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Nesta quarta-feira (29), o Grupo de Trabalhos em Prevenção Posithivo (GTP+) divulgou uma nota de repúdio contra o concurso público da 7ª Região Militar do Exército Brasileiro. O GTP+ critica um dos exames do processo seletivo, que corresponde à inspeção de saúde por meio de teste de Sorologia para Lues (sífilis) e HIV. 

O certame, que teve edital divulgado no último dia 22 de agosto, prevê o preenchimento de vagas para Oficiais Técnicos Temporários e Sargentos Técnicos Temporários.  O edital afirma que “serão considerados parâmetros e causas de incapacidade física, por motivos de saúde, reações sorológicas positivas para sífilis, Doença de Chagas ou Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (SIDA ou AIDS)".

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“Quando houve a explosão do HIV no Brasil, conseguimos muitos avanços em relação à legislação. Leis determinam que o teste não deve ser exigência para aprovação em seleções públicas, afinal, se você exige um exame de HIV, o soropositivo não vai ser selecionado”, explica o coordenador geral do GTP+, Wladmir Reis, conforme informações da assessoria de imprensa.

Ainda segundo Reis, esse exame gera discriminação contra pessoas soropositivas. “Tem um estigma muito forte sobre a admissão de uma pessoa com HIV, inclusive já houve, antigamente, demissão por justa causa porque os patrões diziam ‘essa pessoa vai morrer mesmo, então é melhor ela ir logo embora’”, aponta.

“As pessoas e os órgãos precisam buscar informação sobre o HIV. Se eu sou sorologicamente positivo, significa que eu preciso tomar medicamentos, preciso fortalecer minha autoestima, e não ser discriminado, não ser segregado”, acrescenta Wladmir.

O certame deve ser alvo de um pedido de anulação por parte do GTP+. “O departamento jurídico já está se preparando para, na segunda-feira (3), acionar o Ministério Público Federal para entrar com uma ação contra o concurso, pedindo anulação, publicação de outro edital ou até mesmo retificação dele”, explica Wladmir.

O LeiaJá tentou entrar em contato com a assessoria de imprensa do Comando da 7ª Região Militar para apurar a posição da instituição quanto ao repúdio do GTP+. No entanto, até o fechamento desta matéria, nossas ligações não foram atendidas.   

Uma adolescente de 15 a 19 anos é infectada a cada três minutos com o HIV, informou o Unicef ​​nesta quarta-feira (25), alertando para uma crise de saúde pública esquecida. As meninas são vítimas de dois terços das infecções em todo o mundo nesta faixa etária, de acordo com dados apresentados na 22ª Conferência Internacional da Aids em Amsterdã.

"Na maioria dos países, mulheres e meninas não têm acesso às informações e serviços necessários, nem têm a oportunidade de recusar sexo desprotegido", declarou em um comunicado a diretora-geral do Unicef, Henrietta Fore.

"O HIV está se espalhando rapidamente entre os mais vulneráveis ​​e marginalizados, colocando as meninas adolescentes no centro da crise", acrescentou.

Em 2017, 130.000 mortes de pessoas com menos de 20 anos estavam ligadas à aids e 430.000 novas infecções por HIV ocorreram nessa faixa etária.

Entre os adolescentes de 15 a 19 anos, o número de mortes está estagnado, enquanto em outras faixas etárias vem caindo desde 2010.

O Unicef ​​denuncia em um relatório "relações sexuais precoces, inclusive com homens mais velhos, relações forçadas, a relação de força que não permite dizer não, a pobreza e falta de acesso aos serviços de aconselhamento e exames".

"Sabemos que isso está ligado ao status de inferioridade conferido às mulheres e meninas em todo o mundo", declarou a atriz sul-africana Charlize Theron aos delegados da conferência.

"Enquanto não alcançarmos os jovens e impedirmos a epidemia em casa (...), não atingiremos nossos objetivos", afirmou o diretor de operações da Unitaid (organização internacional de ajuda em medicamentos), Robert Matiru, entrevistado pela AFP.

De acordo com a Sociedade Internacional sobre a Aids (IAS), quatro em cada dez adolescentes africanas já sofreram violência física ou sexual de um homem. Esta ONG denuncia a ausência de uma política de prevenção contra essas violências ou de proteção para a juventude em muitos países.

Ela também trabalha para educar adolescentes. "Os jovens cresceram, são incrivelmente móveis, se movimentam, esqueceram que o HIV é um risco e não podemos deixar de passar esta mensagem", declarou à AFP sua presidente Linda-Gail Bekker.

Uma nova candidata a vacina preventiva contra o HIV teve resposta imunológica - foi tolerada e causou reação no organismo - em humanos e em macacos. No caso dos animais, o potencial imunizante também garantiu o bloqueio do vírus. Esses resultados são de uma pesquisa feita por um grupo de diversas instituições americanas, publicada ontem na revista científica The Lancet.

Mais de 30 anos após a identificação do vírus HIV, os cientistas ainda trabalham no desenvolvimento de uma vacina preventiva que possa acabar de vez com a epidemia que infecta cerca de 2 milhões de pessoas a cada ano. Nesse estudo, um grupo de cientistas avaliou a ação de uma série de regimes vacinais para a prevenção do HIV em voluntários humanos de cinco países. Paralelamente, outra equipe testou a mesma vacina em macacos Rhesus para descobrir se ela seria capaz de proteger os animais da infecção pelo vírus.

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Os resultados mostraram que a vacina induziu resposta imunológica robusta tanto nos humanos como nos macacos. Além disso, os macacos ficaram parcialmente imunes à infecção pelo HIV. "Nos animais, a vacina deu cerca de 67% de proteção contra o vírus", disse o coordenador do estudo, Dan Barouch, do Centro Médico Beth Israel Deaconess (EUA).

