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O procurador-geral da República, Augusto Aras, deu um parecer nesta quinta-feira, 20, que deve acelerar o processo de afastamento do governador do Rio, Wilson Witzel (PSC), investigado por suspeitas de corrupção na Saúde durante a pandemia. O chefe do Ministério Público Federal entendeu que a comissão especial formada pela Assembleia Legislativa do Rio é legítima - discordando, portanto, do que alega a defesa do mandatário fluminense.

Os advogados de Witzel questionaram a composição do colegiado especial, que foi formado por 25 deputados, sendo um de cada partido com representação na Alerj. Eles alegam que a comissão deveria respeitar a proporcionalidade das legendas na Casa. O ministro Dias Toffoli, plantonista do Supremo Tribunal Federal no recesso de julho, havia concordado com esse entendimento e mandado paralisar o andamento do processo.

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Sorteado relator do caso, o ministro Alexandre de Moraes pediu à PGR que se manifestasse, e é esse parecer de Aras que deve nortear os rumos do impeachment na Alerj. Com a indicação de que a comissão é legítima, o parlamento fluminense pode aproveitar o que já havia sido feito pelos 25 deputados e encaminhar o afastamento de Witzel - que, caso não judicialize novamente, pode deixar o cargo temporariamente já no início de setembro.

Se Aras tivesse entendido que a defesa do governador está correta, a Alerj botaria em curso um plano B: a formação de uma nova comissão especial, sendo esta formada por 39 deputados. Os trabalhos seriam agilizados por meio de sessões extraordinárias. O PGR, contudo, questionou essa ideia de proporcionalidade, já que ela exigiria a formação de um colegiado com mais de metade dos deputados da Assembleia, que conta com 70 parlamentares no total. Isso, para Aras, não seria 'razoável'.

O procurador-geral também repudiou a ideia de que deveria haver uma eleição interna para a formação da comissão. "Seria desarrazoado submeter a escolha do membro eleito por um partido a novo escrutínio, pelo Plenário, possibilitando que os demais partidos pudessem interferir, por meio de eleição, na escolha dos membros de cada partido na comissão", assinalou.

O relator da comissão especial, deputado Rodrigo Bacellar (Solidariedade), afirmou que o parecer de Aras, apesar de não ser definitivo porque ainda falta a decisão de Moraes, 'dá a tranquilidade de deixar claro que a Alerj está buscando o caminho mais técnico e justo para a tramitação do impeachment'.

Bacellar também diz que o direito de defesa do governador está garantido. "Assim, seja qual for a decisão final do impeachment, toda a população terá a certeza de que o resultado foi o mais justo e transparente."

A saída via Judiciário vem sendo apontada como a única estratégia possível para Witzel, que tem dificuldades para formar uma maioria política na Alerj. Enquanto isso, o governador vive ainda o risco de sofrer alguma sanção, como afastamento do cargo, pelo mesmo Judiciário em que deposita suas esperanças.

Isso porque a PGR homologou a delação premiada do ex-secretário de Saúde Edmar Santos, que teria apresentado provas do envolvimento de Witzel e de outros políticos nos casos de corrupção na Saúde em plena pandemia de coronavírus.

A Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) já tem um plano traçado para o caso de ser obrigada a mudar a composição da comissão especial de impeachment do governador Wilson Witzel (PSC). Após a homologação da delação do ex-secretário da Saúde Edmar Santos, na semana passada, os deputados querem dar celeridade ao processo, que apura suspeita de corrupção na Saúde. O delator teria apresentado provas que poderiam comprometer Witzel, segundo a subprocuradora-geral Lindôra Araujo, responsável pelo caso.

O procurador-geral da República, Augusto Aras, deve se manifestar até amanhã sobre como deve ser a composição da comissão. Os trabalhos na Alerj foram paralisados por liminar do presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Dias Toffoli, que acatou pedido dos advogados do governador. Eles alegaram que a Assembleia não obedeceu aos critérios de proporcionalidade ao montar a comissão, formada por um deputado de cada partido, somando 25 parlamentares.

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Caso a liminar de Toffoli seja derrubada - e a comissão original, mantida -, a estimativa é de que o afastamento de Witzel seja votado em, no máximo, duas semanas. Se um novo colegiado especial tiver de ser formado, a Assembleia já preparou um novo modelo de composição, e o processo seria agilizado por meio de sessões extraordinárias. A nova comissão contaria com 39 deputados.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em manifestação encaminhada ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), a subprocuradora-geral da República, Lindôra Maria Araújo, afirmou ver indícios de participação do governador do Rio, Wilson Witzel (PSC), na cúpula da suposta organização criminosa montada para desviar recursos públicos destinados ao combate à pandemia da Covid-19 no Estado.

A suspeita que, segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), recai sobre o governador é o principal argumento usado por Lindôra para pedir exclusividade na condução das investigações de compras e contratações emergenciais firmadas pela Secretaria Estadual de Saúde do Rio.

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"Essa orcrim, integrada por Edmar Santos e Gabriell Neves, possivelmente tem, na cúpula, o Governador Wilson José Witzel", escreveu Lindôra em um novo requerimento ao STJ na última terça, 4. Um pedido semelhante já havia sido encaminhado ao tribunal mês passado.

A subprocuradora insiste que os fatos investigados pelo Ministério Público do Rio na Operação Mercadores do Caos, que levou à prisão do ex-secretário estadual de Saúde do Rio, Edmar Santos, já são apurados pela PGR no inquérito 1338.

A Procuradoria pede que os inquéritos e ações penais relacionados à operação do Ministério Público fluminense sejam deslocados para o STJ, que seja declarada a incompetência da Justiça Estadual para conduzir o caso e que Santos seja solto.

"É exatamente o mesmo grupo criminoso que está sob investigação. A diferença é que, limitado pelo foro constitucionalmente deferido aos Governadores, o MPRJ não quebrou os sigilos, não realizou busca e apreensão e não teve acesso a elementos de prova que claramente colocam Wilson José Witzel no vértice da pirâmide, atraindo, sem nenhuma dúvida, a competência do STJ", alega a subprocuradora.

Lindôra escreveu ainda que os elementos já colhidos pela PGR apontam que agentes públicos fraudaram documentos, burlaram as regras de contratação, desviaram e lavaram dinheiro, "cometendo uma série de crimes em plena pandemia da covid-19, enquanto sugeriam publicamente que agiam para combatê-la, com processos administrativos montados para escamotear a verdade, conferindo aparência de legalidade aos atos ilícitos".

No fim de maio, a Polícia Federal fez buscas e apreensões em endereços ligados ao governo, incluindo a antiga casa da família, no Grajaú, e os Palácios das Laranjeiras e da Guanabara, residência e sede oficial do Executivo fluminense, no âmbito do inquérito conduzido pela PGR.

Witzel, que é alvo de processo de impeachment na Assembleia Legislativa do Rio na esteira das operações que miram desvios da saúde no Estado, nega irregularidades. De acordo com a defesa do governador, não há ‘elemento mínimo’ que o vincule a qualquer tipo de irregularidade em contratações relacionadas ao combate à pandemia.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, será o novo relator da ação que questiona o rito de impeachment adotado pela Assembleia do Rio de Janeiro (Alerj) contra o governador fluminense Wilson Witzel (PSC). A troca de relator foi feita após o ministro Luiz Fux se declarar suspeito na segunda (3).

Segundo o Estadão apurou, Fux optou por se considerar incompatível com o caso para evitar interferir em um processo político grave em seu Estado de origem. O ministro é do Rio de Janeiro.

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Agora relator, Moraes pode rever liminar proferida pelo presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Dias Toffoli, que dissolveu a comissão especial que conduzia o processo de impeachment contra Witzel na Alerj.

A defesa do governador alegou que a Alerj constituiu uma comissão sem observância à proporcionalidade dos partidos e sem votação.

A Assembleia recorreu da decisão, pedindo que a liminar fosse revogada integralmente e a comissão especial fosse reinstalada.

O presidente da Assembleia, André Ceciliano (PT-RJ) acatou as denúncias contra o governador no dia 10 de junho, na esteira das operações que miram desvios da saúde no Estado e que atingiram Witzel. O petista determinou aos líderes partidários que indicassem nomes para a comissão, eleita com 25 membros, para conduzir o processo de impeachment.

O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal, se declarou suspeito para julgar a ação que questiona o rito de impeachment adotado pela Assembleia do Rio de Janeiro (Alerj) contra o governador fluminense Wilson Witzel (PSC). Em despacho, Fux encaminha o processo para redistribuição entre colegas após afirmar "incompatibilidade".

Fux cita o regulamento interno da Corte, que prevê a suspeição de ministros, mas não detalha os motivos que o levaram a se considerar impedido neste caso. Segundo o Estadão apurou, ao se declarar suspeito, Fux quer evitar interferir em um processo político grave em seu Estado de origem. O ministro é do Rio de Janeiro.

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A reclamação foi movida pela defesa de Witzel durante o recesso do Judiciário. O governador alega que a Alerj constituiu uma comissão sem observância à proporcionalidade dos partidos da Assembleia e sem votação.

Na semana passada, o ministro Dias Toffoli concedeu liminar para dissolver a comissão especial da Assembleia Legislativa que conduzia o processo de impeachment e instaurar um novo colegiado, seguindo regras definidas pela jurisprudência do Supremo.

Segundo Toffoli, impeachment é uma "experiência gravíssima" e por essa razão a condução do processo"‘precisa guardar a higidez constitucional e legal em relação ao seu procedimento".

A Alerj recorreu da decisão, na expectativa que fosse revista por Fux ao fim do recesso. A Assembleia pediu ao ministro que revogasse integralmente a liminar ajuizada por Toffoli e reinstaurasse a comissão especial original que conduzia o impeachment de Witzel.

O presidente da Assembleia, André Ceciliano (PT-RJ) acatou as denúncias contra o governador no dia 10 de junho, na esteira das operações que miram desvios da saúde no Estado e que atingiram Witzel. O petista determinou aos líderes partidários que indicassem nomes para a comissão, eleita com 25 membros, para conduzir o processo de impeachment.

A Assembleia Legislativa do Rio quer evitar que o processo de impeachment do governador Wilson Witzel fique paralisado no Supremo Tribunal Federal. Para isso, decidiu mudar a estratégia jurídica no recurso que fará em resposta à decisão do ministro Dias Toffoli. Plantonista do Judiciário, o presidente da Corte mandou, em concordância com os advogados do mandatário, desfazer a comissão especial que analisa o impeachment.

