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A Defensoria Pública de São Paulo venceu, em primeira instância, uma causa movida em favor de uma moradora do município de Carapicuíba, na Grande São Paulo, por conta do não fornecimento de medicação para um tratamento. O pai da mulher, que não foi identificada por motivo de segredo de Justiça, morreu, vítima de um câncer de próstata avançado, em decorrência da falta de um medicamento de uso contínuo. Ao ter o fornecimento interrompido, o paciente entrou com uma ação contra o município e venceu, porém a ordem não foi cumprida.

O defensor Vinicius Camargo Henne alegou que houve negligência das autoridades de Carapicuíba no caso e que cabe indenização por danos morais, uma vez que a morte do homem poderia ter sido evitada. De acordo com o jurista, o agravante foi a demora de três meses para o fornecimento do remédio, mesmo depois que a Justiça concedeu liminar, obrigando a disponibilização. “A demora no fornecimento tirou a oportunidade de a apelante ter a chance de ter seu genitor vivo por mais tempo”, disse Henne.

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Com base nos argumentos do defensor, a 1ª Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça condenou a prefeitura de Carapicuíba a pagar a indenização, com valores que ainda serão estipulados.

O prefeito de São Paulo, João Doria, anunciou nesta quarta-feira (8) que os fabricantes dos maiores laboratórios do Brasil irão doar 381 milhões de doses que serão distribuídas, a partir do dia 20 de fevereiro, para suprir a demanda dos próximos 60 dias das unidades básicas de saúde da cidade.  Em um mês de gestão, ele também já tinha conseguido a doação de, aproximadamente, 100 empresas em um total de  R$ 37 milhões em produtos e serviços. 

Em vídeo publicado hoje na sua página do Facebook, ele declarou que encontrou a solução emergencial para resolver o problema da falta de medicamentos nas unidades básicas de São Paulo. “Fico sempre muito triste a cada visita que eu faço aos postos de saúde e vejo as pessoas com receita e sem medicamentos. Agora, com a ajuda dos laboratórios que produzem em São Paulo e em outros estados, nós vamos conseguir suprir a necessidade emergencial nos próximos 60 dias”, contou.

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Doria ressaltou definiu o feito como algo “surpreendente”. “Algo novo, mas, sobretudo, pensando no melhor para a população mais humilde e que mais sofre e que agora terá remédio. Acelera comigo”, acrescentou. 

Ele ainda disse que se trata de uma ação solidária da indústria. “Este é um problema gravíssimo e, após atender esta demanda emergencial, vamos apresentar soluções para resolver definitivamente este problema. Saúde é prioridade e nós encaramos o problema de frente”, prometeu.

 

Quem depende do serviço da Farmácia Popular terá que ficar atento às novas regras de distribuição de remédios pelo programa. A partir de agora, três novas regras foram implantadas com o intuito de evitar fraudes no sistema, que foram encontradas em quase 100% dos estabelecimentos na análise dos dados do Departamento Nacional de Auditoria do SUS (Denasus).

A partir de agora, para os pacientes que sofrem de colesterol alto e precisam da dislipidemia, terá que ter idade igual ou maior a 35 anos. Nos casos de osteoporose (igual ou maior até 40 anos); parkinson (a partir dos 50 anos); hipertensão (igual ou maior a 20 anos) e contraceptivos (a partir dos 10 anos e menor que 60 anos).

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A mudança se deu após um balanço realizado através dos dados do Denasus que apontou para as fraudes realizadas nas farmácias que aderiram ao programa. A comprovação veio através das auditorias realizadas em 2016 com constatação de irregularidades em quase 100% das farmácias fiscalizadas.

Apenas uma delas não burlava as regras do programa. O Ministério alega que as mudanças não impactam na assistência a esses casos raros e frisa a possibilidade de os pacientes que não se enquadram nessas faixas etárias de restrição, terem seus medicamentos e assistência médica adequada nas unidades do SUS.

O Ministério alerta para os pacientes que estiverem fora da faixa etária estabelecida. Estes poderão requerer a inclusão do CPF no sistema pela Ouvidoria Geral do SUS pelo telefone 136 opção 8 ou pelo e-mail analise.fpopular@saude.gov.br.

De acordo com o Ministério da Saúde, as restrições visam dar um maior controle na distribuição de medicamentos. Será feita a validação do status do CNPJ das farmácias credenciadas junto à base da Receita federal; validação das informações com base no cartão nacional de saúde e critérios de idade para venda de medicamentos por patologias.

 

Investigado pela Polícia Federal, o ex-prefeito de Luminárias Arthur Maia Amaral (PT) desistiu de assumir a presidência da Fundação Ezequiel Dias, estatal fabricante de medicamentos do governo de Minas. Após o jornal O Estado de S. Paulo mostrar que o petista responde a inquérito sobre venda de remédios adquiridos pelo município na farmácia que mantém na cidade, ele divulgou nota ontem na qual afirma que solicitou a suspensão de sua nomeação até o arquivamento do caso. Arthur governou Luminárias por dois mandatos e deixou o cargo no dia 31 de dezembro.

Na nota, Amaral diz que as acusações são "infundadas, desprovidas de quaisquer provas e, consequentemente, sem condenação".

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O presidente Michel Temer publicou nesta terça-feira (20) no Diário Oficial da União uma medida provisória que permite reajustar ou diminuir os preços dos medicamentos "excepcionalmente". A decisão será tomada pelo conselho de ministros da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (Cmed).

O ministro da Saúde, Ricardo Barros, disse que o objetivo da MP é manter no mercado medicamentos de baixíssimo custo que são comprovadamente eficazes, mas não há mais interesse econômico na produção.

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Ele citou como exemplo a penicilina, que está em falta. "Estamos com uma epidemia de sífilis e não conseguimos resolver o problema porque não há interesse econômico na produção da penicilina nem pelos laboratórios públicos. Vamos ajustar o preço de custo para que se tenha uma margem para quem produz, seja laboratório público ou privado, e dessa forma poderemos abastecer o mercado e evitar essa epidemia", afirmou o ministro.

De acordo com o Ministério da Saúde, além da penicilina, outros medicamentos que podem ter preços ajustados são os de tratamento de câncer, como Benzonidazol, L-asparaginase, Dactinomicina e componentes usados, por exemplo, como contraste em exames de radiografia. Todos eles apresentaram produção instável nos últimos anos e a fabricação está sendo acompanhada pelo ministério.