Segundo ele, candidatas a vacinas contra o HIV propostas anteriormente eram limitadas a regiões específicas do mundo. O novo imunizante é de um tipo conhecido como vacina mosaico, que contém diferentes sequências genéticas de diversas linhagens diferentes do HIV. Esse tipo de imunizante, segundo o pesquisador, tem o objetivo de fornecer ampla proteção contra as diferentes cepas do HIV, que são prevalentes em todo o planeta.

Os ensaios incluíram testes de cinco diferentes regimes de aplicação da vacina Ad26/Env para avaliar sua segurança e tolerância, além da capacidade de disparar respostas imunológicas em 393 voluntários adultos e saudáveis. Essas pessoas eram de Ruanda, África do Sul, Tailândia, Uganda e Estados Unidos.

Próximos passos

Com base nesses dados, a vacina avançou para a fase seguinte de testes clínicos, com o objeto de determinar se seria possível determinar se a vacina é capaz de evitar a infecção por HIV em humanos na África do Sul, segundo Barouch.

A próxima fase dos testes clínicos envolve a participação de 2,6 mil mulheres sul-africanas que estão em risco de infecção por HIV. "Nossa meta é que os resultados fiquem prontos entre 2021 e 2022. Esse será apenas o quinto conceito de vacina que será testado para verificar eficácia em humanos, em toda a história de mais de 35 anos da epidemia global de HIV", disse o cientista, também professor da Escola de Medicina da Universidade Harvard (EUA).

Barouch diz, porém, que os bons resultados devem ser interpretados com cuidado. "Os desafios para desenvolver uma vacina contra o HIV não têm precedentes e a capacidade para induzir respostas imunológicas específicas contra esse vírus não indica necessariamente que a vacina protegerá humanos da infecção por HIV", disse.

De acordo com Barouch, quase 37 milhões de pessoas em todo o mundo vivem com HIV-Aids e cerca de 1,8 milhão de novos casos são registrados a cada ano. "Uma vacina preventiva segura e eficaz é uma necessidade urgente para reduzir a pandemia de HIV."

Desde o início da epidemia, apenas quatro conceitos de vacinas contra o HIV foram testados em humanos e apenas uma delas forneceu evidências de proteção em um teste de eficácia - a gp120, que foi testada na Tailândia e reduziu a taxa de infecção em humanos em 31%. O efeito, porém, foi considerado baixo demais para que a vacina fosse utilizada.

O novo estudo também teve participação de cientistas do Instituto Ragon - centro para o estudo do HIV criado em 2009 em parceria entre Harvard, o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) e o Hospital Geral de Massachusetts -, do Programa Militar de Pesquisa em HIV dos Estados Unidos, do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas, da Iniciativa Internacional de Vacina da Aids, da Rede de Testes de Vacinas do HIV e de vários outros parceiros. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Pesquisadores anunciaram neste sábado (6) que testaram uma vacina experimental contra o HIV, que provocou uma reação imunológica em humanos e protegeu macacos da infecção, uma notícia considerada animadora.

O desenvolvimento desta vacina potencial, segura para o homem, está avançado o suficiente para que ela seja testada em 2.600 mulheres na África Meridional.

"Estes resultados representam uma etapa importante" para a criação de uma vacina, ressaltou o diretor do estudo, o virologista Dan Barouch, em um comunicado na revista médica The Lancet.

No entanto, advertiu que não há nenhuma garantia de que os próximos testes sejam positivos. "Devemos ser prudentes", declarou à AFP.

Dois terços dos macacos-rhesus que foram submetidos ao tratamento resultaram protegidos pela vacina nos testes de laboratório.

Os resultados dos testes mais amplos são esperados para 2021 ou 2022.

Trata-se do "quinto conceito de vacina" contra o HIV testado em 35 anos, segundo Barouch.

Outra, chamada RV144, demonstrou que protegia o homem do HIV até certo ponto. Em 2009, um estudo indicou ter reduzido em 31,2% o risco de infecção de 16.000 voluntários na Tailândia.

O estudo publicado no sábado foi realizado com 393 adultos em bom estado de saúde, soronegativos, de entre 18 e 50 anos na África Oriental, África Meridional, Tailândia e Estados Unidos. Alguns deles receberam um placebo.

Os testes mostraram a inocuidade do combinado vacinal, que incluía diferentes tipos de vírus HIV, com apenas cinco participantes com efeitos indesejados como diarreia ou tonturas.

Estas mesmas vacinas protegeram dois terços dos 72 macacos que os pesquisadores trataram após inocular o vírus.

Alguns especialistas consultados pela AFP saudaram este avanço.

"Necessitamos tanto uma vacina", disse François Venter da universidade de Witwatersrand (África do Sul). Mas "já conhecemos isto: vacinas experimentais promissoras que não se concretizam".

"Provavelmente não é a vacina definitiva, mas pode ser um avanço fenomenal", disse o francês Jean-Daniel Lelièvre, do Instituto de Pesquisa de Vacinas. "No melhor dos casos" estas pesquisas produzirão uma vacina administrável dentro de "quase 10 anos".

Cerca de 37 milhões de pessoas vivem com o HIV ou a aids, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), e 1,8 milhão de pessoas o contraem todos os anos. A doença matou cerca de 35 milhões dos 80 milhões que infectou desde que foi diagnosticada pela primeira vez, nos anos 1980.

Apesar dos avanços da medicina na prevenção e tratamento da doença, os pesquisadores insistem nas medidas que devem ser tomadas para não se infectar: proteção durante as relações sexuais, uso de seringas novas, esterilização do material médico, etc.

