Na semana passada, foi apresentado o relatório final do Plano Nacional de Educação (PNE) pelo seu relator, o deputado Angelo Vanhoni.
Apesar de esse texto legal ter o caráter de uma carta de intenções (pois não há consequências formais se não for cumprido), ele deve ser um roteiro para as ações educacionais no país, na próxima década.
Alguns avanços como a possibilidade de ampliar financiamento da educação pública merecem ser registrados. Em compensação, merece também registro a preocupação quase que exclusiva com as metas quantitativas, em detrimento das qualitativas.
É inaceitável, por exemplo, que a meta de desempenho dos nossos alunos, para daqui a 10 anos, seja de 6,0 para a primeira fase do fundamental; 5,5 para a segunda e 5,2 para o terceiro ano do ensino médio, tomando como referência as pontuações no Ideb (Índice de Desenvolvimento da educação Básica).
Para se ter ideia do que isso significa, a nota 6,0 corresponde ao nível 3 do Pisa (Programa Internacional de Avaliação de Alunos), prova que avalia alunos de diversos países do mundo. O Pisa tem seis níveis: de 1 a 6, do mais baixo para o mais alto.
Na última versão desse teste, em 2009, 48% dos alunos chineses ficaram nos três níveis mais elevados (4,5 e 6), enquanto apenas 1,8% dos alunos do Brasil alcançaram esse patamar.
Na era do conhecimento, sem pressionar pela qualidade da escola pública, não iremos a lugar algum.
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