Nesta terça-feira (24), será dada a largada para o início dos Jogos Paralímpicos em Tóquio. O evento vai apresentar a cerimônia de abertura no Estádio Nacional do Japão, a partir das 8h (horário de Brasília) e no mesmo dia já começam as competições. O Brasil costuma ser destaque na competição, por isso a expectativa está alta, já que mais de 250 atletas vão representar a camisa amarela. O LeiaJá selecionou os momentos mais marcantes da Seleção Brasileira nas últimas quatro edições dos Jogos. Confira:
Atenas 2004
##RECOMENDA##
Quando os Jogos Paraolímpicos foram realizados na Grécia, o Brasil não era o principal destaque, tão pouco foi criada grande expectativa, já que o melhor desempenho da delegação brasileira até então,era o 24° lugar em 1984, quando o evento foi sediado em Nova Iorque e Stoke Mandeville. Nesta oportunidade, o Brasil ficou em 14° no ranking final e conquistou 14 medalhas de ouro, 12 pratas e sete bronzes. O maior destaque ficou no futebol, já que o Brasil conquistou o ouro inédito em cima dos argentinos, em jogo dramático que precisou ser decidido nas penalidades máximas. Além disso, a Seleção Brasileira saiu da competição futebolística como a única invicta.
Pequim 2008
A edição que ocorreu na China marcou história como um claro de divisor de águas do esporte para atletas deficientes: pela primeira vez, desde 1960, a delegação brasileira entrou na lista das dez seleções com o melhor desempenho, marcando a 9ª posição. Ao longo da edição em Pequim, o Brasil conquistou 47 medalhas, sendo 16 ouros, 14 pratas e 17 bronzes. O nadador Daniel Dias foi a figura que mais chamou a atenção nesta edição, já que conquistou quatro ouros, quatro pratas e um bronze. O sucesso do atleta foi preponderante para que ele recebesse o Prêmio Laureus, troféu concedido ao esportista que mais se destaca no ano.
Londres 2012
Nesta oportunidade, o Brasil impôs autoridade no atletismo, na modalidade 200m rasos feminino para deficientes visuais e conseguiu colocar três atletas brasileiras no pódio: Terezinha Guilhermina levou o ouro, Jerusa Santos ficou com a prata, e Jhulia Karol fechou com o bronze. Além disso, a conquista do primeiro lugar pela brasileira Terezinha Guilhermina ficou registrado como um novo recorde da história dos Jogos Paralímpicos: foram necessários pouco mais de 24 segundos para percorrer o trajeto de 200 metros.
Rio 2016
Ao todo, a delegação brasileira conquistou 72 medalhas durante a competição. Mas houve um atleta em específico que chamou a atenção dos espectadores e adversários: Daniel Dias. O nadador chegou até os Jogos Paralímpicos com a missão de conquistar o máximo de medalhas possível, e não decepcionou. Ao todo, Daniel levou para casa nove medalhas, sendo quatro ouros, três pratas, e dois bronzes. O resultado foi o ingrediente que faltava para o brasileiro atingir dois recordes: o maior medalhista da competição no Rio, e o maior vencedor da natação paralímpica masculina da história.
O esporte na vida de pessoas com deficiências
De acordo com Brunno Zacharias, psicólogo esportivo, o ser humano é um animal bio-psico-social, e o esporte desenvolve essas três necessidades, e com pessoas deficientes não é diferente. “A relevância do esporte para pessoas com deficiência é o convívio social, que colabora para a prevenção de enfermidades secundárias como, depressão, transtornos compulsivos e fobia social. Em geral, enfermidades que afetam drasticamente a qualidade de vida e o enfrentamento dos desafios cotidianos da pessoa”, explica o psicólogo esportivo.
Assim, a prática esportiva se torna um caminho de inclusão social, já que o convívio com outras pessoas, sejam elas deficientes ou não, é um importante instrumento de socialização. Segundo Zacharias, eventos de grandes proporções como os Jogos Paraolímpicos são importantes para dar visibilidade ao significado da deficiência. “De acordo com o relatório mundial sobre deficiência, mais de um bilhão de pessoas em todo o mundo convivem com alguma forma de deficiência. [As Paraolimpíadas] colaboram com a quebra de muitos paradigmas preconceituosos e ajuda na conscientização sobre o assunto”, finaliza o psicólogo esportivo.