A Justiça do Rio de Janeiro condenou o empresário Renato Peixoto Leal Filho a sete anos de prisão por contaminar mulheres com o vírus HIV de propósito. Soropositivo, o morador da Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, foi acusado de manter relações sexuais sem preservativo com duas pessoas com o objetivo de transmitir o vírus. As informações são do Jornal Extra.

Na sentença da juíza Lúcia Regina Esteves de Magalhães, da 19ª Vara Criminal, é colocado que "não restam dúvidas quanto ao dolo do acusado em manter relações sexuais com as vítimas, a fim de lhes transmitir enfermidade incurável sendo certo que o elemento subjetivo pode ser constatado através do modus operandi utilizado, o qual consistia em conhecer as vítimas através de sites de relacionamentos, seduzir as mesmas por meio de falsa promessa de um relacionamento estável e as atrair ao seu apartamento, onde as surpreendia, abordando-as rispidamente, com elas mantendo relações sexuais de forma extremamente violenta, que incluía a prática de sexo anal, prática que facilita em muito o contágio do vírus, não as informando ser soropositivo”.

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Durante a investigação do caso, a Polícia Civil coletou vídeos de Renato praticando sexo com as vítimas sem preservativo e depoimentos de testemunhas que relataram ter mantido relações sexuais com o acusado sem serem informadas de que ele era soropositivo. Renato está preso desde julho de 2017, através de um mandado de prisão preventiva.

O caso começou a ser investigado no fim de agosto de 2015, quando a primeira vítima fez a denúncia. Uma jovem de 23 anos que morou com o empresário chegou a procurar outras mulheres que teriam se envolvido com ele para alertá-las. Foram reunidos áudios com ameaças feitas pelo homem e os vídeos em que ele aparece transando sem preservativo. 

Em uma entrevista para o Jornal Extra, Peixoto admitiu ser soropositivo e ter transmitido a doença para as duas ex-companheiras. Ele, entretanto, negava a insistência para manter relações sexuais sem preservativo e sem avisar sobre sua condição.

Pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) estão recrutando participantes para um estudo que pretende comparar dois medicamentos considerados equivalentes para a Profilaxia Pré-Exposição ao HIV (PrEP), um que atualmente precisa ser importado e outro já produzido no Brasil. Poderão se voluntariar quem se enquadre nos grupos considerados chave: homens que fazem sexo com outros homens e pessoas trans com pelo menos 18 anos.

Os interessados devem buscar o Centro de Referência em Doenças Infecciosas e Parasitárias Orestes Diniz, no centro de Belo Horizonte. Haverá uma triagem e serão selecionadas ao final 200 pessoas. Metade delas fará uso de um dos medicamentos e a outra metade do outro. Os participantes não saberão qual a versão estarão tomando. O acompanhamento se dará ao longo de 12 meses.

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A PrEP é uma pílula antirretroviral que forma uma barreira química e impede a infecção por HIV. Seu uso deve ocorrer diariamente e depende de prescrição e acompanhamento médico. Se tomado corretamente conforme as orientações, sua proteção pode alcançar percentual próximo a 100%. Especialistas recomendam que o método deve ser combinado com outras medidas, incluindo o uso de preservativos, que protege contra as demais doenças sexualmente transmissíveis (DSTs).

O Brasil foi pioneiro na América Latina ao adotá-lo como política de saúde. O Sistema Único de Saúde (SUS) distribui desde o fim do ano passado o medicamento para grupos específicos considerados chave no combate à Aids. Entre eles, estão homens que fazem sexo com homens, gays, pessoas trans, profissionais do sexo e casais em que um membro é soropositivo e o outro não é.

A marca mais difundida no mercado internacional é o medicamento Truvada, da empresa norte-americana Gilead. Trata-se de uma associação dos fármacos Emtricitabina e Tenofovir distribuída pelo SUS. Embora essa combinação ainda não seja produzida no Brasil, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), vinculada ao Ministério da Saúde, anunciou recentemente um acordo  visando sua fabricação.

Por outro lado, alguns laboratórios nacionais produzem um medicamento que já foi apontado como equivalente pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Trata-se da associação entre Lamivudina e Tenofovir. No Brasil, porém, a combinação desses dois fármacos não é usada para a PrEP, o que poderá ocorrer com o aprofundamento dos estudos. Por outro lado, ela é geralmente prescrita para mães grávidas soropositivas, pois atua para impedir a transmissão do vírus ao bebê. Também é indicado no tratamento da Aids para pacientes em geral e ainda como Profilaxia Pós-Exposição ao HIV (PEP), que consiste no uso da medicação em até 72 horas após situação em que exista risco de infecção.

"Existem trabalhos internacionais que mostram que o Tenefovir sozinho funciona tão bem quanto associado à Emtricitabina ou à Lamivudina", conta infectologista e professor da UFMG, Dirceu Grego, coordenador do estudo. Ele explica, porém, que a pesquisa da UFMG se classifica como estudo clínico de fase 2, que avaliará a segurança e aceitabilidade da medicação. A eficácia é analisada com mais detalhamento na fase 3, que envolve um número maior de pessoas, embora algumas sinalizações já possam ser observadas na fase 2.

A pesquisa da UFMG conta o financiamento do Ministério da Saúde e poderá dar segurança para que o governo brasileiro, no futuro, opte por usar como PrEP o medicamento baseado na associação entre Lamivudina e Tenefovir, que já conta com versões nacionais. Mesmo que o custo das duas pílulas seja semelhante, já que a indústria estrangeira tem condições de baixar o preço e enfrentar a concorrência nacional, Dirceu Greco considera que há algumas vantagens quando se compra o medicamento do país.

"A indústria brasileira paga impostos no Brasil, gera emprego e renda, os trabalhadores que são pagos moram no país. Então existe esse argumento. Talvez não se economize tanto no custo do medicamento, mas ao estimular a indústria nacional há vários efeitos secundários na economia nacional. Mas pode acontecer da indústria internacional baixar significativamente o preço. Aí não tem jeito. Provavelmente, o governo vai comprar lá fora", avalia o infectologista.

