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As letras e os aficionados pelo conhecimento perderam um grande representante, neste domingo (22). Morreu, aos 92 anos, o pesquisador e professor pernambucano Edson Nery da Fonseca, fundador da Biblioteca Nacional Central da Universidade de Brasília (UnB) e uma das principais autoridades em relação à obra de Gilberto Freyre.

Há muito tempo recebendo atendimento hospitalar em casa, Nery da Fonseca faleceu em decorrência de infecções urinária e pulmonar. Segundo amigos do escritor, a morte foi constatada por volta das 7h30 e o velório será realizado na tarde deste domingo, na casa do escritor, em Olinda. Nesta segunda-feira (23), uma missa no Mosteiro de São Bento será realizada em memória. 

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O pesquisador é reconhecido, mundialmente, pelos seus trabalhos analíticos sobre a obra freyriana e por sua contribuição como desbravador da biblioteconomia no Brasil. Em 1995, Nery foi condecorado com o título de professor emérito da Universidade de Brasília. “Gilberto Freyre de A a Z”, “A Biblioteca Escolar e a Crise da Educação” e “Vão-se os Dias e Eu Fico” fazem parte da extensa lista de obras escritas pelo autor. 

Em 1976, o professor pernambucano foi contratado pela Unesco como consultor para elaborar um projeto de criação de um sistema nacional de bibliotecas em Guiné-Bissau, além de ter sido consultor da biblioteca do Congresso dos Estados Unidos. Aposentado desde 1991, Edson Nery foi condecorado, 20 anos depois, em 2011, com o título Doutor Honoris Causa pela Universidade Federal de Pernambuco. 

Tido como o maior especialista em Gilberto Freyre, Nery da Fonseca cultivou uma amizade de mais de 40 anos com o autor de “Casa Grande e Senzala”. Entre os mais próximos, Nery era denominado de Gilbertófilo, por seu enorme arsenal de informações sobre o grande escritor pernambucano. 

A necessidade de empreender na área de biblioteconomia será discutida durante o VII Fórum de Discussão em Biblioteconomia. O evento será realizado de 3 a 5 de outubro, na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e tem como tema “Geração Empreendedora: estratégias e oportunidades que fazem a diferença”. 

Voltado para estudantes, professores e bibliotecários, o fórum irá abordar, entre outros assuntos, a atuação do profissional em projetos culturais e seu papel social, um panorama sobre o desenvolvimento econômico do estado de Pernambuco e as possíveis oportunidades de atuação profissional e a atitude empreendedora na biblioteconomia.

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Criado em 2001, o fórum surgiu da necessidade que os estudantes de biblioteconomia da UFPE sentiram em discutir conhecimentos práticos e a atuação do bibliotecário, congregando estudantes, professores e profissionais atuantes no mercado.

Quem pensa que bibliotecária trabalha, apenas, rodeadas de livros velhos em grandes estantes, está muito enganado. A profissão evoluiu e não se restringe apenas às livrarias.

Os estudantes que procuram a profissão se surpreendem ao deparar com tantos campos de trabalho. De acordo com Murilo Araújo (foto abaixo), professor e coordenador do curso de Biblioteconomia da Universidade Federal de Pernambuco, “O profissional está cada vez mais inserido em empresas, hospitais, museus, editoras, rádio, TV e Internet”, explica. Apesar de ser a única instituição a oferecer a graduação no estado, o curso da UFPE, tem concorrência de 2,8 alunos por vaga. A procura não é grande, devido a pouca divulgação do curso e da profissão, mas estudantes que decidem mergulhar nesse campo devem ter um dote muito específico: organização. 

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O professor explica que a “principal atividade do profissional da área é organizar o fluxo de informação que existe no ambiente de trabalho”. O coordenador ainda ressalta que nos quatro anos de curso, os estudantes abordam disciplinas técnicas, humanísticas e instrumentais.

Ruhana Berg (foto abaixo), estudante do 8° período da graduação e estagiária do Tribunal Regional Federal, não contava em encontrar tantas oportunidades na profissão. “Assim que entrei no curso de biblioteconomia, pensava que iria trabalhar apenas em biblioteca, arquivo e acervo, mas me deparei com um mercado de trabalho amplo e fácil de se inserir”, afirmou a estudante. Segundo o coordenador, dos 34 alunos formados em 2011, 60% já saíram empregados. 

De acordo com dados do Conselho Regional de Biblioteconomia, atualmente, existem 700 profissionais cadastrados no órgão. Há muitas oportunidades para poucos profissionais. A maior parte dos formados ainda sonha em trabalhar em grandes bibliotecas. Cynthia Monteath exerce a função de bibliotecária na Associação de pais e alunos excepcionais (APAE) há seis anos. "Me sinto muito realizada na profissão, sempre ajudo aos professores escolherem livros, CDs e DVDs  para a instituição. A biblioteca é um ambiente diferente, fico feliz, pois vejo que os alunos estão ficando acostumados em frequenta-la”, afirma  a profissional que se orgulha de ter escolhido os livros como companheiros. 

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Com informações da repórter Samara Loppes

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