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O presidente francês, Emmanuel Macron, prorrogou até 11 de maio as estritas medidas de confinamento para combater a epidemia do novo coronavírus, que já deixou 15.000 mortos na França.

"Em 11 de maio próximo será o início de uma nova etapa. Será progressiva e as regras poderão ser adaptadas em função dos resultados", disse Macron em discurso televisionado nesta segunda-feira (13).

A partir de 11 de maio, a França reabrirá "progressivamente" creches e escolas do país, mas universidades, restaurantes e cafés vão permanecer fechados.

As fronteiras da França com países não europeus permanecerão fechadas "até segunda ordem".

Há quatro semanas, os 67 milhões de franceses vivem confinados em suas casas e só podem sair para trabalhar quando não é possível fazê-lo à distância ou realizar atividades básicas como comprar comida, remédios ou fazer uma hora de exercício físico diário.

A França beira os 15.000 mortos por COVID-19 desde o início da pandemia e nas últimas 24 horas registrou 574 óbitos.

No entanto, o número de pessoas em cuidados intensivos registrou uma diminuição, com "24 pacientes a menos", segundo cifras da direção geral de Saúde, que destaca que a epidemia se situa em um "platô elevado".

A Rússia fechará totalmente suas fronteiras a partir de segunda-feira para lutar contra a propagação do novo coronavírus, anunciou neste sábado o governo.

De acordo com o decreto do governo, a Rússia "restringirá temporariamente o tráfego" de entrada e saída em todas as passagens de fronteira por estrada, ferroviárias e marítimas a partir de segunda-feira à meia-noite (18H00 de Brasília, domingo).

O decreto foi assinado para "prevenir a entrada em território russo de novas infecções do coronavírus", completa o texto. publicado no site oficial do governo.

A fronteira com Belarus, normalmente aberta e que era atravessada sem controle alfandegário, também permanecerá fechada.

A medida terá algumas exceções e serão autorizados a circular os diplomatas ou cidadãos russos que desejam sair do país em consequência da morte de um parente no exterior.

Os habitantes dos territórios separatistas ucranianos de Donetsk e Lugansk, com nacionalidade russa, também não são afetados pela medida.

A Rússia anunciou na quinta-feira a suspensão de todos os voos, com exceção daqueles para repatriar os cidadãos russos bloqueados no exterior.

Em meados de março o país também fechou as fronteiras aos estrangeiros, exceto os residentes permanentes no país.

Segundo o balanço oficial mais recente, a Rússia registra 1.264 casos de coronavírus, um aumento de 228 nas últimas 24 horas.

A China anunciou que vai barrar temporariamente a maioria dos estrangeiros de entrar no pais à medida que busca conter o número de casos importados do novo coronavírus.

O Ministério de Relações Exteriores anunciou nesta quinta-feira (26) que mesmo cidadãos estrangeiros com permissão de residência serão impedidos de entrar no país a partir de sábado (28). Todas as políticas de trânsito livre de vistos também serão suspensas temporariamente.

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Pequim diz que funcionários diplomáticos estarão isentos da medida, e cidadãos estrangeiros indo à china por "atividades econômicas, comerciais, científicas ou tecnológicas ou necessidades humanitárias emergenciais" ainda poderão concorrer a vistos.

O ministério disse em um comunicado que: "A suspensão é uma medida temporária que a China é obrigada a adotar à luz da situação do surto e de práticas de outros países."

O surto de coronavírus teve origem na China. Mas, à medida que o seu número de casos domésticos do vírus encolheu, o país teve de lidar com infecções levadas por pessoas que chegaram recentemente do exterior. Essas infecções respondem pela maioria dos novos casos na China há mais de uma semana.

Diante da disseminação do novo coronavírus, o governo federal proibiu, temporariamente, a entrada de estrangeiros vindos de oito países por rodovias e meios terrestres. A medida, que também foi imposta em relação a Venezuela, será aplicada por 15 dias, podendo ser prorrogada caso haja recomendação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

A restrição é válida para estrangeiros vindos da Argentina, Bolívia, Colômbia, Guiana Francesa, Guiana, Paraguai, Peru e Suriname. O ato com a decisão foi publicado em edição extra do Diário Oficial da União (DOU) nesta sexta-feira, mas não abrange o Uruguai. "Será editada portaria específica em relação às fronteiras terrestres com a República Oriental do Uruguai", diz a norma.

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O descumprimento da regra levará à deportação imediata, além da responsabilização civil, administrativa e penal.

A medida, no entanto, não se aplica para brasileiros, imigrantes com prévia autorização de residência no País, profissionais estrangeiros em missão a serviço de organismo internacional e funcionários estrangeiros em missão e funcionário estrangeiro com autorização do governo federal.

A restrição também não impede o tráfego de transporte rodoviário de cargas e a execução de ações humanitárias nas fronteiras, desde que tenham sido previamente autorizadas pelas autoridades sanitárias locais.

O governo federal realiza nesta segunda-feira, no Ministério da Defesa, reunião para discutir a questão do fechamento ou não das fronteiras brasileiras. A situação mais delicada é do Brasil com a Venezuela. Na semana passada, o governador de Roraima, Antonio Denariu (PSL), pediu que a fronteira com o país vizinho seja fechada no Estado, conforme antecipou o jornal O Estado de S. Paulo. O assunto é considerado delicado e divide opiniões.