Outra consequência de uma comprovação segura da equivalência das duas associações, segundo ele, seria o impacto mundial. Em sua visão, se o governo brasileiro optar um dia por usar a associação de Lamivudina e Tenefovir e mostrar na prática essa equivalência, outros países que não têm a produção do medicamento terão novos elementos para negociar um preço melhor junto à indústria internacional.

O estudo também pretende observar aspectos vinculados ao comportamento e ao contexto sociocultural. O objetivo é produzir conhecimento a partir da realidade local, subsidiando a estruturação de políticas públicas e de campanhas em saúde. Em alguns países, por exemplo, pesquisas mostraram que as pessoas não passaram a usar menos camisinha por usarem PrEP. Para Dirceu Grego, a pílula traz vantagens, mas deve ser encarada como um método a mais e não como método alternativo. Ele reconhece, porém, que algumas pessoas podem negociar riscos e decidir usá-la em substituição ao preservativo.

"A prevenção ao HIV, teoricamente, é simples: se todos usassem preservativo, não haveria mais transmissão nem do HIV e nem das demais DSTs. Mas na prática não é assim. Se fosse, já teríamos colocado fim à epidemia. Mas a sexualidade não é algo mecânico. A tomada de decisão sobre o risco é algo complexo que envolve, entre diversos fatores, diferenças sociais, questões de acesso, aspectos culturais de um país machista como o nosso. Numa relação heterossexual, geralmente quem mais influi na decisão sobre usar um método de barreira é o homem", diz o infectologista.

Para ele, há também aspectos de ordem psicológica e discussões complexas, entre elas qual a definição de prazer sexual. Os pesquisadores da UFMG se propõem ainda a monitorar os efeitos colaterais e os eventos adversos e saber se, nesse aspecto, há diferença entre os dois medicamentos. Irão medir também a qualidade de vida dos voluntários e observar, por exemplo, o desenvolvimento de ansiedade e estresse decorrente do esforço e do compromisso diário de se tomar a pílula.

"Tomar um medicamento diariamente não é algo trivial. Como uma pessoa que não possui HIV vai lidar com a situação de levar na carteira ou na bolsa um frasco de comprimidos contra o vírus?" questiona Dirceu Grego. A dificuldade de garantir adesão constante ao preservativo também pode se repetir com a pílula, o que é outra preocupação, sobretudo porque é essencial a disciplina do uso diário do medicamento.

A travesti austríaca Conchita Wurst, vencedora do concurso Eurovisión em 2014 vestida de mulher e com barba, revelou neste domingo (15) à noite ser portadora do vírus HIV. "Chegou o dia de me libertar para o resto da minha vida de una espada de Dâmocles: sou positivo ao HIV", explicou a diva barbuda de 29 anos em sua página no Instagram.

"Isso não tem interesse para a opinião pública, mas um ex-amigo ameaça revelar publicamente essa informação pessoal (...) Não dou a ninguém o direito de influenciar minha vida assim", acrescentou.

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Conchita Wurst, que depois de ganhar o concurso se transformou em um ícone da causa homossexual no mundo, disse ainda "esperar dar coragem e fazer um novo gesto contra a estigmatização das pessoas" portadoras do HIV.

Conchita, cujo nome de batismo é Tom Neuwirth, afirmou que sua família sabe "desde o primeiro dia" sobre sua soropositividade. "Estou bem de saúde e estou mais forte, mais motivado e mais livre do que nunca", assegurou, acrescentando que contraiu o vírus "há vários anos".

Farmanguinhos vai passar a produzir o medicamento indicado para a prevenção do HIV, conhecido como Truvada. Combinação dos antirretrovirais Emtricitabina e Tenofovir, o remédio será preparado dentro de uma Parceria de Desenvolvimento Produtivo (PDP) com as empresas Blanver e Microbiológica. A expectativa é de que o produto feito pela PDP passe a ser fornecido para o Sistema Único de Saúde (SUS) no segundo semestre.

O Truvada começou a ser distribuído este ano em alguns serviços de referência do SUS dentro da estratégia de terapia pré-exposição (PrEP), em que pessoas saudáveis tomam o medicamento não para tratar a doença, mas para se proteger da infecção.

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O remédio atualmente ofertado nos serviços que fazem a PrEP é produzido pela farmacêutica Gillead. A expectativa é de que, com a parceria entre Farmanguinhos, Blanver e Microbiológica, o preço do tratamento caia de forma expressiva. Em nota, o Ministério da Saúde afirma que a queda nos custos será de aproximadamente 60%.

Ano passado, na ocasião da primeira compra feita com a Gillead, o Ministério da Saúde anunciou que seriam gastos US$ 1,9 milhão na aquisição de 2,5 milhões de comprimidos. A quantia seria suficiente para atender uma demanda de cerca de 7 mil pacientes. A pasta estima que, com a produção nacional, o número de pessoas atendidas poderá ser ampliado.

Em entrevista ao Estado, o diretor de Farmanguinhos, Jorge Souza Mendonça, afirmou que, na PDP, a Microbiológica ficará encarregada de produzir a matéria-prima e a Blanver, o medicamento final. Nessa primeira etapa, caberá à Fiocruz embalar o produto. O sistema é conhecido como tecnologia reversa. A empresa inicia com a etapa final do processo e, pouco a pouco, vai dominando os demais estágios de produção.

O prazo inicialmente previsto para que a Fiocruz domine toda a produção do Truvada é de quatro anos. Mendonça, no entanto, avalia que esse período poderá ser mais curto. "Farmanguinhos já tem domínio de parte da tecnologia", disse.

O diretor contou ainda que o produto desenvolvido pela PDP deverá, numa outra etapa, ser também submetido à certificação da Organização Mundial da Saúde. A medida seria o primeiro passo para o antirretroviral ser fornecido também para o mercado internacional.

A PrEP não está disponível para todos interessados. A prevenção com medicamentos é indicada no SUS apenas para homens que fazem sexo com homens, transexuais, profissionais do sexo que adotem um comportamento de risco para HIV e casais sorodiscordantes (em que um dos parceiros tem o HIV e outro, não).

Para ingressar na estratégia, interessados têm de fazer testes que indiquem que eles não têm o vírus e, ainda, demonstrar que estão dispostos a manter o uso do remédio por um período de tempo. Também é preciso ainda que tenham mais de 18 anos.

A PrEP faz parte da estratégia combinada, ou seja, quem adota a PrEP não deve abrir mão do uso de preservativos. O Brasil foi pioneiro na América Latina ao adotar a terapia como política de saúde. Antes dessa incorporação, cinco estudos foram conduzidos no País para avaliar a eficácia da medida. O objetivo principal da PrEP é reduzir o número de pessoas infectadas e, com isso, a circulação do vírus.

O uso do medicamento não garante proteção imediata. A proteção começa a partir do sétimo dia para exposição por relação anal e a partir do vigésimo dia para exposição por relação vaginal. A promessa é de que a estratégia de prevenção esteja disponível em 36 serviços situados em cidades consideradas estratégicas.

A Apple irá introduzir uma nova cor na sua linha do iPhone 8 e 8 Plus nesta segunda-feira (9). Os smartphones estarão disponíveis na tonalidade vermelha. A novidade faz parte da parceria da empresa com a (RED), uma entidade sem fins lucrativos dedicada ao combate ao HIV/Aids na África.

Segundo informações divulgadas pelo site The Verge, um memorando enviado às operadoras dos EUA diz que o telefone vermelho estará disponível para pré-venda, mas não especifica se isso incluirá uma edição do iPhone X. A Apple já lançou uma série de edições especiais de iPods, iPads e, no ano passado, lançou um iPhone 7 na mesma cor.

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A iniciativa (RED), fundada em 2006 pelo líder da banda U2, Bono Vox, e pelo ativista Bobby Shriver, licencia seu nome para outras empresas privadas para destacar os esforços para combater o HIV/AIDS em oito países africanos - Gana, Quênia, Lesoto, Ruanda, África do Sul, Suazilândia, Tanzânia e Zâmbia.

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O aplicativo de relacionamentos Grindr, usado diariamente por mais de 3,6 milhões de pessoas, forneceu o status de HIV de seus usuários para outras duas empresas, segundo denúncia feita pelo site americano BuzzFeed News.

As duas empresas - Apptimize e Localytics - receberam algumas das informações que os usuários do Grindr optam por divulgar em seus perfis, incluindo o status de HIV e a data do último teste. Além das informações sobre o vírus, dados como e-mail, telefone e até localização em tempo real foram fornecidos às companhias parceiras.

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O Grindr estreou na semana passada um recurso que lembra os usuários de fazer o teste de HIV. No aplicativo, as pessoas têm a opção de informar em seus perfis se estão infectadas, se fazem tratamento ou se usam a chamada Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) - uma pílula diária recomendada para prevenir que o vírus causador da AIDS infecte o organismo.

Em resposta ao BuzzFeed News, o Grindr defendeu seu relacionamento com as duas empresas, dizendo que paga as duas para melhorar o funcionamento de seus aplicativos. Fundado em 2009, o Grindr é conhecido por ser uma das principais plataformas de relacionamento na internet, especialmente para o público gay.

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O Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJDF) condenou o Hospital São Francisco, que fica na região de Ceilândia, a indenizar uma mulher por falha no atendimento médico e falso diagnóstico de HIV. Mãe e filha foram privadas do convívio, tendo que consumir medicamentos de combate ao vírus. Segundo consta nos autos da condenação, esses remédios teriam provocados efeitos colaterais à recém-nascida. A mãe teve os seios enfaixados, sendo orientada a não amamentar a criança. A condenação foi publicada na última sexta-feira (2).

Ao que o TJDF informou: "a autora sustenta ter sofrido choque emocional, seguido de ofensas mútuas entre o casal, ante a recíproca acusação de infidelidade conjugal. Conta que seu marido chegou a pensar em suicídio, só tendo sido dissuadido da ideia pela sogra; e que ainda no hospital foi vítima de preconceito por parte dos agentes de saúde, que expuseram os fatos a outros pacientes e acompanhantes". Só após a realização do exame de "contraprova" concluiu-se pela inexistência da infecção viral.

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O hospital, em sua defesa, afirmou que o motivo de terem informado o resultado do teste rápido antes da contraprova e orientado a suspensão da amamentação seria "justo e cabível", ante a prevenção ao bebê; e que os supostos efeitos colaterais narrados não tiveram relação com a aplicação de antirretrovirais. Por fim, alegou que o Teste Rápido em gestante segue orientação do Ministério da Saúde e que não houve qualquer falha de procedimento.

"Desenvolvendo a atividade que desenvolve, deveria o réu cercar-se de todas as cautelas para que um diagnóstico falso positivo não viesse a desencadear tamanho sofrimento aos seus pacientes, como os que foram narrados nos autos, submetendo-os a condutas terapêuticas traumáticas e desnecessárias", pondera o julgador.

Por essas questões, o juiz condenou o Hospital São Francisco a pagar a quantia de R$ 40 mil, pelos danos sofridos pelos envolvidos. Do valor total, R$ 15 mil vai para a mãe, R$ 15 mil para o esposo e R$ 10 mil para a bebê. A decisão ainda cabe recurso. 