Anteontem, foi anunciado que a Casa apresentaria embargos ao relator do pedido no Supremo, ministro Luiz Fux, que volta do recesso do Judiciário no início de agosto. Esse modelo, contudo, daria margem para que o magistrado demorasse a analisar o recurso ou levasse o caso para o plenário numa data futura. Partiriam da Corte as diretrizes para o andamento do processo. Enquanto isso, Witzel ganharia tempo.

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Na nova estratégia, definida na manhã de ontem, a Assembleia optou por apresentar a Fux um pedido de reconsideração da decisão de Toffoli. Na prática, portanto, o objetivo da Assembleia é que o ministro diga apenas "sim" ou "não" para seus argumentos, sem se debruçar sobre os caminhos que ela deveria seguir. O texto será enviado a Brasília no sábado.

Paralelamente, a Casa também trabalha no aspecto político do processo. Já que os argumentos do governador focam em certas etapas do rito do impeachment, como a suposta irregularidade na formação da comissão especial, a Assembleia estuda uma forma de compor um novo colegiado sem brechas que possam ser questionadas.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Dias Toffoli, atendeu um pedido da defesa do governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), e dissolveu a comissão especial da Assembleia Legislativa que conduzia o processo de impeachment contra o ex-juiz.

"Ante a iminência do prazo para o reclamante apresentar sua defesa (29/07/2020), defiro a medida liminar para sustar os efeitos dos atos impugnados, desconstituindo-se assim a comissão especial formada para que seja constitua outra comissão, observando-se a proporcionalidade de representação dos partidos políticos e blocos parlamentares, bem como a votação plenária dos nomes apresentados pelos respectivos líderes, ainda que o escrutínio seja feito de modo simbólico", determinou Toffoli.

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A decisão de Toffoli joga o processo pelo afastamento de Witzel de volta à estaca zero na semana em que o governador deveria apresentar sua defesa.

A decisão atende reclamação apresentada pela defesa do governador na última quarta, 22, que questionou o rito utilizado pela Assembleia Legislativa do Rio para conduzir o processo. Segundo Witzel, a Casa descumpriu jurisprudências da Corte ao criar uma comissão especial sem votação e sem proporcionalidade de partidos.

O presidente da Assembleia, André Ceciliano (PT-RJ) acatou as denúncias contra o governador no dia 10 de junho, na esteira das operações que miram desvios da saúde no Estado e que atingiram Witzel. O petista determinou aos líderes partidários que indicassem nomes para a comissão, eleita com 25 membros, para conduzir o processo de impeachment.

"A Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, no entanto, inovou na matéria e criou rito até então inexiste, além de flagrantemente destoante daquele previsto na Lei nº 1.079, pois dispensou a votação, ainda que simbólica, dos membros da Comissão Especial, contentando-se com a mera indicação partidária, além de ter criando um colegiado completamente descolado das reais forças políticas que compõem o Parlamento Estadual, com total quebra de qualquer mínima regra de proporcionalidade, já que cada agremiação foi contemplada com uma vaga, independentemente do tamanho de sua bancada", afirmou a defesa do governador.

Witzel tentou barrar o andamento do processo no Tribunal de Justiça do Rio, mas o pedido foi negado na última quinta, 16, pelo desembargador Elton Leme. O magistrado disse que a Alerj cumpriu as exigências legais de participação de todos os partidos na comissão e que existe uma ‘impossibilidade técnica’ de garantir a proporcionalidade exigida pela defesa do governador.

Quando Elton Leme rejeitou o pedido, a defesa cogitou mais de uma possibilidade de recurso. A escolha de entrar com uma reclamação ao Supremo, antes de passar por outras instâncias, se deu por entender que a decisão do magistrado foi contrária ao entendimento do Supremo estabelecido durante o processo de afastamento da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), em 2016.

Placebo

Eleito na onda bolsonarista de combate à corrupção, Witzel foi alvo da Operação Placebo, que mirou supostos desvios de recursos públicos destinados ao atendimento do estado de emergência do novo coronavírus no Rio.

O Palácio Laranjeiras, residência oficial do governador, o Palácio Guanabara, sede do Executivo estadual, e o escritório da primeira-dama Helena Witzel foram vasculhados pela Polícia Federal no final de maio. O inquérito, sigilo, tramita sob relatoria do ministro Benedito Gonçalves, do Superior Tribunal de Justiça.

A Alerj solicitou à Corte cópias do inquérito para turbinar o processo de impeachment contra Witzel, mas o pedido foi negado por Benedito Gonçalves.

Witzel nega as acusações de ter tido participação no esquema de desvios da saúde no Rio. "Fui eleito tendo como pilar o combate à corrupção e não abandonei em nenhum momento essa bandeira. E é isso que, humildemente, irei demonstrar para as senhoras deputadas e senhores deputados", disse, após a abertura do processo de impeachment.

O governador do Rio, Wilson Witzel (PSC), apresentou reclamação ao Supremo Tribunal Federal para "desconstituir" a comissão que conduz seu processo de impeachment na Assembleia Legislativa. Segundo Witzel, a Casa não adotou o rito correto e estaria descumprindo jurisprudências da Corte.

O presidente da Alerj, André Ceciliano (PT-RJ), acatou as denúncias contra o governador em junho baseadas em operações que miram desvios na Saúde do Estado. Witzel nega irregularidades.

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As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), impetrou, nessa segunda-feira (13), um mandado de segurança no Tribunal de Justiça do Estado (TJ-RJ) contra a Assembleia Legislativa (Alerj) para tentar interromper o processo de impeachment que tramita contra ele.

Para a defesa do governador, a Alerj já cometeu cinco irregularidades durante o processo de impeachment. Segundo a defesa de Witzel, a comissão que analisa o pedido deveria ser composta por 18 deputados, e não 25, como é o caso. Além disso, não foi respeitada a proporcionalidade por partido, dizem os advogados do governador.

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Outro problema apontado pelos advogados é o fato de o Superior Tribunal de Justiça (STJ) não ter compartilhado com a comissão de impeachment provas de um inquérito sobre o governador conduzido pela Corte. "Mesmo assim, a Alerj, sem elementos mínimos, decidiu prosseguir com as denúncias", reclamam os advogados.

Segundo eles, as denúncias contra o governador estão "no escuro, à míngua de provas, sem lastro documental mínimo, escoradas apenas em decisão que deferiu colheita de provas sobre meras investigações e, ainda, em notícias de jornal". A Alerj informou que, até o início da noite desta segunda-feira, não havia sido notificada sobre a medida impetrada por Witzel.

O prazo de dez sessões parlamentares para que a defesa do governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), se manifeste no processo de impeachment que tramita na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) deve voltar a ser contado na próxima quarta-feira (8).

A decisão foi tomada nesta segunda-feira (6) pela comissão especial que analisa a denúncia na Alerj e deve ser publicada no Diário Oficial de terça-feira (7). Os advogados de Witzel devem ser notificados também na terça, e a contagem se inicia no dia seguinte.

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Em 23 de junho Wizel foi notificado sobre a abertura do processo. A partir dali passaria a contar o prazo de dez sessões para apresentar sua defesa. Mas no dia seguinte, antes que o prazo começasse efetivamente a correr, a comissão atendeu pedido da defesa do governador e decidiu suspender o prazo, até o recebimento de informações solicitadas a diversos órgãos. Por isso, na prática, o prazo só começa a contar na quarta-feira.

Na semana passada, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou o compartilhamento de provas do inquérito que corre na corte sobre irregularidades na saúde estadual. Esses documentos eram alguns dos esperados pela Alerj, mas, segundo o presidente da comissão especial, deputado estadual Chico Machado (PSD), a negativa não influencia no processo. "Como boa parte da documentação já era pública, decidimos retomar esse prazo. A norma diz que deveríamos apresentar as provas ou indicar onde elas seriam encontradas, que foi o que fizemos", disse Machado.

Na reunião desta segunda-feira, os deputados decidiram incluir no processo a petição inicial da denúncia da Operação Favorito, disponibilizada pelo MPF; a decisão do ministro Benedito Gonçalves, do STJ, no pedido de busca e apreensão realizado em maio; os relatórios de pagamentos feitos pelo Estado ao Instituto Unir Saúde e Instituto de Atenção Básica e Avançada de Saúde (Iabas); os dados de receitas da campanha de Witzel no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), e os contratos de gestão e aditivos pactuados com o Instituto Unir.

"Buscamos nos portais da transparência e outras informações públicas e conseguimos elencar um bom número de elementos que nos deem condições de produzir um bom relatório final", declarou o relator da comissão, deputado Rodrigo Bacellar (PSD). O deputado também solicitou que sejam compartilhadas as informações colhidas pela comissão especial da Alerj que acompanha a atuação do governo contra a pandemia de coronavírus, em especial aquelas relacionadas ao processo de contratação entre o Executivo e o Iabas e aos relatórios da Controladoria-Geral do Estado sobre as irregularidades.

Prazos

Após o recebimento da defesa de Witzel, em até 10 sessões ordinárias do plenário da Alerj, a comissão especial terá mais cinco sessões para elaborar um parecer sobre a denúncia, que será levado a votação pelos 70 deputados. Os prazos serão contados no mês de julho, já que a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) não foi votada pelos deputados, o que, segundo a Constituição Estadual, impede que a Casa entre em recesso.

Após o fim dos prazos de defesa e de produção do parecer, caso a denúncia seja aprovada pela maioria absoluta do plenário (36 deputados), o governador será afastado e será formada uma Comissão Mista que decidirá sobre a perda de mandato. Essa comissão será composta por cinco parlamentares escolhidos pela Alerj e cinco desembargadores do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ), sendo conduzida pelo presidente do TJ-RJ.

O ministro Benedito Gonçalves, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), negou pedido apresentado pela Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) para acessar provas obtidas pela investigação que mira o governador Wilson Witzel (PSC) por desvios na saúde fluminense. A decisão está sob sigilo.

O pedido buscava turbinar o processo de impeachment contra Witzel na Alerj, que foi suspenso na semana passada enquanto os parlamentares aguardavam o envio das provas. A defesa do governador não quis comentar a decisão.

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Witzel foi alvo da Operação Placebo no final de maio e teve ao menos três computadores e três celulares apreendidos pela Polícia Federal. O Palácio Laranjeiras, residência oficial do governador, o Palácio Guanabara, sede do Executivo do Rio, e o escritório da primeira-dama Helena Witzel foram vasculhados pela PF no inquérito que apura fraudes em contratos para o combate ao novo coronavírus.

As buscas catalisaram a abertura de um processo de impeachment contra Witzel na Alerj no último dia 10 em decisão unânime, com 69 votos a favor e nenhum contrário. A denúncia foi apresentada pelos deputados Lucinha e Luiz Paulo, ambos do PSDB. A comissão especial formada para relatar o processo enviou pedidos ao STJ para ter acesso à cópia do inquérito que mira o governador, de forma a potencializar a ação pelo afastamento de Witzel.

As provas foram citadas brevemente pelo ministro Benedito Gonçalves ao autorizar a Placebo. Segundo ele, informações coletadas pelo Ministério Público estadual e Ministério Público Federal apresentam "elementos que, em juízo de cognição limitada e superficial, propiciam convicção quanto a indícios veementes de autoria e materialidade" dos supostos desvios.

Os advogados de Witzel alegam que o pedido de impeachment na Alerj é baseado somente na ordem de busca e apreensão, e que os deputados não teriam provas suficientes para embasar o afastamento do governador.

Eleito na esteira anticorrupção e na onda bolsonarista, Witzel nega as acusações de ter tido participação no esquema de desvios da saúde no Rio. "Fui eleito tendo como pilar o combate à corrupção e não abandonei em nenhum momento essa bandeira. E é isso que, humildemente, irei demonstrar para as senhoras deputadas e senhores deputados", disse, após a abertura do processo de impeachment.

A reportagem entrou em contato, por e-mail, com a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro e aguarda resposta. O espaço está aberto a manifestações

Ex-juiz, o governador do Rio, Wilson Witzel (PSC), acionou seus advogados para tentar suspender o processo de impeachment que começa a tramitar na Assembleia Legislativa. Em pedido assinado por seus advogados e enviado à Alerj, o mandatário pede para que o Legislativo deixe de analisar o caso enquanto não houver uma definição mais clara do rito de tramitação, além de um detalhamento maior das provas.

Os advogados Manoel Peixinho e Ana Tereza Basílio falam em "ativismo parlamentar" ao apontar as supostas falhas na instauração do processo. "(...) nesse momento, é fundamental a suspensão do processo enquanto não for juntado aos autos os documentos que comprovam os fatos descritos na denúncia e até que o rito processual seja informado. Porque o processo de impedimento decorre da prática de atos vinculados à legislação procedimental, sem que haja qualquer espaço para o ativismo parlamentar"

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O pedido de impeachment acatado pelo presidente da Casa, André Ceciliano (PT), foi escrito pelos tucanos Luiz Paulo e Lucinha. Depois da abertura do processo, foi formada uma comissão especial para analisar a admissibilidade da denúncia. Essa comissão, que se reuniu pela primeira vez na semana passada, vai elaborar um parecer que será levado ao plenário.

A defesa do governador alega que o pedido se baseou apenas na decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que autorizou mandados de busca e apreensão contra Witzel. Não haveria, portanto, provas robustas que embasassem a abertura do processo.

A próxima reunião da comissão especial está marcada para esta quarta-feira, 24. A Presidência da Alerj ainda não se manifestou sobre o pedido de suspensão apresentado pelo governador.

A comissão especial que vai analisar o pedido de impeachment do governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, será instalada nesta quinta-feira (18), às 13h, no plenário da Assembleia Legislativa (Alerj). A comissão será instalada de forma presencial, diferentemente das anteriores, que por causa da pandemia do novo coronavírus foram virtuais. Na reunião, o grupo formado por deputados dos 25 partidos com representação na Casa vai escolher os parlamentares que ocuparão a presidência e relatoria do processo.

O presidente da Alerj, deputado André Ceciliano (PT), informou que pretende citar e entregar cópia do processo ao governador apenas depois da instalação da comissão. O prazo de dez sessões para a apresentação de defesa só começará a ser contado após o recebimento da citação pelo governador. A comissão terá mais cinco sessões para emitir parecer sobre o afastamento ou não de Witzel, contados a partir do fim do prazo para defesa ou do recebimento da mesma pela comissão.

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O início do processo de impeachment do governador Wilson Witzel, por crime de responsabilidade, foi aprovado pela Alerj no dia 10 deste mês. A votação aconteceu de forma remota. Foram 69 votos pela abertura do processo e nenhum contra. Só um deputado, do total de 70 parlamentares, não compareceu à sessão virtual.

Witzel é suspeito de envolvimento em compras fraudulentas e superfaturadas de equipamentos e insumos para o combate à pandemia da covid-19 para os hospitais de campanha do Estado, o que o governador nega.

Cobertura

A imprensa poderá acompanhar a sessão de instalação da comissão que vai analisar o pedido de impedimento de Witzel.  O uso de máscaras de proteção facial é obrigatório, e os profissionais de imprensa devem observar os protocolos sanitários, mantendo distanciamento e evitando aglomerações.

 

Desde o professor Darcy Ribeiro, eleito em 1982 na chapa de Leonel Brizola, o Rio vinha tendo vice-governadores com histórico político conhecido. Francisco Dornelles, Luiz Fernando Pezão, Luiz Paulo Conde e Benedita da Silva, os mais recentes, já eram figuras atuantes na política fluminense quando foram eleitos. Com Cláudio Castro, o vice de Wilson Witzel que pode se tornar governador caso o impeachment do mandatário avance, a história é diferente. Sua atuação se deu mais nos bastidores do que sob os holofotes.

De semblante fechado nos compromissos públicos, mas simpático ao conversar, Castro tem trajetória longa em outro meio: o católico. Cantor, o '02' do Palácio Guanabara já lançou dois discos solo e, antes, integrava a banda Em Nome do Pai. É fácil achar vídeos - que até hoje são postados em seu canal no YouTube - nos quais o vice exibe a cantoria. Num dos clipes mais recentes, ajoelha-se diante do Cristo Redentor.

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Na política, antes de compor a chapa do ex-juiz azarão, Castro era vereador de primeiro mandato no Rio e tinha trabalhado como chefe de gabinete na Assembleia Legislativa, a Alerj, que abriu, anteontem, o processo de impeachment de Witzel. Chegou à parceria com o atual governador meio por acaso. O PSC, partido de ambos, não conseguiu compor aliança com outras legendas para a eleição, o que acabou levando à indicação de um nome interno para a vice. Sobrou para Castro. Assim como a maioria dos moradores do Estado, naquele momento o vereador não tinha ideia de que eles poderiam ser eleitos.

O cantor católico assumiu como missão, no início do governo, de lidar com órgãos como o Detran, um dos mais conhecidos pelos esquemas de corrupção dos anos anteriores no Rio. O departamento é um dos que têm, hoje, influência do Pastor Everaldo, presidente nacional do PSC.

Durante a pandemia do coronavírus, Castro vinha coordenando um mutirão de distribuição de cestas básicas, e foi escalado recentemente para correr atrás do prejuízo político de Witzel na Alerj - o governador exonerou, há duas semanas, o secretário de Casa Civil, André Moura, responsável pela interlocução com os deputados.

Ou seja, está nas mãos do primeiro beneficiado por um eventual impeachment articular contra o impedimento. E a situação é complicada. Todos os 69 deputados presentes na sessão concordaram com a abertura do processo. Apesar de os pedidos de afastamento terem como base jurídica a Operação Placebo, que atingiu o governador após indícios de corrupção na Saúde em plena pandemia, a tentativa de tirar Witzel do cargo também carrega forte contexto político.

A relação do governador com a Assembleia já vinha esgarçada. Ex-secretário de Desenvolvimento Econômico e homem-forte do governador, o advogado Lucas Tristão simbolizava o que os deputados consideram o modo desrespeitoso com o qual o Executivo lidava com o Legislativo. Ele foi exonerado na semana passada numa tentativa de aceno à Alerj, mas a iniciativa pode ter sido tomada tarde demais.

Castro foi chefe de gabinete de Márcio Pacheco (PSC), com quem também já dividiu os palcos de shows católicos. Líder do governo na Casa até pouco depois da Operação Placebo, o deputado entregou a função após a exoneração de André Moura. Até agora não há um novo líder estabelecido, e o que sobrou foi a aposta na capacidade de diálogo do vice.

Assim como Witzel, Castro não nasceu em terras fluminenses. É de Santos, no litoral paulista, e foi para o Rio ainda criança. Entre os que o acompanham no trabalho, é tido como conciliador. Nas agendas públicas do governador, está sempre lá, mas pouco fala.

Há uma grande preocupação, entre aliados, em evitar que ele seja acusado de traição - algo comum num País que tem história conturbada de vices. O vice, dizem interlocutores, jamais imaginava que poderia assumir tão cedo o governo. O horizonte mais próximo, na sua avaliação, seria a eleição de 2022, caso Witzel de fato concretizasse o desejo de concorrer à Presidência.

Diálogo

A abertura ao diálogo é um elogio feito por aliados de diferentes esferas, como prefeitos do interior que precisam de interlocução com o governo e também parlamentares. Ambos os grupos reclamam da dificuldade de conversar com Witzel e classificam Castro como uma espécie de antítese dele. "Sabe conversar e aprimorar ideias, sabe o lugar que ocupa", comenta um prefeito, referindo-se ao fato de o governador ter se perdido no cargo. "Witzel está sendo vítima de si mesmo."

Nessa tentativa de não parecer um traidor, há quem esteja aconselhando o vice a moderar no nível de defesa que faz do governador. Isso porque, caso os supostos crimes cometidos pelo mandatário sejam provados no futuro, Castro pode acabar sendo pintado como alguém que defendeu um condenado pela Justiça.

No curto período como vereador, o vice tinha bom trânsito entre políticos de diferentes visões ideológicas. Entre os projetos apresentados, orgulha-se do que destina 10% da arrecadação das multas de trânsito para pessoas com deficiência.

Convicto de que ele e Witzel não seriam eleitos para o governo, Castro caiu na gargalhada quando o resultado da apuração do pleito de 2018 começou a aparecer na televisão.

A Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) aceitou, na tarde desta quarta-feira (10), dar abertura ao processo de impeachment do governador Wilson Witzel (PSC). O presidente da Casa, André Ceciliano (PT), tinha o poder de acolher por contra própria os pedidos, mas decidiu levá-los simbolicamente a plenário.

Todos os deputados que votaram foram a favor, mesmo os aliados. Ao todo, foram apresentados 14 pedidos de impeachment de Witzel à presidência da Alerj. O acolhido por Ceciliano foi o primeiro deles, escrito pelos tucanos Luiz Paulo e Lucinha. Agora, a autorização para a abertura será publicada no Diário Oficial, dando prazo de 48 horas para os partidos indicarem os representantes de uma comissão especial que vai analisar a denúncia.

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O governador terá direito, então, a se defender em até dez sessões. Uma vez estabelecida a comissão, ela terá mais 48 horas para definir presidente e relator e, depois, cinco sessões para emitir o parecer que será levado a plenário - o parecer dirá se o governador deve ou não ser afastado e sofrer impeachment.

Caso ele seja afastado, formaria-se uma comissão mista composta pela Alerj e pelo Tribunal de Justiça para definir de vez o futuro político do governador. "Nós temos que tomar uma decisão e, como já fiz muitas vezes, quero tomar uma decisão conjunta", disse Ceciliano. "Temos mais de dez pedidos de impeachment e nós precisamos dar uma posição para a sociedade, para o próprio parlamento. Eu poderia monocraticamente aceitar um desses pedidos."

O presidente também ressaltou que a posição sobre a abertura do processo não significa um "prejulgamento", ou seja, não garante que o governador será afastado. De fato, o argumento de que a abertura do processo não representa uma antecipação de voto marcou o posicionamento da maior parte dos deputados, que destacaram o amplo direito de defesa ao qual ele terá direito.

A situação de Witzel se complicou após a operação Placebo, da Polícia Federal, que cumpriu mandados de busca e apreensão contra ele. Dali surgiram os pedidos de impeachment. Eleito na esteira do discurso anticorrupção, o ex-juiz é acusado de estar envolvido com o esquema de desvios na Saúde em plena pandemia, por meio de fraudes em contratos.

Tudo piorou na semana seguinte, quando o governador exonerou secretários como o de Casa Civil, André Moura, responsável pela interlocução política com a Alerj. Atualmente, está nas mãos do vice-governador, Cláudio Castro, correr atrás do prejuízo. Witzel chegou a exonerar, na semana passada, o secretário de Desenvolvimento Econômico, Lucas Tristão, um dos grandes responsáveis pela insatisfação do Legislativo com o governo - e também investigado pelo Ministério Público no âmbito do mesmo esquema na Saúde.

"O governador mostrou não ter capacidade de diálogo com a Assembleia, com a sociedade. O governo está ingovernável", resumiu o deputado e ex-ministro Carlos Minc (PSB). A autorização para o andamento do processo, portanto, serviu também como um recado para Witzel, que terá agora a chance de melhorar a relação com os deputados. Ficou claro, na votação simbólica, quem pode mudar de ideia ao longo do processo e, com isso, defender a permanência do governador no cargo. Isso porque até aliados dele votaram pela admissibilidade, dando a entender que o processo seria uma oportunidade para Witzel se defender melhor. Já os ex-aliados, como os bolsonaristas, disseram-se decepcionados com o mandatário que teriam ajudado a eleger.

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) e a Defensoria Pública do estado (DPERJ) ajuizaram ação civil de obrigação com pedido de tutela de urgência antecipada de suspensão do decreto estadual 47.112, publicado na noite de sexta-feira, 5, pelo governador Wilson Witzel, que flexibilizou as medidas de isolamento social a partir de sábado, 6.

A ação exige que o Estado apresente estudo técnico devidamente embasado em evidências científicas e em análises sobre as informações estratégicas em saúde, vigilância sanitária, mobilidade urbana, segurança pública e assistência social, levando em consideração a análise de dados e peculiaridades econômicas, sociais, geográficas, políticas e culturais do estado.

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No caso dos estudos serem desfavoráveis à flexibilização, o Estado será obrigado a estender o isolamento social pelo prazo indicado nesses estudos. Em caso favorável, o Estado terá que consolidar por ato normativo um plano de retomada das atividades "que subsidie e dê transparência às decisões governamentais".

Também foi requerida a previsão de campanhas para o esclarecimento à população e a previsão de medidas de assistência social à população mais vulnerável, entre outras ações para garantir a informação ampla à sociedade. O estudo comprovando a viabilidade do fim do isolamento social deverá também ser publicado no site oficial do Estado do Rio de Janeiro.

O MPRJ informou ainda, que tentou junto ao Estado uma solução extrajudicial, sem sucesso, e que se baseou no ordenamento jurídico de que o poder executivo aja com motivação, publicidade e transparência em suas decisões, principalmente naquelas que impactam diretamente a vida de todos os cidadãos fluminenses.

"Desta forma, o MPRJ pretende que o Executivo cumpra a obrigação de apresentar seu próprio plano de retomada das atividades sócio-econômicas, calcado em seu próprio estudo científico sobre o tema" , diz o MPRJ em nota.

A ação destaca ainda que os cidadãos do Rio de Janeiro vêm sendo submetidos a alto grau de instabilidade e insegurança, e que o objetivo é buscar maior estabilidade e paz social no enfrentamento das próximas etapas da pandemia.

Ao receber um pedido de ajuda de um Policial Militar do Rio de Janeiro, o presidente Jair Bolsonaro atacou o governador do Estado, Wilson Witzel, e insinuou que sabe onde ele deve estar brevemente. Witzel é investigado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por um suposto esquema de fraudes na área da saúde.

"Eu não vou conversar com o Witzel. Até porque brevemente já sabe onde ele deve estar, né?", disse Bolsonaro, na saída do Palácio da Alvorada, pela manhã.

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Adversário político de Bolsonaro, Witzel foi alvo da Operação Placebo da Polícia Federal no dia 26 de maio - o que acirrou os ânimos em torno das suspeitas de interferência do presidente da República na corporação. Um dia antes a deputada bolsonarista Carla Zambelli (PSL-SP) indicou ter conhecimento de que haveria ações contra governadores.

O comentário de Bolsonaro, desta quarta-feira (3), foi feito após um apoiador, que se apresentou como sargento reformado da Polícia Militar, reclamar de uma taxação sobre a Previdência que estaria sendo aplicada sobre os salários de policiais reformados por incapacidade. Ele pediu que o presidente fizesse algo a respeito.

Diante de outros pleitos feitos por apoiadores, Bolsonaro disse que não tem poder de resolver tudo. "Sou um sozinho. É um grande sistema que a gente tem pela frente, mas vai chegar um tempo que vai passar o limite de muita gente", afirmou o mandatário.

O secretário de Polícia Civil do Rio, delegado Marcus Vinicius de Almeida Braga, pediu demissão ao governador Wilson Witzel. Dias após a operação Placebo, deflagrada pela Polícia Federal tendo como foco o mandatário fluminense, Braga enviou uma carta em que, sem justificar o motivo da saída, pede para ser exonerado e agradece pelos "avanços" conquistados em um ano e meio à frente da pasta.

A saída do delegado se dá em meio a uma dança das cadeiras no Executivo fluminense. Na noite desta quinta-feira, Witzel exonerou os secretários de Casa Civil, André Moura, e de Fazenda, Luiz Cláudio Rodrigues de Carvalho. A escolha marcou um aceno do governador ao secretário de Desenvolvimento Econômico, Lucas Tristão, considerado adversário dos dispensados. Tristão, assim como a primeira-dama, Helena Witzel, é peça-chave na investigação do Ministério Público sobre esquemas de corrupção na Saúde.

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Ao demitir esses dois secretários, Witzel provocou também a entrega de cargos na Assembleia Legislativa. O líder e o vice-líder do governo na Casa anunciaram que não vão mais cumprir as funções. O atrito com a Alerj se dá em meio a três pedidos de impeachment apresentados após a operação - o primeiro por tucanos, o segundo por bolsonaristas e o terceiro por deputados do Novo, que também pedem o afastamento de Tristão.

Na carta enviada a Witzel, o delegado Braga destaca o status de secretaria dado à Polícia Civil após o desmantelamento da Secretaria de Segurança Pública, que, segundo ele, fez com que a investigação criminal atingisse "patamares sem precedentes na história, sendo-lhe assegurada absoluta autonomia, tanto na condução das investigações como na escolha daqueles em cargos de chefia e direção."

Ainda não foi informado quem assumirá o cargo na Polícia Civil.

Os advogados do governador do Rio, Wilson Witzel, entraram na noite desta quinta-feira, 28, com um pedido no Superior Tribunal de Justiça (STJ) no qual solicitam o agendamento do depoimento do mandatário fluminense. Ao autorizar a operação da última terça-feira, o ministro Benedito Gonçalves determinou a "oitiva imediata" de Witzel, mas ela depende de intimação da Polícia Federal.

"Os advogados do requerente passaram o dia (quinta-feira) tentando estabelecer contato com a d. Autoridade Policial, por meio de telefone e e-mail, para ajustar dia e hora para seu depoimento. Como o contato não foi possível, serve a presente para ratificar que o requerente segue à disposição da d. Autoridade Policial (sic)", escreve a defesa no pedido.

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O governador foi alvo de mandado de busca e apreensão e teve três celulares e três computadores levados pela PF. A investigação apura a suposta relação de Witzel com o esquema de corrupção na Saúde em meio à pandemia.

Em meio ao cenário de preocupação jurídica, o governador vive também uma crise política. Ele exonerou na noite desta quinta-feira os secretários André Moura, de Casa Civil, e Luiz Cláudio Rodrigues de Carvalho, da Fazenda. Ambos eram tidos como adversários internos do secretário de Desenvolvimento Econômico, Lucas Tristão. Na esteira desse movimento, o líder do governo na Assembleia Legislativa, Márcio Pacheco (PSC), entregou o cargo.

O ministro Benedito Gonçalves, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), solicitou ao Ministério Público Federal, na manhã desta quarta-feira, 27, a apuração sobre o suposto vazamento de diligências de busca e apreensão realizadas ontem no Rio de Janeiro em ação que tem entre seus investigados o governador do Estado, Wilson Witzel.

Segundo o ministro, caso seja confirmado o vazamento, será necessário responsabilizar penalmente o autor da conduta ilícita, como forma de não prejudicar a integridade das instituições.

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A Operação Placebo, que incluiu busca e apreensão em endereços ligados ao governo fluminense, como o Palácio Laranjeiras, residência oficial do governador Witzel, o Palácio da Guanabara, sede do Executivo do Rio, e ainda na casa em que o mandatário do Rio morava antes de assumir o governo, tem origem em investigação que apura desvios de recursos para atender emergência da covid-19 no Estado - e foi comemorada no Palácio do Planalto e vista como um "troco" ao adversário político do presidente.

A deputada federal bolsonarista Carla Zambelli (PSL-SP), em entrevista à Rádio Gaúcha, indicou, na segunda-feira, que a PF estava prestes a deflagrar operações para investigar irregularidades cometidas por governadores durante a pandemia. "A gente já teve algumas operações da Polícia Federal que estavam ali, na agulha, para sair, mas não saíam. E a gente deve ter, nos próximos meses, o que a gente vai chamar, talvez, de Covidão ou de não sei qual vai ser o nome que eles vão dar mas já tem alguns governadores sendo investigados pela Polícia Federal", disse a parlamentar.

Witzel classificou a operação como um ato de perseguição política do presidente Jair Bolsonaro por meio da Polícia Federal.

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