O presidente Jair Bolsonaro poderá ir ao Ministério da Defesa participar de parte da reunião. O ministro da Defesa, general Fernando Azevedo e Silva, está acompanhando o encontro por teleconferência porque ainda está fazendo um autoisolamento até que repita o exame para coronavírus, já que integrou a comitiva presidencial aos Estados Unidos, onde estava o secretário de Comunicação, Fábio Wajngarten, que testou positivo para a doença.

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O ministro da Casa Civil, general Braga Netto, participa da reunião. Também estão presentes ao encontro, o ministro da Justiça, Sérgio Moro; o ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos; o secretário-executivo do Gabinete de Segurança Institucional, general Douglas Bassoli, entre outros. Há expectativa de participação do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta.

Conforme apurou o Estado, os ministérios da Saúde e da Justiça e Segurança Pública estariam a favor do fechamento, para evitar a ampliação dos problemas no Estado, que sofre com a superlotação de seus hospitais, e chegada constante de imigrantes, por causa da falta de recursos do país vizinho. Os militares, por sua vez, embora reconheçam as dificuldades e preocupações do governador, advertem sobre a complexidade da medida, que poderia acabar se mostrando inócua, dado o tamanho da fronteira e a sua porosidade.

Militares ouvidos pela reportagem alertam que, com a fronteira aberta, é possível haver um controle por parte das autoridades brasileiras sobre quem entra e quem sai, inclusive uma avaliação da situação sanitária dos imigrantes. Eles avaliam que, fechando a fronteira, as pessoas passariam a buscar as inúmeras trilhas e continuariam a entrar no Brasil em busca de ajuda, só que sem nenhum tipo de controle porque os caminhos são inúmeros.

Mais cedo, o próprio presidente Bolsonaro, em entrevista à falou Rádio Bandeirantes, sobre como a decisão de fechar a fronteira com a Venezuela poderia ser inócua. Segundo o presidente, "pode até fechar a fronteira, mas (a entrada) vazaria por outro lugar". Existem inúmeras passagens não oficiais e trilhas entre os dois países.

O presidente disse também que o Brasil pode adotar um controle maior e exigir exames para quem quiser entrar no País a partir da Venezuela. Questionado se há a possibilidade de fechar a fronteira, Bolsonaro disse considerar a medida pouco efetiva. O presidente não detalhou quais exames seriam exigidos de quem pretende entrar no País a partir do país vizinho.

As Bolsas ao redor do planeta voltaram a registrar forte queda nesta segunda-feira (16), apesar das medidas anunciadas pelos bancos centrais para enfrentar a pandemia de coronavírus, cujo balanço de vítimas, principalmente na Europa, aumenta de maneira exponencial, o que levou diversos países a fechar suas fronteiras.

A Espanha, segundo país europeu mais afetado depois da Itália, anunciou nesta segunda-feira quase mil casos novos de coronavírus nas últimas 24 horas, com um total de 8.744 infectados, e 297 mortes, nove a mais que no domingo (15).

O país está em confinamento desde que o governo decretou estado de alerta e determinou sérias restrições de deslocamento aos habitantes por pelo menos 15 dias, em uma tentativa de conter a escalada de contágios.

Muitos países tentam aumentar a proteção com o fechamento das fronteiras, como a Alemanha, que a partir desta segunda-feira iniciou controles nos limites com cinco países (França, Áustria, Suíça, Dinamarca e Luxemburgo).

Considerada um símbolo, a Ponte da Europa, entre Estrasburgo (leste da França) e a localidade alemã de Kehl, marco da reconciliação no Velho Continente, virou uma área de fronteira estritamente controlada para tentar conter a crise do coronavírus e seus efeitos colaterais.

A polícia permite apenas a passagem dos caminhões com mercadorias e dos trabalhadores que são obrigados a atravessar as fronteiras. Rússia e República Tcheca também fecharam suas fronteiras.

Na América latina, o presidente venezuelano Nicolás Maduro anunciou que os moradores de sete estados, incluindo Caracas, permanecerão confinados em casa a partir desta segunda-feira.

A Argentina suspendeu as aulas e fechou as fronteiras até 31 de março, enquanto a Guatemala registrou a primeira morte. A Colômbia proibiu a entrada de estrangeiros e o Chile fechou todos os portos aos cruzeiros, depois de colocar em quarentena duas embarcações com quase 1.300 pessoas a bordo.

Outro navio, com 3.700 pessoas, está em quarentena na Nova Zelândia, que também proibiu todas as escalas de cruzeiros até 30 de junho.

Nos Estados Unidos, os novos controles para os americanos que voltam da Europa provocaram cenas de caos nos aeroportos. As cidades de Nova York e Los Angeles ordenaram o fechamento de bares, restaurantes e casas noturnas. Em Las Vegas, a MGM fechou 13 hotéis e cassinos.

- Ação coordenada -

Na frente econômica, o Federal Reserve (Fed, banco central americano) reduziu drasticamente no domingo as taxas de juros a zero, como parte de uma ação mundial coordenada dos bancos centrais para facilitar a liquidez.

O Fed também anunciou a compra de 500 bilhões de dólares de títulos do Tesouro e de 200 bilhões de dólares de títulos hipotecários para apoiar os mercados.

A iniciativa não serviu, no entanto, para tranquilizar os mercados e as Bolsas desabaram na abertura na Europa, após quedas expressivas na região Ásia-Pacífico (-9,7% em Sydney, recorde histórico).