A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo iniciou a distribuição do medicamento Truvada no Sistema Único de Saúde (SUS). O remédio passa a ser fornecido como terapia de pré-exposição (PrEP) para prevenção do HIV às pessoas com maior chance contrair a doença.

O medicamento é indicado principalmente a profissionais do sexo que tenham tido relações sexuais sem uso de preservativo nos últimos seis meses e/ou episódios recorrentes de Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST). Também poderão receber o remédio casais sorodiscordantes para o HIV (quando um parceiro tem o vírus e outro, não) que mantêm ou tiveram relações sexuais sem uso de preservativos. Para recebimento, o interessado deve comparecer à unidade de referência de seu município e passar por avaliação para critérios de elegibilidade, incluindo a realização de teste/diagnóstico rápido de HIV.

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Aos pacientes que aderirem à terapia, é recomendado o uso de preservativo durante as relações sexuais, pois a PrEP não protege contra outras doenças sexualmente transmissíveis. Além disso, o medicamento começa a fazer afeito a partir do sétimo dia para exposição por relação anal e a partir do vigésimo dia para exposição por relação vaginal.

A iniciativa prevê, nos dois meses iniciais, a oferta do Truvada a 1.110 pessoas em 14 serviços municipais e estaduais localizados nas cidades de São Paulo, São Bernardo, Campinas, Santos, Piracicaba, Ribeirão Preto e São José do Rio Preto. Esses locais foram definidos em conjunto com o Ministério da Saúde e a expectativa é que a medida seja ampliada gradativamente para demais localidades do estado.

Para outras informações, acesse: https://farmaciapopular.net/prep-onde-conseguir-medicamento-gratis.html

Renato Peixoto Leal Filho, 43, teve o pedido de prisão domiciliar negado pela Justiça do Rio de Janeiro. De acordo com as vítimas, ele marcava encontros pelas redes sociais e depois disso insistia para manter relacionamento sexual sem proteção. Algumas das mulheres que se apresentaram no 16º Distrito Policial (Barra da Tijuca) para depor apresentaram áudios com ameaças feitas por Renato. Ele responde pelos crimes de lesão corporal gravíssima e tentativa de lesão corporal.

A denúncia foi feita pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) e, na ocasião, a prisão preventiva foi negada pela Justiça. Os promotores recorreram da decisão e conseguiram reverter a determinação com base no argumento de que ele poderia repetir o ato. Os desembargadores alegaram haver “conduta reiterada de, através de redes sociais, conhecer as vítimas para posterior relação sexual, sem proteção com o risco de contaminá-las”.

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O caso aconteceu em 2015 e ele chegou a postar um vídeo nas redes sociais negando o ocorrido “Eu nunca fiz isso (transar sem comunicar ser portador do HIV). E ninguém veio pra mim, falar comigo, que foi contaminada”, afirmou o acusado.

Cerca de 135 mil pessoas estão com HIV no Brasil e não sabem. Segundo informações do Ministério da Saúde, no ano passado, aproximadamente 840 mil pessoas viviam com o vírus. 

O número de brasileiros diagnosticados aumentou em 18% em quatro anos, passando de 71%, em 2012, para 84%, em 2016.

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Onde o teste é realizado? 

Para realizar o teste gratuitamente, basta ir até um Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA) mais próximo de sua cidade. Além do teste para o HIV, é possível realizar o exame para identificar sífilis e hepatites B e C.

Como funciona o teste? 

É como se fosse um exame de glicose. Por meio de uma agulha fina e indolor, é retirada uma pequena quantidade de sangue, que é colocada no orifício do aparelho. 

Em quanto tempo sai o resultado? 

Entre 30 minutos e uma hora. Se o resultado for positivo, aparece uma linha no visor do aparelho utilizado para a coleta do sangue. 

O que é feito após o resultado? 

Quando a infecção é comprovada, o paciente recebe a orientação necessária e é encaminhado para um serviço de saúde, onde terá o acompanhamento adequado.

Quem deve fazer o teste? 

A recomendação é que toda pessoa com vida sexual ativa realize o teste. 

Quanto tempo esperar para realizar o teste após suspeita de infecção? 

O Ministério da Saúde orienta que a pessoa espere entre 30 e 60 dias após a suspeita de exposição ao vírus para a realização do teste. Nesse intervalo de tempo, ocorre a produção de anticorpos anti-HIV no sangue, que confirma a infecção. 

Com o objetivo de reduzir o aumento de novos casos de HIV entre jovens gays, o governo brasileiro começa a distribuir este mês às populações mais vulneráveis a droga Truvada, capaz de prevenir a infecção pelo vírus. Será o primeiro país da América Latina a adotar regularmente o uso do medicamento.

Parte do Programa de Profilaxia Pré-Exposição (Prep), ele será oferecido gratuitamente em 35 centros de saúde de 11 Estados. São dez mil tratamentos preventivos disponíveis inicialmente. Estudo inédito, feito em parceria entre o Programa de Aids da ONU (Unaids) e o aplicativo de encontros gays Hornet, com 3.218 usuários, revelou que pelo menos 27% dos entrevistados mantêm relações sem preservativos. Segundo o trabalho, 36% estariam dispostos a usar a Prep.

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Entre 2006 e o ano passado, o total de casos de aids entre homens de 15 a 19 anos praticamente triplicou, chegando a 6,7 casos por 100 mil habitantes, segundo o Unaids. Entre homens de 20 a 24 anos, o número quase dobrou, alcançando 33,9 casos por 100 mil. Os jovens são menos propensos também a usar o preservativo. Entre os soropositivos dessa faixa, está a menor taxa de pessoas em tratamento: 34%, ante 14% na faixa acima dos 60 anos.