Em nota divulgada nesta terça-feira, o Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo (Sindusfarma) disse que a medida "preocupa a indústria, pois rompe com a norma de regulação econômica para o setor farmacêutico, causando um clima de indefinição e incerteza".

"A instabilidade criada pela MP tem o potencial de congelar os investimentos já programados pela indústria farmacêutica, podendo até mesmo afetar o mercado de trabalho setorial, que hoje emprega 600 mil profissionais diretos e indiretos", informa a nota.

Atualmente, os medicamentos com preços controlados têm reajuste autorizado no fim do mês de março com base em índices máximos definidos pelo governo.

De acordo com o ministro, haverá uma regulamentação da MP sobre a aplicação para não criar instabilidade no mercado. "Não queremos nenhuma oscilação nesse crescimento que está havendo na indústria farmacêutica", afirmou Barros. O ministro também disse que o governo não vai permitir desabastecimento de medicamentos por causa da regra.

Para haver mudança no preço, deverá ter parecer unânime dos ministros que fazem parte da Cmed. São eles Saúde, Fazenda, Justiça, Casa Civil e Indústria e Comércio Exterior.

Aumento

Neste ano, o governo federal autorizou reajuste de até 12,5% nos preços de medicamentos, dependendo da categoria do produto. O porcentual ficou acima do autorizado em 2015 e também da inflação no ano - o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou em 10,67%.

No ano passado, o reajuste máximo autorizado pelo governo foi de 7,7% e, em 2014, o teto foi de 5,68%. De acordo com a Cmed, o ajuste tem como base um modelo de teto de preços calculado a partir do IPCA, em um fator de produtividade, em uma parcela de fator de ajuste de preços relativos intrassetor e outra de valores relativos entre setores.

O reajuste acumulado desde 2008, de acordo com o Sindusfarma, ficou em 58,83%, abaixo da inflação no mesmo período - de 74,17% pelo IPCA. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Um aplicativo desenvolvido por uma startup embarcada no Porto Digital permite que os usuários pesquisem preços, comparem e comprem remédios nas farmácias da Região Metropolitana do Recife (RMR), em Pernambuco, em tempo real, pelo celular. Cerca de 50 estabelecimentos estão cadastrados na plataforma, que oferece versões para Android e iOS.

Ao entrar no FarmaZap, o usuário informa o nome do medicamento, substância, dosagem, quantidade, além de dizer se deseja incluir genéricos ou similares na consulta. Através da geolocalização, o pedido é enviado para as farmácias da região escolhida. Os estabelecimentos recebem um alerta e respondem em tempo real.

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"Ao contrário de outros aplicativos e sites para pesquisa de remédios que apenas coletam os preços das lojas virtuais das grandes redes, o FarmaZap permite a comunicação em tempo real entre o cliente e os balconistas das farmácias da sua região", destaca o fundador e diretor executivo do FarmaZap, Aldo Ferreira.

A ideia é estabelecer um canal simplificado de comunicação entre o cliente e diversas farmácias. "Isso representa um diferencial importante, pois o funcionário pode oferecer as melhores condições de acordo com as características daquele cliente, como se ele estivesse no balcão", explica.

O aplicativo permite ainda a compra do medicamento pelo cartão de crédito. O cliente pode escolher retirar o remédio na loja física ou receber diretamente em casa, caso o estabelecimento escolhido trabalhe com entrega a domicílio. Para aqueles medicamentos que precisam de receita é necessário a sua retirada na farmácia.

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Por Nathan Santos e Thiago Graf

O sorriso no rosto de Thamirys Lins, de 29 anos, reflete toda a alegria do seu atual momento profissional. Depois de três meses amargando desemprego em plena crise econômica, a recifense foi chamada para um processo seletivo, acabou sendo aprovada e hoje faz parte de uma grande rede de farmácias do Nordeste, a Pague Menos. Já são quase cinco meses na função de consultora de beleza, em uma das unidades da companhia localizada numa importante avenida da Zona Sul do Recife. O emprego, além de ser oportunidade para quem estava sem trabalho, representa uma boa chance de ascensão profissional, uma vez que Thamirys vislumbra a possibilidade de alcançar novos cargos na empresa.

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Confiante na função, a recifense comemora o grande fluxo de clientes da loja. Além da procura por remédios, muitos buscam dicas de produtos de beleza e veem na farmácia um local confortável e acessível para as compras. “Abordo os clientes e percebo que eles frequentam as farmácias e levam produtos diversificados, não mais apenas remédios. Existem muitas ofertas da linha de cosmético e beleza. Hoje, você encontra tudo numa farmácia e, às vezes, o cliente vem para comprar só um produto, acaba se deparando com outras opções e leva bem mais do queria adquirir. É interessante que algumas pessoas já me conhecem e me procuram durante o atendimento. Fico muito feliz com o emprego e, principalmente, com as oportunidades de promoção que o mercado dispõe”, conta Thamirys.

   

A consultora de beleza faz parte de um contexto que se mostra muito diferente da resseção econômica enfrentada pelo País. Na contramão dos segmentos empresariais que apenas apresentam índices negativos, retração financeira, cortes de funcionários e escassas possibilidades de crescimento, o mercado de farmácias tem muito que comemorar. O setor conta com resultados expressivos em 2016 e já projeta números louváveis para o próximo ano. E Thamirys é um exemplo dos mais de 110 mil profissionais empregados pelo segmento farmacêutico, segundo dados da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), que também registrou uma movimentação anual de R$ 70 bilhões.

Para o economista e professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Ecio Costa, os bons índices do setor farmacêutico em plena crise têm relação direta com a necessidade das pessoas adquirirem remédios em busca de uma boa saúde. “As pessoas continuam clientes das farmácias durante o período de resseção econômica porque o remédio é um item de necessidade. Elas precisam de medicamentos para cuidar da saúde, tratar doenças e até para evitar enfermidades. Muitos remédios são comprados por prescrição médica. O consumidor pode até deixar de lado lazer, roupas e outros produtos não tão necessários, mas não pode descuidar da saúde. Além disso, com o aumento da expectativa de vida no Brasil, os idosos também tendem a consumir mais medicamentos”, ressalta.  

A força do setor farmacêutico no quesito geração de empregos não se resume apenas aos pontos de venda. Estrategicamente, as grandes redes investem em centros de distribuição que facilitam a logística de abastecimento de remédios nas unidades espalhadas em todo o Brasil. Em agosto deste ano, a Drogasil, outra rede de destaque no cenário farmacêutico que está em plena expansão, inaugurou seu primeiro centro de distribuição no Nordeste, localizado na cidade de Jaboatão dos Guararapes, na Região Metropolitana do Recife. O empreendimento promete abastecer cerca de 200 lojas espalhadas na região nordestina e também focou na geração de empregos para a população do município. Contratado para o novo CT, o supervisor de planejamento e controle, Arthur Ferreira, é um dos 26 mil funcionários da Drogasil em todo o Brasil. No vídeo a seguir, ele e Thamirys descrevem a chegada ao mercado de trabalho por meio do segmento de farmácias:

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Os bons resultados das grandes redes de farmácias não aconteceram por acaso. Existem inúmeros fatores que reiteram a força do setor para a economia nacional, como o aumento da perspectiva de vida do brasileiro e a forte participação feminina no consumo de produtos comercializados nas farmácias. Endossando os recentes números do setor, o presidente da Abrafarma, Sérgio Mena Barreto, estima um faturamento de R$ 80 bilhões em 2017 e projeta a abertura de cerca de 600 novas unidades em todo o País.

 

A receita das grandes redes e a estratégia das pequenas

Os bons índices registrados no setor farmacêutico são, em sua maioria, oriundos das grandes redes. Companhias como Drogasil, Pague Menos e Big Ben expandem em praticamente todo o Brasil e valorizam os estoques de medicamentos. Sobre esse contexto, Sérgio Mena Barreto chama a atenção para o panorama que coloca as grandes empresas no topo das vendas.

“Os resultados são bons, mas não são do setor inteiro. Existem 72 mil farmácias no Brasil e 60 mil são independentes. Essas últimas não estão tão bem, pois falta produto e há problema de capital de giro. As 12 mil farmácias das grandes redes estão muito bem e crescendo, porque a área de medicamentos, higiene e beleza faz o cliente comprar independente de qualquer coisa. São itens essenciais para o consumidor. A grande rede tem centro de distribuição próprio e abastece a própria loja, o que impede a falta de produtos. As grandes farmácias também compram em grande volume da indústria e oferecem medicamentos a preços baratos, com valores imbatíveis”, explica Barreto.

As pequenas farmácias, no entanto, mesmo em tempo de crise econômica, podem alcançar bons índices e se manter vivas no mercado. Segundo Barreto, o segredo do sucesso das independentes é não tentar competir com as principais empresas do ramo. “É praticamente impossível concorrer com a grande rede, porque dificilmente a pequena farmácia terá capital. Por exemplo: um mercadinho de bairro não pode concorrer com um supermercado. O pequeno empresário precisa ser eficiente naquilo que se propõe. Você não pode ter 20 mil itens, mas pode possuir 3 mil itens muito bem administrados. Pode conhecer bastante a clientela, sabendo como o consumidor de bairro se comporta, oferecendo um serviço diferenciado e de qualidade. Conseguindo estabelecer uma estratégia local, a pequena farmácia também acaba alcançando sucesso. É preciso conhecer bem o consumidor e acompanhar o tratamento do cliente”, orienta o presidente da Abrafarma.

O ano de 2016 não acabou, mas a Abrafarma já conta com boas projeções para o próximo ano. A tendência é que fatores como o idoso consumidor de medicamentos e a compra assídua de produtos de beleza continuem influenciando as ações das grandes companhias e abrindo horizontes para as pequenas farmácias montarem suas estratégias. No vídeo a seguir, o presidente da Abrafarma dá mais detalhes do que estar por vir: 

E o público?

De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), por meio do estudo “Brasil: uma visão geográfica e ambiental do início do século XXI”, a expectativa de vida do brasileiro beira os 76 anos. Consequentemente, aumentou a necessidade dos idosos cuidarem da saúde. Casados há mais de quatro décadas, Jesus Campelo, de 84 anos, e Iris Pureza de Araújo, 77 anos, estão entre os idosos que fazem parte dessa estatística e estão entre os principais consumidores das farmácias. 

Seu Jesus e dona Iris gastam, em média, R$ 500 mensais em medicamentos. Bem humorados, eles enxergam a compra de remédios como uma forma de prevenção no combate às doenças. Aposentado, ele acredita que não há crise que impeça o brasileiro de cuidar da saúde. “Parece que o problema de ficar doente está acontecendo mais frequentemente. Nós observamos que não há muito dinheiro, mas é preciso comprar remédio para cuidar da nossa saúde. A gente está vivendo mais e, principalmente na velhice, temos essa necessidade de comprar medicamentos. Mas uma boa farmácia não vende apenas esses produtos. Ela também deve oferecer um bom atendimento e o que me faz voltar ao estabelecimento é justamente a forma como sou bem atendido”, opina o aposentado.

Dona Iris também acredita que a busca pela boa saúde é um fator primordial para os idosos procurarem as farmácias. Entretanto, ela reforça a questão do bom atendimento. “Acho que quanto melhor o atendimento, a tendência é que a empresa cresça. Isso atrai os clientes, porque é bom demais ser bem atendido. Outro fator é que as pessoas estão cuidando mais da saúde, fazendo exercícios, sempre pensando numa melhoria de vida”, diz dona Iris.

O valor dos não medicamentos 

Nem só de remédios vivem as grandes redes de farmácias. De acordo com levantamento da Abrafarma, a categoria de não-medicamentos (higiene pessoal, cosméticos e perfumaria) já representa quase 36% dos produtos comercializados. Além disso, as mulheres correspondem a cerca de 70% da clientela. “Para se ter uma ideia, esse segmento representava 28% das vendas em 2010. Essa crescente participação, estimulada pelo aumento da renda média do brasileiro no início da década, vai ao encontro da demanda da população por encontrar muito mais do que saúde no estabelecimento farmacêutico. A margem desses produtos também tem permitido resultados positivos, ainda que modestos”, comenta Sérgio Mena Barreto, presidente da Abrafarma.

Um lugar de saúde

Se num período de crise conquistar os clientes e concretizar vendas são fatores essenciais para a sobrevivência das farmácias, existe outro conceito que promete fazer dos estabelecimentos locais ainda mais frequentados pelos consumidores. Chegou a hora da farmácia vender saúde num sentido mais amplo e, por isso, a Abrafarma está percorrendo todo o Brasil qualificando farmacêuticos. A ideia é oferecer atendimentos de saúde para a população, servindo, inclusive, de subsídio para os tratamentos médicos.

Presidente da Drogasil, uma das maiores redes em atuação no País, Marcílio Pousada vive de perto o mercado farmacêutico. De acordo com o gestor, além dos fatores que contribuem para os bons números do segmento, a farmácia também passou a primar por um conceito que valoriza os estabelecimentos como pontos de apoio à saúde. “O setor farmacêutico é um defensor da economia e o grande vetor é o envelhecimento da população. O País deve dobrar o número de idosos nos próximos anos. É nisso que a gente acredita e por isso estamos crescendo. Falando pela Drogasil, não paramos de investir neste momento de crise, porque pensamos em longo prazo. Também defendo que o estabelecimento precisa estar pronto para atender o cliente no momento em que ele precisa do produto, pois penso que a farmácia é um lugar onde o público procura saúde e bem estar. É um espaço onde você pode encontrar vida saudável de maneira rápida e objetiva”, complementa pousada. 

A Lei n° 13.021, por exemplo, já busca a ampliação do papel das farmácias. De acordo com o coordenador do projeto de assistência farmacêutica da Abrafarma, Cassyano Correr, os farmacêuticos serão personagens essenciais na mudança de conjuntura dos estabelecimentos, a partir do momento em que serviços de saúde passarão a ser oferecidos à sociedade.

“O farmacêutico é um profissional de saúde de nível superior, só que por muitos anos ele não esteve presente nas farmácias. Mas nos últimos 10 anos, a gente teve uma valorização muito maior da presença e da atividade desse profissional dentro das farmácias. Então, nada mais natural que a gente coloque a farmácia num lugar mais ativo dentro da saúde da população brasileira. É um desafio, porque estamos levando para dentro do comércio espaços de saúde, onde os farmacêuticos poderão atender o cliente/paciente de uma forma mais privada. É alguém que a farmácia cuida de verdade”, explica Correr, em entrevista ao LeiaJá.

Vários serviços podem ser oferecidos de forma gratuita para os clientes. “Existe um leque de atendimentos, como o acompanhamento de doenças crônicas, hipertensão, diabetes e colesterol alto, ou análise da perda de peso, aplicação de vacinas e até encontrar programas para pessoas que querem parar de fumar. Tudo isso é uma forma da farmácia cumprir seu papel, por lei, não apenas vendendo medicamentos, mas cumprindo uma função social, contribuindo para a saúde pública e fazendo uma diferença incrível, porque são mais de 70 mil farmácias em todo o Brasil. Só as redes da Abrafarma, por exemplo, contam com quase 20 mil farmacêuticos e 800 milhões de atendimentos por ano em mais de 600 cidades. Se a gente usar essa capacidade instalada para levar todo esse serviço de saúde, faremos muita diferença no atendimento da população”, destaca o coordenador.

 

Segundo Jório Elias de Oliveira, formado há quatro anos em farmácia, profissionais da área estão tendo uma aceitação maior dos clientes, bem como passaram a ser mais valorizados. “Estamos tendo uma aceitação muito boa e com certeza acabou aquela coisa do profissional de farmácia ser apenas aquele cara do balcão que vende medicamentos. O acompanhamento farmacêutico faz com que as farmácias criem clientes fieis, principalmente aqueles que precisam de atendimentos contínuos. Estamos quebrando o paradigma que só quem faz acompanhamento são os médicos”, opina o farmacêutico, natural de Sousa, na Paraíba.

Formada há três anos em farmácia, Raqueline Silveira, atuante em lojas localizada no Recife, acredita que a nova conjuntura ajuda o Sistema Único de Saúde (SUS). “Vamos ajudar a diminuir a sobrecarga no SUS. Hoje, os clientes já nos procuram muito e voltam sempre para receber orientações. Mas o próprio profissional precisa se qualificar para se adaptar ao novo atendimento, bem como as empresas precisam oferecer capacitação para seus funcionários”, diz Raqueline.

Durante os eventos de qualificação realizados pela Abrafarma, o médico ginecologista Márcio Elias Queiroz participa das palestras e leva sua experiência ao público. O profissional aprova a atuação das farmácias como pontos de saúde e detalha como deve ser a relação do farmacêutico com o médico. Ouça no áudio a seguir:

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Cliente satisfeito e saudável

Aos 61 anos de idade, o motorista de ônibus Felix Cavalcante não deixa de cuidar da saúde. O recifense sempre acha espaço na agenda para ir ao médico, fazer exames de rotina e realizar atividades físicas. Porém, nos últimos meses, o trabalhador acrescentou a sua lista de compromissos mais um espaço voltado para a saúde. Na unidade da Pague Menos localizada na Avenida Recife, Zona Sul da Cidade, seu Felix comprou medicamentos e descobriu que também poderia passar a receber atendimento de saúde que servirá de informação complementar para seus médicos. “Um dia cheguei aqui e vi que a farmácia montou um espaço para atendimento. Já vi minha glicose, aferi minha pressão. Acho tudo isso muito importante e o próprio serviço é de qualidade, porque os farmacêuticos nos atendem muito bem”, diz o trabalhador.

O serviço ao qual seu Felix se refere é a mais nova ação da Pague Menos voltada ao atendimento farmacêutico. A Clinic Farma reúne salas dentro das unidades onde são prestadas atividades de saúde, tais como acompanhamento do tratamento prescrito pelo médico, revisão da medicação, esclarecimento de dúvidas, acompanhamento para clientes com diabetes, hipertensão, risco cardiovascular, asma e obesidade. Tudo é oferecido de forma gratuita, por meio de atendimento individual em um espaço privado.

De acordo com a assessoria de imprensa da rede, o público também conta com orientações sobre interações entre remédios e alimentos, melhores horários para medicação, esquema posológico, bem como aferição da pressão arterial, glicemia capilar e controle de diabetes. “O objetivo do Clinic Farma é possibilitar um melhor resultado do tratamento prescrito pelos médicos, garantindo mais qualidade de vida ao paciente e contribuindo com a saúde pública brasileira”, explica a coordenadora técnica farmacêutica do Clinic Farma em Pernambuco, Micalyne Egito. “O farmacêutico é o último profissional da cadeia de saúde ou mesmo o único que o paciente aciona após a prescrição médica, e a maioria dos clientes chega à farmácia com muitas dúvidas. O Clinic Farma procura orientar e, assim, garantir maior adesão ao tratamento e a melhoria do quadro de saúde do paciente. Quando sentimos necessidade, recomendamos o retorno ao médico”, complementa a farmacêutica. No vídeo a seguir, confira como funciona o atendimento:

A Pague Menos também já conta com quase 400 espaços de atendimento em todo o Brasil. Segundo a companhia, até o final deste ano, o número de salas deve chegar a 430. Uma lei federal já diz que os estabelecimentos farmacêuticos precisam ter, durante todo o expediente, um farmacêutico de plantão para atender os clientes. De acordo com a Abrafarma, o grande objetivo é fazer com que nos próximos anos todas as farmácias brasileiras ofereçam espaços de saúde para os clientes.

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O Supremo Tribunal Federal (STF) retoma, na tarde desta quarta-feira, 28, o julgamento de dois processos que tratam da obrigatoriedade de o poder público fornecer medicamentos de alto custo, mesmo que não estejam disponíveis na lista do Sistema Único de Saúde (SUS) ou ainda não tenham sido registrados na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

O ministro Marco Aurélio, relator dos processos no STF, já se posicionou a favor do fornecimento de medicamentos de alto custo para a parcela pobre da população, mas se opôs à distribuição de remédios que ainda não tenham sido registrados na Anvisa.

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"Não podem juízes e tribunais colocar o direito à saúde em risco, determinando o fornecimento estatal de medicamentos que não gozam do consenso científico", ressaltou Marco Aurélio no dia 15 de setembro.

O julgamento foi interrompido naquela ocasião depois do pedido de vista do ministro Luís Roberto Barroso. A discussão é acompanhada com apreensão pelo Palácio do Planalto e por Estados e municípios, que temem as consequências nas contas públicas dos tratamentos médicos em um momento de recessão econômica.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) suspendeu nesta terça-feira, 20, todos os lotes do medicamento Amoxicilina + Clavulanato de Potássio, comprimidos 875 mg + 152 mg. A medida foi motivada pelo fato dos medicamentos serem produzidos com formulações que não possuem estudos de bioequivalência (estudos com o objetivo de demonstrar a eficácia, segurança e qualidade do medicamento), conforme é exigido pela legislação sanitária. 

Os medicamentos são fabricados pelas empresas Germed Farmacêutica LTDA, legrand Pharma Industria Farmacêutica e pela empresa E.M.S. S/A, e o medicamento Policlavumoxil, fabricado pela Germed Farmacêutica Ltda. 

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Por Antonio Henrique 

Um novo aplicativo quer revolucionar a compra de remédios no Brasil. Com o HelpRemédios, os usuários têm a oportunidade de encontrar os melhores preços para os medicamentos que estão precisando, e ainda podem receber as encomendas em casa. A novidade foi criada por um empreendedor Daniel Ropelatto, que atuou por mais de 12 anos na indústria farmacêutica.

Com o aplicativo em mãos, o usuário pode fazer uma análise completa sobre cada um dos medicamentos cadastrados no sistema, levantando o nome do fabricante, princípio ativo e preço máximo que pode ser vendido pelas farmácias e as suas apresentações.

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Seu funcionamento tem como base a localização do usuário, disponibilizando as opções de farmácias próximas e com os melhores preços. Após a compra do remédio desejado, o usuário pode tanto retirar o medicamento no balcão no estabelecimento escolhido, quanto pedir para que seja entregue em sua residência.

Outra facilidade proposta pela ferramenta é quanto ao pagamento, já que ele pode ser realizado diretamente no aplicativo, via cartão de crédito. "Nós acreditamos que cuidar da saúde não precisa ser tão complicado. Vamos ajudar as pessoas a tratarem seus problemas, sejam eles agudos ou crônicos, com comodidade e conveniência", comenta o criador do aplicativo.

Com versões para Android e iOS, a ferramenta gratuita funciona em Curitiba, e deverá ser disponibilizada em outras grandes cidades brasileiras ainda em 2016. "Em um momento de crise, nada melhor que economizar um pouco, ainda mais quando tratamos de gastos com a saúde, que são indispensáveis", complementa Daniel Ropelatto.

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Com capacidade para abastecer 200 lojas em todo o Nordeste, o novo centro de distribuição (CD) da Drogasil foi inaugurado, nesta quarta-feira (17), no município de Jaboatão dos Guararapes, na Região Metropolitana do Recife (RMR). O CD é o primeiro instalado na região e deve gerar 300 postos diretos de trabalho. Até este mês, já foram efetivadas 150 vagas de emprego, todas destinadas a pessoas da RMR, mas as seleções para as outras 150 oportunidades ainda não têm previsão de realização. O objetivo do empreendimento é garantir que as mercadorias cheguem com rapidez e eficácia nas farmácias da rede.

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O investimento total no centro foi de R$ 15 milhões. Para diretor de logística da Drogasil, Erivelton de Oliveira, a localização geográfica do município de Jaboatão e a própria posição de Pernambuco entre os principais estados do Nordeste foram fatores essenciais para a escolha da instalação do CD no Estado. “A localização foi um fator muito importante. Nosso novo centro de distribuição nos aproxima de várias fronteiras do Estado, bem como está próximo do Aeroporto do Recife. Também estamos próximos de rodovias. Tudo foi feito com coerência e cuidado. Existe ainda a possibilidade de abastecermos o Norte do País, por meio de fretes de avião”, explicou o diretor de logística.

O presidente da Drogasil, Marcílio Pousada (foto a seguir), destacou que a empresa deve continuar sua forte expansão no Nordeste, e ainda projetou que, conforme sejam inauguradas farmácias, novos postos de trabalho serão oferecidos à população. A estimativa é que sejam instaladas em todo o Brasil 200 novas unidades até o final deste ano. Pousada ainda revelou que espera grandes resultados na atuação da rede em Pernambuco.

“O povo pernambucano é muito bom. Dei uma volta nas lojas daqui e só vi funcionários sorrindo e prontos para receber os clientes. Nós estamos fazendo este investimento no Estado com uma visão a longo prazo, sem nada de imediatismo. Tenho certeza que o Nordeste vai trazer bons resultados, é uma região que já é dona de 19% do mercado farmacêutico no País. A gente também acredita no crescimento contínuo do segmento de farmácias no geral, porque a expectativa de vida aumentou. Teremos em 15 anos cerca de 30 milhões de idosos que precisarão de serviços de saúde e medicamentos”, comentou Pousada.

De acordo com o Secretário de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco, Thiago Norões, a escolha pelo Estado para a instalação do empreendimento reforça uma tendência econômica. “Confirma nossa vocação de receber grandes e empresas e nos confirma como centro logístico. Nós temos uma posição geográfica muito privilegiada e estrutura para instalar centros de distribuição. Se deve também a coragem dos nossos empreendedores, que sempre têm visão de empresário que almeja criar negócios”, comentou o secretário.

Para que as 300 vagas de emprego do CD sejam ocupadas, será necessária a abertura de novas unidades da Drogasil, porém, a empresa ainda não pode precisar o prazo concreto. Atualmente, a companhia conta com 22 pontos em Pernambuco e 81 unidades em todo o Nordeste. Levando em consideração todo o País, são mais de 26 mil funcionários e cerca de 1300 farmácias distribuídas em 17 estados.

Simbolizando toda esta pujança econômica, principalmente no quesito geração de empregos, a Drogasil tem uma média de 15 contratações a cada nova loja inaugurada. No CD, os funcionários estão aproveitando a chance do emprego e almejam promoções dentro da companhia. É o caso do supervisor de planejamento e controle, Arthur Ferreira, contratado há um mês para o novo centro. "Tive uma oportunidade de ascenção profissional e outras pessoas tiveram a oportunidade do primeiro emprego. Isso é muito bom. E é fato que o setor de farmácias vem remando contra a crise", disse Ferreira.

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--> Farmácias dobram faturamento em seis anos 

O Ministério da Saúde anunciou na terça-feira (19) que pretende incluir na lista de medicamentos gratuitos do Sistema Único de Saúde (SUS), até o fim do ano, o remédio que pode prevenir a infecção pelo HIV. A informação foi dada pela diretora do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do ministério, Adele Benzaken, durante a 21ª Conferência Internacional de Aids, na África do Sul, e confirmada pelo órgão federal.

Chamado de profilaxia pré-exposição (PrEP), mas mais conhecido como truvada - seu nome comercial -, o medicamento diminui as chances de contaminação pelo vírus da Aids quando tomado continuamente, mas pode trazer efeitos colaterais, como leves disfunções gastrointestinais e renais. A pílula de ingestão diária combina dois tipos de antirretrovirais (tenofovir e emtricitabitina) e é indicada para a população não infectada, mas que tem maior chance de contágio. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o remédio diminui em até 92% o risco de o vírus entrar nas células.

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A estimativa do Ministério da Saúde é de que 10 mil pessoas tenham acesso ao medicamento no primeiro ano. "O remédio deverá ser ofertado em serviços especializados do SUS para populações com risco acrescido, como travestis, homens que fazem sexo com homens, transexuais e profissionais do sexo", disse a pasta, em nota.

Em julho de 2014, a OMS divulgou diretriz recomendando que homens homossexuais utilizassem a PrEP como forma adicional de prevenção à infecção por HIV, além do preservativo. "As taxas de infecção por HIV entre homens que fazem sexo com homens continuam altas em quase todos os lugares do mundo e novas opções de prevenção são necessárias com urgência", declarou a organização, em informe na época.

Segundo o ministério, o departamento de DST, Aids e Hepatites Virais já prepara um protocolo clínico de PrEP para ser encaminhado à Comissão de Incorporação de Tecnologia no SUS, órgão que define quais medicamentos, terapias e tratamentos são incluídos na rede pública. Como a maioria dos integrantes da comissão pertence a órgãos do ministério, o antirretroviral não deverá enfrentar dificuldade para ter sua incorporação aprovada.

Aval

Para dar base à decisão de incluir o antirretroviral em sua lista de medicamentos gratuitos, o ministério financiou dois estudos de PrEP no Brasil, que estão sendo conduzidos pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e pela Fundação Oswaldo Cruz. Para Zarifa Khoury, infectologista do Instituto Emílio Ribas, a medida anunciada pelo ministério é positiva e necessária. "Até hoje, a camisinha sempre foi a única forma de prevenção, mas, claramente, não atende a todos. Tanto não atende que a epidemia não parou de se alastrar. Há algumas pessoas que não conseguem usar o preservativo em 100% das situações e, para eles, a PrEP é necessária. A ideia é que ela seja associada ao uso da camisinha."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Dezessete milhões de pessoas tiveram acesso a antirretrovirais até o final de 2015. Apesar disso, mais de 53% da população afetada pela aids continua sem acesso aos remédios para combater o vírus HIV. Os dados foram publicados pela UNAids, a agência da Nações Unidas (ONU) criada para lidar com a epidemia.

Em 2015, 2 milhões de novas pessoas ganharam acesso aos remédios e o número de pacientes atendidos no mundo mais que dobrou em cinco anos. O resultado foi uma queda importante no número de mortos, passando de 1,5 milhão de casos, em 2010, para 1,1 milhão em 2015.

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As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Quem nunca comprou algum remédio para uma dorzinha de cabeça sem orientação médica? Ou ainda tem aquela farmácia em casa ou de bolsa para qualquer emergência? Alertar sobre os perigos da automedicação e dar orientações sobre o descarte correto de remédios são os objetivos da Farmácia Consciente, promovida pelo curso de Farmácia da Universidade da Amazônia (Unama).

A Farmácia Consciente compreende duas campanhas. Uma, já realizada, ocorreu neste sábado (21), de 8 às 12 horas: durante palestra no Auditório David Muffarej, campus Alcindo Cacela, estudantes  coletaram medicamentos vencidos e não vencidos. A segunda será neste domingo (22), também de 8 às 12 horas, com apoio em ação na Praça da República, bairro da Campina - alusiva ao 5 de maio, Dia Nacional do Uso Racional de Medicamentos -, tendo a participação de alunos de outras instituições de ensino superior. Os estudantes e professores irão divulgar o tema por meio de cartazes, peças teatrais, entrega de panfletos e abordagem da população, a fim de dar orientações.

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De acordo com a coordenadora do curso de Farmácia da Unama, Mariana Müller, o uso de medicamentos de forma incorreta pode acarretar o agravamento de alguma doença, uma vez que a utilização inadequada pode esconder determinados sintomas. “Outra preocupação em relação ao uso do medicamento refere-se à combinação inadequada. Neste caso, o uso de um medicamento pode anular ou potencializar o efeito do outro”, explicou. Ela alerta ainda que o uso abusivo de alguns antibióticos pode facilitar o aumento da resistência de microorganismos, comprometendo a eficácia dos tratamentos.

Jogar de remédios vencidos em locais como vasos sanitários, lixos comuns, ralos e pias pode ser prejudicial para os seres humanos e para o meio ambiente. “O descarte inadequado pode causar doenças pela água contaminada que o homem e os animais consomem e pela contaminação dos lençóis freáticos e do solo”, pontuou.

SERVIÇO

Farmácia Consciente da Unama.

Praça da República: ações para a população de 8h às 12h do domingo (22).

Acesso: livre a todos os públicos.

Por Alessandra Fonseca.

Os remédios já estão 2,64% mais caros, como reflexo de parte do reajuste de 12,50% autorizado para entrar em vigor a partir de 1º de abril. Os dados são do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) de abril, divulgado nesta quarta-feira (20) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O item se destacou no grupo Saúde e Cuidados Pessoais, que saiu de alta de 0,70% em março para 1,32% em abril. Outros aumentos relevantes no grupo foram de plano de saúde (1,06%), artigos de higiene pessoal (0,70%) e serviços laboratoriais e hospitalares (0,66%).

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O grupo Saúde e Cuidados Pessoais teve a maior alta em abril depois de Alimentação e Bebidas (1,35%). Já Habitação registrou recuo (-0,41%), puxado pela queda na energia elétrica. Houve, por outro lado, elevação de 0,98% na taxa de água e esgoto, influenciada pelas regiões metropolitanas de Recife (9,21%), onde a tarifa foi reajustada em 10,69% a partir do dia 20 de março, e de Curitiba (4,70%), com reajuste de 10,48% em 1º de abril.

Destaques nos demais grupos

Nos demais grupos, destacam-se os aumentos dos itens TV, som e informática (1,69%); artigos de limpeza (1,42%); emplacamento e licença (0,75%); empregado doméstico (0,69%); roupa feminina (0,57%); conserto de automóvel (0,48%); e ônibus urbano (0,37%).

No item ônibus urbano (0,37%), Porto Alegre (8,00%) foi a região que exerceu mais influência sobre o resultado nacional, devido ao reajuste de 15,38% sobre as tarifas em vigor desde 30 de março.

Um estudo internacional revelado neste sábado indicou que as pessoas saudáveis poderiam reduzir o desenvolvimento de problemas cardíacos com fármacos para reduzir o colesterol, conhecidos como estatinas.

As descobertas aconteceram após três estudos que incluíram mais de 12 mil pessoas em 21 países e foram divulgados na conferência do Colégio Americano de Cardiologia, em Chicago.

Até o momento, as estatinas eram recomendadas fundamentalmente para pessoas com alto risco de doenças cardíacas, que matam 18 milhões de pessoas anualmente no mundo e causam 50 milhões de ataques cardíacos e infartos.

"As implicações são muito grandes", disse o pesquisador Salim Yusyf, professor de Medicina na Universidade de McMaster.

"Acredito que certamente deveríamos considerar o uso de estatinas de maneira muito mais ampla do que fizemos até o momento", completou.

Os testes, chamados de Avaliação de Resultados de Prevenção Cardíaca-3 (HOPE-3, na sigla em inglês), foram os primeiros de seu tipo a analisar o impacto desses fármacos, às vezes em combinação com medicamentos para baixar a pressão sanguínea e outras vezes com um placebo, em um estudo mundial de população ampla e diversa.

As pessoas incluídas nos testes eram consideradas "de risco intermediário para desenvolver doenças cardiovasculares" pelo fato de contarem com ao menos um fator de risco, como o hábito de fumar, ter uma cintura ampla ou um histórico familiar destas doenças.

Contudo, ninguém havia sido diagnosticado com doenças cardíacas no começo da pesquisa.

Os medicamentos vão ficar mais caros em todo o País a partir do próximo dia 31. Segundo a Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma), o aumento anual nos preços deve ser de até 12,5%. Se confirmado, o reajuste vai superar a inflação (de 10,67%, em 2015) pela primeira vez em dez anos.

A base de cálculo para o reajuste de medicamentos é o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que acumula alta de 10,36% em 12 meses até fevereiro. O governo, no entanto, ainda não divulgou oficialmente de quanto será o aumento, pois o processo está em consulta pública.

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Para quem depende de medicamentos de uso contínuo, ou mesmo para consumidores pontuais, a orientação é buscar maneiras de economizar, principalmente quando se trata de remédios de alto custo. Confira abaixo algumas formas de pagar menos ou nada:

1. Programa de fidelização de laboratórios

Para incentivar a adesão a tratamentos que envolvem medicamentos de uso contínuo, grandes laboratórios desenvolveram planos de fidelidade que oferecem descontos em farmácias conveniadas. No caso da Bayer, contraceptivos orais podem custar de 20% a 46% menos para pacientes que se cadastrarem no site informando o nome, CPF, endereço e dados da receita médica. Sob as mesmas condições, comprar medicamentos para hipertensão, colesterol ou sintomas ligados à depressão pode custar até 65% menos.

2. Comparativo de preços

Já existem sites que funcionam como verdadeiros catálogos de consulta de preços de medicamentos. Em portais como o Clique Farma (www.cliquefarma.com.br) há indicações de farmácias onde o consumidor pode encontrar o preço mais em conta, ou mesmo sugestões de marcas similares. Já no Mais Preço (www.maispreco.com) é possível buscar pela substância ou princípio ativo e saber onde encontrá-los.

3. Subsídios do governo

O anúncio "Aqui Tem Farmácia Popular" em algumas redes indica que, no local, é possível comprar 112 tipos de remédios com até 90% de desconto. O programa, implementado pelo Ministério da Saúde, disponibiliza medicamentos analgésicos, anti-inflamatórios, antibióticos e outras opções de drogas mais consumidas. Para retirar os medicamentos é preciso apresentar documento de identidade com foto, CPF e receita médica.

4. Medicamentos gratuitos

Pelo Sistema Único de Saúde (SUS) é possível retirar, de forma gratuita e com receita médica, remédios de uso continuado ou de alto custo. A lista é disponibilizada pelo Ministério da Saúde. O programa "Saúde Não Tem Preço" distribui remédios para asma, hipertensão e diabetes. Para retirar, basta procurar redes credenciadas pela Farmácia Popular.

5. Genéricos

A aprovação do uso de medicamentos genéricos trouxe para o mercado cópias idênticas em formato, composição química, dosagem, posologia e indicação de remédios produzidos por grandes laboratórios. De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o medicamento genérico deve ser, no mínimo, 35% mais barato do que o convencional.

6. Descontos por planos de saúde

Seguradoras também oferecem descontos em medicamentos a seus beneficiários. Em parceria com duas redes de farmácias, a Amil proporciona economia de até 30% na compra de remédios e de até 5% em produtos de higiene pessoal e perfumaria, basta apresentar a carteirinha do convênio. Já o Benefício Farmácia, da SulAmérica, oferece 3,5 mil remédios até 65% mais baratos nas farmácias credenciadas para beneficiários de alguns planos e para clientes da Porto Seguro Saúde (há um cálculo de desconto conforme o plano de saúde em questão). Já a Bradesco Saúde oferece descontos de até 65% em medicamentos de marca ou genéricos.

A presidente Dilma Rousseff sancionou, sem vetos, a lei que estabelece normas gerais para inibir erros de administração, trocas indesejadas e uso equivocado de medicamentos. A Lei nº 13.236 foi publicada no Diário Oficial da União desta quarta-feira (30) e tem por objetivo impedir a troca de medicamentos, além de obrigar os fabricantes a disponibilizar bulas com letras maiores e informações mais explicativas ao público.

Autor da proposta, o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE) frisou que as embalagens serão mais claras, diferencenciando, por exemplo, remédio destinado ao uso exclusivo adulto e uso infantil. “Observamos muitos casos em todo o país em razão de erros na administração de medicamentos. Uma das causas é, justamente, a utilização de rótulos e embalagens iguais ou semelhantes para produtos de composição diferente", avalia. "É uma lei que vem ajudar os brasileiros nesse sentido", sustentou.

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O parlamentar lembra que, em novembro deste ano, uma idosa morreu em Passos (MG) após tomar um anticoagulante ao invés de um medicamento contra a alta pressão cardíaca. Em abril do ano passado, uma adolescente de 14 anos faleceu em Guaíba (RS) após inalar o remédio errado durante uma crise de asma. A garota precisava inalar um broncodilatador, mas acabou usando, na nebulização, um colírio para glaucoma, que faz o efeito contrário.

“Esses equívocos não ocorrem apenas nas nossas casas. Dois acidentes foram registrados em hospitais de São Paulo e do Ceará nos últimos anos. Nesses infelizes episódios, os pacientes morreram porque receberam, por via endovenosa, medicação errada, confundida com soro”, ressaltou.

Com informações da assessoria.

União, Estados, Distrito Federal e municípios são igualmente responsáveis quando o assunto é garantir aos carentes o acesso grátis a remédios. Este é o entendimento da Segunda Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que levou em consideração que todos esses entes federativos formam o Sistema Único de Saúde, o SUS. As informações foram divulgadas no site do STJ nessa quarta-feira (23).

Os ministros do colegiado julgaram recurso especial que chegou ao STJ contra o Estado do Paraná e a União para a aquisição, em caráter de urgência, de medicação especial para tratamento de um agricultor diagnosticado com linfoma não-hodgkin, que é um tipo de câncer.

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A União argumentou que a responsabilidade para a aquisição do medicamento seria do Paraná, principalmente porque o repasse de verbas do Ministério da Saúde é feito para que os governos estaduais comprem e forneçam os medicamentos.

Segundo o STJ, o Estado do Paraná alegou que o medicamento solicitado seria excepcional e que não faz parte do rol de remédios fornecidos pelo SUS.

O relator do recurso, ministro Herman Benjamin, não acolheu nenhuma das duas argumentações. Segundo ele, a responsabilidade dos entes federativos, no cumprimento dos serviços públicos de saúde prestados à população, é solidária, ou seja, todos são responsáveis.

"A responsabilidade em matéria de saúde, aqui traduzida pela distribuição gratuita de medicamentos em favor de pessoas carentes, é dever do Estado, no qual são compreendidos aí todos os entes federativos", advertiu o ministro.

Em relação ao fato de o remédio necessário ao tratamento do agricultor não constar do rol daqueles distribuídos pelo SUS, uma perícia comprovou a inexistência de outro medicamento que pudesse substituí-lo. O laudo comprovou também a eficácia do remédio no tempo de sobrevida do paciente.

Para a Segunda Turma do Superior Tribunal de Justiça, por ser a saúde um direito fundamental, previsto na Constituição, "os entes federativos deveriam mover esforços para cumprir o que é estabelecido na Carta Maior e não criar entraves para que o cidadão tenha acesso àquilo que lhe é garantido constitucionalmente".

Além do impacto para o consumidor, o próprio governo sofreria com um reajuste de remédios com base no índice de inflação. No início da semana, ao falar sobre racionalização de gastos, o ministro Joaquim Levy destacou a importância de desenvolver diretrizes para a escolha de medicamentos, já que esse é um dos elementos mais caros no orçamento da Saúde.

Neste ano, o governo espera gastar R$ 14,3 bilhões com a compra de remédios. Aplicando o possível reajuste que leva em consideração a inflação de 2015 - já próxima dos 10% -, o custo desses medicamentos teria um acréscimo de quase R$ 1,5 bilhão no ano que vem, considerando a mesma quantidade comprada. Hoje, o reajuste de medicamentos é calculado por meio de uma fórmula definida pela Cmed, em que o reajuste é igual ao IPCA menos três fatores - fator de produtividade, parâmetros calculados de acordo com a variação de tarifa de energia elétrica e de taxa de câmbio (fator Y), por exemplo, e incorporação de índices internacionais (fator Z).

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As datas para divulgação dos outros dois índices é: fator Y até 30 dias antes do reajuste anual e o Z 60 dias após o término do prazo para entrega do relatório de comercialização das empresas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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