Tópicos | Cacique

O Ministério dos Povos Indígenas, marco histórico na luta pelos povos originários no Brasil e primeira pasta federal sobre o tema, teve sua composição oficialmente divulgada em evento nessa quarta-feira (11). Na solenidade, além da posse da ministra Sonia Guajajara (PSOL), foi anunciado que o cacique Marcos Xukuru será assessor especial da pasta. Ele é um líder indígena do povo xukuru da Serra do Ororubá, que fica em Pesqueira, município pernambucano para o qual ele também foi eleito prefeito, em 2020. 

A história do cacique Marcos na política é emblemática. Natural de terras que constantemente são alvo de conflitos fundiários, o indígena teve o pai, o cacique Xicão, assassinado em 1998 e assumiu a liderança no lugar do genitor. Em 2003, Marcos, acompanhado de dois familiares, foi alvo de um novo conflito armado, do qual saiu ferido com um tiro de raspão. Os parentes do cacique morreram na ocasião. 

##RECOMENDA##

Após as mortes, outros indígenas xukuru organizaram uma represália, pela qual Marcos foi considerado responsável e assim, acabou tornando-se “ficha suja” por um suposto crime patrimonial. Nas eleições de 2020, foi eleito prefeito de Pesqueira no primeiro turno, mas considerado inelegível pelo critério da Lei da Ficha Limpa.

Dois anos depois, em agosto de 2022, a eleição foi anulada completamente. Desde então, tem assumido interinamente, após um acordo com aliados. A decisão ficou nas mãos do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e do Supremo Tribunal Federal (STF), que não revogaram a questão. 

Em suas redes sociais, o cacique celebrou a nova vitória na política e comentou o peso que ela exerce sobre a luta do seu povo. “Hoje, eu enquanto indigena, enquanto Cacique do Povo Xukuru do Ororubá, recebi uma nova missão que exige muita responsabilidade e enche o meu coração de alegria e orgulho. [...] Quero dizer que, em nome da minha trajetória, da história do Cacique Xikão e do meu comprometimento com as causas sociais, não irei decepcionar ninguém. Sigamos juntos, guerreiras e guerreiros”, escreveu. 

A cerimônia 

O evento de apresentação do ministério foi realizado no Salão Nobre do Palácio do Planalto, junto com a posse de Anielle Franco, ministra da Igualdade Racial. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) compareceu ao evento. Segundo a ministra Guajajara, a criação da pasta sinaliza para o mundo o compromisso do Brasil com a “emergência e justiça climática”, além de um início da reparação histórica e da negação de direitos aos povos indígenas. 

Além de Lula, também estavam presentes no palco da cerimônia: a primeira-dama e socióloga, Janja Lula da Silva; o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin (PSB); a ex-presidente Dilma Rousseff (PT); o ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa; o ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom), Paulo Pimenta; o ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida; a deputada federal Célia Xacriabá (PSOL-MG) e a futura presidente da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Joenia Wapichana (Rede-RR). 

[@#video#@] 

 

Pivô do confronto entre bolsonaristas e policiais federais em Brasília, na noite dessa segunda-feira (12), o cacique Tserere se autodenomina pastor e é filiado a um partido de direita, o qual tentou se eleger em 2020. Após a prisão baseada na garantia da ordem pública, o indígena pediu que seus seguidores cessem o conflito.  

José Acácio Serere Xavante, o cacique Tserere, 42, se apresenta como líder da Terra Indígena Parabubura e pastor missionário evangélico. Ele também é filiado ao Patriota e chegou a concorrer à Prefeitura de Campinápolis, no Mato Grosso, mas foi derrotado com apenas 9,7% dos votos.   

##RECOMENDA##

Atos contra o resultado das eleições

Após o resultado das eleições deste ano, ele incita manifestações golpistas em Brasília e teria participado de atos no Congresso Nacional, no Aeroporto Internacional de Brasília, no Park Shopping, na Esplanada dos Ministérios e em frente ao hotel onde o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está hospedado. Em um vídeo feito na ocupação em frente ao Palácio da Alvorada, Tserere afirmou que Lula não vai tomar posse, que as eleições foram fraudadas e atacou ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).  

