Suaedy, pesquisador sobre o Islã e defensor de problemas culturais e religiosos, vinculado ao governo, admite o fracasso das autoridades em impedir atos de intolerância "em detrimento das minorias".

'Recitar o Corão é melhor que beber'

De fato, "infelizmente, durante estes últimos anos, grupos intolerantes impuseram suas crenças rígidas à população", lamenta Agnes Dwi Rusjiyati, coordenadora local da Aliança Nacional Bhinneka Tunggal Ika, cujo nome significa "Unidade na diversidade".

O objetivo de Bhinneka Tunggal Ika é dar destaque à incrível diversidade do arquipélago de 17.000 ilhas e ilhotas, onde convivem diferentes etnias, culturas e grupos religiosos. Em Yogyakarta, esta diversidade está na alça de mira dos setores mais conservadores, que atacam todas as frentes: a comunidade gay, o consumo de álcool, a pornografia. A escola Al Fatah localiza-se entre as ruelas do distrito histórico de Kotagede. É uma casa antiga, onde se rezava e recitava o Corão.

Apesar do fechamento, três pregadores seguem dando aulas a umas dez alunas das 42 que havia no centro. "É tão difícil para estas transgênero rezar na mesquita por culpa da estigmatização", explicou à AFP Arif Nuh Safri, um pregador de 32 anos. "Quando cheguei a esta escola, a primeira coisa que lhes disse é que elas tinham o direito de rezar porque fazem parte da criação de Deus", lembra.

"Querem aprender a recitar o Corão, querem fazer o bem e isto é melhor que beber", insiste um vizinho, Aris Sutanto. Mas Abdurahman, líder da Frente da Jihad Islâmica, não concorda: "Não podemos ser tolerantes em relação a uma coisa que é errada", disse. Este islamita afirma que seus partidários sempre se colocam de acordo com a polícia antes de cometer atos contra o que ele considera imoral.

Uma Corte de Apelações da Califórnia ratificou nesta sexta-feira que as aulas de ioga oferecidas por uma escola do Ensino Fundamental não violam a liberdade religiosa de seus alunos.

Localizada em Encinitas, uma localidade costeira perto de San Diego (sudoeste), a instituição começou a adotar, há três anos, um programa de Educação Física que inclui posturas de ioga do estilo Ashtanga, com ênfase na respiração.

Os pais dos estudantes denunciaram a escola, alegando que as aulas incluíam ensinamentos religiosos ligados ao budismo e ao hinduísmo.

O juiz John Meyer, da Suprema Corte de San Diego, pronunciou-se a favor do estabelecimento em julho de 2013, alegando que o programa de ioga oferecido é secular. Insatisfeitos, os demandantes apelaram da decisão.

Após quase dois anos de briga nos tribunais, a Corte de Apelações do Quarto Distrito da Califórnia revalidou hoje a decisão anterior.

"Depois de uma cuidadosa revisão dos fatos expostos durante o julgamento, concluímos que o programa é secular, não tem o objetivo principal de promover, ou reprimir, a religião e não envolve a escola na religião", escreveu a juíza Cynthia Aaron.

"Concluímos que o julgamento determinou de forma correta que o programa de ioga não viola nossa constituição estadual", acrescentou.

A Comissão de Combate à Intolerância Religiosa (Ccir) lançou, no início desta semana, o livro Caminhando a Gente se Entende, com fotografias que retratam as quatro caminhadas já realizadas em defesa da liberdade religiosa aqui no Brasil. O lançamento fez parte das comemorações do Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa, transcorrido no último sábado (21).

Essas caminhadas religiosas ocorrem sempre no terceiro domingo de setembro, na orla de Copacabana, zona sul do Rio de Janeiro. O porta-voz da Ccir, babalaiô Ivanir dos Santos, disse que a publicação envolve textos de vários segmentos religiosos, “na defesa da liberdade religiosa, do diálogo e do respeito às diferenças”.

Ainda segundo o babalaiô, todos os segmentos que participam das Caminhadas em Defesa da Liberdade Religiosa consideram um “atentado contra a democracia” a perseguição a essas manifestações. “Se um segmento acha que é o único escolhido e passa a perseguir os outros, isso é um atentado”, comenta.

Ele lembrou que a comissão defende a visão plural de religiões existentes no País. “O livro é, então, uma defesa dessa pluralidade, do respeito, e não de  uma visão dogmática de  um único segmento”. A ideia é mostrar à sociedade e ao mundo que existe a possibilidade de uma convivência pacífica e harmoniosa entre fiéis de diversas crenças.

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando