Tópicos | 7 a 1

Muitos gols no jogo-treino da Seleção Brasileira Sub-18 com o Retrô FC Sub-20 nesta sexta-feira (5). No CT da equipe pernambucana, no grande Recife, a Canarinho venceu com goleada por 7 a 1 no encerramento do período de observações coordenado pelo técnico Dudu Patetuci.

Os gols da partida foram marcados por Werton, Alexsander, Matheus Martins, Jader, Renyer, João Neto e Matheus – Diego descontou para o time adversário.

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O grupo convocado para esta etapa de observação está reunido em Recife desde o dia 25 de fevereiro e é composto por jogadores nascidos em 2003, que se destacaram na temporada 2020 da base e nas equipes profissionais de seus times.

O jogo

A Seleção Brasileira Sub-18 controlou as ações no primeiro tempo da partida, com mais posse de bola, fazendo pressão alta e chegando com muita qualidade ao ataque. Tanto que o placar foi inaugurado logo aos dois minutos de bola rolando. Em cobrança de falta pela direita, Jefté mandou a bola na área, que ficou viva para Werton finalizar: 1 a 0.

Um pouco depois, aos seis, Werton começou a jogada pela direita, fez o arremate, a bola bateu na defesa do Retrô e voltou para os pés de Alexsander, que chutou de primeira de fora da área para ampliar: 2 a 0.

O Retrô, jogando mais recuado, apostou em contra-ataques e chegou com perigo aos nove minutos, quando Braga foi derrubado dentro da área e a arbitragem assinalou o pênalti. Lucas, camisa 10 da equipe pernambucana, cobrou no lado direito e viu Kauã pular no canto certo para fazer a defesa. No lance seguinte, após contra-ataque rápido pela esquerda, Marcos Leonardo cruzou para o meio, e Matheus Martins completou para o fundo das redes para fazer o terceiro do Brasil.

Na marca dos 17, os visitantes partiram para o ataque com Ruan, que acabou ficando cara a cara com o goleiro Kauã e sendo derrubado. Em novo pênalti, o camisa 1 da Seleção fez mais uma defesa ao cair no canto esquerdo e segurar a cobrança de Daburá.

Ainda com mais volume de jogo, a Canarinho balançou as redes novamente, já nos acréscimos. Aos 46, Jefté avançou pela esquerda e cruzou da linha de fundo, na medida, para Jader completar para o fundo das redes: 4 a 0.

Outro time, mesmo enredo

No segundo tempo, o técnico Dudu Patetuci mudou todo o time, que fez valer a oportunidade de observação. Seguindo com o domínio da partida, o Brasil balançou as redes mais três vezes.

Aos dez minutos, após rápido contra-ataque, Renyer fez uma pintura ao tocar por cobertura diante do goleiro Felipe. A goleada aumentou com mais um belo gol, aos 24. Stenio deu ótima assistência, João Neto dominou, invadiu a área e bateu de canhota para marcar mais um por cobertura e fazer o sexto.

O Retrô descontou já aos 39, quando Carrapeta cruzou pela esquerda, e Diego completou para dentro das redes.

Depois, aos 45, Matheus finalizou de canhota de fora da área para aumentar a vantagem e dar números finais ao confronto: 7 a 1.

Da assessoria da CBF

Os ministros do Supremo Tribunal Federal devem analisar hoje (26) recurso da defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva contra a decisão que o condenou. No plenário virtual, o placar está 7 a 1 contra Lula. Mas o ministro Ricardo Lewandowski pediu vista e levou o julgamento para o plenário físico.

Preso desde 7 de abril na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, Lula cumpre pena de 12 anos e um mês, determinada pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) no caso do triplex no Guarujá, em São Paulo.

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Placar

O placar do julgamento está em 7 a 1, formando maioria contra Lula, sendo realizado em ambiente virtual, quando os ministros do STF podem decidir remotamente sobre uma questão que trate de temas com jurisprudência já consolidada.

Segundo assessores de Lewandowski, o pedido de vista foi feito diante da divergência apresentada pelo ministro Marco Aurélio Mello, que votou pela soltura de Lula. Coube ao presidente da Corte, Dias Toffoli, marcar a data de apreciação do recurso.