Sua prisão foi determinada na noite de ontem, pelo STF, que atendeu ao pedido da Procuradoria Geral da República (PGR) baseado na garantia da ordem pública. "A manifestação, em tese, criminosa e antidemocrática, revestiu-se do claro intuito de instigar a população a tentar, com emprego de violência ou grave ameaça, abolir o Estado Democrático de Direito, impedindo a posse do presidente e do vice-presidente da República eleitos”, afirmou a PGR. 

Depois que a ordem judicial foi cumprida, manifestantes tentaram invadir a sede da Polícia Federal, atearam fogo em ônibus, destruíram veículos, o que transformou as ruas de Brasília em um cenário de guerra.

LeiaJá também: PF isola hotel de Lula e bolsonaristas queimam veículos

Em um depoimento em vídeo concedido ao Metrópoles após a prisão, o cacique Tserere diz que está bem e ordena o fim do confronto. "Eu quero pedir que os senhores não venham fazer conflito, briga ou confronto com a autoridade policial [..] não pode continuar o que aconteceu, infelizmente, essa destruição dos carros e ataque à sede da Polícia Federal",  conclui e enfatiza que se trata de uma ordem.

Alguns dos grandes figurões da política brasileira como Fernando Collor (PTB), Romero Jucá (MDB), Kátia Abreu (PP), Alvaro Dias (Podemos) e José Serra (PSDB), não conseguiram se eleger e devem ficar os próximos anos sem nenhum mandato para chamar de seu. 

No Paraná, o ex-juiz Sérgio Moro (União Brasil) recebeu 1.953.188 milhão de votos, ou 33,50% dos votos válidos, ganhando para Alvaro Dias (Podemos), que ficou em terceiro lugar com 1.396.089 milhão de votos, ou 29,12% dos votos. 

##RECOMENDA##

Alvaro, que é senador desde 1999, foi responsável por trazer Moro para a disputa. No início, o Podemos seria a legenda do ex-juiz para disputar a Presidência, mas eles acabaram rompendo e o ex-ministro da Justiça e da Segurança Pública resolveu ir para o União Brasil e concorrer ao Senado pelo Paraná.

Collor em Alagoas

O ex-presidente Fernando Collor (PTB) não conseguiu avançar para o 2º turno em Alagoas, onde disputou o cargo de governador e perdeu para Paulo Dantas (MDB) e Rodrigo Cunha (União Brasil), que passaram e decidirão no segundo turno. 

Collor ficou em terceiro lugar, com 223.585 mil votos, ou 10,38% dos votos válidos. Com esse resultado, o ex-presidente, que atualmente é senador, não exercerá nenhum cargo no Legislativo. 

Kátia Abreu em Tocantins

Depois de 16 anos como senadora pelo Tocantins, Kátia Abreu (Progressistas) não teve o seu mandato renovado após perder a disputa para Professora Dorinha (União Brasil). Katia recebeu 145.104 mil votos, o que representa 18,50% da votação, enquanto Dorinha disparou com 395.408 mil votos, mais de 50% dos votos válidos. 

Romero Jucá em Roraima

O ex-senador Romero Jucá (MDB) tentou, pela segunda vez consecutiva, voltar para  o Senado Federal, após perder a eleição em 2018. O emedebista ocupou o cargo de 1995 a 2019 por Roraima.

Desta vez, com 118.760 mil votos, Hiran Gonçalves (PP) foi o escolhido pela população para ocupar a cadeira de senador. 91.431 mil pessoas depositaram o voto em Jucá, mas o número não foi suficiente para garantir a vaga.

José Serra perde em São Paulo

O ex-governador de São Paulo e atual senador, José Serra abriu mão de disputar a continuidade no Senado e tentou se eleger deputado federal pelo PSDB, mas os 88.926 mil votos que conquistou não permitiram que ele conquistasse uma cadeira na Câmara.

O governo do presidente Jair Bolsonaro inovou na prática de trocar verbas por votos no Congresso. Enquanto seus antecessores direcionavam esforços para cooptar o chamado baixo clero, o atual governo privilegiou "caciques" na Câmara e no Senado, dando ainda mais poder a esses políticos. É o que mostra uma planilha de controle de recursos do Ministério do Desenvolvimento Regional, revelada anteontem pelo Estadão, que beneficiou 285 congressistas com R$ 3 bilhões de dinheiro extra, além dos recursos a que eles já têm direito para direcionar por meio de emendas.

