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Portugal prorrogou as restrições fronteiriças para turistas até 15 de abril, uma medida adotada no fim de janeiro para conter a propagação de covid-19, anunciou neste domingo (4) o Ministério do Interior.

Em coordenação com a Espanha, Portugal decidiu prorrogar "os controles nas fronteiras terrestres e fluviais" até meados do mês, informou o governo português, acrescentando que o transporte ferroviário também continuará suspenso até a data.

A medida não se aplica nem ao transporte de mercadorias, nem aos trabalhadores transfronteiriços ou aos serviços de emergência.

Tampouco impede aos portugueses e pessoas com permissão de residência retornar ao país, nem a saída de cidadãos estrangeiros, explicou o ministério.

Depois de dois meses de confinamento generalizado para enfrentar a terceira onda da pandemia, Portugal começou a suspender gradualmente as restrições em meados de março em função dos setores de atividade.

Assim, na segunda-feira está prevista a reabertura de museus, escolas de ensino médio e áreas externas de cafeterias. A suspensão do confinamento se prolongará até maio.

No fim de janeiro, o país, de 10 milhões de habitantes, registrava quase 16.500 casos diários de covid-19, mas a situação melhorou bastante desde então.

Segundo o último balanço oficial, publicado neste domingo, foram reportados quatro óbitos e 193 novos casos do coronavírus nas últimas 24 horas.

Mesmo assim, as autoridades decidiram manter as restrições a viajantes em visita a Portugal e os voos com o Brasil e o Reino Unido estão suspensos para limitar a propagação de novas variantes, mais contagiosas, detectadas inicialmente nestes países.

Os viajantes que chegarem a Portugal por terra, procedentes de países com taxa de incidência de covid-19 igual ou superior a 500 casos por 100.000 habitantes (como França, Itália, Hungria e Suécia) deverão manter 14 dias de quarentena em sua chegada, informou o ministério.

A Alemanha adotará controles mais severos "nos próximos 8 e 14 dias" em suas fronteiras terrestres, sobretudo, com França, Dinamarca e Polônia, para pedir aos viajantes seus testes de covid e, com isso, tentar frear a pandemia - anunciou o ministro do Interior nesta terça-feira (30).

"Tanto faz de onde são procedentes: da Polônia, da França, ou da Dinamarca. Todos devem saber que podem ser controlados", declarou o ministro Horst Seehofer em uma entrevista coletiva.

Ele destacou que os controles serão aleatórios e feitos em território alemão, após passagem pela fronteira.

Os controles acontecerão em uma faixa de até 30 km no território alemão a partir da fronteira e serão reforçados durante o fim de semana de Páscoa.

O ministro destacou que os policiais não poderão forçar o retorno a seus países das pessoas que infringem as normas, mas poderão impor multas a quem não mostrar um teste negativo feito há menos de 48 horas ou a quem não preencheu o formulário eletrônico antes de entrar no país.

As pessoas que procedem de uma zona de "alto risco", como a França, terão que respeitar uma quarentena de 10 dias em sua chegada.

A Austrália irá prorrogar por três meses, até 17 de junho, o fechamento de suas fronteiras, para evitar a entrada do novo coronavírus, após um ano de isolamento. Segundo o ministro da Saúde, Greg Hunt, autoridades da área assinalaram ao governo que "a situação da Covid-19 no exterior segue gerando um risco inaceitável de saúde pública no país, devido à emergência das variantes mais contagiosas.

A Austrália fechou as fronteiras aos estrangeiros no começo da pandemia, salvo em casos especiais, e impôs um limite semanal no número de cidadãos do país que desejavam voltar para casa, o que deixou dezenas de milhares de pessoas bloqueadas no exterior. Os viajantes que entram na Austrália têm que gastar milhares de dólares para cumprir 14 dias de quarentena em hotéis.

O país tem obtido sucesso no controle da propagação da Covid-19, com menos de 29 mil casos registrados em uma população de 25 milhões de pessoas, que vivem atualmente com poucas restrições.

O Ministério da Justiça corrigiu portaria publicada na última quinta-feira (18) na qual autoriza o emprego da Força Nacional de Segurança Pública em apoio ao governo do Acre, auxiliando as agências de segurança pública estaduais. A portaria publicada na semana passada dizia que a Força Nacional iria ajudar nas atividades de "bloqueio excepcional e temporário de entrada no País de estrangeiros".

O ato publicado no Diário Oficial da União desta segunda-feira (22) altera exatamente esse ponto da medida anterior e diz que a Força Nacional irá auxiliar nas "atividades de bloqueio excepcional e temporário de saída do País de estrangeiros, em caráter episódico e planejado, por 60 dias, a contar de 18 de fevereiro de 2021 até 18 de abril de 2021".

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Conforme o Estadão/Broadcast noticiou, o Acre chegou ao sexto dia do decreto de situação de emergência neste domingo, 21, em um cenário de enchente recorde, surto de dengue, pandemia da covid-19 e crise migratória na fronteira com o Peru.

Há cerca de uma semana, segundo o governo local, cerca de 400 imigrantes, a maioria do Haiti e da Venezuela, estão acampados nas proximidades da Ponte da Amizade para tentar o retorno aos países de origem, o que não é possível em razão do fechamento das fronteiras desde o ano passado, para restringir o ingresso de estrangeiros e assim conter a disseminação do novo coronavírus.

A Índia informou, neste domingo (21), que suas tropas e as da China concluíram a retirada de uma zona em disputa de sua fronteira no Himalaia, após meses de intensas tensões.

Ambos vizinhos e com armas nucleares, travaram uma guerra fronteiriça em 1962 e, há muito tempo, acusam-se mutuamente de tentar avançar suas fronteiras - o que nunca foi tratado de forma adequada - na região indiana de Ladakh, perto do Tibete.

O último conflito em meados de junho de 2020 terminou em 20 soldados indianos mortos no estratégico Vale do Rio Galwan, em Ladakh.

Na sexta-feira, oito meses depois, Pequim anunciou que quatro de seus soldados morreram nesse confronto. Foi sua primeira confirmação sobre baixas.

Após nove rodadas de negociações militares de alto nível, o ministro indiano da Defesa, Rajnath Singh, declarou na semana passada que ambos os lados se comprometeram a se retirar da área do lago Pangong.

Ontem, na 10ª rodada de negociações, o Ministério da Defesa da Índia manifestou que "ambas as partes consideraram positivo finalizar sem problemas a retirada de tropas da linha de frente na área do Lago Pangong".

Israel vai prolongar o fechamento de suas fronteiras por duas semanas como parte da luta contra a covid-19, anunciaram nesta quinta-feira (18) o Ministério da Saúde e o gabinete do primeiro-ministro em um comunicado conjunto.

"O governo votou a favor da prorrogação do fechamento das fronteiras por 14 dias, até 6 de março", informou o comunicado.

Israel suspendeu voos internacionais em 24 de janeiro para tentar enfrentar a pandemia e, posteriormente, fechou os pontos de fronteira com Egito e Jordânia.

Dessa forma, os voos internacionais não serão retomados no dia 21 de fevereiro, conforme planejado, e as fronteiras terrestres continuarão fechadas, salvo casos excepcionais.

No entanto, o governo autorizou a chegada de seis voos especiais com imigrantes judeus a bordo, da França, Rússia, Ucrânia, Etiópia e América Latina, entre os dias 23 e 26 de fevereiro, segundo o Ministério da Imigração.

Na última segunda-feira, o país começou a aliviar as medidas de restrição impostas para conter a pandemia do novo coronavírus.

A partir de 21 de fevereiro, lojas, shopping centers, museus e livrarias serão reabertos; hotéis poderão isso a partir de 7 de março se os casos continuarem a diminuir.

Com nove milhões de habitantes, Israel registrou mais de 741.000 casos da covid-19 e 5.501 mortes.

A Alemanha fechou neste domingo (14) grande parte de suas fronteiras com a República Tcheca e o Tirol austríaco para tentar conter a propagação das variantes do coronavírus, o que provocou desentendimentos com a União Europeia.

"As pessoas que não fazem parte das poucas exceções autorizadas não poderão entrar" no território alemão, alertou o ministro do Interior, Horst Seehofer, na edição de domingo do jornal Bild.

Em meio a temperaturas congelantes, no posto fronteiriço de Kiefersfelden, na fronteira da Áustria, a polícia filtrava a circulação meticulosamente neste domingo.

Os únicos que estão autorizados a passar são os cidadãos alemães, os residentes no país e os trabalhadores fronteiriços essenciais, assim como o transporte de mercadorias, com a obrigação de apresentar um teste PCR negativo para o coronavírus.

- Trens interrompidos -

Para garantir os controles, mais de 1.000 policiais foram mobilizados. A empresa ferroviária Deutsche Bahn suspendeu as conexões com essas áreas e nesta manhã a polícia realizava controles nas chegadas do aeroporto de Frankfurt.

O governo alemão impôs essas restrições devido ao temor de uma nova onda de contágios por conta das variantes do vírus britânica e sul-africana.

Berlim considera como áreas de alto risco a República Tcheca, Eslováquia e a região austríaca do Tirol.

Em breve, as autoridades alemãs poderiam também instaurar controles com a vizinha região francesa da Mosela, onde também foi detectada uma forte circulação das variantes do vírus.

Na República Tcheca, vários motoristas se apressaram para cruzar a fronteira no sábado, antes da entrada em vigor das medidas.

"Temos curiosidade para saber o que vai acontecer depois, já que fazer um teste por semana, e ainda pagar por ele, seria um desastre", disse à AFP Milan Vaculka, um caminhoneiro que precisava atravessar a fronteira para chegar na França.

- Medidas "erradas" -

A União Europeia (UE) não está de acordo com essas restrições, temendo que, assim como aconteceu na primavera passada, cada país do bloco olhe para si mesmo para conter a pandemia.

"Posso entender o medo das mutações do coronavírus, mas é preciso dizer a verdade, que o vírus não será contido com as fronteiras fechadas", lamentou neste domingo a comissária europeia da Saúde, Stella Kyriakides, no jornal alemão Augsburger Allgemeine.

"A única coisa que ajuda são as vacinas e as medidas de prevenção sanitárias e, na minha opinião, é errado voltar a ser como era em março de 2020, para uma Europa de fronteiras fechadas", acrescentou.

A Alemanha acabou de decidir manter o confinamento parcial de sua população até pelo menos 7 de março.

A Austrália deverá manter as fronteiras fechadas durante a maior parte de 2021, mesmo que a maioria da sua população de 25 milhões de pessoas seja vacinada nos próximos meses.

"Acredito que teremos restrições fronteiriças significativas durante a maior parte deste ano, mesmo que a maioria da população seja vacinada. Não sabemos se (a vacina) irá impedir a transmissão do vírus", disse o secretário do Ministério da Saúde, Brendan Murphy.

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De acordo com pesquisa feita no mês passado pela empresa de consultoria Roy Morgan, cerca de 75% da população australiana, que iniciará o seu programa de vacinação contra covid-19 em meados de fevereiro, pretendem ser imunizados contra o  novo coronavírus. As autoridades australianas buscam determinar a segurança das vacinas.

A Austrália tem mantido as suas fronteiras internacionais fechadas desde março de 2020 e só permite a entrada dos seus residentes e cidadãos, alguns dos seus familiares mais próximos, diplomatas e outras exceções.

As autoridades australianas anunciaram, nesse fim de semana, que vão disponibilizar 20 voos "charter" para repatriar alguns dos mais de 30 mil residentes e cidadãos australianos no estrangeiro, depois de a companhia aérea Emirates ter anunciado que iria suspender os voos para Melbourne, Sidney e Brisbane.

Qualquer pessoa que entre no país está sujeita a uma quarentena obrigatória de 14 dias, como é o caso dos tenistas que participam do Open da Austrália, agendado entre 8 e 21 de fevereiro.

Até a data, 72 jogadores foram forçados a ficar confinados em seus quartos de hotel em Melbourne. Todos os jogadores que viajaram para participar do Open da Austrália estão obrigados a fazer quarentena, embora possam treinar, sob supervisão, durante o máximo de cinco horas.

*Com informações da RTP

Catar e Arábia Saudita reabriram, neste sábado (9), sua fronteira terrestre, informaram fontes do Catar à AFP, dias após a retomada das relações entre o pequeno emirado e vários de seus vizinhos que o boicotaram por três anos e meio.

Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Bahrein e Egito romperam relações com o Catar em junho de 2017, acusando-o de ser muito próximo de seus adversários iraniano e turco e de apoiar islamitas, fatos que Doha sempre negou.

Esses quatro países árabes anunciaram o fim da crise na terça-feira, com o fim do boicote diplomático e econômico a Doha, em cúpula em Al Ula, na Arábia Saudita.

"Sim, a fronteira está aberta", disse uma fonte do Catar. Outra fonte confirmou a retomada da circulação por volta das 07h00 GMT (4h00 de Brasília) na passagem de fronteira de Abu Samrah, 120 km ao sul de Doha.

"Eles deixam passar para o lado do Catar", disse uma testemunha na fronteira no sábado.

Em 4 de janeiro, o Kuwait, mediador da crise do Golfo, anunciou que o reino saudita havia concordado em reabrir todas as suas fronteiras com o Catar. Na quinta, um avião da Qatar Airways sobrevoou o reino, segundo a empresa.

Devido às rígidas medidas de controle no Catar em função da pandemia de Covid-19, quem chega da Arábia Saudita terá que apresentar teste negativo para o vírus, fazer outro exame na fronteira e se isolar por uma semana em um hotel.

Os Emirados Árabes Unidos vão reabrir suas fronteiras ao Catar a partir de sábado (9), anunciou a agência oficial WAM, após mais de três anos e meio de fechamento devido a um embargo imposto ao emirado por vários de seus vizinhos.

Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Bahrein e Egito romperam relações com o Catar em junho de 2017, acusando-o de chegar a acordos com seus adversários iraniano e turco e de apoiar islamitas, o que Doha nega.

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Os Emirados Árabes Unidos serão os primeiros a reabrir suas fronteiras, depois que esses quatro países árabes anunciaram na terça-feira o fim da crise, com o levantamento do boicote diplomático e econômico a Doha.

Os Emirados "trabalharão para abrir todas as fronteiras terrestres, marítimas e aéreas" aos movimentos de e para o Catar, disse Khalid Abdulá Belhul, subsecretário do Ministério das Relações Exteriores, citado nesta sexta-feira pela agência WAM.

As medidas de abertura entrarão em vigor no sábado, dia 9 de janeiro, segundo a agência.

Os Emirados Árabes Unidos não têm fronteira terrestre com o Catar, país do qual estão separados pela Arábia Saudita.

Em 4 de janeiro, o Kuwait, mediador da crise do Golfo, anunciou que a Arábia Saudita havia concordado em reabrir todas as suas fronteiras com o Catar, mas essa reabertura ainda não aconteceu.

“Todo ser humano tem o direito de deixar qualquer país, inclusive o próprio, e a esse regressar.” A frase é do artigo 13 da Declaração Universal dos Direitos Humanos, documento histórico adotado pelas Nações Unidas (ONU) em 1948 e que delineou as prerrogativas básicas de uma pessoa, de qualquer pessoa, independentemente de sua origem, cor, etnia, religião ou classe social.

Ignorada sistematicamente em muitos países ao longo dos últimos 72 anos, essa premissa se viu diante de uma barreira inédita em 2020: a pandemia do novo coronavírus, que levou governos mundo afora a fecharem fronteiras para conter um agente infeccioso que, até agora, segue incontrolável.

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Segundo relatório da Organização Internacional para as Migrações (OIM), em meados de julho mais de 2,75 milhões de migrantes estavam “presos” no meio de suas viagens por causa da Covid-19, sem conseguir voltar para casa e muitas vezes com vistos e permissões de estadia vencidos.

Se as restrições a deslocamentos nacionais e internacionais se tornaram uma ação consagrada e amparada pela ciência para enfrentar a pandemia, há quem veja o uso da Covid-19 por governos como desculpa para impedir a entrada de refugiados e migrantes forçados, cujo direito de “procurar e de gozar asilo em outros países” é estabelecido no artigo 14 da Declaração Universal dos Direitos Humanos.

“Tanto migrantes voluntários como refugiados sofreram impactos na pandemia. Na fronteira dos Estado Unidos com o México, pessoas que antes ficavam esperando o pedido de refúgio ou migração, mas tinham uma resposta no horizonte, mesmo no governo Trump, hoje não têm horizonte. Estão lá e não sabem até quando vão esperar”, diz Luís Renato Vedovato, pesquisador associado do Observatório das Migrações em São Paulo, grupo ligado à Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

Já na América do Sul, o governo Bolsonaro proibiu a entrada de estrangeiros no Brasil por via terrestre, embora tenha ignorado a via aérea, reconhecidamente aquela por meio da qual o coronavírus se espalhou por quase todos os países do mundo.

Uma portaria de 12 de novembro ainda diz que o descumprimento da proibição pode causar a “inabilitação de pedido de refúgio”, trecho que mira sobretudo venezuelanos.

“O interessante é que o governo fechou a fronteira terrestre, mas não a aérea, e o vírus se dissemina mais na aérea do que na terrestre. A ideia talvez fosse fechar a fronteira para diminuir a pressão sobre o sistema de saúde, mas a conduta do governo federal até agora não é a de reconhecer a existência de uma pandemia que preocupe”, acrescenta Vedovato.

Itália

Na Itália, um dos países mais atingidos pela pandemia em todo o mundo, o número de chegadas de migrantes forçados e refugiados via Mediterrâneo cresceu quase 200% até 24 de dezembro de 2020 (11.439 em 2019 e 34.001 neste ano), mas isso se deve sobretudo ao aumento no contingente de tunisianos, já que ONGs sofreram severas restrições para operar no mar.

Segundo o Ministério do Interior italiano, a Tunísia, que fica a pouco mais de 100 quilômetros da ilha de Lampedusa em linha reta, responde por quase 40% dos desembarques de migrantes forçados no país europeu em 2020, contra 23% em 2019.

Por outro lado, as ONGs que atuam no Mediterrâneo reclamam de restrições impostas pelo governo da Itália durante a pandemia. “No período de lockdown [março a maio], paramos todas as nossas operações. Utilizamos aquele tempo para criar protocolos de contenção para continuar fazendo socorro no mar. Infelizmente, ações de nível institucional não ajudaram, e algumas atrapalharam ainda mais”, diz à ANSA Giorgia Linardi, porta-voz da entidade alemã Sea Watch na Itália.

Em 7 de abril, um decreto do governo estabeleceu que os portos italianos não podiam mais ser enquadrados como “lugares seguros” para náufragos - convenções internacionais determinam que uma missão de resgate marítimo é concluída somente com o desembarque dos sobreviventes no porto seguro mais próximo, função que, por questões geográficas, recai sobretudo em Itália e Malta no Mediterrâneo Central.

“O decreto de 7 de abril é um emblema do uso da pandemia como desculpa”, afirma Linardi. Além disso, o governo passou a colocar migrantes, refugiados e tripulantes de navios de ONGs em quarentena obrigatória de 14 dias após missões de socorro.

“Nenhum outro tipo de navio teve de fazer quarentena ao entrar na Itália”, ressalta a porta-voz da Sea Watch, acrescentando que, na visão da entidade, o país também nunca deixou de ter os requisitos para ser considerado “porto seguro”.

A quarentena obrigatória é realizada em balsas comerciais alugadas pelo governo italiano justamente para esse fim. Para a ONG, essa prática comporta uma limitação do direito à liberdade de movimento, já que é aplicada exclusivamente em migrantes e refugiados salvos no mar. “Teria sido possível organizar o acolhimento em terra”, diz Linardi.

A Sea Watch voltou ao mar em junho, logo após o fim do lockdown, mas fez uma única missão com o navio Sea Watch 3, que acabou apreendido pela Guarda Costeira italiana. Já a embarcação Sea Watch 4 foi interditada pelas autoridades em setembro.

O argumento da Guarda Costeira é de que esses navios apresentam “diversas irregularidades de natureza técnica e operacional que comprometem a segurança da tripulação e das pessoas resgatadas a bordo”.

No entanto, de acordo com Linardi, as autoridades italianas cobram um certificado para operar em áreas “SAR” (sigla em inglês para “busca e salvamento”), algo que não é exigido na Alemanha, país de origem da ONG. “A Itália se esquece ou decidiu não considerar que nossos navios têm bandeira estrangeira, então não estão sujeitos à jurisdição de outro país”, diz a porta-voz.

Outras entidades, como a SOS Méditerranée, enfrentaram o mesmo problema: o navio Ocean Viking ficou cinco meses apreendido na Sicília e só recebeu autorização para voltar ao mar em 21 de dezembro.

“As nossas equipes trabalharam dia e noite para que o navio pudesse zarpar e salvar vidas novamente. Enquanto isso, centenas de pessoas morreram no mar. [...] Repentinamente, os navios de ONGs não são mais considerados suficientemente seguros pelas autoridades italianas”, comentou Frédéric Penard, diretor de operações da SOS Méditerranée, em nota oficial.

Hábito

Para o professor Luís Renato Vedovato, o fechamento de fronteiras acabou sendo “naturalizado” durante a pandemia, e “quem mais sofre são migrantes e refugiados”.

“As consequências mais preocupantes vão recair sobre as pessoas que migram porque precisam. A tendência é que a gente veja cada vez mais preocupação sanitária nas fronteiras. Para entrar em um país, vou ter de apresentar uma lista de vacinas e exames”, afirma.

Nesse contexto, populações forçadas a sair de seus territórios podem enfrentar ainda mais problemas para se recolocar. “Vejo consequências devastadoras nessa área, mas, ao mesmo tempo, pode ser que haja um fortalecimento de organismos internacionais que trabalham com migrantes forçados”, ressalta Vedovato. 

Da Ansa

O governo britânico, que mantém conversações com as autoridades francesas para permitir a retomada do tráfego de mercadorias interrompido após a descoberta de uma mutação do coronavírus, afirmou nesta terça-feira (22) que considera a possibilidade de fazer testes de Covid-19 nos caminhoneiros.

"Estamos em conversações com nossos colegas franceses e encontraremos uma solução", afirmou a ministra do Interior, Priti Patel, ao canal Sky News.

"Faz parte da discussão organizar testes de diagnóstico nos portos britânicos antes da saída", completou.

A França suspendeu a partir de domingo (20) à noite e durante 48 horas todas as chegadas procedentes do Reino Unido após a descoberta no país de uma variante mais contagiosa da Covid-19, que provocou um repentino terceiro confinamento de Londres e partes do sudeste da Inglaterra.

De acordo com Patel, 650 caminhões estão atualmente bloqueados na rodovia que vai de Londres a Dover, o principal porto britânico no Canal da Mancha, fechado ao tráfego de saída desde domingo à noite.

Outros 800 caminhões permanecem estacionados em um antigo aeroporto próximo.

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, afirmou na segunda-feira que conversou com presidente francês, Emmanuel Macron, e que os dois buscavam "resolver a situação nas próximas horas".

Johnson, criticado por sua gestão de uma pandemia que provocou quase 68.000 mortes no Reino Unido, argumentou que o risco de transmissão pelos caminhoneiros sozinhos dentro de suas cabines é "realmente muito baixo".

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a transmissão da nova variante é entre 40% e 70% superior às anteriores.

Os cientistas britânicos que assessoram o governo apontaram uma transmissão maior entre crianças na comparação com outras cepas e estão trabalhando nesta hipótese para explicar sua forte propagação.

Nem juntos, nem separados. A pandemia fez uma vítima sobre a qual não se costuma falar, o amor, e deixou inúmeras relações amorosas em um limbo, aferradas às frias telas.

A AFP selecionou as histórias de quatro casais surpreendidos pelo coronavírus em diferentes países.

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- Rodrigo e Alejandra - El Salvador/Equador

O amor entre o salvadorenho Rodrigo Torres, de 24 anos, e a equatoriana Alejandra, de 28, nasceu no mesmo lugar que aquele que iria separá-los meses depois: os dois se conheceram na cidade chinesa de Wuhan, em dezembro de 2018.

Viviam na mesma república para estudantes estrangeiros.

"Morava em cima do meu apartamento, mas nunca tínhamos conversado", conta Rodrigo. Até que se esbarraram na cozinha comunitária.

"Me convidou para comer torresmo e foi assim que eu a conheci", completou.

Começaram a sair em junho de 2019, com a promessa de continuar a distância. Ela partiu para o Sri Lanka para estudar inglês, e ele, análises de dados em Hong Kong.

Quando os protestos contra o governo explodiram no território chinês, enchendo o ar de gás lacrimogêneo e de incerteza, Rodrigo decidiu visitar Alejandra no Sri Lanka.

"Hong Kong parecia uma zona de guerra", conta.

Na volta para a China, começou-se a falar de um vírus, e seu relacionamento passou para o terreno do WhatsApp.

"Ficou muito complicado para voltarmos a nos encontrar", lamenta Rodrigo. Eles acabaram terminando, há um mês, angustiados pela distância e pelas restrições.

"Se ela tivesse podido entrar como turista, acho que teríamos podido continuar juntos", completou.

- Alejandra e Gary - Peru/Nova Zelândia

Alejandra, de 29, diz que nunca se esquecerá de seu último aniversário, em 15 de março. Nessa data, ela estava com sua família e o namorado, Gary, de 38. Ambos se conheceram em maio de 2019, na Nova Zelândia, aonde ela foi fazer um programa de trabalho e férias.

A visita à América do Sul era apenas uma parada antes de se instalar na Austrália, para depois voltar para a Nova Zelândia. Nesse dia, porém, com o anúncio do fechamento de fronteiras no Peru, tudo veio abaixo. Sem trabalho, o casal decidiu que Gary tomaria um voo de repatriação em abril. Seis dias depois, Alejandra soube que estava grávida. A notícia foi recebida com surpresa, mas também com alegria.

Alejandra solicitou um visto de exceção para viajar, várias vezes rejeitado. E, enquanto a pandemia aumentava no Peru, teve de se confinar: sem trabalho e afastada do namorado por dois oceanos.

Em uma consulta de rotina, sozinha, soube que a gestação não chegaria ao fim. "Já tinha me iludido, fizemos planos (...) Ele teve que me acompanhar, enquanto eu chorava por videochamada", conta.

Alejandra lamenta a rigidez do governo neozelandês, o qual acusa de privilegiar as empresas sobre as pessoas. "A última roda do carro foram as famílias", critica.

Agora, resta uma saída. Gary pode ir buscá-la no Peru, uma custosa exceção permitida pelo governo neozelandês, o que o obrigaria a se ausentar mais de um mês do único trabalho que conseguiu.

"Se conseguirmos superar isso, poderemos superar tudo", diz Alejandra.

- María Teresa e Mario - Chile/Brasil

Foi amor à primeira vista. Mario, de 35, aproximou-se de María Teresa, de 30, durante uma festa em Santiago, em fevereiro de 2017.

Ela, uma enfermeira chilena, passava um tempo com as amigas. Ele, um biólogo brasileiro que se tornou paisagista, estava de férias no Chile. Estão juntos desde então.

Antes da pandemia, conseguiam se ver uma vez por mês. Mas os dois queriam mais, e Mario pediu María Teresa em casamento em dezembro de 2019. Ela disse sim.

Viram-se pela última vez em meados de abril, antes de o Chile fechar suas fronteiras. Cinco meses, mas o tempo voou. Mario, que tem uma loja de plantas ornamentais no Rio de Janeiro, teve um sucesso inesperado durante o confinamento. María Teresa tampouco ficou parada, entregue à luta contra a pandemia em um hospital público.

Ele liga para ela todas as manhãs, trocam mensagens por Whatsapp e, à noite, fazem videochamada.

Agora, o horizonte parece clarear. Querem se encontrar no fim do mês no Brasil, mas, se o plano falhar, estão tranquilos. Ambos dizem que têm muito tempo pela frente. "Isso nos consola", afirma.

- Santiago e Nicolás - Colômbia/Reino Unido

Santiago, de 28, conheceu Nicolás, de 27, em Bogotá, há quase cinco anos no aplicativo de relacionamentos Tinder. E, desde então, nunca haviam se separado por tanto tempo como agora.

Nicolás embarcou para Londres, em maio de 2019, para fazer um programa na empresa em que trabalha na Colômbia. Esperavam passar o ano sem sentir tanto a falta um do outro. Em outubro, Santiago foi visitá-lo e, em dezembro, Nicolás voltou para as festas. O encontro seguinte, em março, foi frustrado.

"Quando o voo foi cancelado, pensei que seria apenas um adiamento por uma quarentena", conta Santiago. Nove meses já se passaram, e o retorno de seu namorado foi adiado duas vezes.

A diferença de fuso horário de seis horas tem complicado a comunicação.

"Falamos de manhã e depois mandamos um relato do dia. Conte de mim para ele e do nosso cachorro. Vira rotina. E também, quando tenho tempo para falar, ele quer dormir, porque já é meia-noite", acrescenta Santiago.

Ainda sem saber quando, Santiago faz planos para a volta de Nicolás. "Está decidido: depois de chegar e cumprir a quarentena, vamos viajar os três sozinhos" - eles e o cão.

Diante do ressurgimento de casos do novo coronavírus em vários países, os esforços aumentam em todo o mundo para conter a pandemia, com o Reino Unido impondo quarentena às pessoas procedentes da França, a Espanha fechando boates e a Nova Zelândia estendendo o confinamento de Auckland.

Centenas de milhares de turistas terão que mudar seus planos após o anúncio do governo britânico, uma nova ilustração de um mundo que parece estar se fechando após uma aparência de liberdade encontrada no início do verão em muitos países europeus.

A máscara se tornou obrigatória mesmo ao ar livre em certas cidades europeias, enquanto as autoridades espanholas decidiram fechar boates e proibir de fumar nas ruas sem respeitar a distância de segurança.

O novo coronavírus já matou mais de 754.000 pessoas em todo o mundo e infectou mais de 20,9 milhões, com consequências econômicas dramáticas, conforme mostrado pela recessão que atingiu a Polônia pela primeira vez desde o comunismo.

Na Europa, o número de casos vem crescendo nas últimas semanas, mas - pelo menos por agora - o número de mortes não, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS).

A instituição está preocupada com um possível relaxamento, em particular por parte dos jovens que tendem a ter infecções menos graves e, portanto, menor mortalidade, e uma flexibilização da vigilância no período de verão.

Diante de um agravamento em seu solo, o governo britânico decidiu impor novamente, a partir de sábado, 14 dias de isolamento para viajantes que chegam da França, Holanda e Malta.

Quase 160.000 britânicos atualmente na França, assim como alguns dos 300.000 franceses que vivem no Reino Unido em férias em seu país, têm algumas horas para voltar para casa antes da implementação desta medida. Caso contrário, terão de se confinar, correndo o risco de dificuldades se não puderem trabalhar à distância ou faltar ao início do ano letivo.

- "Não é inevitável" -

"É um pesadelo. Mesmo se quiséssemos, não poderíamos voltar a tempo", reagiu Claudia, uma alemã de 42 anos que mora em Londres, em férias no oeste da França com o marido e a filha.

O Reino Unido, o país com mais mortes da Europa, contabilizando 41 mil óbitos, teme a chegada de casos do exterior, na busca pela reabertura de sua economia, que sofreu um colapso sem paralelo no continente europeu.

O setor do turismo reagiu fortemente, assim como o governo francês, que prometeu reciprocidade.

A medida é anunciada no momento em que os indicadores de monitoramento da pandemia de COVID-19 na França "continuam a piorar", segundo as autoridades da Saúde.

"Os sinais são preocupantes e a situação está piorando. Mas não é inevitável", assegurou na rádio France Inter, Jérôme Salomon, diretor-geral da Saúde.

Fora da Europa, as boas notícias são escassas. Aclamada por sua resposta eficaz à primeira onda da epidemia, a Nova Zelândia estendeu o reconfinamento de Auckland até 26 de agosto para conter o retorno do vírus.

A diretora-geral da Saúde, Ashley Bloomfield, admitiu que a população está nervosa, ao mesmo tempo que os exortou a não descontar sua frustração com os profissionais de saúde.

A Coreia do Norte, por outro lado, anunciou o fim do confinamento de uma cidade localizada na fronteira intercoreana, estabelecido no final de julho após a descoberta de um primeiro caso "suspeito" de coronavírus.

Pyongyang afirma não ter registrado nenhum caso de COVID-19 em seu território, o que especialistas internacionais duvidam, dada a devastação causada pelo vírus em todo o planeta.

- Esperanças de vacina -

Os Estados Unidos continuam sendo o país mais enlutado (167.242 mortes), à frente do Brasil (105.463 mortes), México (55.293) e Índia (48.040).

Nos Estados Unidos, a questão ultrassensível da máscara voltou ao centro das atenções na quinta-feira com o apelo do candidato presidencial democrata, Joe Biden, de torná-la obrigatória em todo o país, ideia imediatamente rejeitada por seu rival republicano Donald Trump, que o acusou de querer "trancar todos os americanos em seu porão por meses".

Diante do ressurgimento ou persistência do vírus, as esperanças se concentram na chegada de uma vacina, tema de uma corrida nos quatro cantos do mundo.

O governo britânico concluiu novos acordos com os laboratórios americanos Johnson & Johnson e Novavax, abrangendo 90 milhões de doses. Já garantiu um total de 340 milhões de doses de vacinas contra a COVID-19, sem saber se serão eficazes.

O governo dos Estados Unidos, que investiram mais de US $ 10 bilhões em seis projetos de vacinas e assinaram contratos garantindo a entrega de centenas de milhões de doses se bem-sucedidas, prometeram na quinta-feira que as vacinas seriam distribuídas gratuitamente aos americanos.

O presidente mexicano, Andrés Manuel Lopez Obrador, garantiu que a vacina em que trabalha o laboratório anglo-sueco AstraZeneca, que será produzida na Argentina e no México para países da América Latina (exceto Brasil), "estará disponível a partir do primeiro trimestre do próximo ano".

Será "universal e gratuita" no México. Todos os mexicanos terão acesso à vacina. Os mais humildes não precisam se preocupar", afirmou.

burs-gmo/fb/lch/mr

O governo Jair Bolsonaro decidiu reabrir parcialmente as fronteiras aéreas para estrangeiros. O novo decreto deve ser publicado em edição extra do Diário Oficial da União (DOU) ainda nesta quarta-feira.

No início do mês, o governo havia prorrogado até o fim de julho restrição para a entrada de estrangeiros, de qualquer nacionalidade, no País. A medida atendia recomendação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e inclui as fronteiras terrestres e aquaviárias, que devem permanecer fechadas.

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O impedimento não se aplica a brasileiros que estejam em país estrangeiro, ou imigrante com residência definitiva no Brasil.

A decisão do governo de flexibilizar as regras de entrada de estrangeiros ao País ocorre no momento em que o Brasil registra quase 90 mil mortes decorrentes do novo coronavírus e cerca de 2,5 milhões de infectados pela doença.

Questionada nesta quarta-feira se foi consultada sobre a reabertura, a Anvisa não se manifestou.

A cantora Anitta embarcou para a Europa na noite da última terça-feira (21). A poderosa foi flagrada no aeroporto com diversas malas e a amiga Lary Bottino.  Segundo informações da assessoria da cantora, trata-se de uma viagem a trabalho e Anitta está seguindo todas as recomendações internacionais de saúde.

Apesar das fronteiras estarem fechadas a cantora realizou o embarque normalmente. De acordo com a colunista Fábia Oliveira, a assessoria da cantora informou que “Alguns países apenas solicitam uma carta justificando o trabalho a ser realizado”.