"Porcentualmente, o grupo de 15 a 24 anos é onde mais tem crescido o número de casos de HIV", afirmou a diretora do Programa de Aids do Ministério da Saúde, Adele Benzaken. "Mas não é só isso: os jovens dessa faixa etária são também os que menos se cuidam. Nossa expectativa é ter um impacto significativo entre eles."

Neste primeiro momento, a Prep também será oferecida a outros grupos considerados mais vulneráveis, como profissionais do sexo, pessoas trans, usuários de drogas e aqueles que se relacionam sexualmente com parceiros soropositivos. Mas nem todas as pessoas desses grupos são candidatas à profilaxia, alerta Adele. Por isso, os serviços de saúde farão uma triagem dos candidatos.

Os defensores da técnica dizem que a experiência brasileira será crucial para mostrar ao mundo os benefícios do investimento na prevenção. O uso do medicamento combinado foi aprovado em 2012 pelos Estados Unidos. "Comunidades inteiras estão usando a Prep com resultados muito claros na redução de risco", diz o infectologista Estevão Portella, da Fiocruz.

Perigo

Mas os críticos do programa temem que ele estimule o sexo sem preservativos. "Não posso ser contra um medicamento que tem eficácia comprovada", ressaltou o urologista Alfredo Canalini, da Sociedade Brasileira de Urologia. "No entanto, notamos no consultório que, com a chegada de coquetéis antiaids, quando as pessoas passaram a ter maior sensação de segurança e passaram a usar menos preservativos, vimos aumentar uma série de outras doenças, como sífilis." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV e Aids (Unaids) informou que no mundo existem 36,7 milhões de pessoas vivendo com o vírus HIV, das quais 53% estão em tratamento. O Brasil é responsável por 49% das novas infecções. De acordo com o estudo, são mais de 40 mil novos casos por ano ou um caso a cada 15 minutos.

Enquanto no mundo o número de casos caiu 11%, no Brasil houve aumento de 3%. A estimativa é que 827 mil pessoas estão vivendo com o vírus HIV no Brasil. Também houve aumento no número de jovens na faixa dos 15 aos 24 anos que contraíram o vírus HIV. Segundo o Unaids, 35% das 4.500 novas infecções ocorrem nessa faixa etária, o que corresponde a cerca de um em cada três casos.

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Outra faixa etária que é prejudicada com a patologia é a dos idosos. No estado de São Paulo, o acréscimo foi de 40% entre pessoas acima dos 50 anos.

No Dia Mundial de Luta contra a Aids, celebrado nesta sexta-feira(1°), o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) informou que 18 crianças contraem o vírus a cada hora no mundo. Se a tendência persistir, em 2030, existirão 3,5 milhões de casos novos.

Os dados constam em um relatório divulgado hoje, o "Statistical Update on Children and AIDS 2017" (Atualização das Estatísticas da Infância e AIDS, na tradução livre). Segundo o Unicef, os progressos na prevenção e controle da doença na adolescência são "inaceitavelmente" lentos. Só em 2016, 55 mil adolescentes morreram de causas ligadas ao HIV, sendo que 91% viviam na Áfica Subsaariana.

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Os dados ainda revelam disparidade de gênero. Para cada cinco meninos que convivem com a doença, são sete meninas da mesma idade que contraem o vírus. "Continuar com progressos assim tão lentos significa brincar com a vida das crianças e condenar as gerações futuras a uma vida com o HIV ou a AIDS, o que poderia ser evitado. Devemos agir urgentemente", disse Chewe Luo, responsável pelo departamento de HIV no Unicef.

Apesar das estatísticas alarmantes, o Unicef reconheceu que houve melhora na prevenção da doença, principalmente na transmissão de mãe para filho. Desde 2000, cerca de 2 milhões de mortes foram evitadas. Para evitar maior disseminação da doença, a organização acredita que é necessário investir em inovações médicas, como o teste autodiagnóstico de HIV e remédios pediátricos.

Da Ansa

A linha 11-Coral da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) vai realizar nesta sexta-feira (1º), na estação Suzano, das 10h às 15h, e no sábado (2) nas estações Ferraz de Vasconcelos e Antônio Gianetti testes gratuitos de Aids ( HIV) e sífilis.

Após os resultados, a população receberá o aconselhamento necessário dos agentes de plantão. Quem não puder realizar as avaliações deve procurar os Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA) mais próximo para diagnóstico.

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No caso do HIV os testes são rápidos, realizados a partir da coleta de uma gota de sangue extraída da ponta do dedo, e ficam prontos em 20 minutos. O exame para sífilis também é feito em 20 minutos.

Os testes para HIV e sífilis fazem parte do programa “Fique Sabendo”, da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, que pretende intensificar os cuidados sexuais da população durante a semana que antecede o Dia Internacional da Luta Contra AIDS.

De acordo com o Ministério da Saúde, os principais instrumentos de prevenção para essas doenças são os preservativos e as informações. Tanto camisinhas masculinas quanto as femininas previnem as doenças sexualmente transmissíveis, como HIV, sífilis, gonorreia e alguns tipos de hepatites.

Alguns russos estão convencidos de que a aids é um mito criado pelos gigantes da indústria farmacêutica para vender mais medicamentos, uma teoria que preocupa as autoridades confrontadas com uma epidemia de consequências dramáticas.

Mais de 900 mil russos são soropositivos e a cada hora se registram dez novas infecções, segundo cifras oficiais. Durante os seis primeiros meses do ano, uma média de 80 pessoas morreram diariamente por causas relacionadas à aids, contra 50 diárias em 2016.

Menos da metade dos doentes se submetem a um tratamento com anti-retrovirais. Nos últimos meses, foram registrados casos de pacientes falecidos por falta de cuidados, inclusive o de uma menina de 10 anos em um hospital de São Petersburgo (noroeste), cujos pais, muito religiosos, se negavam a que fosse tratada.