O recurso protocolado pela defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é contra a decisão do plenário da Corte que negou um habeas corpus antes de ele ser preso, em abril.

Já votaram sobre a questão os ministros Edson Fachin, relator; Alexandre de Moraes; Dias Toffoli; Luís Roberto Barroso; Gilmar Mendes e Rosa Weber.

 

A Seleção Brasileira enfrentará a Alemanha no dia 27 de março de 2018, ano da Copa do Mundo da Rússia. A partida será realizada em Berlim, no Estádio Olímpico.

O Coordenador de Seleções, Edu Gaspar, pontuou a importância da partida no ano do mundial. "Jogar contra uma seleção de alto nível, como a Alemanha, será uma prova fundamental para nossos atletas e comissão técnica. Ainda mais por se tratar de um jogo na casa do adversário e em um ano importantíssimo para nossa Seleção".

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O tema é inevitável. Desde que a CBF confirmou que a partida diante da Argentina pelas Eliminatórias seria no Mineirão, a lembrança dos 7 a 1 na semifinal da Copa do Mundo de 2014 se mantém viva a cada entrevista. Nos discursos, jogadores e comissão técnica falam em "outro momento". E a seleção quer aproveitar o clássico sul-americano da próxima quinta-feira (10) para provar isso.

O bom retrospecto do Brasil nos últimos jogos é usado para tentar deixar o maior fiasco da história da seleção brasileira no passado. "Aquilo que aconteceu não se apaga, mas é um momento totalmente diferente. Estão acontecendo coisas novas, diferentes, e é isso que a equipe está pensando. Os jogadores não estão pensando no que aconteceu", afirma o atacante Douglas Costa, que disputa vaga na frente com Gabriel Jesus. "O trabalho em si consiste em fazer o que estamos fazendo, ter boas partidas e jogar bem."

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O mesmo pensamento tem o volante Renato Augusto. Com a experiência de quem já usou a braçadeira de capitão com Tite, ele diz que a lembrança dos 7 a 1 pode colocar uma pressão extra nos jogadores. O volante admite, contudo, que um bom resultado na quinta-feira pode ajudar a deixar um pouco de lado aquela semifinal de 2014.

"A gente não pode criar mais pressão do que já tem, e por isso não podemos ficar pensando muito no que passou. A cicatriz vai ficar. Temos de mudar o que vem pela frente", avalia o volante. "É um bom momento para vencer, até para diminuir esse assunto. Na Olimpíada, contra a Alemanha, também falávamos sobre a importância de vencer aquele jogo."

O volante Paulinho, que atuou nos 7 a 1 e tem sido titular com Tite, é outro que fala em nova era. "Vivemos um momento diferente. O futebol te dá oportunidade não de reverter, mas de deixar uma boa impressão depois do que aconteceu", diz. "É claro que vão sempre perguntar, mas eu entendo. Temos uma oportunidade de fazer um bom jogo no Mineirão."

Além de Paulinho, outros três jogadores convocados por Tite estiveram em campo naquele jogo - Marcelo, William e Fernandinho. Neymar, Thiago Silva e Daniel Alves estavam na Copa, mas não atuaram. Sobre isso, Renato Augusto diz que a pressão sobre eles não deverá ser diferente daquela sobre os demais jogadores do Brasil.

"Seleção sempre tem pressão. Mesmo eu não estando no jogo, estava como torcedor, como brasileiro. É ruim para todo mundo. A gente não pode criar uma carga ainda maior sobre os jogadores", defende.

Líder das Eliminatórias da Copa do Mundo de 2018, o Brasil tem a chance de abrir oito pontos de vantagem sobre os argentinos e aumentar ainda mais o drama dos vizinhos, atualmente fora da zona de classificação para a Copa. Para isso, precisa "apenas" vencer o jogo.

O retrospecto recente joga a favor da seleção. Embalado desde que Tite assumiu, com quatro vitórias em quatro jogos, o Brasil enfrenta uma Argentina que não vence há três partidas e que vem de derrota em casa para o Paraguai. Mesmo assim, os jogadores do Brasil negam qualquer favoritismo.

