Tópicos | sobre

Nesta quarta (17), o Brasil se posicionou em contrariedade à criação, pelo Conselho de Direitos Humanos da ONU (CDH), de uma comissão para investigar casos de violência policial contra negros nos Estados Unidos (EUA). De acordo com a embaixada brasileira, conscientizar as pessoas sobre o racismo é tão importante quanto "reconhecer o papel indispensável das forças policiais para garantir a segurança pública e proteger o direito a uma existência pacífica e segura".

"O problema do racismo não é exclusivo de nenhuma região em particular. É um flagelo profundamente enraizado em muitas partes do mundo, afetando grande parte da humanidade", afirmou Maria Nazareth Farani Azevêdo, representante da missão permanente do Brasil junto à ONU em Genebra, na Suíça.

##RECOMENDA##

Ativistas e diplomatas consideram que os EUA e a Austrália pressionaram  países africanos a adotarem uma postura mais branda no posicionamento ao tema. A versão mais recente da minuta do texto sobre a comissão, à qual a agência Reuters teve acesso, não cita os EUA.

O documento sugere que o escritório da Alta Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, "estabeleça os fatos e circunstâncias relacionados ao racismo sistêmico" e ao uso de força excessiva, relatando suas conclusões em um prazo de 12 meses. A Casa Branca anunciou sua saída do conselho em junho de 2018, acusando a instituição de ser “hipócrita” e ter um viés anti-Israel.

Em vídeo publicado em suas redes sociais na tarde desta quarta (20), o ex-presidente Lula se desculpou por sua fala em entrevista à Carta Capital, concedida na última terça, em que afirmou que “ainda bem que a natureza criou o monstro coronavírus”, argumentando que a Covid-19 estava mostrando ao mundo a importância do estado. Agora, Lula falou que reconhece o sofrimento causado pela pandemia da doença e classificou sua fala anterior como “totalmente infeliz”.

[@#video#@]

##RECOMENDA##

“Usei uma frase totalmente infeliz. E a palavra desculpa foi feita pra gente usar com muita humildade. Se algum dos 200 milhões de brasileiros ficou ofendido, peço desculpas. Sei o sofrimento que causa a pandemia, a dor de ter os parentes enterrados sem poder acompanhar", reconheceu o ex-presidente.

Na entrevista, Lula também havia criticado os problemas envolvendo o auxílio emergencial de R$ 600 do governo federal, que parte da população cadastrada ainda não conseguiu retirar. “Eles prometeram e sequer eles cumpriram com a tarefa de dar R$ 600 e as pessoas ficarem em casa e se protegerem do coronavírus”, comentou.

"Municípios pobres do interior de Pernambuco não vão receber nada", disse Coelho. (Luis Macedo/Câmara dos Deputados)

##RECOMENDA##

Em entrevista ao LeiaJá, o deputado federal Daniel Coelho (Cidadania) esclareceu seu posicionamento contrário à PLP 149/2019, que visa assegurar ajuda do governo federal aos estados e municípios com base em suas arrecadações médias até outubro, aprovada por 431 a 50 votos pelo congresso, no dia 13 de abril. Coelho, único pernambucano contrário ao projeto, disse que o debate “alimenta briga política entre Dória e Bolsonaro”, além de preterir a região Nordeste, que possui menor arrecadação do que o eixo Sul e Sudeste do país.

“O projeto foi feito num acordo político para ajudar o governador Dória, de São Paulo. Não tenho nada contra o estado de São Paulo, agora sou representante de Pernambuco, eu não posso aceitar um projeto que pega todo o recurso de ICMS [Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços] do Brasil e envia para São Paulo e Rio de Janeiro. O Nordeste tem 33% da população do Brasil, estão sendo repassados somente 17% dos recursos para a região”, defende Coelho, pontuando ainda que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM) é fluminense.

Coelho acredita que a PLP 149/2019 erra ao não garantir que os recursos serão destinados às demandas de saúde pública de estados e municípios. “Além disso, por essa regra que foi colocada, os municípios pobres do interior de Pernambuco não vão receber nada, as regiões mais pobres vão ficar totalmente desassistidas. Espero que o senado não aprove a matéria, até porque começa a ter repercussão negativa dentro do Nordeste. Você não pode, só para fazer oposição ao presidente, massacrar sua região”, conclui.

Câmara aprovou matéria por 431 a 50 votos. (Maryanna Oliveira/Câmara dos Deputados)

Para o professor de Ciências Políticas da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Adriano Oliveira, o Congresso acerta ao aprovar a PLP. “É um projeto que tem méritos, tem qualidades em virtude da crise do coronavírus, pois estados e municípios precisam de recursos e são eles que estão na ponta para ofertar a saúde pública eficiente. Um projeto de suma importância”, pontua. 

Apoio dos governadores

Questionado pela reportagem, o deputado Silvio Costa Filho (Republicanos) frisou que a matéria teve apoio de quase todos os governadores das unidades federativas do país, da Confederação Nacional de Municípios (CNM) e todos os secretários da Fazenda do Brasil. “Ou seja, ele foi fruto de um diálogo, independente da coloração partidária”, colocou. Costa Filho afirmou ainda que a matéria se apoia em dois pilares básicos. “A compensação pelo período de seis meses do valor nominal da arrecadação ocorrida em 2019 frente a que está sendo arrecadada em 2020, para fins de recomposição, dos dois tributos que representam as maiores fontes de receitas de estados e municípios (ICMS e ISS), superior ao proposto pelo Governo Federal que é de apenas três meses”, explica.

O parlamentar mencionou ainda a suspensão do pagamento de dívidas dos entes junto aos bancos nacionais, havendo ainda possibilidade de refinanciamento e alongamento do prazo da dívida. Assim, a recomposição seria importante para que, na prática, estados e municípios não “quebrem” durante a pandemia, podendo inclusive quitar os pagamentos da folha de servidores, garantindo investimentos em saúde, educação e segurança. “Todos sabemos que o ICMS é a principal fonte de receita de Pernambuco. Por exemplo, em relação a arrecadação do mês de abril, o Estado receberá R$ 500 milhões. Já no mês de maio, o valor será de R$ 600 milhões.  Ou seja, quem é contra a proposta, quer que o Estado perca o valor da recomposição, que poderia ser utilizado para reforçar a saúde durante 6 meses, e aperte ainda mais a corda ao redor das cidades. Além de ser contra a autorização a flexibilização da Lei de Responsabilidade Fiscal para que municípios executem de forma mais célere os investimentos”, comentou Costa Filho.

Ele destacou ainda que o projeto “dialoga com o PL 1161, que aprovamos recentemente, que prevê a recomposição do FPM e FPE relativos a 2019” e que o valor que os estados vão deixar de pagar em dívidas aos bancos públicos, no período da pandemia do coronavírus, também será muito importante. “O Estado de Pernambuco, por exemplo, vai deixar de pagar R$ 482 milhões, recursos que poderão ser utilizados no combate ao coronavírus. Por isso, reforço que o momento exige unidade. É hora de ajudarmos Pernambuco e o Brasil”, completa o parlamentar.

"O Estado de Pernambuco, por exemplo, vai deixar de pagar R$ 482 milhões", afirmou Silvio Costa Filho (LeiaJá Imagens/Arquivo)

O deputado Tadeu Alencar (PSB), que também votou a favor da PLP 149/2019, colocou a matéria como “incontroversa”. “É muito importante e significativo para o Estado de Pernambuco, bem como para os seus municípios, já beneficiados com a recomposição do FPE/FPM, já aprovado pela Câmara e que leva em conta, este sim, critérios como a população e a renda per capita, que favorece o Nordeste. Claro que a queda de receita nos Estados ricos, dada a robustez  das suas economias, é mais significativa, mas todos receberiam rigorosamente o que perderam e o projeto, tal como aprovado, de recomposição nominal, foi critério de melhor absorção, facilitando a sua aprovação”, comenta. 

Alencar admite, contudo, que estão contidas no projeto “injustiças federativas indesejáveis”. “Se quiséssemos resolvê-las nesse projeto, o risco de divergências insuperáveis poderia sacrificar a sua aprovação. Ainda mais com o governo e o Ministério da Economia trabalhando contra. O meu voto, como da grande maioria da Câmara dos Deputados, foi pragmático, de assegurar o auxílio, para o nosso Estado e seus municípios. Prevaleceu o velho ditado: ‘é melhor um pássaro na mão do que dois sobrevoando’”, acrescenta.

O deputado disse que a demora na aprovação da matéria poderia tê-la feito “desandar” e que a crise causada pela pandemia impunha celeridade ao processo. “Havia várias outras questões importantes, além dessa, como a inclusão das dívidas com a União e com os organismos multilaterais, que poderiam ser incluídas na suspensão e não o foram, bem como um novo espaço fiscal para contratação de novas operações de crédito, que também foi deixado de lado. A política é a arte do diálogo e do possível. E o possível no momento foi isso. Andou bem na Câmara. Paisagem bonita é a que os olhos vêem, não a que está atrás dos montes”, considera.

O Projeto

O texto apresentado pelo relator do PLP 149/19, deputado Pedro Paulo (DEM-RJ), visa socorrer estados e municípios durante a pandemia da Covid-19, a partir de medidas de curto prazo, como a suspensão do pagamento de dívidas dos estados com a União; um auxílio emergencial para compensar a queda na arrecadação em decorrência da pandemia de Covid-19; e novos limites de endividamento. A matéria substitui o chamado Plano Mansueto, que previa ajustes com efeitos de médio e longo prazo. O projeto sugere a recomposição das perdas de arrecadação de ICMS e Imposto Sobre Serviços (ISS) deste ano em relação a 2019.

A União, considerando os ganhos obtidos nos meses de abril a setembro de 2019, repassaria os recursos entre maio e outubro deste ano. A matéria está sendo analisada pelo senado, mas ainda não tem data para votação.

Nesta segunda (13), a Prefeitura do Recife anunciou, dentre outras medidas de prevenção da covid-19, que bancos e casas lotéricas devem controlar a fila dentro e fora dos estabelecimentos. Por meio de nota, o Sindicato dos Bancários de Pernambuco avaliou que a determinação municipal não garante a viabilidade e segurança aos profissionais. A entidade considera que essa responsabilidade deveria ser atribuída à Guarda Municipal e à Polícia Militar.

“Situações de agressão verbal e física em consequência da tentativa de organização das filas já foram reportadas ao Sindicato pela categoria. É importante ressaltar que os bancários estão cumprindo um importante papel social em meio à pandemia do novo coronavírus, atendendo a demanda da população da forma mais eficiente e ágil possível, mas que precisam de plenas condições para exercer a função”, prossegue a nota.

##RECOMENDA##

No posicionamento, o sindicato comenta ainda que já teve as reivindicações atendidas em municípios como São Lourenço da Mata, na região metropolitana do Recife, e Caruaru, no agreste do estado. “A entidade propõe que seja criado um Comitê de Crise Estadual, com a participação do Sindicato, representantes dos bancos, Governo do Estado e prefeituras, para buscar soluções coletivas para evitar a aglomeração nas filas dos bancos”, conclui a entidade.

Publicação ressaltou que presidente pode ser vetor da doença. (Isac Nóbrega/PR)

##RECOMENDA##

Um dos jornais mais respeitadas do mundo, o The Economist, publicou, nesta quinta (26), um longo artigo intitulado “presidente brasileiro brinca com a pandemia”, sobre a postura de Jair Bolsonaro diante das políticas de combate ao coronavírus. A publicação chamou o brasileiro de “BolsoNero” e elencou os momentos em que ele fez pouco caso da pandemia, a exemplo do pronunciamento em rede nacional, realizado na última terça (24). 

Para o The Economist, Bolsonaro pode ser, inclusive, vetor da COVID-19. “"Se o vírus na Itália pula entre gerações que vivem juntas, no Brasil ele começa pulando entre classes, socialmente distantes, mas fisicamente próximas. Um vetor pode ser o presidente populista Jair Bolsonaro. Em 15 de março, depois que seu secretário de comunicação testou positivo para o vírus, ele ignorou as ordens de quarentena e tirou selfies com os fãs. Quando o primeiro brasileiro morreu de covid-19 no dia seguinte, ele denunciou 'histeria' sobre o vírus”, diz a revista.

A publicação coloca ainda que Bolsonaro “menospreza os esforços de todos” no combate à pandemia e que, por isso, deve ser ignorado. “Em 25 de março, ele mandou [o ministro da Saúde] Mandetta parar de pedir distanciamento social em larga escala. Em discurso televisionado em 24 de março, ele pediu aos governos locais que abandonassem as estratégias de 'terra arrasada', como fechar escolas e lojas, e criticou a mídia por espalhar 'a sensação de medo’, segue o texto.

Por fim, o The Economist comenta que o Brasil possui o sistema público de saúde que atende mais gente do que qualquer outro no mundo. Por isso, para o semanário, ele mereceria um investimento maior do que 3,8% do Produto Interno Bruto (PIB). A Itália por exemplo, investe 6,7% do PIB, enquanto a Alemanha aplica 9,4% em saúde pública.

 Em vídeo publicado em suas redes sociais neste sábado (29), Ciro Gomes, atual vice-presidente do PDT, voltou a tecer críticas severas ao ministro da Economia, Paulo Guedes. O cearense chegou a afirmar que Guedes “tem nojo dos mais pobres” e “parou de ler em 1980”.

“Paulo Guedes tem nojo dos mais pobres, o problema dele é essa disfuncionalidade das elites brasileiras. Paulo Guedes é um garoto que saiu dos Estados Unidos muito jovem, estudou em Chicago e parou de ler nos anos 1980. Virou um 'Manoel Ganhão' de dinheiro”, criticou Ciro. Para o pedetista, o ministro acumulou recursos “manipulando mecanismos na fronteira da lei de especulação financeira com dinheiro público” e agora “tomou-se de vaidade de tomar conta da economia brasileira”.

##RECOMENDA##

[@#video#@]

Há um ano, em entrevista ao Conversa Afiada, Gomes comentou que Guedes não conhecia o Brasil. "Paulo Guedes é ruim. Economia é assunto da produção e do trabalho. Guedes é do 'rentismo'. Eu faria tudo diferente do Paulo Guedes. A questão fiscal, por exemplo. Falta dinheiro para tudo. Você tem as menores taxas de investimento para tudo. Ela está parada. Como eu resolveria? Anota aí: déficit de R$ 130 bilhões, mas se nós cobrássemos o imposto sobre lucros e dividendos de grandes corporações empresariais, que o mundo todo cobra. Todo mundo sabe disso. Eu já cobrei isso como ministro da Fazenda. Fernando Henrique [Cardoso] revogou, e o Lula manteve revogado. Isso arrecada até R$ 70 bilhões", argumentou Ciro, na ocasião.

A atriz Agrinez Melo se prepara para apresentar o solo “Histórias Bordadas em Mim” no espaço “O Poste”, no Centro do Recife, nos dias 26 e 27 abril, sempre a partir das 20h. Produzido de forma completamente independente, o espetáculo existe desde 2016 e foi talhado a partir das vivências da artista como mãe e mulher negra. Os ingressos custam R$ 40 (inteira) e R$ 20 (meia) e podem ser adquiridos na hora ou antecipadamente, através da plataforma Sympla.

A partir de um chá, a atriz costura as próprias histórias com acompanhamento musical de Talles Ribeiro. “Desde a estreia, viabilizo formas de escoar minha produção. Nunca tive incentivo governamental e, por ser um empreendimento individual, muitas vezes sinto sua invisibilidade na cidade, mas continuo resistindo”, comenta Agrinez.

##RECOMENDA##

Para montar o roteiro, a atriz recorreu a pesquisas sobre o povo griot, de origem africana e que tinha como grande característica o hábito de transmitir sua história através da oralidade. “A encenação caminha para o questionamento/reflexão social e filosófica em relação a valorização do ser humano através de pequenas coisas, do resgate de sua ancestralidade, e do posicionamento feminino no momento atual, relacionando com o povo sagrado africano e ancestral”, completa Agrinez.

Serviço//Histórias Sobre Mim

Datas: 26 e 27 de abril

Local: Espaço O Poste (Rua da Aurora, 529, Boa Vista, Recife)

Hora: 20h

Ingressos: R$ 40 (inteira) e R$ 20 (meia)

A taxa de inadimplência no setor de ensino privado atingiu 9% no ano passado, alta de 0,2 ponto porcentual ante 2015, de acordo com pesquisa do Sindicato de Mantenedoras de Ensino Superior (Semesp). Foi o segundo ano consecutivo de alta e a expectativa da entidade é de novo aumento em 2017, para 9,2%.

O indicador considera recebíveis em atraso há mais de 90 dias. Os calotes no setor vinham em trajetória de queda até 2014, quando atingiram seu menor nível histórico, de 7,8%. A partir do ano seguinte, a redução na oferta de financiamento estudantil pelo Fies e o aumento do desemprego passaram a afetar os indicadores.

##RECOMENDA##

Para o diretor executivo do Semesp, Rodrigo Capelato, a baixa oferta de vagas de financiamento tende a continuar afetando o índice de inadimplência. A expectativa é de uma recuperação apenas a partir do segundo semestre de 2018.

O risco do aumento dos calotes é a piora no caixa, sobretudo de instituições privadas de pequeno porte e que têm pouco acesso a crédito. A inadimplência de curto prazo - de até 30 dias - chegou a 16,6% no último ano. Embora parte desses recebíveis sejam recuperados algum tempo depois, os pequenos atrasos atingem o capital de giro das companhias. "Muita instituição pequena recebe em dia uma parcela muito pequena das mensalidades e precisa de empréstimos para pagar os salários e quitar suas obrigações", conclui Capelato.

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando