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O Ministério da Saúde recebeu nesta quinta-feira (29) um lote de Paxlovid, antiviral de uso oral indicado para tratamento inicial da Covid-19. Em entrevista ao programa A Voz do Brasil, o ministro Marcelo Queiroga disse que o medicamento será distribuído para as unidades básicas de saúde e ficará disponível para pacientes acima de 65 anos de idade com alto risco de desenvolver formas graves da doença.

O remédio, composto por nirmatrelvir e ritonavir, é indicado para o uso nesses pacientes, assim que possível, a partir do resultado positivo para Covid-19 e no prazo de cinco dias após início dos sintomas, de acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O medicamento foi aprovado pela Anvisa, para uso emergencial, em março deste ano.

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“Agora, com a chegada dessa medicação, teremos mais um medicamento para os médicos que, com autonomia, poderão prescrever naqueles casos que estão indicados dentro do manual do uso”, disse Queiroga.

Poliomielite

Na entrevista à Voz do Brasil, Queiroga também falou sobre campanha de vacinação contra a poliomielite. Ele disse que apenas 6,2 milhões de crianças, de um total de 15 milhões de menores de cinco anos de idade, foram vacinadas contra a pólio, também conhecida como paralisia infantil. A meta do Ministério é imunizar pelo menos 14,3 milhões, ou seja, 95% do público-alvo, portanto ainda falta aplicar a vacina em cerca de 8 milhões para se atingir a meta.

“Ainda está muito aquém dessa meta e é necessário um empenho redobrado para trazermos essas crianças para a sala de vacinação. Essa doença foi erradicada no Brasil em 1994. E nós não queremos mais poliomielite”.

A campanha nacional de vacinação contra a poliomielite foi estendida até a sexta-feira (30). Queiroga explicou, no entanto, que mesmo após o fim da campanha, as vacinas continuarão disponíveis nos postos de saúde. “É inaceitável que crianças sofram por doenças que são evitáveis por vacinas”, disse.

Multivacinação

“O sarampo foi reintroduzido [no país] em 2019. Temos trabalhado fortemente para erradicar o sarampo no Brasil. A febre amarela também é motivo de preocupação”, disse o ministro.

Queiroga afirmou ainda que 50 mil doses de vacina contra varíola dos macacos estão chegando ao Brasil, para serem aplicadas em um grupo específico de pessoas.

Um dos últimos julgamentos de uma pessoa responsável pelos crimes nos campos de concentração nazistas entra nesta segunda-feira em sua fase final, com a acusação da Promotoria contra um ex-guarda de 93 anos, acusado de cumplicidade no assassinato de mais de 5.000 pessoas durante a Segunda Guerra Mundial.

Bruno Dey, ex-guarda da SS (Tropa de Proteção), a organização paramilitar nazista, é acusado de cumplicidade no assassinato de 5.230 pessoas enquanto trabalhava no campo de Stutthof, perto do que era então Danzig, hoje Gdansk na Polônia.

Dey está sendo julgado em um tribunal de menores porque tinha entre 17 e 18 anos na época dos eventos. O veredicto será anunciado em 23 de julho. O réu, agora padeiro aposentado, participou da audiência em cadeira de rodas acompanhado por uma enfermeira e cobrindo o rosto com uma pasta.

Dey nega qualquer culpa pelo que aconteceu no campo. Sua defesa insistiu que ele não ingressou voluntariamente na SS antes de servir no campo de agosto de 1944 a abril de 1945 e que acabou designado para lá porque uma doença cardíaca o excluiu do serviço de linha de frente.

Mas os promotores argumentam que seu envolvimento foi crucial para os assassinatos, pois seu tempo na SS coincidiu com a ordem da "Solução Final" de exterminar sistematicamente os judeus por meio de gás, fome ou negação de assistência médica.

- 'Figuras esqueléticas' -

Durante seu testemunho em maio, Dey disse ao tribunal que queria esquecer seu tempo no campo. "Não quero voltar ao passado", declarou ao tribunal de Hamburgo.

A juíza Anna Meier-Goering perguntou se Dey havia falado com seus filhos e netos sobre o tempo em que foi guarda em Stutthof.

"Não tenho culpa do que aconteceu naquela época", respondeu Dey. "Não contribuí com nada, além de ficar de guarda. Mas fui forçado a fazê-lo, era uma ordem".

Dey reconheceu no ano passado que estava ciente das câmaras de gás do campo e admitiu ter visto "figuras esqueléticas, pessoas que sofreram", mas insistiu que não era culpado.

Os nazistas estabeleceram o campo de Stutthof em 1939, inicialmente usando-o para deter prisioneiros políticos poloneses.

No final, recebeu 110.000 detidos, incluindo muitos judeus. Cerca de 65.000 pessoas morreram nesse campo.

- Corrida contra o tempo -

Dey, que agora vive em Hamburgo, tornou-se padeiro depois da guerra. Casado e pai de duas filhas, complementava sua renda trabalhando como caminhoneiro, antes de assumir um emprego na manutenção de edifícios.

Entrou na mira dos promotores depois de uma decisão histórica de 2011 contra o ex-guarda do campo de Sobibor John Demjanjuk, acusado de fazer parte da máquina de matar nazista.

Desde então, a Alemanha se esforçou para processar pela mesma razão os sobreviventes da SS.

O ucraniano-americano Demjanjuk foi condenado por participação no assassinato de quase 30.000 judeus no campo de extermínio de Sobibor e morreu enquanto aguardava o julgamento de sua apelação.

O tribunal decidiu que, como guarda do campo, estava automaticamente envolvido nos assassinatos realizados no local na época.

O caso estabeleceu um novo precedente legal e levou a várias condenações adicionais de oficiais nazistas, incluindo o do "contador de Auschwitz", Oscar Groening, que morreu aos 96 anos antes de ser preso.

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