Protestos antes dos treinamentos, vaias durante, no intervalo e após as partidas, revolta nas redes sociais, nariz de palhaço, cartazes... O repertório de protestos da torcida do Sport contra a atual gestão, comandada pelo presidente Gustavo Dubeux, é vasto e criativo. E o “time” de reclamações ganhou mais um “jogador”. E com status de camisa 10.
Torcedores criaram um site para criticar e expor as insatisfações contra a diretoria. Existe até um abaixo-assinado para mostrar tal indignação, expressada, principalmente, pelo slogan “Arena sim, espigões não!”.
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Até o momento, 540 torcedores já aderiram ao abaixo-assinado online. Confira na íntegra o “Manifesto à nação rubro-negra do Sport Club do Recife”:
OS RUBRO-NEGROS QUE SUBSCREVEM ESTE DOCUMENTO, todos com serviços prestados ao clube, cumprem o dever histórico de manifestar de público sua decepção, sua tristeza e sua indignação com os rumos que está tomando o nosso querido Sport Club do Recife. Esses sentimentos não são decorrentes apenas do desastroso desempenho no futebol. Pelo contrário, têm outras causas, muito mais graves e a seguir enumeradas:
1) O atual presidente do Sport foi eleito para o biênio 2011-2012 com apoio expressivo da comunidade rubro-negra, justo num momento feliz de desenvolvimento de Pernambuco. Dele se esperava uma gestão democrática, que promovesse uma união sem precedentes na história do clube e que aproveitasse essa onda de crescimento econômico atual, bem como, a perspectiva da Copa de 2014 e das Olimpíadas de 2016. Tudo isso para colocar o Sport, definitivamente, no lugar a ele reservado, compatível com a sua grandeza;
2) Ao invés disso, o presidente começou sua administração ignorando os apelos para que preservasse a autonomia e a missão estatutária do Conselho Deliberativo. Substituiu vários dos seus componentes por pessoas a ele vinculadas, alijando rubro-negros tradicionais, com a clara intenção de aprovar os seus projetos, sem uma discussão aprofundada e independente;
3) Foi assim que fez passar pelo Conselho o seu “projeto” que vai desfigurar o colossal patrimônio de 110 mil m2 de área nobre da Ilha do Retiro e acabar com o clube. Isso porque, ALÉM DA CONSTRUÇÃO DA ARENA, QUE TODOS QUEREMOS E DEFENDEMOS, edificará espigões destinados a negócios, com centenas de ocupantes estranhos, transformando nossa sede numa selva de pedras, em benefício de terceiros, com prejuízo irreparável para o ambiente urbano, para o convívio social e para a prática de esportes olímpicos, golpeando mortalmente as tradições e a razão de existir do Sport. Vale dizer que, no passado, esse mesmo presidente tentou construir prédios residenciais em nossa sede, só não conseguindo porque o Conselho da época era independente e não aprovou;
4) Bem diferente disso, DEVERÍAMOS CONSIDERAR OUTRO CONCEITO DE ARENA, CERCADA POR UMA MODERNA PRAÇA DE ESPORTES OLÍMPICOS, para a juventude rubro-negra, nossos futuros líderes. Há meios para se conseguir recursos sem abrir mão desse patrimônio colossal, construído com paixão e sacrifício por gerações de rubro-negros. Ao contrário do que está sendo feito, o projeto deveria ser discutido e amadurecido. Nada de “CLÁUSULA DE CONFIDENCIALIDADE”. Os conflitos de interesses teriam que ser evitados e os procedimentos de licitação seguidos, com a fiscalização independente que a ética exige em empreendimentos milionários de agremiações como a nossa, de propriedade coletiva;
5) Por outro lado, faz-se necessária a contratação de uma empresa de auditoria para investigar todo o processo de compra e construção do Centro de Trei-namento de Paratibe, para que seja legalizado e escriturado em nome do seu verdadeiro dono, que é o Sport Club do Recife.
Finalmente, reafirmamos que os prejuízos decorrentes das humilhantes campanhas no futebol são graves e irreversíveis, mas o tempo haverá de atenuar seus efeitos quando as conquistas vierem. Problema maior é a destruição da Ilha, porque será definitiva. Ações junto ao Ministério Público e na Justiça serão movidas. Entretanto, a esperança de reversão desse quadro está mesmo num amplo movimento de sócios e torcedores, de rubro-negros de todas as classes e de todo o Estado. Esses sim, os verdadeiros donos do Clube.
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