"Todo mundo sabe que é um clássico, e não existe bom ou mau momento nessas situações", diz Douglas Costa. "Não penso no que a Argentina deve fazer. Acho que o Brasil tem que impor o seu jogo, sem pensar no que eles estão sofrendo."

Renato Augusto também prefere a cautela. "O torcedor acha que vai acontecer uma vitória, uma goleada, mas não é bem assim. É um teste totalmente diferente do que já tivemos", diz. "Clássico é sempre diferente, não importa quem está primeiro ou último."

O volante espera um grande jogo, em uma partida bacana para o torcedor ver. Ele usa a própria experiência para prever isso. "Eu voltei para a seleção exatamente contra a Argentina. É gostoso de jogar."

Não bastasse toda a rivalidade do confronto, o duelo entre Brasil e Argentina no próximo dia 10 é envolto em enorme expectativa por causa do local do jogo, marcado para o Mineirão, em Belo Horizonte. Será a primeira vez que a seleção brasileira vai jogar no estádio onde foi massacrada pela Alemanha nas semifinais da Copa do Mundo de 2014. Sempre que é questionado sobre os 7 a 1, o técnico Tite não foge do tema, mas na entrevista coletiva que se seguiu à convocação da seleção, nesta sexta-feira (21), o treinador afirmou que "estamos em outro momento".

Para Tite, os jogadores não deverão sentir qualquer pressão extra. "O trabalho psicológico parece que ao longo do tempo já foi perfeitamente colocado, e segue sendo. É verdade esse fato (7 a 1), mas também é verdade que dois anos se passaram, assim como uma série de circunstâncias. É uma constatação. Aconteceu e passou. Estamos em outro momento", afirmou o treinador.

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Ele disse que mesmo os jogadores que estiveram em campo naquela semifinal e que foram convocados para o confronto diante da Argentina não podem receber uma cobrança maior. Para tanto, Tite lembrou um fato ainda da época em que foi treinador do Caxias, time do interior gaúcho, no ano 2000.

"Lembrei de uma história que tive com um diretor, Enio Costamilan (falecido em 2009), que eu tinha no Caxias. Estávamos falando de um momento de insucesso que nós tínhamos na equipe, e ele sabiamente disse assim: 'Não, eu não vou abrir mão desses jogadores pelo insucesso que eles tiveram'. Eu fiquei na dúvida, e ele me disse 'sabe por quê? Porque eles aprenderam. A vida é aprendizado, não só com sucesso'. Se serve para esses atletas, talvez sirva para todos nós", ponderou o técnico.

"Reitero: o resultado negativo que aconteceu não foi de uma equipe ou de um jogador. Foi de todos nós. Eu me senti perdedor nessa situação (7 a 1). A gente aprende com virtudes, acertos e erros. Eu tive insucesso em três meses como treinador em Minas. Acontece, é da vida", considerou Tite.

Para ele, o confronto contra a Argentina será especial. "É meu primeiro Brasil x Argentina, e eu não tenho adjetivo para colocar. Estou vivendo um sonho que todo técnico brasileiro gostaria de estar. Participar de um jogo desses com tamanha rivalidade e história... Não sei que adjetivo usar, talvez honra."

Cinco pontos-chave da partida entre Brasil e Alemanha pela medalha de ouro no futebol masculino dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro-2016, sábado (20), no Maracanã:

1 - Revanche ou mais desastre

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Dois anos e quase um mês e meio depois de sofrer a maior goleada e mais humilhante derrota em sua história, um 7-1 nas semifinais da Copa do Mundo de 2014, a seleção brasileira volta a se encontrar com a Alemanha, desta vez na final olímpica do Rio-2016 no Maracanã.

O Brasil não conhecia uma dor igual desde 1950, quando o Uruguai derrotou os donos da casa por 2-1 na final do Mundial no chamado "Maracanazo". O estádio havia sido construído especialmente para que a seleção comemorasse seu primeiro título.

A Alemanha tem boas recordações do Maraca, já que a equipe de Joachim Löw se tornou a tetracampeã mundial vencendo a Argentina por 1-0 há dois anos.