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O secretário do Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos (DHS), Chad Wolf, anunciou nesta quinta-feira (16) que as fronteiras com o México e o Canadá permanecerão fechadas para a maioria das viagens até pelo menos 20 de agosto para conter o avanço do novo coronavírus.

Wolf, que está provisoriamente no cargo, confirmou as informações divulgadas durante a semana de que o Canadá manteria o bloqueio e disse que Washington renovou a ordem, em vigor há quatro meses, de manter sua fonteira fechada.

Essa confirmação ocorre enquanto os Estados Unidos lutam para controlar a epidemia que deixou mais de 137.000 mortos e superou mais um recorde na quarta-feira, quando foram registrados 67.632 novos casos em um dia.

O DHS "continuará a limitar as viagens não essenciais em nossos pontos de entrada terrestre com o Canadá e o México até 20 de agosto", anunciou Wolf em um tuíte.

No Canadá, autoridades de várias províncias se manifestaram contra a abertura da fronteira com os Estados Unidos para impedir um aumento de casos.

O Canadá registra mais de 8.800 mortes e 108.000 casos e o México excedeu 317.000 infecções, com quase 37.000 óbitos.

O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) é encarregado de revisar a situação nos três países a cada 30 dias para verificar se as condições melhoraram o suficiente para abrir as fronteiras.

A Espanha adiantará para 21 de junho a data para a reabertura de suas fronteiras com os países da União Europeia, exceto com Portugal, país com o qual manterá a data prevista de 1º de julho, anunciou neste domingo (14) o chefe de governo, Pedro Sánchez.

"A Espanha suspenderá os controles em suas fronteiras com todos os Estados membros em 21 de junho", coincidindo com o fim do estado de alarme decretado em meados de março para combater o novo coronavírus, disse o líder socialista em um pronunciamento oficial.

"A partir de então, vamos retirar a obrigação de quarentena para os viajantes que entram em nosso país", imposta desde meados de maio pelo Executivo, acrescentou Sánchez.

A reabertura da fronteira terrestre com Portugal deverá esperar até 1º de julho, data originalmente planejada, e será realizada em ato conjunto com as autoridades dos dois países, explicou.

O ministério do Turismo já havia anunciado no início deste mês a reabertura das fronteiras terrestres em 22 de junho, mas a retificou algumas horas depois que o governo português manifestou surpresa e desconforto com a decisão unilateral.

A partir de 1º de julho, "as fronteiras com países terceiros fora do espaço Schengen serão gradualmente abertas, não todas, é claro, mas aquelas incluídas em uma lista" de países seguros, explicou Sánchez.

Esses países seguros terão que apresentar uma situação epidemiológica "análoga ou melhor" à europeia, "assumir certas condições de origem, trajeto e destino e agir com reciprocidade" com os cidadãos europeus, afirmou o líder espanhol.

A reabertura das fronteiras europeias coincide com o fim do estado de alarme decretado em meados de março e o consequente levantamento das restrições à mobilidade dos espanhóis, que tinham movimentos internos muito limitados.

O estado de alarme permitiu ao governo aplicar um dos mais severos confinamentos do mundo, fechar as fronteiras terrestres com a França e Portugal e reduzir a entrada de passageiros por via aérea e marítima a quase zero.

Com a pandemia em clara remissão na Espanha, que totaliza mais de 27.000 mortes por coronavírus, as autoridades de saúde temem que a retomada da mobilidade internacional provoque novos surtos no país.

"A reabertura das fronteiras é um momento crítico para o qual estamos nos preparando", afirmou Sánchez.

Com a esperança de reativar o setor do turismo, vital para sua economia, a Itália reabriu suas fronteiras aos europeus nesta quarta-feira (3), uma etapa crucial na volta à normalidade depois que o país foi atingido com força pela pandemia de coronavírus, que continua avançando na América Latina, especialmente no Brasil.

Itália e o restante da Europa prosseguem com a flexibilização das restrições, após a redução do número de mortes e de contágios. Mas o vírus, que foi detectado pela primeira vez em dezembro na China, provoca muitos danos em uma América Latina mal preparada, atual epicentro da pandemia, que provocou mais de 6,3 milhões de casos e 380.000 mortes em todo planeta.

Epicentro da pandemia na Europa e onde morreram quase 33.500 pessoas vítimas da Covid-19, a Itália também passa a permitir a seus cidadãos o livre deslocamento entre regiões, a partir desta quarta-feira. Os voos internacionais foram retomados em pelo menos três cidades importantes: Roma, Milão e Nápoles.

"O país está voltando à vida", afirmou o ministro de Assuntos Regionais, Francesco Boccia. Desde segunda-feira, o Coliseu de Roma e os museus do Vaticano recebem visitantes, mas as fronteiras fora da União Europeia continuam fechadas, um tema que ainda é debatido pelos governos.

"Esperamos ver algum movimento a partir de hoje. Não temos turistas estrangeiros, mas estamos cautelosamente otimistas", disse Alessandra Conti, recepcionista do hotel Albergo del Senato, próximo ao Panteão em Roma.

Itália, França, Espanha e outros países europeus tentam salvar uma parte da temporada turística de verão, ao menos com seus cidadãos e em escala continental. A Alemanha decidiu nesta quarta-feira suspender, a partir de 15 de junho, as restrições para as viagens turísticas na Europa.

Com quase 28.000 mortos, a Espanha suspenderá a quarentena para os estrangeiros em 1° de julho, e o Reino Unido, o país mais afetado da Europa com quase 40.000 mortes, planeja receber turistas de alguns países considerados seguros. Além disso, o aeroporto London City, próximo de um dos principais distritos financeiros da capital britânica, anunciou que retomará os voos comerciais no fim de junho.

Na França, onde o vírus provocou quase 30.000 mortes, cafés e restaurantes já reabriram as portas, e as pessoas estão autorizadas a viajar para qualquer ponto do país.

A Áustria anunciou que vai interromper o controle sistemático das fronteiras terrestres, com exceção das compartilhadas com a Itália, três meses depois de restringir a liberdade de movimento.

"A partir de amanhã (quinta-feira), os controles serão pontuais e não mais sistemáticos", afirmou o ministro das Relações Exteriores, Alexander Schallenberg. Ele explicou que as restrições prosseguem com a Itália, devido ao número de contágios registrados neste país.

- "Gasolina no fogo" -

Ao contrário da Europa, a situação é muito preocupante na América Latina, onde foram registrados mais de um milhão de casos e quase 52.000 mortes.

Nos próximos dias, o Brasil pode superar a Itália em número de vítimas fatais. O país tem quase 555.000 casos registrados e mais de 31.000 óbitos.

Apesar dos números, em algumas cidades do interior de São Paulo, centros comerciais, shopping centers, escritórios, imobiliárias e concessionárias reabriram as portas, ainda que com medidas de proteção.

O Rio de Janeiro também entrou na fase inicial de desconfinamento, e vários surfistas e nadadores retornaram ao mar nas praias de Copacabana e Ipanema.

As medidas de quarentena, ou de flexibilização do confinamento, são de competência de estados e municípios, para irritação do presidente Jair Bolsonaro, que deseja o fim de todas as restrições.

"Na situação atual, ainda não é o momento. Você vai estar jogando gasolina no fogo", disse à AFP Rafael Galliez, infectologista da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Outros países latino-americanos também muito afetados pela pandemia, como México, Peru e Equador, anunciaram medidas para o desconfinamento.

Nos Estados Unidos, especialistas temem que a onda de protestos iniciada após a morte de um cidadão negro por um policial branco provoque um aumento do número de contágios.

O país é o mais afetado do mundo em termos absolutos, com 106.180 vítimas fatais e 1.831.435 casos de Covid-19, segundo um balanço da Universidade de Baltimore.

- Futuro econômico sombrio -

Em outras regiões do mundo, a Rússia também avança para a normalidade e já convocou um referendo constitucional para 1o de julho, apesar dos temores de uma segunda onda de infecção. O Irã, por exemplo, registra um novo pico da pandemia.

O Banco Mundial afirmou que a economia enfrenta perdas "abissais", e a recuperação será prejudicada pela escassez de recursos. A recessão global levará 60 milhões de pessoas à pobreza extrema.

Na América Latina, a pandemia de Covid-19 agravou a tendência de queda das exportações que era observada desde o ano passado, afirma um relatório do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

Para acabar com a pandemia de coronavírus e proteger o processo de desconfinamento, a Espanha imporá uma quarentena de 14 dias, a partir de sexta-feira (15), a qualquer pessoa vinda do exterior e restringirá as chegadas marítimas e aéreas de países do espaço europeu Schengen - anunciaram as autoridades nesta terça (12).

O governo adotou essas novas medidas no dia seguinte ao início do processo de desconfinamento, no âmbito do qual, no momento, metade da população espanhola pode se deslocar dentro de sua província.

A flexibilização ainda não diz respeito a Madri, ou a Barcelona, duas das áreas mais afetadas pela epidemia.

A primeira das medidas anunciadas é que, a partir de 15 de maio, quem chegar do exterior deverá fazer uma quarentena de 14 dias em casa.

As pessoas envolvidas poderão sair apenas para comprar produtos de primeira necessidade, ir a centros de saúde, ou por motivos de força maior, de acordo com a ordem do governo.

As autoridades de saúde poderão contatá-las para acompanhamento.

Além disso, "todos os deslocamentos serão feitos com uma máscara", acrescenta a ordem, publicada no Diário Oficial do Estado (BOE).

Trabalhadores transfronteiriços, transportadores, tripulantes de companhias aéreas, ou pessoal médico, estão isentos de quarentena, desde que não tenham tido contato com pessoas infectadas com coronavírus.

- Mais restrições às chegadas da UE -

A segunda medida é que, a partir do mesmo dia, as chegadas por via marítima e aérea dos países Schengen, o espaço europeu de livre-circulação, serão restritas.

Isso significa que de países como França, Alemanha ou Bélgica, apenas cidadãos espanhóis, residentes na Espanha, trabalhadores transfronteiriços, profissionais da saúde, ou aqueles que documentam causas de força maior, poderão entrar de navio e avião.

Essa restrição é adicionada ao fechamento das fronteiras terrestres com França e Portugal, em vigor desde 17 de março, e às restrições para viajantes vindos de fora do espaço Schengen, aplicadas desde 23 de março.

"A evolução favorável da situação epidemiológica em nosso país e o início do desconfinamento tornam necessário reforçar as medidas de controle", explica o governo no BOE.

Ambas as medidas permanecerão em vigor enquanto durar o estado de emergência pela pandemia, ou seja, até 24 de maio. Poderão ser prolongadas, se o referido dispositivo excepcional for estendido.

Os estrangeiros que possuem casas na Espanha - como acontece na ilha de Maiorca, onde milhares de alemães passam o verão - não poderão viajar, já que "o simples fato de possuir uma casa não prova residência na Espanha", afirma o Executivo.

Além disso, essas chegadas seriam uma "contradição" quando os próprios espanhóis são proibidos de ir para suas residências secundárias, se estiverem localizadas em outra província, argumenta.

No início de maio, a França anunciou a exigência de quarentena para quem chegar do exterior, mas 24 horas depois afirmou que a medida não se aplicaria a viajantes no espaço Schengen.

O Reino Unido também anunciou que o isolamento de 14 dias será estabelecido para as pessoas que chegarem do exterior.

- 176 mortos -

A Espanha é um dos países mais afetados pela pandemia no mundo, com 26.920 mortes registradas até agora pelo Ministério da Saúde, 176 a mais do que na segunda-feira.

Os casos confirmados totalizam 228.030, ou seja, 426 a mais em 24 horas.

Ambos os dados mantêm a tendência dos últimos dias, segundo o diretor do Centro de Emergências em Saúde, Fernando Simón, afirmando que "a evolução da epidemia está sendo muito boa" no país.

Simón defendeu as restrições de viagem, explicando que "precisamos fazer um exercício de prevenção" e evitar a importação de casos de países "onde continua havendo transmissão" do vírus.

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