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O presidente Michel Temer está reunido com os ministros da Fazenda, Henrique Meirelles, e o do Planejamento, Dyogo Oliveira, no Palácio do Planalto. A agenda divulgada mais cedo previa despachos internos a partir das 10 horas, mas Temer já está no Planalto desde as 9 horas.

O tema do encontro não foi informado, mas o governo precisa fechar mudanças no Projeto de Lei do Orçamento de 2018 para enviar no próximos dias ao Congresso. Como o Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, apurou nesta segunda-feira, 23, a equipe econômica trabalha para conseguir enviar a nova versão da proposta até o fim desta semana. O esforço ocorre em meio ao prazo cada vez mais exíguo para que a Comissão Mista de Orçamento (CMO) dê andamento ao projeto.

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O relatório de receitas precisa ser apresentado até a próxima segunda-feira, 30, e o relatório preliminar do Orçamento, até o dia 4 de novembro.

O ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, avaliou nesta quarta-feira, 18, que o Estado brasileiro tem um tamanho bastante "avantajado" e que essa situação precisa ser revista. Em audiência no Tribunal de Contas da União (TCU) para falar sobre a implementação do teto de gasto nas finanças do governo federal, Oliveira defendeu a revisão dos programas de governo e admitiu que o Orçamento do governo federal "claramente" não reflete as prioridades do País.

"A aprovação do teto de gastos não significa fazer apenas cortes de despesas. Dependerá de alteração da cultura do Estado brasileiro", afirmou Oliveira ao destacar que o limitador do crescimento das despesas tem prazo de vigência de 20 anos.

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O ministro ressaltou ainda que o desafio de implementação do teto de gastos é grande, sobretudo, devido ao seu pioneirismo. "Precisamos trabalhar para que todos estejam enquadrados", advertiu o ministro.

Judiciário

Pelas regras do teto de gasto, o governo vai compensar por três anos o descumprimento da regra do Poder Judiciário, incluindo o Ministério Púbico e TCU.

O ministro fez questão de ressaltar que o maior problema de enquadramento do teto de gasto para 2018 ocorre na Justiça do Trabalho. Nos demais órgãos, segundo ele, há "pequenos descumprimentos", entre eles o TCU. Na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), o governo já recomendou medidas para que o teto seja cumprido. "Não podemos esperar para que tomemos as providências para enquadrar os três órgãos", avaliou.

Refis

A continuidade de adesões ao programa de parcelamento de débitos tributários, o Refis, pode garantir uma arrecadação superior à expectativa atual do governo, que é obter uma receita de R$ 8,8 bilhões neste ano, disse Dyogo Oliveira. Segundo ele, ainda é preciso ponderar as recentes mudanças nas condições aprovadas pelo Congresso Nacional. "Mas provavelmente valor pode superar o inicial", afirmou.

O TCU recentemente determinou ao governo que faça uma revisão no valor esperado com o Refis, para exprimir um cenário mais realista de arrecadação. Mas a decisão foi tomada com base na projeção inicial de R$ 13 bilhões. Nesta quarta, Oliveira ressaltou aos ministros da corte de contas que já foi feita uma adequação no valor no relatório de receitas e despesas do 4º bimestre.

O ministro do Planejamento ressaltou ainda que o governo está preparando medidas para adiar o reajuste salarial de servidores do Executivo. Assim, serão adiados em um ano os aumentos programados para o início de 2018 e 2019. Só no ano que vem, a medida deve render uma economia de R$ 5,1 bilhões, segundo cálculos do governo.

"Não estamos culpando servidores pela crise fiscal", disse, ponderando que a medida é necessária. Oliveira ressaltou que o quadro de gastos com pessoal na União ainda é mais favorável do que em Estados e municípios, onde houve crescimento "considerável". O aumento, segundo ele, foi de mais de 1% do PIB nos últimos 10 anos. "Muitos já passam os limites", afirmou.

O ministro também foi questionado sobre o programa de demissão voluntária de servidores. Para ele, se 1% do quadro aderir, já seriam 6 mil funcionários.