Os mercados temem uma recessão mundial da economia ante uma pandemia que parece controlada na Ásia, mas que se propaga em outros continentes.

A União Europeia (UE) anunciou nesta segunda-feira que espera uma recessão em 2020 de entre 2 e 2,5%, enquanto a China registrou o primeiro retrocesso na produção em quase 30 anos, além da queda das vendas no varejo.

A empresa líder mundial do turismo, a alemã TUI, suspendeu a maior parte de suas atividades e a IAG, grupo que possui as companhias aéreas British Airways e Iberia, entre outras, prevê uma redução dos voos de pelo menos 75% entre abril e maio.

Nesta segunda-feira, o número de mortes provocadas pelo novo coronavírus em todo o planeta alcançava 6.501, de acordo com um balanço da AFP com base em fontes oficiais.

- G7 e UE se reúnem por videoconferência -

Desde o início da epidemia foram registrados mais de 168.250 casos de contágio en 142 países ou territórios. A Europa se tornou o epicentro da pandemia, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Agora há mais falecimentos fora da China (3.221) que no país asiático (3.199), berço da epidemia, mas que conseguiu controlar o problema e registrou apenas 16 novos casos nesta segunda-feira, incluindo 12 procedentes do exterior.

A Itália, o país mais afetado na Europa pela pandemia, registrou no domingo um número recorde de 368 mortes em 24 horas, o que elevou o número de vítimas fatais a 1.809.

O primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, pediu uma "coordenação europeia" nas áreas de saúde e economia ante o coronavírus e afirmou que seu país ainda não atingiu o pico de infecções.

"Chegou o momento de tomar decisões corajosas", afirmou em uma entrevista ao jornal Il Corriere della.

O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, anunciou uma videoconferência dos 27 governantes da UE na terça-feira para discutir as ações que devem ser adotadas ante as consequências humanas e econômicas do novo coronavírus.

Na França (127 mortos e 5.423 casos, com mais de 400 pessoas hospitalizadas em estado grave) a situação é "muito inquietante e se agrava rápido", disse nesta segunda-feira o diretor geral de Saúde, Jérôme Salomon.

O governo determinou o fechamento de bares, restaurantes, lojas e centros de ensino, mas manteve as eleições municipais de domingo, que registraram um índice de participação historicamente baixo.

O presidente Emmanuel Macron deve discursar à nação na segunda-feira à noite e anunciar novas medidas.

A Áustria (602 casos no sábado) proibiu as reuniões de mais de cinco pessoas e limitou os deslocamentos. Holanda e Luxemburgo também ordenaram o fechamento de estabelecimentos comerciais e locais públicos, enquanto a Irlanda fechou os pubs.

A Sérvia decretou estado de emergência por tempo indeterminado e vai mobilizar o exército para a luta contra a pandemia. Peru, Bolívia e Equador também adotaram restrições de deslocamento.

A seis monarquias do Golfo, que suspenderam suas conexões aéreas, tem quase mil casos, principalmente no Catar. A primeira morte na região foi registrada no Bahrein.

O Irã, terceiro país mais afetado do mundo, anunciou 129 mortes em 24 horas (853 óbitos no total). As autoridades pediram aos habitantes que "cancelem todas as viagens e permaneçam em casa". O santuário xiita de Machhad foi fechado.

O presidente da Argentina, Alberto Fernández, anunciou em entrevista coletiva, na noite deste domingo (15), a suspensão das aulas e o fechamento das fronteiras do país, ambas as medidas até 31 de março, para frear o novo coronavírus.

"Fechamos as fronteiras da Argentina", disse Fernández, assinalando que a medida vale apenas para quem entra. Não há bloqueio de saídas do território nacional.

Estados Unidos, Reino Unido, Colômbia, Rússia e vários países europeus intensificaram nas últimas horas as medidas para atenuar o impacto da pandemia de coronavírus, que segue avançando em todo o mundo, com exceção da China, e provocando o fechamento de fronteiras e o confinamento de milhões de pessoas.

A pandemia já matou mais de 5.400 pessoas em todo o mundo desde dezembro e o número de contágios supera 143.000.

A China, país de origem da pandemia, com mais de 3.000 mortes, já registra números diários muito reduzidos de contágio e falecimentos. Neste sábado foram apenas 11 infectados. Na Europa, no entanto, a doença está em plena propagação, com mais de 37.000 casos e ao menos 1.500 mortos, especialmente na Itália e na Espanha.

Além disso, a COVID-19 afeta novos países a cada dia. Nas últimas horas, por exemplo, foram registrados os primeiros casos em Ruanda e na Venezuela. O Equador anunciou a primeira morte.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) destacou que é impossível prever quando acontecerá o pico da pandemia. Depois da China, os países mais afetados são Itália, com 1.266 mortos, Irã (611), Espanha (136) e França (79).

O medo da COVID-19 esvazia ruas, confina milhões de pessoas em suas casas nos países mais afetados e transforma as vidas cotidianas. O cumprimento com um beijo, o café no balcão da padaria, reuniões de trabalho, momentos de lazer nos parques ou assistir um filme no cinema se tornaram atos irresponsáveis ou simplesmente impossíveis.

Europa, coração da pandemia

A Europa se tornou o centro da pandemia, segundo a OMS. Em Madri, os bares estavam fechados neste sábado, assim como as lojas, enquanto as praças e ruas estavam desertas, consequência das medidas instauradas pelo governo, que decretou estado de alerta.