Até mesmo quem não tem mandato, como o presidente do PSD, Gilberto Kassab, pôde indicar valores para obras. Um dos nomes fortes do Centrão, Kassab se tornou um conselheiro de Bolsonaro, mesmo tendo sido secretário da Casa Civil - pasta da qual permaneceu praticamente todo o tempo licenciado - do governador de São Paulo, João Doria (PSDB), arqui-inimigo do presidente da República.

##RECOMENDA##

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), é quem recebeu a maior fatia do dinheiro "extra" destinado a redutos eleitorais por indicação política. No comando da Congresso, Alcolumbre se tornou um fiel escudeiro do presidente e evitou que o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) fosse alvo do Conselho de Ética após ser acusado de comandar um esquema de rachadinha quando era deputado estadual no Rio.

A divisão da bolada tem sido negociada pelo ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos. A planilha, informal e sem timbre, inclui repasses de recursos do Orçamento que não são rastreáveis por mecanismos públicos de transparência. A "caixinha" paralela das obras do Ministério do Desenvolvimento Regional soma R$ 3 bilhões e, de acordo com a planilha, embora atenda a indicações de 285 parlamentares, há uma concentração de R$ 1,77 bilhão apenas entre dez senadores e 15 deputados.

Ramos negou que as planilhas reveladas pelo Estadão sejam da Secretaria de Governo. "Seria até ofensivo, de minha parte, negociar voto em troca de cargos e emendas", disse ele.

Na condição de líder do Progressistas, Arthur Lira (AL), candidato de Bolsonaro na Câmara, aparece como tendo indicado R$ 109,6 milhões para obras em São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Paraná.

No topo da lista, Alcolumbre teve aprovadas 44 indicações de repasses do governo federal em valores que totalizam R$ 329 milhões, considerando apenas as verbas extras do Desenvolvimento Regional. Numa comparação, o montante supera, com folga, os R$ 289 milhões que o governo reservou para o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos em 2021.

Presidente do PSD, Kassab pôde direcionar R$ 25 milhões para três obras. Uma parte desse valor (R$ 10 milhões) aparece na lista como tendo sido indicada por ele em conjunto com o deputado Domingos Neto (PSD-CE), relator do Orçamento no ano passado. Kassab consta na planilha a que o Estadão teve acesso como "deputado", cargo que não ocupa mais desde 2005. Ele e parlamentares do PSD destinaram ao todo R$ 608 milhões da planilha.

Fiador

Até parlamentares que não têm proximidade com o governo foram beneficiados após encontrarem um "fiador". E o maior deles é o presidente do Senado. Das verbas cujo destino ele pôde apontar, oito transferências, com valores somados de R$ 51,6 milhões, são listadas como de Alcolumbre ao lado de algum senador de oposição - a lista inclui nomes do PT e do PDT. O Estadão apurou que o valor corresponde a um acerto do próprio Alcolumbre com líderes do Senado feito no meio de 2020. Mesmo na oposição a Bolsonaro, as duas siglas anunciaram apoio a Pacheco na disputa no Senado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) entrou com uma petição no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nesta terça-feira (15), para ser habilitada como participante no processo que pode definir a posse do Cacique Marcos Xukuru (Republicanos) na Prefeitura de Pesqueira, Agreste de Pernambuco.

Segundo a entidade, o pedido é uma ação inédita na corte eleitoral e foi feito para fortalecer a defesa do cacique ao direito de ser empossado como prefeito.

##RECOMENDA##

O líder do povo Xukuru foi eleito no primeiro turno com 51% dos votos na cidade de Pesqueira na eleição deste ano. No entanto, por ser alvo de um processo na Justiça Eleitoral sua candidatura está sub judice e a sua posse será definida pelo TSE.

“A eleição de 2020 representa um avanço civilizatório para a nossa democracia. Nós, povos indígenas, ocupamos as urnas e conseguimos o feito histórico de eleger o maior número de indígenas em uma disputa eleitoral. A vitória do Cacique Marcos representa este avanço e nós, da Apib, vamos somar forças na defesa dele, na Justiça Eleitoral, pela legitimidade da candidatura de Marcos", afirma a coordenadora executiva da Apib, Sonia Guajajara.

O Cacique Marcos Xucuru (Republicanos) lidera parcialmente a eleição para prefeito da cidade de Pesqueira, no sertão de Pernambuco. Até o momento do fechamento desta matéria, 60,13% das seções municipais foram apuradas e ele reúne 49,82% dos votos válidos do pleito, seguido pela candidata Maria José (DEM), com 46,71%. Em terceiro lugar, aparece o candidato Antônio Mota (PSOL), que tem 3,48%.

Nos gráficos em tempo real nas plataformas digitais da Justiça Eleitoral, a candidatura de Marcos aparece com a informação “anulado sob júdice”. A chapa do indígena foi indeferida, mas já apresentou recurso e aguarda julgamento da Justiça.

##RECOMENDA##

O Ministério Público Federal (MPF) conseguiu que a Justiça impedisse a realização de campanhas eleitorais em terras indígenas de Pernambuco, sob aplicação de multa de R$ 10 mil. Decisão é dessa quarta-feira (11). Em outubro, após solicitação das próprias comunidades, o órgão já havia recomendado que os candidatos consultassem caciques para antes de realizar atos de campanha nos territórios.

--> Povo Pankararu proibirá entrada de candidato não indígena

##RECOMENDA##

--> Campanha em terra indígena depende da liberação do cacique

Mesmo após a recomendação referente ao acesso mediante autorização de lideranças, candidatos entraram ilegalmente nas terras do povo Pankararu, no Sertão. Na decisão, o MPF reforça uma portaria da Fundação Nacional do Índio (Funai), que já havia estabelecido medidas de prevenção contra a Covid-19.

Na ocasião, as Promotorias Eleitorais de Tacaratu, Jatobá, Itacuruba, Floresta e Petrolândia já haviam acionado o MPF expedir recomendações aos partidos e garantir que a Funai também fosse comunicada sobre a realização de atos de campanha. Contudo, muitas das siglas não informaram sobre o acatamento do documento, aponta o MPF.

O Ministério Público Federal (MPF) recomendou que caciques e lideranças indígenas sejam consultados pelos partidos, antes dos candidatos realizarem campanha eleitoral em suas terras. Em Pernambuco, outras quatro recomendações foram enviadas aos diretórios nos municípios de Tacaratu, Jatobá, Itacuruba, Floresta e Petrolândia.

Além da autorização dos representantes dos povos, as siglas devem comunicar a intenção de qualquer ato de campanha à Fundação Nacional do índio (Funai), pela necessidade do compromisso com as normas sanitárias e distanciamento decorrentes da Covid-19.

##RECOMENDA##

A atuação, em conjunto com o Ministério Público de Pernambuco (MPPE), decorre de uma representação feita por lideranças, que não querem campanha em suas terras. O povo Pankararu já havia negado a presença de candidatos, inclusive os indígenas, com exceção aos que possuam moradia fixa dentro do território.

Após o recebimento do documento do MPF, os diretórios têm o prazo de cinco dias úteis para informar sobre o acatamento das recomendações. Em caso de descumprimento, medidas administrativas e judiciais poderão ser adotadas.

O cacique kayapó Paulinho Paiakan, 67 anos, uma das lideranças indígenas mais importantes da Amazônia, morreu nesta quarta-feira (17), em Redenção, vítima da covid-19, a doença do novo coronavírus. Paiakan teve atuação destacada na luta em defesa dos povos indígenas e da floresta amazônica.

O cacique atuou durante anos contra grileiros, garimpeiros e denunciou os impactos do projeto hidrelétrico de Belo Monte, no rio Xingu, no Pará. A partir de 1992, perdeu espaço depois de ser condenado pelo estupro da estudante Silvia Letícia da Luz Ferreira.

##RECOMENDA##

Paiakan ficou preso preventivamente, num pocesso que teve repercussão internacional. Em 1998 foi condenado por unanimidade pela 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Pará, informa o site Terras indígenas.

A esposa do cacique, Irekrã, foi acusada de ter agredido a vítima e facilitado a ação do marido. Foi condenada a quatro anos de detenção em regime semiaberto.