O governo não vai demitir o economista Paulo Rabello de Castro da presidência do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), garantiu nesta quarta-feira, 18, o ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira. O BNDES é ligado à pasta.

Conforme apurou o Broadcast (serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado), o governo avalia mudar comando do BNDES como uma forma de tentar agradar ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

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Oliveira disse "não saber se é verdade" que Maia pressiona pela demissão de Rabello. "A única coisa que posso afirmar com certeza é que Rabello não está sendo demitindo", disse.

Amigo de Temer, Rabello assumiu o BNDES em junho, após a saída de Maria Silvia Bastos Marques. À época, Maia tentou emplacar Luciano Snel, da Icatu Seguros, e ficou contrariado por não ter sido consultado sobre a escolha.

Segundo auxiliares de Temer, a mudança no BNDES poderia ser feita após a votação da denúncia, prevista para o fim deste mês no plenário da Câmara. Caso não haja acordo sobre o nome, a troca poderia ser feita no início de 2018.

Dyogo Oliveira, por sua vez, disse estar satisfeito com o trabalho do economista à frente do banco de fomento. "Estamos muito satisfeitos, temos tido trabalho colaborativo com BNDES, as discussões que temos tido resultaram em ações muito positivas, com lançamento de linhas (de crédito) que fizemos lá atrás, (a discussão para) auxiliar o Tesouro no cumprimento regra de ouro", afirmou Oliveira.

Mesmo as críticas disparadas no início da gestão do presidente do BNDES às políticas de governo, como a criação da nova Taxa de Longo Prazo (TLP), que baliza os empréstimos da instituição, foram superadas. "Isso está superado, na medida em que foi inclusive formalizada uma nota conjunta", disse.

O ministro ainda aproveitou para defender a medida. Segundo ele, a TLP é a saída para que o banco continue cumprindo seu papel. "Está claro, em decisão recente do TCU, que o Tesouro não pode ficar aportando dinheiro no BNDES, nem tem condições", afirmou. "Portanto, solução é fazer o que se faz no mundo inteiro, que é estruturar projetos, desenvolver projetos e à medida que eles estejam performados vende para o mercado", explicou.

O ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, anunciou que os saques de recursos do PIS/Pasep começarão no dia 19 de outubro para cotistas com mais de 70 anos. A partir de 17 de novembro, os recursos estarão disponíveis para aposentados e, a partir de 14 de dezembro, para os demais cotistas.

Em agosto, o governo anunciou, em cerimônia no Palácio do Planalto, que iria antecipar a idade mínima para sacar os recursos do PIS/Pasep de 70 anos para 65 para homens e 62 para mulheres. Em busca de uma agenda positiva em meio à segunda denúncia contra o presidente Michel Temer, o governo fez hoje um segundo evento para anunciar o cronograma de saques, aberta pelo próprio presidente. "A medida tem impacto macroeconômico importante, já que é um estímulo adicional para retomada do crescimento", afirmou Oliveira.

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Oliveira disse ainda que os dados de agosto e setembro apontam para a continuidade do processo de crescimento e citou dados como a queda no desemprego, inflação e aumento da massa salarial. "Vivemos momento de consolidação da retomada do crescimento econômico. Isso é resultado de políticas como a liberação do FGTS", completou.

O ministro explicou que as contas do PIS e do Pasep foram constituídas por pessoas que trabalharam até 1988 com carteira assinada e que os recursos vinham sendo liberados para quem fazia 70 anos, mas o volume de saques no PIS/Pasep era sempre muito baixo. Segundo Dyogo, Banco do Brasil e Caixa farão um esforço de divulgação e de atendimento para os novos beneficiados. "Esperamos passar de uma média de liberação de R$ 100 milhões por mês para R$ 5,3 bilhões por mês", completou.

Com a antecipação do saque do PIS/Pasep, serão liberados cerca de R$ 15,9 bilhões de um total de R$ 37 bilhões em nome dos cotistas. O saldo médio dos cotistas é de R$ 1,2 mil e a maioria tem pelo menos R$ 750 para serem resgatados.