"É inaceitável que nos nossos dias morram crianças (de aids) quando há tratamentos disponíveis", afirma, indignado, Alexei Yakovlev, médico-chefe do hospital Botkin de São Petersburgo. Alguns pacientes não recebem tratamento por falta de medicamentos, mas outros porque negam a existência do HIV, explicam, preocupados vários funcionários e militantes da luta contra a aids.

O deputado russo pró-Kremlin Alexander Petrov pediu recentemente às associações que "se dirijam a quem não acredita que (o HIV) existe".

Grupos na internet

Sob pressão da Onuaids, a rede social russa Odnoklassniki suprimiu um grupo que negava a existência do HIV. Mas o mesmo voltou a se formar em outra plataforma.

"São como ratos, fogem para outra parte e continuam propagando suas ideias", denuncia Vinay Saldanha, diretor da Onuaids para o leste europeu e a Ásia central. "É inaceitável que se tolerem fóruns e grupos de discussão (que negam a existência do HIV) em alguns sites na internet".

Na internet, a AFP encontrou vários grupos negacionistas com milhares de seguidores, por exemplo na Vkontakte, rede social mais popular que o Facebook na Rússia.

"O HIV é um dos maiores mitos do século XX", afirma um destes grupos que explica como negar um tratamento anti-retroviral e qualifica os remédios de veneno e os médicos de assassinos encarregados de enriquecer as empresas farmacêuticas.

Estes grupos negacionistas costumam citar as declarações de Olga Kovej, médica de Volgogrado (sul), para quem "um dos objetivos do mito do HIV é reduzir em 2 bilhões a população mundial". Além disso, afirma que os Estados Unidos usam a Rússia como "colônia" para testar suas vacinas contra o HIV.

'Gays americanos'

Os encarregados das associações atribuem em parte a propagação destas teorias à retórica antiocidental das autoridades. "A televisão não para de dizer que a Rússia está cercada de inimigos, que temos que lutar contra todos", afirma Elena Doljenko, da Fundação SPID.Tsentr de Moscou.

Este tipo de discurso ajuda, segundo ela, a legitimar a ideia de uma conspiração ocidental contra a Rússia, com o HIV como arma. Mas para Ekaterina Zinger, no comando da Fundação Svecha de São Petersburgo, o negativismo do HIV se deve, sobretudo, à "falta de consulta médica". "As pessoas não recebem informação suficiente e começam a pensar que lhes escondem algo", acrescenta.

Estas teorias, diz, encontram eco sobretudo entre os heterossexuais, convencidos de que a aids ataca em particular os homossexuais e os dependentes químicos. "Não entendem o que acontece com eles". Na Rússia, país defensor dos "valores tradicionais", as recentes campanhas de sensibilização se concentram na fidelidade no lugar da proteção.

"Estas campanhas não ajudam, agravam a situação e a negação da existência do HIV talvez se deva a elas", denuncia Doljenko. Ele dá um exemplo: "imagine uma jovem ortodoxa que vai à igreja todos os domingos, se casa e descobre que é soropositiva"; como o HIV é considerado coisa de "gays americanos", "pensará que nada tem a ver com ela".

Conhecida nacionalmente pela defesa de pessoas que vivem com Aids, a ONG brasiliense Amigos da Vida lançará no próximo dia 01 de dezembro, data da comemoração do Dia Mundial da Luta Contra a Aids, um aplicativo de apoio e relacionamento com foco em pessoas que vivem e convivem com o HIV/Aids. O lançamento ocorrerá na sede da Federação do Comércio do Distrito Federal, às 17h.

A ideia surgiu do coordenador de Marketing Social da entidade, Pedro Alves, após conduzir uma entrevista com mais de 600 jovens em diversos apps de relacionamento. O objetivo foi sensibilizar e levar informação acerca das Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST's), HIV, Aids e hepatites virais tirando dúvidas de adolescentes, jovens e adultos.

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"Com os resultados da pesquisa, foi inferida a necessidade de se criar um app que levasse interação aos usuários, combate ao estigma da Aids, informações de tratamento e prevenção ao HIV/Aids além de proporcionar relacionamentos de amizade e namoro com segurança", explica ele.

Batizado de HIVE, ou colmeia em tradução livre, o aplicativo tem como objetivo levar informação, conectando pessoas e levando o conhecimento como forma de interação sem distinção de cor, credo, raça e status sorológico.

"O conceito de união, aceitação, prevenção, segurança e autoestima fomentam o empoderamento dos jovens a cerca da saúde sexual e tratamento precoce em casos de infecção por HIV/Aids e demais IST's", sustenta o presidente da ONG, Christiano Ramos, conhecido militante da causa.

Dados assustam

Segundo o último Boletim Epidemiológico da Aids do Ministério da Saúde, houve um drástico aumento de infecção do HIV/Aids entre jovens na faixa etária de 15 a 24 anos. O relatório sustenta ainda que, de 2006 para 2015, a taxa mais que triplicou (de 2,4 para 6,9 casos/100 mil habitantes) entre aqueles com 15 a 19 anos. Os números também não favorecem a faixa etária entre 20 e 24, que quase dobrou os casos (de 15,9 para 33,1 casos/100 mil habitantes).

SERVIÇO

Lançamento do Hive, app de defesa dos que convivem com a Aids

(Dia Mundial de Luta contra a Aids)

Dia 01 de dezembro de 2017, às 17h

Local: SCS Qd. 6, Bl A, Lt. 206, Ed. Newton Rossi, 1º andar – Auditório Fecomércio

Informações: (61) 3234-5740 – (61) 98305-8880

Da assessoria

 

 

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