Muitos cidadãos correram aos supermercados para comprar alimentos com os quais esperam sobreviver a um confinamento que não sabem quanto tempo deve durar. As lojas de alimentos permanecerão abertas e o governo garante que não permitirá escassez, mas produtos em conserva ou carnes desapareceram das prateleiras.

As principais cidades italianas também estavam desertas. Em Roma, alguns ônibus circulavam praticamente vazios e poucos cidadãos se aventuraram a sair às ruas.

O silêncio foi interrompido na sexta-feira às 18H00, quando os italianos compareceram às varandas para cantar e afastar a tristeza do confinamento. As imagens deste momento deram a volta ao mundo.

Em Paris, locais emblemáticos do turismo como o museu do Louvre ou a torre Eiffel estão fechados.

Os franceses comparecerão às urnas no domingo para eleições municipais, apesar da propagação da epidemia. As medidas de segurança e higiene serão intensificadas durante o horário de votação para evitar os contágios.

Mais fronteiras fechadas 

A pandemia representa um teste para os sistema de saúde dos países europeus mais afetados, como Itália e Espanha.

A fotografia de uma enfermeira italiana exausta, adormecida sobre o teclado de um computador, virou a imagem símbolo do cansaço extremo dos profissionais da área de saúde no norte da Itália, que estão na linha de frente da luta contra o novo coronavírus.

Nos Estados Unidos, horas depois do presidente Donald Trump declarar estado de emergência, a Câmara de Representantes aprovou um pacote de medidas que será enviado ao Senado e que inclui testes gratuitos para todos e licenças médicas remuneradas.

A maior potência econômica do mundo não tem cobertura universal de saúde e milhões de cidadãos não possuem plano de saúde, o que deixa o país mais vulnerável. Os Estados Unidos registraram até o momento 2.000 infectados e 47 vítimas fatais.

Diante da expansão da COVID-19, a Rússia, que tem apenas 45 casos e nenhuma morte, decidiu fechar suas fronteiras terrestres com Polônia e Noruega, depois adotar a mesma medida na fronteira com a China há algumas semanas.

No Reino Unido, o primeiro-ministro Boris Johnson deve anunciar medidas mais drásticas para conter a pandemia. Eventos emblemáticos, como o torneio de tênis de Wimbledon, podem ser cancelados.

Na América Latina, a Colômbia anunciou o fechamento da fronteira com a Venezuela e restringiu a entrada de estrangeiros que passaram pela Europa e Ásia. A Venezuela declarou "estado de alerta" após confirmar os primeiros dois casos e o Uruguai decretou emergência de saúde, assim como o fechamento parcial das fronteiras.

No esporte, mais eventos foram cancelados ou adiados. O Giro de Itália de ciclismo e o Grande Prêmio da Austrália de Fórmula 1 foram cancelados nas últimas horas.

As dúvidas se concentram sobre a celebração da Eurocopa, prevista para junho e julho em 12 países, e sobre os Jogos Olímpicos de Tóquio, com cerimônia de abertura marcada para 24 de julho.

A Turquia manterá abertas suas fronteiras para a Europa, deixando os migrantes passarem, até obter uma resposta "concreta" da União Europeia às suas exigências - afirmou o presidente Recep Tayyip Erdogan nesta quarta-feira (11).

"Manteremos as medidas atualmente em vigor na fronteira até que as expectativas da Turquia (...) recebam uma resposta concreta", frisou Erdogan.

Erdogan citou várias de suas demandas, como um maior apoio financeiro da Europa, que não se exija visto europeu dos turcos, que se abram novos capítulos no processo de adesão de Ancara à UE - hoje em ponto morto -, ou que se modernize a união aduaneira.

"Não pedimos esmola a ninguém. O que queremos é que as promessas se mantenham", completou Erdogan.

Na terça, o presidente turco disse esperar progressos nestas questões durante uma cúpula do Conselho Europeu que será em 26 de março. Também ontem, anunciou que receberá a chanceler alemã, Angela Merkel, e o presidente francês, Emmanuel Macron, em Istambul, na próxima semana, para conversar sobre estas questões.

"Vamos nos reunir em Istambul na semana que vem, terça-feira [17 de março]", informou Erdogan, segundo a agência pública de notícias Anadolu, acrescentando que o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, também poderá participar do encontro.

No final de fevereiro, a Turquia abriu suas fronteiras para a Europa, o que fez milhares de migrantes se concentrarem na fronteira com a Grécia. A situação lembrou a Europa da crise migratória de 2015.

Em seu discurso de hoje, Erdogan criticou o comportamento das autoridades gregas, que impedem violentamente que milhares de estrangeiros entrem no país. Disse ainda que não tem "nenhuma diferença em relação ao que os nazistas faziam".

"Não há qualquer diferença entre o que os nazistas faziam e as imagens que nos chegam da fronteira grega", disse o presidente, classificando as autoridades gregas de "bárbaras" e "fascistas".

A UE acusou a Erdogan de fazer "chantagem" com a questão migratória e pediu a Ancara que respeite os termos de um acordo UE-Turquia firmado em 2016 que prevê que os migrantes fiquem na Turquia em troca de uma ajuda financeira europeia.

Ancara alega, porém, que é necessário atualizar o acordo com os últimos acontecimentos na Síria, sobretudo, na província de Idlib, ao noroeste do país.

Nesta área, um milhão de pessoas se viram deslocadas, devido aos combates desde dezembro.