Na semana passada, Paiakan deu entrada no hospital de Redenção, no sul do Estado, com sintomas da covid-19. Com o agravamento do quadro clínico, foi transferido para o Hospital Regional Público do Araguia, onde morreu.

Paiakan foi um dos primeiros kayapós a aprender português. Atuou junto à Fundação Nacional do Índio (Funai) e defendeu o território indígena ao lado de importantes figuras do indigenismo, como o cacique Raoni. Em 2008, conseguiu a homologação de terra indígena onde hoje vivem cerca de 12 mil pessoas.

Em nota publicada no seu site oficial, a Fundação Nacional do Índio (Funai) lamentou a morte de Paiakan. "Paulinho era morador da aldeia Aukre, a cerca de 300 quilômetros do município de Redenção, no Sul do estado do Pará. A Funai lamenta profundamente a perda da liderança e ressalta que Paulinho Paiakan deixa um legado de intensa dedicação à defesa dos direitos indígenas", diz o texto.

O Pará tem 76.623 casos confirmados de covid-19, com 4.395 mortes. Veja aqui o boletim epidemiológico da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa).

O corpo do cacique Emyra Wajãpi, de 62 anos, foi exumado nesta sexta-feira, 2, em uma aldeia da Terra Indígena Wajãpi, no Amapá. O laudo com as causas da morte, que teria ocorrido último dia 23, ainda foi não divulgado, e pode demorar ainda 30 dias para ser concluído.

A exumação e o exame necroscópico foram realizados na terra indígena, a cerca de 300 quilômetros de Macapá, numa operação que envolveu 27 agentes públicos, entre médico legista e auxiliares da Polícia Técnico-Científica, agentes da Polícia Federal e do Grupo Tático Aéreo da Polícia Civil, que cedeu um helicóptero para o deslocamento.

##RECOMENDA##

A previsão inicial era que o corpo fosse desenterrado e levado em voo a Macapá para exames no Instituto Médico Legal. No entanto, os investigadores optaram por realizar a necropsia na floresta, para realizar um novo sepultamento de forma mais breve.

Os líderes da etnia acusam garimpeiros ilegais de terem assassinado o cacique após invadirem a área. Em buscas iniciais, policiais militares e federais não encontraram vestígios de invasão, embora os indígenas tenham reiterado a denúncia nos últimos dias.

O Ministério Público Federal abriu dois procedimentos para apurar se houve invasão da terra indígena e a morte do cacique. O exame cadavérico é tido como um passo fundamental na apuração, para determinar causa, hora e dia do óbito.

Os investigadores que apuram a morte do cacique Emyra Waiãpi no Amapá decidiram exumar o corpo do indígena, com autorização de lideranças das aldeias. Na próxima sexta-feira, um helicóptero disponibilizado pelo governo do Estado irá à terra indígena buscar o corpo, onde está enterrado, e transportá-lo a Macapá para exames com objetivo de identificar a causa da morte.

As circunstâncias ainda não foram esclarecidas, embora os indígenas acusem um ataque de garimpeiros ilegais. Em buscas preliminares, policiais militares do Bope e policiais federais estiveram no território indígena, mas não encontraram evidências da presença de invasores.

##RECOMENDA##

O Ministério Público Federal (MPF) no Amapá afirmou nesta segunda-feira, 29, que a Polícia Federal (PF) não achou vestígios de que a Terra Indígena Waiãpi, no oeste do Amapá, tenha sido invadida por garimpeiros. No final de semana, dois funcionários do governo do Amapá e outras duas lideranças indígenas afirmaram ao Estado que o cacique Emyra Waiãpi foi morto com sinais de facadas. Políticos locais atribuíram a morte à invasão de garimpeiros.

No sábado, a própria Fundação Nacional do Índio (Funai), órgão ligado ao Ministério da Justiça, relatou, em memorando interno, que um grupo de cerca de 15 invasores armados ocupou as imediações da aldeia Yvytotõ. Os moradores da região tiveram que se abrigar em outra aldeia vizinha, chamada Mariry. "Com base nas informações coletadas pela equipe em campo, podemos concluir que a presença de invasores é real e que o clima de tensão e exaltação na região é alto", diz o documento. Procurada, a assessoria do órgão afirmou que as informações eram preliminares.