2 - Pelo primeiro ouro

Com o recorde de cinco títulos mundiais em sua sala de troféus, o Brasil nunca conseguiu conquistar uma medalha de ouro nos Jogos Olímpicos.

Há quatro anos, em Londres, a seleção - com Neymar ainda no Santos, mas na mira dos grandes clubes europeus - esteve perto de conquistar o ouro, mas terminou perdendo por 2-1 para os mexicanos.

O Brasil também acabou ficando com a prata em Los Angeles-1984 e Seul-1988, quando o torneio Olímpico era reservado para as seleções sub-20 da América do Sul e da Europa, enquanto o resto das confederações participava com combinados absolutos.

Vencedora de quatro Copas do Mundo, a Alemanha também nunca conquistou o ouro como nação unificada.

A Alemanha Oriental ganhou o ouro em Montreal-1976, superando o bronze que havia ganho quatro anos antes em Munique. Em Moscou-1980, a mesma Alemanha perdeu a final para a Checoslováquia. E em Seul-1988, a Alemanha Ocidental ficou com o bronze.

3 - Novas caras

É inevitável a recordação do 7-1 pelos cantos do Maracanã, mas nenhum dos jogadores que esteve nessa inesquecível e fatídica tarde no Mineirão jogará a partida pelo ouro no Rio-2016.

Neymar, o astro da seleção, ficou fora do Mundial nas quartas de final diante da Colômbia ao sofrer uma duríssima falta de Camilo Zúñiga. O diagnóstico foi uma fratura na vértebra lombar e um mês e meio fora dos campos.

Na seleção alemã, o zagueiro do Borússia Dortmund, Matthias Ginter, fez parte da escalação dos 23 jogadores que se sagraram campeões mundiais, mas não jogou nem um minuto no Brasil.

4 - Melhor defesa vs melhor ataque

Com a vitória de 2-0 em cima da Nigéria nas semifinais, a Alemanha chegou a 21 gols nas Olimpíadas Rio-2016 (2-2 com o México, 3-3 com a Coreia do Sul, 10-0 com Fiji e 4-0 com Portugal).

Serge Gnabry, meio-campo do West Bromwich da Premier League, lidera a artilharia do torneio com seis gols, seguido pelo atacante Nils Petersen, do Freiburg, com cinco.

Já o Brasil contabiliza 12 gols marcados (4-0 com a Dinamarca, 2-0 com a Colômbia, 6-0 com Honduras) depois de seus decepcionantes empates de 0-0 com a África do Sul e Iraque na primeira fase. O melhor para seleção é que ela se mantém invicta na competição.

5 - Brasil domina a história

Apesar do vergonhoso 7-1 da Copa do Mundo de 2014, o Brasil leva em cima da Alemanha uma importante vantagem em seus 22 duelos históricos.

A seleção brasileira ganhou 12 dessas partidas entre oficiais e amistosos, enquanto os alemães venceram apenas cinco. Outras cinco terminaram em empate.

O triunfo mais marcante da canarinha foi o 2-0 na final do Mundial do Japão/Coreia do Sul, em 2002, quando o Brasil se sagrou pentacampeão.

Em Olimpíadas o Brasil venceu duas vezes em cima da seleção alemã: 1-0 na primeira fase em Los Angeles-1984 e 4-3 nos pênaltis (1-1 no tempo regular) nas semifinais em Seul-1988.

O técnico Dunga não quis saber de comparações. Ele não acha possível relacionar os 7 a 1 desta quarta-feira com a goleada sofrida pela seleção diante da Alemanha na Copa de 2014, e por isso livrou-se rapidamente do tema. "O grupo é diferente, é outra época", cortou, controlando-se. "Tentamos fazer a nossa parte, colocar em prática o que treinamos. Os gols aconteceram conforme a equipe foi tendo rendimento positivo.''

Para Dunga, o mais importante ontem foi o fato de a equipe ter evoluído em relação à estreia. "Para nós, o mais importante é evoluirmos a cada jogo. É uma briga que temos com nós mesmos. Melhorar sempre", falou o treinador, que demonstrou contrariedade quando questionado sobre a fraqueza do Haiti. "O Peru só ganhou de 1 a 0. O importante foi que nós fizemos a nossa parte."

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Dunga reconheceu a excelente atuação de Phillippe Coutinho, não apenas pelos três gols, mas pelas boas jogadas que fez, e disse que a melhora de rendimento do meia passou por conversas que teve com o jogador. "Ele está aproveitando a sua oportunidade em cada jogo, em cada treinamento. Tem tido maior confiança. A gente conversou e pedi a ele para ser o Phillippe Coutinho do Liverpool. Para chamar a jogada, arriscar mais, ser protagonista."

Dunga não terá o suspenso Casemiro domingo, contra o Peru, mas não quis adiantar se Wallace joga. Da mesma maneira não garantiu que Gabriel tomará a posição de Jonas.

COBRANÇA - Após a partida, quem apareceu foi o vice-presidente da CBF, Antonio Nunes, chefe da delegação nos EUA. E disse exigir que o Brasil chegue ao menos à decisão da Copa América. "Cada jogo é um jogo, então a gente espera que vá chegando sempre e o Brasil possa disputar a final. Eu não vou aceitar a seleção brasileira fora de uma final", cobrou.

Os principais veículos de comunicação na Alemanha demonstraram respeito com o massacre da seleção do país sobre o Brasil em Belo Horizonte, há exatamente um ano, e cuidaram nesta quarta-feira de outra efeméride. O aniversário de 25 anos do tricampeonato mundial em 1990, na Itália, teve muito mais espaço do que o primeiro aniversário da vitória por 7 a 1 pela semifinal da Copa do Mundo.

No Bild, jornal mais popular do país, o feito no Mineirão foi ignorado. O veículo publicou uma entrevista com Andreas Kopke, preparador de goleiros da seleção alemã, mas que falou somente sobre a conquista de 1990, quando era reserva.

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O Twitter da Federação Alemã fez uma retrospectiva oficial sobre a vitória por 1 a 0 sobre a Argentina, em Roma, na decisão do Mundial em 1990. O órgão escreveu como se fosse em tempo real os lances mais importantes.

Somente em seu site a Federação relembrou o episódio, ainda em tom comedido. "Os 90 minutos foram históricos em Belo Horizonte e o jogo pelo menos produziu um ponto de virada para o futebol no Brasil".

Poucos alemães presentes em campo nos 7 a 1 comentaram o episódio. Nem mesmo o atacante Lukas Podolski, famoso pela participação frequente nas redes sociais durante a Copa, tocou no assunto.

"Um ano atrás: uma das partidas mais memoráveis da história do futebol. Ficamos um passo mais perto do nosso sonho", escreveu Toni Kroos, autor de dois gols na vitória. "O placar final contra o Brasil foi 7 a 1, Klose se tornou o maior artilheiro da história das Copas. O título estava ao alcance", comentou Bastian Schweinsteiger.

Eu estive lá. Vi de perto a história. Nunca consegui explicar direito aos que me perguntam como foi ver ao vivo o maior desastre do futebol brasileiro. A pancada foi grande. Demorei algum tempo para organizar as ideias, mas depois de exatos um mês da tragédia, conto nas linhas abaixo como foi a cobertura de um dos fatos mais interessantes da minha vida profissional.

Era a segunda vez que estava em Belo Horizonte durante a Copa. A primeira vez já não tinha sido muito tranquila. Onze dias depois, a vitória aos prantos e nos pênaltis contra o Chile ainda pairava no frio ar mineiro. Apesar de ter sido um triunfo, a memória pedia cautela. Não havia na cidade um entusiasmo de Copa do Mundo. O medo da torcida estava escondido em cada esquina de BH.

Reencontrei nos corredores do Mineirão um daqueles seis jornalistas escolhidos por Felipão para um conversa reservada. Com ele tive a minha única discussão mais áspera durante todo o Mundial. No mesmo estádio o comentei na porta de um banheiro que o treinador brasileiro era muito sortudo após a classificação na oitavas de final. Como uma mãe que defende um filho ele me garantiu que o que tínhamos acabado de ver era fruto da competência do técnico gaúcho, mesmo dependendo das defesas de Júlio César para passar de fase.

- Precisaremos de sorte ou competência amanhã contra os alemães? – brinquei ao sentar ao lado dele na coletiva de imprensa do técnico brasileiro, um dia antes do massacre.

- Guarde a sua sorte. Ganharemos na bola – respondeu aos risos.

Até agora não entendo o porquê, mas durante todo o mundial não conseguir me envolver emocionalmente com a seleção. Não lembro de ter gritado em um único gol do Brasil. Não era por conta da utópica imparcialidade jornalística, já que todos ali eram brasileiros e por mais queixas que tivessem em relação ao comando do futebol nacional, queriam ver a o time brasileiro campeão. Sinceramente a seleção não me empolgou.

Aquele 8 de julho de 2014 se mostrava não ser um dia comum. O questionado Fred era a maior esperança de todos os brasileiros. Ele iria desencantar e levar o time à final da Copa, segundo a maioria dos comentários nas redes sociais. 

Quatro horas antes de começar a partida um nervosismo, inédito até então, surgiu sem que eu percebesse. As mãos suavam, a boca secava e eu lembrava que tinha cravado em um bolão, semanas antes do início do mundial, que Brasil perderia na semifinal diante da excelente seleção alemã. Maldito palpite. 

Gol da Alemanha. Dá pra reverter. Mais um. Outro. Mais outro. E outro novamente. Acabou. A música Socorro, de Arnaldo Antunes, tocava sem parar na minha cabeça. Já não estava sentindo nada. Nem medo, nem vontade chorar ou de rir. Apaguei tudo que tinha escrito até então. O texto era outro. Tinha que narrar àquela epopeia.

Sete a um no placar e uma perplexidade em cada cadeira do estádio do mineiro. Desço os três lances de escadas da tribuna de imprensa para a Zona Mista junto com três repórteres alemãs. Quatro vozes mudas. A minha por motivos óbvios e a deles por um terrível constrangimento de rir dos brasileiros dentro da casa deles. 

Como esperado os jogadores demoraram quase uma hora para saírem dos vestiários. A maioria não tinha tristeza no olhar, mas raiva. Em certo momento fiquei em dúvida se a culpa tinha sido minha pela aquela acachapante derrota. Havia menos lágrimas naquele dia em comparação a vitória contra o Chile. 

Sabia que tinha vivenciado um dia histórico e traumático. Demorei pra entender o que tinha se passado naquele dia. Mesmo depois de um mês e escrevendo o que vi, parece ainda não ter sido verdade. Até porque, de lá pra cá, nada ainda mudou no futebol brasileiro.

3 dentro

- Sport. Assim como o Náutico, a diretoria acerta em manter os ídolos recentes dentro do clube. É bom para os jovens atletas terem como referência jogadores como Leonardo, que fizeram história no futebol pernambucano, trabalhando junto com eles. Todos ganham em ações como essas.

- Leonardo. Em entrevista ao jornal O Globo, o ex-jogador e dirigente mostra que é um dos brasileiros que mais entendem a estrutura atual do futebol no mundo. Não à toa, em seu comando o Milan conseguiu títulos importantes e o PSG ressurgiu na Europa.

- Giba. O atleta anunciou aposentadoria na semana passada e deixa o esporte como o maior jogador da modalidade no Brasil em toda a história. Para se ter ideia do tamanho da importância e eficiência dele, Giba conquistou, pelo menos uma vez, todas as competições que disputou na carreira. 

 

 

 

3 fora

- Torcida Jovem do Sport. Beira ao absurdo a ação movida pelo grupo organizado contra o clube que eles dizem apoiar. Prontamente a diretoria do Sport veio a público garantir que cortou qualquer tipo de relação com os torcedores que já foram responsabilizados por cenas de violência e tumulto em estádios por todo o Brasil.

- CBF. A entidade que gere o futebol nacional divulgou esta semana o calendário para 2015. Ela se vangloriou por ter acabado com jogos no Brasil em datas Fifa, mas no dia posterior terá partidas normalmente, desfalcando da mesma forma os clubes.

- Santos. Só a história do jogador no clube justifica a contratação de Robinho. Afundado em dívidas e com o dinheiro da transferência de Neymar diluído há muito tempo, o alvinegro praiano aposta em um jogador que não passou de promessa por onde atuou fora da Baixada Santista.

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