Turquia já abriga 3,6 milhões de sírios em seu território e teme que este número aumente por causa da crise humanitária em Idlib.

A Grécia impediu a entrada de 9.972 imigrantes na região do rio Evros, fronteira com a Turquia e a Bulgária, entre as 4h da manhã de sábado (29) e o mesmo horário deste domingo (1º). Em reação, o primeiro-ministro grego Kyriakos Mitsotakis convocou uma reunião emergencial da segurança nacional do País.

Somente nas últimas 24 horas, 73 migrantes foram presos, somando os 66 que haviam sido presos anteriormente, segundo comunicado divulgado pelo governo grego. De acordo com a ONU, no sábado, cerca de 13 mil migrantes estavam na fronteira entre os dois países.

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As forças armadas e a polícia gregas reforçaram suas patrulhas ao longo do rio Evros e alertaram os migrantes, através de alto-falantes, que a entrada no País é proibida. A área, no entanto, é muito ampla e difícil de monitorar. As autoridades gregas usam drones para tentar localizar grupos de migrantes e monitorar seus movimentos.

Histórico

A Turquia anunciou na sexta-feira, 28, que abriria as fronteiras terrestres e marítimas para permitir a migração da população à Europa. A decisão reacendeu o medo de uma nova crise migratória semelhante à que abalou o Velho Continente em 2015.

O primeiro-ministro da Grécia, Kyriakos Mitsotakis, afirmou que não vai tolerar nenhuma entrada ilegal de imigrantes provenientes da Turquia em seu país. "Quero ser claro: não será tolerada nenhuma entrada ilegal", escreveu Kyriakos Mitsotakis no Twitter.

Antes, ele também afirmou que a Grécia tinha reforçado a segurança de suas fronteiras com a Turquia após a tentativa de centenas de pessoas cruzarem o posto fronteiriço de Kastanies. O chefe de gabinete grego e o ministro da Proteção ao Cidadão chegaram à região depois que o governo decidiu aplicar mais "severidade" no controle de fronteira.

Na crise migratória de 2015, a Grécia foi a principal porta de entrada na Europa para centenas de milhares de migrantes, principalmente da Síria, para escapar da guerra civil.

(Com agências internacionais)

Os ministros da Saúde dos países vizinhos à Itália se comprometeram nesta terça-feira (25) a manter as fronteiras abertas apesar do surto do novo coronavírus no país, informou o ministro italiano da Saúde, Roberto Speranza.

Os ministros consideram o fechamento de fronteiras algo "ineficaz e desproporcional", indicou Speranza, após reunião com seus homólogos da França, Suíça, Áustria, Eslovênia, Croácia, Alemanha e um representante da União Europeia.

Eles decidiram que "as modificações nas condições de viagem" dos italianos não serão aplicadas. "Estamos falando de um vírus que não reconhece fronteiras. Nenhum país vai agir sozinho", afirmou Speranza.

Em um comunicado conjunto, os ministros e o representante da União Europeia prometeram "compartilhar e padronizar a informação para viajantes que retornarem ou forem para as áreas de risco".

Também irá aumentar o intercâmbio de informações médicas e epidemiológicas, bem como as medidas tomadas para lidar com o surto.

O ministro Speranza explicou que o cancelamento por parte da Itália de voos diretos com destino a ou saídos da China "reduziu bastante" a propagação do vírus, assim como a instalação de aparelhos térmicos nos principais aeroportos.

"As medidas tomadas foram muito rigorosas e sérias. Devemos evitar qualquer alarmismo", disse, após explicar que o cerco sanitário imposto a 11 cidades no norte do país foi decidido por um comitê científico.

O número de casos confirmados de coronavírus na Itália saltou de 25 no sábado para 115 neste domingo, concentrados principalmente na região de Lombardia, região norte que inclui a capital financeira do país, Milão, afirmou o governador de Varese, Attilio Fontana. Milão, porém, tem registro de apenas um paciente.

Quase todos os casos da Itália estão agrupados no norte, com cerca de uma dúzia de cidades em confinamento - o que significa que as pessoas não podem entrar ou sair das fronteiras. Depois da Lombardia, a próxima região mais atingida é Veneto, no nordeste, com pelo menos 17 casos.

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Desde ontem, comércio, missas e eventos esportivos foram fechados ou cancelados. O primeiro caso da doença na Itália foi de um casal chinês que estava de férias em Roma, no início de fevereiro. Até o momento, foram relatadas duas mortes - de idosos no norte. Segundo autoridades, ao menos 18 pessoas estão em Unidades de Terapia Intensiva (UTI).

Os desfiles de moda em Milão seguem normalmente. O estilista Giorgio Armani, porém, comunicou ontem à noite que seu desfile deste domingo seria realizado em um showroom vazio e transmitido para o público da moda pela internet. Esta foi a primeira vez em 45 anos que a marca de Milão tomou uma medida em meio a preocupação com a saúde pública.

Fonte: Associated Press

A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou nesta sexta-feira (31) que o fechamento das fronteiras com a China, onde surgiu um novo coronavírus, seria improdutivo e poderia incentivar as pessoas a viajarem ilegalmente - o que favoreceria a propagação da epidemia.

"Foi dito e reiterado claramente que a Organização Mundial da Saúde não recomenda restrições de viagens e comércio", afirmou um porta-voz da agência, Christian Lindmeier, em uma coletiva de imprensa em Genebra.

"Como outras situações mostraram, como o Ebola, especialmente quando as pessoas querem viajar, elas fazem isso. E, se as fronteiras oficiais não estiverem abertas, elas encontrarão outros pontos de passagem informais", afirmou.

Os países estão cada vez mais preocupados com o vírus. Desde seu surgimento no final de dezembro, o novo coronavírus deixou 213 mortos na China.

Rússia, Singapura e Mongólia anunciaram o fechamento de suas fronteiras para viajantes do gigante asiático, com o objetivo de tentar limitar a propagação da epidemia de pneumonia viral.

Lindmeier destacou, porém: "a única maneira de controlar quem passa pelas fronteiras e monitorar se apresentam sintomas de infecção é fazê-los passar por pontos de passagem oficiais".

O número de pacientes infectados é próximo a 10.000 na China continental, quantidade superior à provocada pela epidemia da Síndrome Respiratória Aguda Severa (SARS) em 2002-2003.

Embora a grande maioria dos casos tenha sido detectada na China, uma centena deles também foi declarada em cerca de 20 países.

A OMS e a China concordaram em enviar uma missão internacional de especialistas, mas seus detalhes são desconhecidos, informou a organização nesta sexta-feira.

A Rússia anunciou nesta quinta-feira (30) que pretende fechar sua fronteira de 4.250 km com a China para combater a propagação do novo coronavírus, que já fez 170 mortos.

"Uma ordem foi assinada hoje e entrou em vigor. Vamos informar a todos sobre as medidas tomadas para fechar a fronteira no Extremo Oriente", disse o primeiro-ministro Mikhail Michustin, citado no site do governo.

"Precisamos fazer de tudo para proteger nosso povo", justificou. Segundo o governo, a Rússia encerrará a partir de sexta-feira suas passagens terrestres com a China. Não foi informado se esse fechamento também se refere aos portos.

Em comunicado, o ministério russo das Relações Exteriores anunciou a suspensão nesta quinta-feira da emissão de vistos eletrônicos para chineses nos pontos de passagem no Extremo Oriente, no enclave europeu de Kaliningrado e na segunda maior cidade do país, São Petersburgo.

As autoridades também pediram aos russos que se abstenham de qualquer viagem à China, "a menos que seja absolutamente necessário". O primeiro-ministro também ordenou a criação de uma "célula operacional" para impedir a propagação do novo coronavírus.

A entidade será composta por membros do governo, chefes dos serviços de controle sanitário e de proteção aos consumidores, altos funcionários da segurança e o CEO da Aeroflot, a principal companhia aérea russa. Moscou ainda não registrou caso em seu território de pacientes infectados com o coronavírus.

Muitos chineses, turistas e trabalhadores estão presentes na Rússia e especialmente na Sibéria e no Extremo Oriente. Eles também usam extensivamente os aeroportos russos como ponto de trânsito para os países europeus.

Nicolás Maduro, anunciou nesta sexta-feira (5) que deu a ordem às Forças Armadas para realizar novos exercícios militares, no dia 24 de julho, para defender as fronteiras da Venezuela.

"Eu dei ordens para novos exercícios militares, exercícios militares que serão desenvolvidos em 24 de julho (...) para a defesa do Mar do Caribe, as costas venezuelanas e as fronteiras venezuelanas, especialmente para testar nossos planos de defesa nacional", disse Maduro.

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A exposição “Da Ação à Palavra”, da Organização Internacional Médicos Sem Fronteiras (MSF), abriu as portas em Belém. A mostra apresenta 15 fotografias da atuação da MSF desde a origem, na guerra de Biafra (conflito separatista na Nigéria, no fim dos anos 60, que provocou um milhão de mortes), até as crises atuais no Iêmen e no Mediterrâneo. A exposição está no Teatro Estação Gasômetro e vai até 25 deste mês, sempre de terça-feira a domingo, das 9 às 18 horas.

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Além da exposição, o MSF abriu um calendário de atividades na capital, em parceria com a Secretaria de Cultura do Estado do Pará (Secult) e a Cargosoft. A mostra clareia crises esquecidas e realidades em que a ajuda humanitária é a única forma de populações terem acesso a cuidados de saúde. “Falar sobre isso é uma missão do MSF, porque o silêncio diante dessas situações pode significar a morte de milhares de pessoas. Muitas vezes é preciso falar sobre as crises esquecidas e negligenciadas para atrair mais ajuda a essas pessoas”, disse Diogo Galvão, coordenador de eventos de MSF.

Segundo Diogo, a proposta do MSF é, além de salvar vidas e aliviar o sofrimento da população, dar voz e divulgar abusos. “Na nossa essência está a comunicação. A gente desenvolve diversas iniciativas nessa área, entre elas atividades como exposições. A proposta é trazer a comunicação sobre as principais crises humanitárias em que a gente atuou. Belém esteve na nossa rota. A gente faz esse tipo de atividade pelo país todo. Identificamos que seria muito interessante essa parceria com a cidade, com a Secretaria da Cultura, receber a exposição”, explicou o coordenador.

