Tópicos | Auto da Compadecida

De bem com a vida, a cantora Juliette Freire deixou os fãs animados neste domingo (24) ao curtir a piscina com boia de cacto e biquininho preto. A ex-BBB que chegou a pedir para participar do filme O Auto da Compadecida 2 nesta semana mostrou que está em forma e acumulou mais de 180 mil curtidas na postagem em menos de 1 hora.

Os ex-BBBs Gil do Vigor e Domitila Barros foram alguns dos famosos que deram seu like nas fotos da rainha dos cactos. Mais de 2 mil pessoas já haviam comentado as imagens pouco mais de uma hora após a postagem, a maioria esmagadora de elogios à cantora.

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Confira os cliques:

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Juliette foi clicada curtindo um passeio no shopping ao lado de um amigo e de Kaique Cerveny, apontado como seu novo affair. O trio estava deixando um restaurante no último sábado, dia 23.

"Não troco meu oxente pelo OK de ninguém." Esta é uma das frases clássicas de um dos maiores defensores da cultura popular brasileira. Professor, dramaturgo, escritor, imortal, muitas são as formas de identificar Ariano Suassuna, e muitos são os desdobramentos da sua obra.

Morto nesta quarta (23), aos 87 anos de idade, Ariano deixa um legado que vai além das histórias que escreveu - e que foram publicadas e republicadas, adaptadas para teatro, cinema e TV e eternizou personagens como João Grilo e Chicó. Ele deixa uma marca inapagável na cultura brasileira, ao traduzir para seus romances e peças teatrais hábitos, expressões, causos, a cultura, as feições e desafios do povo nordestino.

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Ao atingir a maturidade, o longevo Ariano passou a ser ele mesmo sua principal obra. Iniciou, no último ciclo da sua vida, uma turnê com suas aulas-espetáculo que visitou mais de 100 municípios pernambucanos. Com um tom mais intimista, o dramaturgo contava histórias da sua vida e opinava sobre a realidade atual do cenário cultural brasileiro, espalhando sua experiência e conhecimento e fazendo as pessoas se encontrarem com sua própria cultura.

Família e amigos dão adeus ao escritor Ariano Suassuna

'A Caetana chegou, mas ele está aqui com a gente'

O impacto da obra e da vida de Ariano Suassuna fica claro no prestígio que o autor conquistou em vida. Na morte, Suassuna está sendo homenageado por algumas das pessoas mais representativas de Pernambuco e do Brasil, incluindo a presidente Dilma Roussef, que chega no início da tarde desta quinta para o velório. O ex-governador e candidato à presidência da república Eduardo Campos, que tinha uma relação pessoal com o pensador, também tem marcado presença desde os primeiros momentos.

Muito emocionado, Campos se despede de Suassuna

Ariano não se resumiu à sua arte. Homem político, participou de diversos momentos importantes da política brasileira, sempre ligado à área da cultura. Em 1975, torna-se Secretário de Educação e Cultura do Recife; em 1994, assume a secretaria de Cultura de Pernambuco, durante mandato de Miguel Arraes, cargo que voltou a ocupar em 2007, a convite do neto de Arraes, o então governador Eduardo Campos.

Ariano Suassuna e sua paixão pela política

Armorialismo

Um dos momentos mais importantes da vida politico-cultural do dramaturgo foi a criação do Movimento Armorial. Com ele, Ariano pretendia criar uma arte erudita brasileira, nordestina, autêntica, próxima das suas raízes e longe de ideias prontas ou importadas.

A princípio, procurou compositores da importância de Guerra-Peixe, Clóvis Pereira e Capiba para a criação da música armorial. Com o quinteto armorial (do qual participava Antonio Nóbrega, um dos seus mais importantes pupilos), estava criada a musicalidade Armorial.

Da música, o armorialismo foi encontrando novas formas de expressão, e encontrou na dança uma das mais duradouras. Com o Balé Popular do Recife, atingiu sua expressão máxima, ao adaptar os folguedos e danças populares com grande sucesso de crítica e público. Artes plásticas, cinema e, claro, literatura, também fizeram parte do esforço de Suassuna em criar uma arte erusita tipicamente brasileira.

Ariano Suassuna é o grande homenageado do Galo da Madrugada em 2014

A compadecida

A obra de maior sucesso foi o Auto da Compadecida, adaptada inúmeras vezes para o teatro, o cinema e a televisão. É dos protagonistas João Grilo e Chicó que muita gente lembra quando se fala em Ariano Suassuna. Usando como fonte de inspiração o romanceiro nordestino, Ariano conseguiu captar a essência do povo, criando personagens marcantes e inesquecíveis, e contando histórias cômidas e trágicas com talento ímpar.

A esperteza de João Grilo, arquétipo do brasileiro submetido à fome e à pobreza que usa a criatividade para sobreviver em um ambiente árido e violento, encontra-se na alma do Brasil. O cangaceiro, a religiosidade - e os aproveitadores da fé -, as festas populares, a relação com os animais, está tudo ali em Compadecida, registro ficcional da dura realidade do povo brasileiro.
Certamente por tudo isso, a obra se tornou a maior referência quando o assunto é a obra de Ariano, e uma das mais relevantes na ficção regionalista brasileira.

"A massificação procura baixar a qualidade artística para a altura do gosto médio. Em arte, o gosto médio é mais prejudicial do que o mau gosto... Nunca vi um gênio com gosto médio." Assim, o gênio Ariano Suassuna defendia não só sua visão de mundo, mas a cultura genuinamente brasileira.

Nascido no ano de 1927 em Nossa Senhora das Neves (atual João Pessoa), o escritor Ariano Vilar Suassuna foi um dos principais escritores da literatura nacional. Dono de um estilo literário único, ele ocupava a cadeira nº 32 da Academia Brasileira de Letras. Ainda criança se mudou para o sertão e, posteriormente, seguiu para o Rio de Janeiro, onde seu pai foi assassinado por motivos políticos, causando assim a volta da família para a Paraíba. Idealizador do movimento Armorial, ele morreu nesta quarta-feira (23) em decorrência de um AVC.

Em 1942, Ariano passou a morar no Recife. Na capital pernambucana ele terminou seus estudos secundários e iniciou a Faculdade de Direito. Na academia ele conhece Hermilo Borba Filho e juntos fundam o Teatro do Estudante de Pernambuco, escrevendo Uma Mulher Vestida de Sol, sua primeira peça teatral, já em 1947. Os anos seguintes foram bastante produtivos, com uma média de um espetáculo por ano, ele se viu obrigado a retornar a Taperoá devido a problemas pulmonares em 1950.

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Dois anos depois, já de volta à 'Veneza brasileira', Suassuna passa a se dedicar à advocacia, mas não deixa de lado sua paixão pelo teatro e escreve algumas de suas principais obras. Em 1955 escreveu o Auto da Compadecida, sua obra mais conhecida e considerada um dos textos mais populares das artes cênicas nacionais. Ainda durante a década de 1950, ele passou a lecionar na Universidade Federal de Pernambuco, instituição em que trabalhou até o ano de 1994.

Foi membro fundador do Conselho Federal de Cultura em 1967. Na década de 1970 iniciou o Movimento Armorial, que incentivava o desenvolvimento e o conhecimento das formas de expressão populares nordestinas tradicionais. Desde 1993 integra a Academia Pernambucana de Letras e em 2000 entrou para a Academia Paraibana de Letras.

Uma história contada há exatos vinte anos nos teatros do Brasil aproveita a data "redonda" e anuncia sua despedida dos palcos. A encenação de O Auto da Compadecida, obra mais famosa de Ariano Suassuna, realizada pela Dramart Produções, estreou em 1992 no Teatro Valdemar de Oliveira. Desde então, já foi vista em dezenas de municípios pernambucanas, além de ter sido encenada em Manaus (AM), São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Belo Horizonte (MG), Campina Grande e João Pessoa (PB), Natal e Mossoró (RN), Maceió (AL), Fortaleza (CE), Salvador e Paulo Afonso (BA) e Aracaju (SE).

Quase 300 mil pessoas já assistiram ao espetáculo, dirigido por Marco Camarotti (falecido em 2004), com assistência de direção de Williams Sant’Anna, que também atua na peça. O enredo relata as tramas do esperto João Grilo, que, acompanhado do inseparável amigo Chicó, engana a todos na pacata cidade de Taperoá. Do padre ao delegado, todos são envolvidos nas histórias do espertalhão, que tira proveito da astúcia para se dar bem, enganando até perigosos e temidos cangaceiros.

A montagem traz um palhaço - representando o próprio autor do texto, Suassuna - conduzindo a ação, além da Banda Querubins de Metal, que executa a trilha sonora ao vivo. O clímax da trama é o julgamento conduzido por Nossa Senhora, a "Compadecida", no limbo, para decidir quem deve ir ao céu ou ao inferno. O texto e a interpretação de espírito circense do elenco são garantia de muitos risos.

A peça será encenda pelas últimas vezes no próximo sábado (10) e domingo (11) no Teatro de Santa Isabel, portanto, as últimas oportunidades para conferir a atuação de Socorro Rapôso (A Compadecida), Sóstenes Vidal (João Grilo), Williams Sant’Anna (Chicó), Luiz César (Padre João), Cleusson Vieira (Sacristão), Maria Oliveira (Mulher do Padeiro), Luiz de Lima Navarro (Padeiro), Max Almeida (Bispo), Leidson Ferraz (Frade e Demônio), Buarque de Aquino (Antônio Moraes e Encourado), Célio Pontes (Severino do Aracaju), Márcio Moraes (Galego, o Cabra), Hélio Rodrigues (Palhaço) e Didha Pereira (Manuel).

A presença do autor Ariano Suassuna é esperada no Teatro de Santa Isabel para prestigiar a despedida da montagem.

Serviço
Auto da Compadecida
Apresentações de despedida
Sábado (10), às 20h; domingo (11), às 19h
Teatro de Santa Isabel (Praça da República, s/n, Bairro de Santo Antônio)
Tel. 3355 3322
R$ 20 e R$ 10 (estudantes, professores com carteira e maiores de 60 anos)

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