Os recursos serão disponibilizados de maneira automática em contas correntes do Banco do Brasil, no caso dos funcionários privados, e da Caixa, para servidores públicos. De acordo com o presidente do Banco do Brasil, Paulo Caffarelli, não correntistas poderão consultar saldo e fazer uma transferência para contas em outros bancos no site do BB e em caixas eletrônicos do banco.

Segundo o presidente da Caixa, Gilberto Occhi, o valor médio do saque apenas do PIS será de R$ 1.750. A regra de pagamento do PIS/Pasep será a mesma do FGTS. Quem tem o número do PIS, poderá sacar até R$ 1.500. Se a pessoa tiver o cartão cidadão, poderá sacar R$ 3.000. Acima deste valor, será preciso ir até uma agência da Caixa. Informações podem ser obtidas pelo site www.caixa.gov.br/cotaspis.

Depois do anúncio da privatização da Eletrobras e da intenção de conceder à iniciativa privada outros 57 empreendimentos federais, o ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, negou que o governo esteja promovendo uma "liquidação geral" de seus ativos. Dyogo ainda rechaçou a afirmação de que essas ações visam principalmente a reforçar o caixa da União em meio às dificuldades para cumprir as metas fiscais de 2017 e 2018.

"Alguns leilões sequer geram receitas relevantes", disse o ministro. Ele citou como exemplos a venda da Casa da Moeda, que deve render poucos recursos, e a concessão de 11 linhas de transmissão de energia, cujo modelo de cessão prevê a oferta pela menor tarifa em vez de um bônus a ser pago ao governo federal.

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O ministro também defendeu a capacidade do governo de colocar todas essas operações em prática dentro do cronograma estipulado. Segundo ele, o governo já possui expertise na concessão de aeroportos, com modelos de editais e contratos, o que deve garantir celeridade do processo de repasse à iniciativa privada de mais 14 terminais aeroportuários, entre eles Congonhas. "Já fizemos leilões de aeroportos e sabemos fazer isso com tranquilidade", disse.

Oliveira ainda justificou a demora na venda da Lotex, loteria instantânea conhecida como "raspadinha". A alteração no modelo da operação, segundo ele, contribuiu para isso. A ideia inicial era a de que a Caixa, atual operadora da Lotex, criasse uma empresa para administrar a raspadinha, que seria então privatizada. Mas agora o governo optou pela concessão direta da exploração do serviço.

O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMD-RR), afirmou nesta segunda-feira, 21, que durante apresentação do ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, na sessão da Comissão Mista de Orçamento (CMO) nesta terça-feira, 22, o recado que será dado é que houve frustração da arrecadação e também que o fato de a reforma da Previdência ainda não ter sido aprovada prejudicou ainda mais as contas do governo.

"O recado é mostrar o tipo de frustração de arrecadação, o tipo de aumento do déficit da Previdência", disse. Segundo ele, quando o governo apresentou a proposta de reforma da Previdência muitos apressaram a aposentadoria com medo de perder algum tipo de direito. "Não perderiam, mas algum se apressaram em se aposentar. Aumentou o rombo e não se votou a reforma da Previdência. Então, não se teve o bônus. A reforma da Previdência surpreendeu negativamente na questão do déficit, nós tivemos queda de arrecadação", disse.

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Apesar disso, o senador afirmou que a reforma da Previdência é possível. "Nós temos que trabalhar para aprovar a reforma da Previdência. Temos que discutir com a Câmara como irá ser posta esta reforma da Previdência e a partir daí temos a condição de aprovar o que for possível e avançar no controle, na ação de mudar este déficit ao longo do tempo."

Jucá citou também a frustração por conta da repatriação, "já que foi proibido parente de agente público" e que o governo teve "várias frustrações que devem ser debatidas". "Eu acho que, ao criar o limitador do gasto público, o governo definiu o seu gasto fiscal. Déficit ou superávit, durante uma transição, será resultado desse esforço. Depois, nós teremos superávit direcionado todo para o abatimento da dívida, portanto, a médio prazo essa questão está superada. Eu acho que um déficit para o ano faz parte de uma transição", completou.

Em relação à revisão de vetos na Lei de Diretrizes Orçamentárias, Jucá disse que está sendo feita uma negociação. "Alguns vetos que a comissão de orçamento reclamou e, com razão, eu acho que foi preciosismo vetar alguns pontos ali, então acho que está sendo negociado que o governo mande um PL reinserindo alguns vetos que foram vetados para a LDO de 2018."

O senador comentou ainda que o governo pretende votar a revisão da meta fiscal até o fim do mês. "Nós queremos votar a meta, se depender do nosso esforço, até o final do mês. Acho que o governo precisa destravar os ministérios. Nós precisamos ter uma condição de liberar gastos públicos e investimentos em setores estratégicos. Então, portanto, que a meta seja votada para depois se ter o gasto", afirmou.

O governo anunciará nesta sexta-feira, 30, o reajuste salarial para servidores públicos federais. Serão beneficiadas categorias que já tiveram aumento acordado com o governo, mas aguardam a atualização dos salários. "Não é mais possível não exercermos aquilo que foi acordado e assinado", disse o ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, que não deu detalhes do porcentual de aumento nem quais categorias serão beneficiadas.

"Esses reajustes já estavam contratados pelo governo federal com acordos assinados com as entidades no início do ano. Então, tomamos a cautela de segurar (o aumento) até o fim do ano", disse, ao comentar que o aumento de salários estava prometido originalmente para agosto. Com o aumento que será divulgado nesta sexta, o governo federal conclui a rodada de reajuste que, assim, terá atingido todas as categorias do Executivo.

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O anúncio do aumento de salários foi feito durante a entrevista para apresentar resultados da reforma administrativa que cortará vagas na máquina pública e prevê economizar R$ 240 milhões por ano. Oliveira não informou o porcentual do reajuste que será anunciado nesta sexta, nem o impacto fiscal da medida. O ministro se limitou a informar que o reflexo só será visto nas contas públicas de 2017. "Não haverá impacto no Orçamento deste ano."

O ministro também não informou qual mecanismo legal trará a decisão do aumento de salário. Segundo ele, não se sabe ainda se será publicada Medida Provisória ou Projeto de Lei.

Reforma administrativa

Em meio ao processo de reforma administrativa realizada pelo Ministério do Planejamento, a ocupação de cargos de livre provimento caiu para o menor patamar desde 2003 - primeiro ano do governo de Luiz Inácio Lula da Silva. O dado consta de apresentação do ministro do Planejamento.

Balanço apresentado na tarde desta quinta-feira, 29, pelo ministro Dyogo Oliveira mostra que a ocupação dos cargos de Direção e Assessoramento Superior (DAS) caiu em cerca de 4.100 postos na comparação com 2015, para 17.685 cargos. Essa é a menor ocupação desde 2003, quando estavam ocupados 17.559 postos DAS.

Além da menor ocupação dos cargos DAS, o governo federal anunciou a conclusão da chamada reforma administrativa com a extinção de 4.689 cargos em comissão e funções de confiança na administração federal. A redução ficou acima da meta do governo de redução de 4.201 postos de trabalho e vai garantir economia anual de R$ 240 milhões a partir de 2017.

Remanejamento de recursos

O ministro classificou como normais as liberações de recursos observadas nos últimos dias do ano mesmo em um período de ajuste fiscal e corte de despesas no governo federal. Segundo o ministro, o remanejamento de recursos e a liberação de verbas mantidas em reserva explicam a possibilidade de liberar gastos, como R$ 1,2 bilhão para presídios anunciados ontem.

"Quando chegamos próximos ao último dia do ano, remanejamos recursos de áreas onde não houve execução (de verbas) mais rápida e efetiva para áreas que demandam mais recursos e têm capacidade de execução", disse em entrevista coletiva. Além desse remanejamento, o ministro do Planejamento também cita que o governo federal reservou parte das verbas durante o ano "em virtude das incertezas sobre a questão fiscal". Agora, comentou, é possível liberar parte desses recursos.

O ministro frisou que esses gastos já eram previstos no Orçamento de 2016 - ainda que em outras áreas. "O que temos feito é o remanejamento de uma área para outra usando os recursos disponíveis. Isso não implica aumento do volume total de despesas", disse.

O governo federal concluiu a chamada reforma administrativa com o anúncio de extinção de 4.689 cargos em comissão e funções de confiança na administração federal. A redução ficou acima da meta do governo de redução de 4.201 postos de trabalho. Com a diminuição do número de trabalhadores na máquina pública, o governo estima economizar anualmente R$ 240 milhões a partir de 2017.

O ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, apresentou o relatório final da reforma administrativa e comemorou a redução 10% superior à meta estabelecida pelo governo federal. Alguns dos postos já estão vagos e os cargos ainda ocupados deverão ser desocupados até julho de 2017.

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Dos cargos extintos, 3.087 são cargos de direção - como postos de livre comissionamento, os chamados DAS, e em agências reguladoras - e outros 1.602 vagas são em funções de confiança.

O Orçamento de 2017 deve trazer uma previsão de R$ 10 bilhões em receitas da nova repatriação aos cofres da União, afirmou nesta quinta-feira (10) o ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira. Segundo ele, a intenção de incluir o valor na previsão de arrecadação do governo federal foi manifestada pelo relator de receitas, deputado Daniel Vilela (PMDB-GO).

"O relator de receitas do Orçamento de 2017 manifestou essa intenção de incorporar como fonte de receitas para o próximo ano uma possível nova rodada de repatriação. É muito difícil fazer uma estimativa, nós não temos estimativa específica para isso. O que temos é que ele manifestou intenção de incorporar R$ 10 bilhões de receita para a União", comentou Oliveira.

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O ministro disse ainda que não há definição sobre uma possível divisão do valor da multa com os Estados na segunda edição da repatriação. Pelas regras atuais, os governadores só recebem fatia do imposto de renda, via Fundo de Participação dos Estados (FPE). "Isso será discutido na tramitação do projeto de lei (da nova repatriação). No momento, não há decisão", afirmou.

Pente-fino INSS

Oliveira disse ainda que o governo pediu o cancelamento da urgência na tramitação do PL 6.427/2016, que permite a revisão de auxílios-doença e aposentadorias por invalidez e cria um bônus para os peritos participantes da revisão, para "facilitar a tramitação". Com o regime de urgência, seria preciso aguardar um interstício de cinco dias até a votação, explicou o ministro.

O aperto de despesas do governo em 2017 está garantido, independentemente da aprovação, pelo Congresso, da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que estabelece um teto para os gastos, de acordo com o ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira. Segundo ele, foi incluído - e aprovado - no relatório final da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) um dispositivo que trava os gastos no ano que vem. Mas todos os reajustes do funcionalismo, incluindo os que ainda não foram votados, entraram nos cálculos. Oliveira afirma que é fundamental resolver a situação fiscal do País para abrir caminho a uma retomada do crescimento. A seguir, os principais trechos da entrevista:

O sr. já comparou a situação do Brasil com a da Grécia. Estamos na antessala da Grécia?

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Alguns artigos depois mostraram que indicadores já começam a ter um comportamento semelhante, principalmente a dívida. Não acho que estamos na antessala. Mas estamos num ritmo de crescimento da dívida pública muito arriscado, de 5% do PIB. Fechamos em 2015 em 66,5% de dívida bruta e fecharemos 2016 em torno de 72%. É importante que a gente tenha a percepção do que está acontecendo. É muito grave a situação fiscal do País.

E neste cenário difícil, as despesas de pessoal vão crescer mais de 10%.

Não poderíamos cortar 10%. O máximo seria 7%, a inflação, porque o resto é crescimento vegetativo. Mas, essa despesa está estável há muitos anos, porque vem se praticando uma política de contenção dos salários. Não dá para, já tendo feito isso por vários anos, fazer ainda mais. Não sustenta.

Qual o aumento de despesa com pessoal em 2017?

O pessoal aumenta ao todo R$ 27 bilhões, o que dá, numa folha de R$ 259 bilhões, mais ou menos 11%. Isso é mais ou menos 7% do reajuste e 4% de crescimento vegetativo.

Isso conta todos os reajustes?

Sim, todos. Os que foram votados, os que não foram, os que não foram nem enviados. Decidimos fazer uma previsão realista, com viés conservador. Melhor fazer a conta com o que pode acontecer. Não quero fazer nenhuma afirmação sobre o que é provável ou não, mas, do ponto de vista do Orçamento, o correto é a gente fazer a conta considerando a hipótese de que seja aprovado.

Na hipótese de a PEC do teto não passar no Congresso, como fica o Orçamento, construído a partir dessa regra?

No caso de 2017, nós garantimos porque incluímos na LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) também a regra da despesa global. Só da despesa global. A regra da LDO nem poderia mexer na Constituição a respeito de educação e saúde. Então, colocamos na LDO apenas a regra da despesa global (atrelada ao crescimento da inflação do ano anterior). Para 2017, o teto terá de ser cumprido.

Isso não poderia ser feito sempre nas LDOs?

O problema é ficar ao sabor de decisões anuais, da conjuntura política de cada ano, das intempéries de cada ano, e você tem alguns componentes da despesa que não acompanharão. Fica uma regra inconsistente. Por isso a PEC traz também uma regra para educação e saúde e tem uma explicação importante sobre isso. A PEC não fala que a despesa executada para educação e saúde de um ano é corrigida pela inflação. O que a PEC fala é que o mínimo da saúde deste ano corrige pela inflação para o ano que vem. E como a gente estava acima do mínimo, isso dá uma diferença.

A LDO já conta então com um mecanismo que funciona como um teto de gasto?

Já. Um teto global para as despesas. É preciso explicar melhor uma coisa: todo mundo está achando que todas as despesas vão ser corrigidas pela inflação. Mas, é a soma delas. São as despesas totais. O Orçamento é uma peça complexa. Mas o principal é que este é um Orçamento muito apertado, muito duro. Uma contenção muito forte de despesas e, do lado da receita, tentamos fazer uma coisa bem realista, em alguns casos até um pouco pessimista. A receita de impostos, por exemplo, ficou um pouco pessimista.

O governo baseia a retomada econômica muito na questão de confiança...

Sinceramente, tem uma retomada de confiança, uma normalização de atividade. Muitas empresas, diante da crise política, das incertezas, sobre todo o processo político, suspenderam decisões de investimento. As próprias pessoas suspendem decisões de consumo. Quem ia tomar um financiamento, preferiu esperar, ver como ia ficar. Aí você adia a decisão de consumo. Passada essa incerteza e apontada uma política econômica forte, bem objetiva, as pessoas voltam a tomar suas decisões.

Quer dizer que o fundo do poço já chegou?

Os indicadores todos já estão mostrando isso. Quando você olha os indicadores coincidentes, movimento nas estradas, transporte de carga pesada, os indicadores de consumo de embalagens, todos já estão no terreno positivo. Isso mostra que o fundo do poço já chegou. Agora, as variáveis econômicas têm leg (atraso). O mercado de trabalho demora a reagir.

Onde houve mais corte no Orçamento?

É curioso falar em corte num Orçamento novo; Ele sai, do jeito que saiu. Corte é depois. A maior parte dos ministérios ficou com o mesmo Orçamento deste ano. O PIB, embora tenha queda real, cresce nominalmente, então esse efeito na despesa discricionária é simplesmente porque seguramos em quase todos os órgãos.

Algum programa foi mais atingido?

Não. Foi uma coisa mais geral, todo mundo passou no torniquete. Mas, veja, o mínimo da saúde para o ano que vem é R$ 103,9 bilhões. Nós estamos colocando R$ 105,5 bilhões mais R$ 4,7 bilhões de emendas, que é o Orçamento impositivo. A despesa total é R$ 115 bilhões, mais emendas, o que dá R$ 120 bilhões. Existem despesas na saúde que não contam para o mínimo da saúde, um exemplo, o programa Farmácia Popular. Para saúde e educação, o gasto total previsto é de cerca de R$ 200 bilhões.

Como fica sua situação no ministério? O sr. será efetivado no cargo?

Essa é uma pergunta que você tem de fazer para quem decide.

A Comissão Especial que analisa a PEC do teto dos gastos vai ouvir os ministros do Planejamento, Dyogo Oliveira, e da Fazenda, Henrique Meirelles, na próxima quarta-feira, 24. O relator do colegiado, Darcísio Perondi (PMDB-RS), afirmou que os governistas estão fazendo um esforço concentrado nesta e na próxima semana para realizar as sessões ordinárias no plenário da Câmara, mesmo durante o período de campanha eleitoral.

A intenção é abrir sessão ordinária no plenário nesta quinta-feira e em todos os dias da próxima semana. Com isso, vão totalizar nove sessões. O objetivo é contar o prazo de 10 sessões mínimas que a comissão precisa para votar o relatório.

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Na próxima segunda-feira, 22, os deputados devem votar o plano de trabalho da comissão. Essa será a primeira reunião do colegiado, depois que ele foi instalado. A PEC do teto dos gastos é uma das prioridades da equipe econômica do governo Michel Temer.

Na manhã desta quinta-feira (28) o presidente em exercício Michel Temer chamou o ministro interino do Planejamento, Dyogo Oliveira, para uma conversa, no Palácio do Planalto. Explicou a ele que o governo, de fato, está estudando a possibilidade de transferir a Secretaria de Orçamento Federal (SOF), hoje sob seu comando, para o Ministério da Fazenda, conforme revelou o jornal O Estado de S. Paulo. Na conversa, Temer disse que o objetivo não é esvaziar a pasta, mas promover uma mudança no acompanhamento da execução do Orçamento porque não está satisfeito com o modelo vigente.

Essa mudança, só ocorreria depois do envio do Orçamento ao Congresso, que, por lei, tem de ser feito até 31 de agosto. Coincidentemente, a alteração na estrutura viria logo após a votação no Senado do processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff.

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O presidente em exercício sabe das críticas à concentração de novas áreas cruciais no Ministério da Fazenda, principalmente pelo poder que isso deixaria nas mãos do titular, Henrique Meirelles. Mas o presidente considera importante, neste momento, reorganizar essa área cujo formato não considera bom, como uma maneira de melhorar o controle dos gastos.

A mudança, de acordo com interlocutores de Temer, ajudará o governo federal, por exemplo, a enfrentar as pressões corporativas, como a da Receita Federal. No Planalto, há uma desconfiança em relação aos dados repassados pela Receita. Com a transferência do Orçamento para a Fazenda, esse controle poderia ser ampliado.

Temer já pensou até, quando discutiu a reestruturação dos ministérios, juntar o Planejamento à Fazenda. Mas houve pressões, principalmente da área política e Temer preferiu fazer mudanças pontuais e começar a estudar outras, como de transferir a Secretaria do Orçamento do Planejamento para a Fazenda. Consultado, Dyogo preferiu não comentar.

Remanescente da equipe da presidente afastada Dilma Rousseff, e tendo atuado durante muitos anos como o braço direito do ex-ministro Nelson Barbosa, Dyogo nunca foi visto como um membro pleno da equipe econômica de Temer.

Ele sobreviveu à saída da equipe de Dilma pelas mãos do senador Romero Jucá (PMDB-RR), que o escolheu para ser seu número dois, mas ficou poucos dias no cargo.

Mesmo fora do Planejamento, Jucá continuou influenciando as decisões de governo e teve em Dyogo um aliado em embates nos bastidores contra Meirelles. A dupla defende medidas de corte desenvolvimentista.

Caso a mudança da Secretaria de Orçamento se concretize, será selada uma perda de espaço para o senador peemedebista. Meirelles, por sua vez, será fortalecido num momento em que sua política fiscal começa a ser criticada por especialistas. A secretária de Fazenda de Goiás, Ana Carla Abrão, é cotada para chefiar a SOF sob a Fazenda. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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