No mesmo dia da abertura da exposição (31), o MSF promoveu uma sessão de cinema com o filme “Fogo nas Veias”, de Dylan Mohan Gray, no auditório do Sindicato dos Médicos do Pará (Sindmepa). Após o filme houve debate sobre o documentário. “Ele fala (o filme) da luta do médico sem fronteira para tornar os medicamentos contra HIV disponíveis para uma população altamente vulnerável. A gente percebe que durante muitos anos o HIV só podia ser tratado por pessoas que podiam pagar pelo remédio e existia uma grande dúvida em relação à necessidade e à possibilidade de as pessoas mais pobres terem acesso ao tratamento”, explicou Rafael Sacramento, médico infectologista que trabalhou enfrentando o HIV em Moçambique, com os médicos sem fronteiras, e debatedor.

Segundo Rafael, o bom resultado da atuação do MSF, que começou em 1996, é fruto da luta pela quebra de patente para tornar os medicamentos disponíveis para as pessoas que não podiam pagar. “O que a gente vive hoje, as pessoas vivendo com HIV, a gente considerar o HIV uma doença crônica, é tudo fruto disso, e esse filme retrata o processo histórico que a gente precisou enfrentar, lutando contra o monopólio das indústrias farmacêuticas, lutando contra essa visão da doença da pessoa como lucro”, afirmou o médico.

Rafael explica que o Médicos sem Fronteiras continua na luta com a campanha de acesso aos medicamentos. “A gente sabe que existe um comércio dos medicamentos. Os medicamentos vão para as prateleiras das farmácias custando muito mais do que o necessário para produzi-los”, disse.

O MSF é uma organização humanitária internacional que leva cuidados de saúde a pessoas afetadas por graves crises humanitárias. Existe deste 1971, quando foi criada por jovens médicos e jornalistas, na França. Os criadores da MSF atuaram como voluntários no fim dos anos 60 em Biafra, na Nigéria, onde perceberam as limitações da ajuda humanitária internacional.

A organização associa ajuda médica e sensibilização do público sobre o sofrimento de seus pacientes, para dar visibilidade a realidades que precisam de atenção e mudança emergencial. Em 1999, o MSF recebeu o prêmio Nobel da Paz e está presente em mais de 70 países. Conta com mais de 45 mil profissionais de diversas áreas e nacionalidades e 96% de seu financiamento vêm de doações de indivíduos e da iniciativa privada.

Profissionais de jornalismo e estudantes de comunicação também participaram do seminário “Comunicando Crises Humanitárias – Como cobrir conflitos armados, desastres naturais e epidemias”, na manhã de sábado (1), no Sindicato dos Médicos do Pará (Sindmepa). “O seminário mostrou o trabalho de produção de conteúdo de MSF nesses contextos, falou do tipo de comunicação e cuidados com as mensagens sobre essas populações mais vulneráveis, além de trazer ao público depoimentos em vídeo de profissionais de imprensa que estiveram em campo realizando a cobertura de algumas crises humanitárias”, explicou o coordenador de Imprensa de MSF, Paulo Braga.

O seminário contou ainda com a sessão “Talk-Show com MSF”, que foi conduzido por Renata Ferreira, jornalista e professora da UNAMA - Universidade da Amazônia, e teve como entrevistados Rafael Sacramento, o médico infectologista, e Junia Cajazeiro, pediatra. Ambos são profissionais de MSF e atuaram em projetos da organização na África, Oriente Médio e Ásia.

Quem tiver interesse m conhecer mais sobre a Organização, basta acessar o site https://www.msf.org.br/

Serviço

 Exposição "Da Ação á Palavra".

Local: Teatro Estação Gasômetro – Avenida Magalhães Barata, 830 - São Brás, Belém. Data: de 31/05 (sexta-feira) a 25/06 (terça-feira). Horário: Terça a domingo, das 9h às 18h (horários podem variar conforme agenda de atividades do teatro). Entrada: gratuita.

 

A Venezuela anunciou nesta sexta-feira, 10, a reabertura de sua fronteira terrestre com o Brasil e a fronteira marítima com Aruba, fechadas desde fevereiro antes da tentativa da oposição de entrar com ajuda humanitária no país, informou o vice-presidente de Economia, Tareck El Aissami.

"As fronteiras com o Brasil e Aruba são mais uma vez restauradas", disse El Aissami na televisão estatal, destacando, no entanto, que as fronteiras com a Colômbia e as outras Antilhas Holandesas permanecerão fechadas.

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Apesar de a divisa com a Colômbia permanecer oficialmente fechada, diariamente milhares de venezuelanos continuam se deslocando para o país vizinho por meio de rotas ilegais, conhecidas como "trochas", para driblar as dificuldades da crise econômica no país socialista.

El Aissami esclareceu que as fronteiras com Bonaire e Curaçao não serão reabertas "até que os dois países acabem com as hostilidades" em relação ao governo de Nicolás Maduro.

Maduro havia ordenado o fechamento total dos limites terrestres com o Brasil e a Colômbia e dos marítimos e aéreos com as Antilhas holandesas em fevereiro, dias antes da tentativa da oposição de levar ajuda humanitária - com apoio dos EUA - aos venezuelanos.

El Aissami afirmou que Caracas precisou tomar essa medida para evitar uma "tentativa de violação da soberania nacional" da Venezuela, mas ratificou o interesse do governo Maduro de dialogar com os países vivinhos. "Estendemos nossas mãos para o diálogo sincero", completou. (Com agências internacionais).

O ex-presidente dos Estados Unidos George W. Bush garantiu nesta segunda-feira que a imigração é uma "benção e uma força", num contexto em que congressistas enfrentam Donald Trump na questão do financiamento de muro fronteiriço com o México.

O político republicano, que se manteve de fora do foco desde que deixou a Presidência em 2009, não criticou explicitamente Trump nem sua política sobre o muro.

Durante uma cerimônia de nacionalização de 51 novos cidadãos americanos no Centro Presidencial George W. Bush, em Dallas, no estado do Texas, o 43º presidente dos Estados Unidos pediu uma reforma das leis migratórias, classificadas como "obsoletas e ineficazes".

Mas também enfatizou que as "fronteiras não são arbitrárias e precisam ser respeitadas".

"Em meio a todas as complicações da política, nunca podem esquecer a imigração é uma benção e uma força", disse Bush.

"Espero que as autoridades em Washington possam reduzir a retórica, deixar de lado a política e modernizar nossas leis de imigração em breve", acrescentou.

Os comentários de Bush foram feitos quando o Congresso e a Casa Branca se preparam para uma disputa judicial, após Trump declarar emergência nacional para financiar a construção de um muro na fronteira entre os Estados Unidos e o México.

O governo americano garantiu, nesta terça-feira (5), que está preparado para evitar que uma nova "caravana" de migrantes centro-americanos entre no país, com o presidente Donald Trump anunciando no Twitter que mais tropas foram enviadas para a fronteira.

As advertências surgem, enquanto Trump prepara o discurso sobre o Estado da União que pronunciará diante do Congresso esta noite. A expectativa é de que ele faça referência à sua batalha contra a imigração para conseguir a desejada verba para construir um muro na fronteira com o México.

"Uma grande quantidade de pessoas está subindo do México com a esperança de inundar nossa fronteira sul. Enviamos nossos reforços militares. Construiremos um muro humano, se for necessário. Se tivéssemos um muro de verdade, isso não aconteceria!", tuitou Trump.

Os republicanos têm de estar preparados "para fazer o que for necessário" para a segurança fronteiriça, levando-se em conta a oposição dos democratas ao muro, acrescentou.

A secretária de Segurança Interna, Kirstjen Nielsen, acompanhou o tom dos tuítes do presidente e, em um comunicado, disse que "2.000 'aliens' (termo pejorativo usado para se referir aos imigrantes em situação irregular nos EUA) chegaram ao norte do México como parte de uma 'caravana' que pretende cruzar a fronteira para o Texas".

"A entrada ilegal não será permitida, e estamos preparados para evitá-la", acrescentou.

Nielsen afirma que as caravanas "são o resultado do fracasso indesculpável do Congresso em financiar completamente uma barreira física necessária e a pouca disposição para corrigir normas obsoletas que atuam como ímã de 'aliens' ilegais".

"Esta crise não será solucionada até que tenhamos uma segurança fronteiriça integral", concluiu.

Trump pediu 5,7 bilhões de dólares para construir um muro fronteiriço, provocando um "shutdown" de 35 dias no governo, em uma tentativa frustrada de pressionar os democratas a aprovarem essa verba como parte de um acordo orçamentário.

O presidente ameaçou declarar emergência nacional e usar os recursos do Pentágono para financiar a construção do muro, se o Congresso continuar resistindo.

No domingo, no Pentágono, Trump disse que mandaria mais 3.750 soldados para a fronteira, elevando o efetivo mobilizado para 4.330.

Ao entrar no Brasil, cada estrangeiro se apresenta às autoridades migratórias e informa o motivo da visita ao país. Se o motivo for turismo, o visitante recebe um visto válido por até dois meses. Se o objetivo for morar temporariamente no Brasil, é preciso preencher um cadastro pela internet para ter direito a permanecer no país por até dois anos. O visto é emitido em até cinco dias e pode ser renovado. Atualmente 1,1 milhão de pessoas estão em uma dessas situações.

Para ser reconhecida como refugiada – como 7 mil residentes no Brasil –, a pessoa precisa provar que sofre algum tipo de perseguição, por motivos como opinião política, nacionalidade ou religião. “Do ponto de vista jurídico, ambas as alternativas conferem direitos e garantias aos imigrantes”, afirma o diretor do Departamento de Migrações do Ministério da Justiça, André Furquim. “O nosso desafio é fazer com que o imigrante conheça a distinção entre ambos os institutos e, encarando a situação que está vivenciando, opte por aquela alternativa que lhe melhor convier.”

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Devido à onda migratória na Venezuela, os postos de triagem montados pela Operação Acolhida nas cidades de Pacaraima e Boa Vista, ambas em Roraima, orientam quem cruza a fronteira. Agentes da ONU Migração prestam atendimento aos imigrantes sobre quais documentos são necessários para solicitar vistos de turista ou de residente, enquanto representantes do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) informam sobre as circunstâncias para requerer o status de refugiado.

Em visita às instalações da operação, em Roraima, a secretária nacional de Justiça, Maria Hilda Marsiaj, disse que “os pedidos de refúgio se acumulam porque precisam ser analisados minuciosamente e, muitas vezes, já não cumprem os requisitos”. Entre as exigências está a de que a pessoa só pode retornar ao país de origem com a permissão das autoridades brasileiras. Sem a autorização, ela perde o direito ao refúgio.

“O pedido de refúgio é mais complexo, porque é preciso comprovar a existência desse temor e relatar pessoalmente para um servidor do Ministério da Justiça, que vai procurar saber se existe mesmo a realidade que o solicitante conta no país de origem dele”, explica o coordenador-geral do Comitê Nacional para os Refugiados (Conare), Bernardo Lafeté. O Conare é vinculado ao Ministério da Justiça.

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