##RECOMENDA##

De acordo com o procurador Rodolfo Lopes, porém, uma equipe da PF visitou a área acompanhada por líderes dos Waiãpi e não teria encontrado vestígios que poderiam caracterizar a passagem dos invasores como pegadas, sinais de fogueira ou acampamento.

"Não se confirma, por ora, a informação que houve invasão", afirmou o procurador em entrevista em Macapá, capital do Estado. Ele disse também não ser possível concluir ainda se a morte do cacique foi homicídio, já que há "várias hipóteses" em apuração.

Em nota, o Conselho das Aldeias Waiãpi (Apina) disse que os policiais que fizeram as buscas se recusaram a entrar na mata em busca dos invasores.

Garimpo

O presidente Jair Bolsonaro também colocou dúvidas sobre o episódio. Ele voltou a afirmar que pretende legalizar o garimpo no País, o que inclui a liberação da atividade em terras indígenas. "Usam o índio como massa de manobra, para demarcar cada vez mais terras, dizer que estão sendo maltratados. Não tem nenhum indício forte que esse índio foi assassinado lá. Chegaram várias possibilidades, a PF está lá, quem nós pudemos mandar já mandamos. Buscarei desvendar o caso e mostrar a verdade sobre isso aí." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ministro Sergio Moro (Justiça e Segurança Pública) disse nesta segunda-feira, 29, que as circunstâncias do assassinato a facadas do cacique Emyra e da invasão na Terra Indígena Wajãpi, localizada em Pedra Branca do Amapari, a 189 km de Macapá, "serão devida e completamente apuradas pela Polícia Federal".

Em sua conta no Twitter, Moro destaca que a PF já abriu inquérito sobre o fato e "está no local". "Lamenta-se, desde logo, o ocorrido", ele postou.

##RECOMENDA##

De acordo com a equipe da Funai na região, a invasão começou na última terça-feira, 23, quando foi confirmada a morte do cacique. Um grupo de cerca de 15 invasores estaria armado e teria ocupado as imediações da aldeia Yvytotõ, fazendo com que os moradores da região se abrigassem em uma aldeia vizinha.

Segundo Moro, "assim que houve a notícia da possível invasão à Terra Indígena Waiãpi, foi mobilizada a Polícia Federal, Bope e Funai para as providências necessárias".

"Já estão no local desde ontem e a informação é que a situação está controlada", afirma Moro.

O presidente Jair Bolsonaro voltou a afirmar que pretende legalizar o garimpo no País, o que inclui a liberação da atividade em terras indígenas. A declaração ocorre após indígenas relatarem invasão de garimpeiros em reserva da etnia Waiãpi, no Amapá. O presidente também disse que não há indícios fortes de que o cacique Emyra Wajãpi, encontrado morto na semana passada com sinais de facada, tenha sido assassinado.

"Usam o índio como massa de manobra, para demarcar cada vez mais terras, dizer que estão sendo maltratados. Esse caso agora aqui... Não tem nenhum indício forte que esse índio foi assassinado lá. Chegaram várias possibilidades, a PF (Polícia Federal) está lá, quem nós pudemos mandar já mandamos. Buscarei desvendar o caso e mostrar a verdade sobre isso aí", disse o presidente ao deixar o Palácio da Alvorada.

##RECOMENDA##

Bolsonaro questionou o fato de que as terras indígenas demarcadas no Brasil ficam em áreas "riquíssimas". Ele também disse que Organizações Não Governamentais (ONGs) estrangeiras são contra a exploração de garimpo nessas propriedades porque querem que os índios continuem "presos num zoológico animal" e querem "ter para si a soberania da Amazônia".

"Esses territórios que estão nas mãos dos índios, mais de 90% nem sabem o que tem lá e mais cedo ou mais tarde vão se transformar em outros países. Está na cara que isso vai acontecer, a terra é riquíssima. Por que não legalizaram indígena em cima de terra pobre? Não existe. Há um interesse enorme de outros países de ganhar, de ter para si a soberania da Amazônia", disse o presidente.

Ele falou, ainda, que índio não faz lobby e não tem dinheiro. Na sequência, indagou: "Qual poder eles têm para demarcar uma terra deste tamanho? Poder de fora, será que não consegue enxergar isso? São milhares de ONG's na Amazônia", declarou. Bolsonaro citou como exemplo a terra indígena Yanomami, homologada pelo ex-presidente Fernando Collor.

