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Lulu Santos, dono de hits que seguramente botam fogo em muitas pistas de dança, já dizia: “todo mundo espera alguma coisa de um sábado à noite”. O surgimento de um novo vírus que colocou o mundo confinado dentro de casa, numa verdadeira pandemia, no entanto, transformou as noites de sábado - e demais dias da semana para aqueles baladeiros mais dispostos - em verdadeira incógnitas, já que a aglomeração de pessoas em festas e eventos ficou terminantemente proibida.

A solução para esse problema, porém,  veio rapidamente. Correndo ao lado das lives, que pipocaram logo após o início da quarentena, as baladas online surgiram não só como opção de diversão para os ‘quarenteners’ como um meio para que produtores de festas e DJs pudessem continuar trabalhando e gerando renda, ainda que dentro de suas casas. 

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Diferentemente das lives, em que o público assiste passivamente à uma apresentação, as festas online propõem uma maior atividade dos participantes com vários estímulos que os levam a interagir entre si. “Você abre sua câmera, fica conversando com as pessoas e curtindo a festa. O bom é quando você começa  a entrar nesse clima, porque aí você começa a participar de fato da festa”, diz a DJ Claudinha Summer, que além de tocar em vários ‘rolês online’, também participa da produção de alguns eventos virtuais. 

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Em todo o território nacional - e também fora dele - selos de festas e casas noturnas estão entrando nesse novo universo do entretenimento. As opções são inúmeras - Club Quarentine (Toronto); Club Quarentee (Nova Iorque); Queer House Parties (Londres); United We Stream (Berlim); Boate aZoom (Rio de Janeiro); Iraq Sessions (Recife); Tela Plana (Brasília). A grande variedade possibilita aos baladeiros de qualquer canto do mundo curtirem festas que antes não poderiam devido à distância geográfica, e os tradicionais ‘afters’ também já estão sendo realidade no universo virtual. 

As baladas online são capazes de reunir, em média, 120 pessoas por transmissão - número que varia para cima ou para baixo a depender do dai -, e a ideia dos realizadores é que os baladeiros participem ativamente da experiência, bebendo, dançando e, sobretudo, paquerando, cada um de sua casa e através da tela do computador. “Tem gente que diz que só vai pras festas pra flertar mesmo, porque sempre aparece uma novidade, uma galera bonita”, diz Bárbara Lima, mais conhecida como Babi Lima,  DJ e hostess da Iraq Sessions. Entre um set e outro, é ela quem transmite os recadinhos dos baladeiros e garante a fruição da azaração no ambiente virtual. 

Babi Lima é DJ e hostess na Iraq Sessions. Foto: Reprodução/Instagram

Mas, engana-se quem pensa que as baladas online são apenas diversão. Não para aqueles que trabalham para que elas aconteçam. Produtores, DJs, e outros profissionais da área cultural e do entretenimento encontraram nelas uma forma de manterem-se ativos e gerando alguma renda durante o período de quarentena.”O DJ Incidental e o DJ Rimas têm uma rede de articulação (de DJs) muito grande e eles estão bombando nesse assunto. Essa rede está se articulando para fazer ações mostrando para as pessoas que não é  hora de se aglomerar em festa, então todo mundo está se articulando para que o movimento virtual seja agradável e que pegue a todos para que todos possam se recuperar na questão econômica. A gente tem que estimular o mercado online”; diz Claudinha Summer. 

A necessidade de gerar renda e aquecer o mercado das baladas online, no entanto, esbarra na dificuldade de convencer o público a pagar pelo consumo desse tipo de conteúdo que vem pela internet. Tem sido necessário uma espécie de movimento de orientação para que os festeiros compreendam esse movimento. “É chamar as pessoas para a responsabilidade, fazer com que elas entendam que nós somos profissionais da cultura e do entretenimento. Então, se isso não é estimulado nesse ‘novo normal’ a gente não tem a nossa sobrevivência”, diz Bárbara. Claudinha complementa: “Quando a gente tá no presencial, a gente tem que pegar carro, ônibus, pagar entrada. Então a gente tem que manter isso sim, que é pra educar o público, ele tem q passar por esse perrengue chique pra (nos) remunerar. O custo (da festa online) é quase igual ao presencial a única diferença é que você não abriga as pessoas”. 

Claudinha Summer é DJ e produtora de festas. Foto: Reprodução/Instagram

Mas, apesar das dificuldades - sejam elas financeiras ou de ordem técnica,por conta de todo o aparato tecnológico necessário - o universo das baladas online está crescendo e gerando frutos. Com a incerteza de quanto tempo mais estarão proibidas as aglomerações, por conta do coronavírus, é na internet mesmo que baladeiros e baladeiras estão conseguindo rever os amigos, ouvir as músicas que gostam e até paquerar. 

Os profissionais envolvidos nesse ‘rolê’ estão animados e, com certeza, quando retomarem seu trabalho no ‘mundo real’, terão muita história boa para contar, além de novas estratégias para fazer ‘bombar’ ainda mais as pistas. “É uma experiência que eu acho que todo mundo tem que passar, porque é um novo formato de entretenimento e (depois da pandemia) essas experiências vão continuar, eu acredito”, diz Summer. Já Babi, deixa o convite: “Quem não foi ainda, tem que ir”. 

Festa na 'cam'

Confira algumas opções de baladas online. 

Iraq Sessions 

Afronte 

Caótica no Zoom 

Boate AZoom / Bitclub (Brasil)

Festa Trophy (Brasil)

Club Quarentine (Canadá)

Club Quarentee (EUA)

Queer House Party (Inglaterra)

United We Stream Berlim

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