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O Comitê Científico do Consórcio do Nordeste emitiu, nesta quarta-feira (3), um documento com recomendações de ampliação das medidas restritivas nos estados e municípios da região, incluindo o cancelamento do carnaval e das festas privadas, como uma forma de combater aglomerações. A orientação é baseada na alta taxa de transmissibilidade da variante Ômicron e considera a crescente das internações por Covid-19. 

O mesmo boletim também recomenda que o Executivo amplie as campanhas de vacinação contra a Covid-19 e mantenha a exigência legal do uso de máscaras, especialmente em locais fechados. 

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“Com uma transmissibilidade quatro vezes maior que da variante Delta, em pouco tempo a Ômicron tornou-se a variante dominante, provocando uma nova onda da pandemia iniciada ainda em dezembro, e que rapidamente se disseminou em todo o mundo”, diz o texto assinado pelos coordenadores Carlos Gabas e Sergio Rezende. 

No documento, os responsáveis pelo comitê também incluíram gráficos que mostram um pico de infecções pela doença que supera o registrado em 2021, no mês de janeiro. “No momento, é impossível prever com segurança quando o novo pico será alcançado e qual será a duração da nova onda”, completam. 

O comitê pede não apenas o fim das festas públicas de carnaval, como o fim do feriado, que em 2022 corresponde ao intervalo entre 28 de fevereiro e 1º de março. “A manutenção dos feriados poderá se constituir num estímulo para a população ir às ruas, promovendo aglomerações, o que poderá resultar no agravamento do quadro da pandemia e o consequente prolongamento da terceira onda no Brasil”, diz o comunicado. O mesmo posicionamento foi feito sobre as festas privadas, sendo de qualquer natureza, como é o caso de shows e celebrações específicas com grande público.  

O atual presidente do Consórcio que contempla o comitê é o governador pernambucano Paulo Câmara (PSB). No estado, eventos privados de até três mil pessoas em locais abertos, e de mil pessoas em espaços fechados, seguem autorizados até o dia 15 de fevereiro. O mesmo tipo de evento também pode optar por comportar 50% da capacidade do local, valendo o que for menor.

Além da comprovação vacinal com duas doses ou dose única para quem tem até 54 anos e o reforço para quem tem a partir de 55 anos, é necessário apresentar o teste negativo para a Covid-19 para eventos com mais de 300 pessoas. 

 

O Comitê Especial de Enfrentamento à Covid-19 (CEEC), que assessora cientificamente a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) do Rio de Janeiro, deliberou por não impor restrições à realização do Carnaval na cidade. Em 2022, o Carnaval será nos dias 26, 27 e 28 de fevereiro e 1º de março, terça-feira.

Ele também apoiou a vacinação contra a doença em crianças, inclusive sugerindo a compra direta pelo município. As duas recomendações foram tomadas na reunião de segunda-feira (20) e divulgadas nessa terça (21).

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“O CEEC, fundamentado no cenário epidemiológico favorável (número de casos, número de casos internados, % de positividade de testes), com 80% de cobertura vacinal atual, na análise dos dados de todos os eventos com aglomeração no país e no Rio de Janeiro, e sustentado pelas evidências científicas disponíveis, recomenda à SMS que não estabeleça, nesse momento, nenhuma restrição à realização do carnaval carioca”, destacaram os especialistas que integram o comitê.

Crianças

Quanto à vacinação em crianças, os técnicos demonstraram apoio à medida, salientando que ela se baseia em evidências disponíveis até o momento, devendo o governo municipal avaliar a possibilidade de comprar as vacinas diretamente dos laboratórios.

“Alinhado às sociedades científicas e às melhores evidências até aqui disponíveis, o CEEC recomenda fortemente à SMS que todas as medidas sejam adotadas para implementar a campanha de vacinação em crianças, avaliando, inclusive, a eventual necessidade de compra direta aos fornecedores”, destacaram os integrantes do comitê.

O CEEC é formado por médicos, cientistas, professores universitários, especialistas em saúde, membros da prefeitura e pelo secretário municipal de Saúde do Rio, Daniel Soranz.

Segundo o Comitê Científico do Nordeste, a flexibilização das medidas de isolamento social e as eleições para renovação de Prefeituras e Câmaras municipais marcadas para novembro podem precipitar uma segunda onda de Covid-19 na região nos próximos meses. O fenômeno, que já preocupa países da Europa, pode ter uma influência no recrudescimento da pandemia no Nordeste em função do fluxo de turistas europeus que costumam vir para as praias nordestinas nas festas de fim de ano.

Por conta disso, o Comitê Científico publicou nesta sexta-feira (23), a recomendação de implantação de estandes sanitários em todos os aeroportos. Também está sendo recomendado equipes nesses estandes para aferir a temperatura e kits de testagem rápida de passageiros provenientes do exterior.

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Além disso, orienta a adoção de quarentena de 14 dias para os turistas que não apresentarem atestados que comprovem a ausência de infecção pelo Sars-cov-2. “Já passamos por essa situação de ver os acontecimentos primeiro na Europa e depois se reproduzindo aqui. Temos uma oportunidade, desta vez, de não deixar isso se repetir”, alerta Miguel Nicolelis, neurocientista e um dos coordenadores do comitê.

O Boletim 12 mostra através de previsões matemáticas e dados das Secretarias de Saúde que a pandemia atingiu seu pico em todos os Estados do Nordeste. “Isso fez com que, em vários locais, as medidas de isolamento social fossem diminuídas além do necessário, resultando em alta probabilidade de uma possível segunda onda”, constata Sérgio Rezende, ex-ministro da Ciência e Tecnologia e, também, coordenador do Comitê Científico do Nordeste. 

Rezende frisa a “premência de se adotarem as medidas sugeridas pelo Comitê porque uma nova onda de Covid-19, obviamente, poderá trazer sérias consequências econômicas, sanitárias e sociais, complicando ainda mais o cenário delicado que já vimos enfrentando neste ano”.

O comitê destaca que a campanha eleitoral que tem gerado aglomerações em todos os municípios pode contribuir para o aumento da reprodução do vírus. Em geral, as campanhas criam eventos “onde pessoas desprezam todas as normas sanitárias indicadas pela Organização Mundial de Saúde”, diz o boletim. Invariavelmente, nas aglomerações o risco desse tipo de contaminação aumenta consideravelmente, gerando a expectativa de que, no período pós-eleição, possa ocorrer uma segunda onda da epidemia. 

“Infelizmente, a maioria dos candidatos coloca sua eleição como prioridade, desconsiderando a vida de seus eleitores e as suas próprias”, criticam os cientistas. Eles pedem que a sociedade redobre os cuidados, principalmente com o aumento da flexibilização.

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