A suposta invasão de garimpeiros em terras indígenas da etnia Waiãpi no Amapá e a morte de um cacique estão sendo investigadas pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal.

De acordo com a equipe da Funai na região, a invasão teria começado na última terça-feira, 23, quando foi confirmada a morte do cacique, encontrado com sinais de facada dentro de um rio na região. Segundo relatos, o grupo de cerca de 15 invasores estava armado e ocupou as imediações da aldeia Yvytotõ. Os moradores da região tiveram que se abrigar em outra aldeia vizinha, chamada Mariry. Também há relatos de ameaças contra outros moradores nos últimos dias.

A invasão de garimpeiros em terras indígenas da etnia Waiãpi no Amapá e a morte de um cacique estão sendo investigadas pela Polícia Federal. Segundo a Fundação Nacional do Índio (Funai), a PF abriu inquérito hoje após chegar ao local acompanhada de equipe do Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE) da Polícia Militar. A área fica no município de Pedra Branca do Amapari, 189 km da capital Macapá.

A invasão teve início há cerca de cinco dias, mas o acompanhamento in loco das autoridades só começou após lideranças indígenas e moradores pedirem ajuda através de mensagens de celular, que repercutiram entre políticos e artistas nas redes sociais. No início da semana, o cacique Emyra Wajãpi foi encontrado morto com sinais de facadas.

##RECOMENDA##

De acordo com a equipe da Funai na região, a invasão começou na última terça-feira, quando foi confirmada a morte do cacique. O grupo de cerca de 15 invasores está armado e ocupou as imediações da aldeia Yvytotõ. Os moradores da região tiveram que se abrigar em outra aldeia vizinha, chamada Mariry. Também há relatos de ameaças contra outros moradores nos últimos dias.

"Com base nas informações coletadas pela equipe em campo, podemos concluir que a presença de invasores é real e que o clima de tensão e exaltação na região é alto. Nesse caso, solicitamos articulação da Presidência da Fundação Nacional do Índio e da Diretoria de proteção Territorial (DPT) junto ao Departamento de Polícia Federal (DPF) e/ou Exército Brasileiro, para planejamento e execução de ação emergencial para apurar denúncias tratadas neste processo", diz o memorando.

Apesar do memorando da coordenadoria regional ter sido publicado ontem, a assessoria de imprensa da Funai na esfera federal divulgou uma nota no mesmo dia falando em "suposta invasão". Questionada, a assessoria informou que, naquele momento, ainda não havia confirmação da PF se realmente havia ocorrido uma invasão.

"A Coordenação Regional da Fundação Nacional do Índio no Amapá encaminhou para a presidência do órgão nesse sábado (27) memorando informando sobre um possível ataque à Terra Indígena Waiãpi. Por se tratar de um local de difícil acesso, a Funai alertou os órgãos de segurança da área para se certificar da veracidade das informações", diz nota da Funai neste domingo, 28.

"Neste domingo, após a chegada de servidores da Fundação, da Polícia Federal e do BOPE, foi aberto inquérito pela PF para apuração da morte de um cacique que foi a óbito na semana passada. Servidores da Funai encontram-se no local e acompanham o trabalho da polícia. Assim que tivermos informações oficiais sobre o caso, atualizaremos", afirma outro trecho do texto divulgado pela Funai hoje.

Na noite desta terça-feira (31), dois homens abordaram um índio e um cacique da aldeia 'Vergonha’, que fica localizada na cidade de Marcação, no litoral paraibano. As vítimas estavam jogando dominó com mais dois adolescentes quando foram surpreendidas pelos criminosos, que utilizavam capacetes e uma moto preta de placa ainda não identificada.

Uma das vítimas, identificada como Claudemir Ferreira da Silva, de 37 anos, foi atingida com tiros na cabeça e teve morte imediata. Já o cacique Geusivam Silva de Lima está internado em estado grave no Hospital de Emergência e Trauma Senador Humberto Lucena, na capital paraibana.

##RECOMENDA##

Os assaltantes, que estavam de capacetes, fugiram após o crime e ainda não foram identificados pela polícia.

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando