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O período de quarentena, recomendado pela Secretaria de Saúde do Estado (SES), tem impactado o funcionamento de diversos estabelecimentos. Dentre eles, cursinhos preparatórios também sofrem com as alterações no cronograma de atividades. Para não atrasar o andamento do preparatório para as provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), professores indicam aulas on-line como alternativa viável.

No Recife, escolas, universidades e faculdade públicas, particulares e até mesmo cursinhos preparatórios fecharam as portas, o objetivo é coibir a proliferação do coronavírus. “É uma situação bem delicada. Com o intuito de evitar uma superlotação em massa nos hospitais e postos de saúde devido ao COVID-19, as aulas presenciais foram suspensas por no mínimo 15 dias, algo que compromete o calendário das instituições que preparam os candidatos para o Exame Nacional de Ensino Médio”, pontua o professor de química, Berg Figueiredo.

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Com essa medida protetiva, os cursinhos pensam em alternativas diferentes para que os estudantes não tenham prejuízos na preparação para o Enem. O professor de redação Diogo Xavier explica quais impactos trazem para a metodologia de ensino do conteúdo. “Os impactos vão desde o atraso dos conteúdos, passando pela quebra no foco e no ritmo dos alunos, até abandono e queda na receita. Para contornar todos esses problemas, optamos por continuar o andamento dos conteúdos por meio de aulas em vídeo, disponibilização online de materiais extras, como slides e fichas, bem como lives e chats”, afirma. 

O professor ainda explica que “a redação também precisou de adaptação". "A produção dos alunos será enviada online por eles, impressa para correção, escaneada e devolvida com as observações”, enfatizou. 

Essa medida tem sido cotada como a principal alternativa, não somente neste período de quarentena, mas também se houver necessidade de estender a suspensão das aulas. Para os estudantes a alternativa, apesar de desafiadora, torna-se válida ao passo que leva em consideração a integridade física deles e não atrasa os conteúdos programados para o primeiro semestre do ano. 

O professor Diogo Xavier ainda reforça que essa “é a alternativa mais viável, para não atrasar todo o cronograma. Exigirá foco dos alunos, por isso estaremos sempre em contato e disponibilizaremos os conteúdos nos dias em que eles teriam as aulas presenciais, para que sigam no ritmo.”

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A crise mundial de saúde causada pelo coronavírus tem alterado as rotinas de pessoas nos quatro cantos do planeta. Com o registro de mais de 200 mil casos - segundo a Universidade Johns Hopkins, que mantém uma contagem em tempo real -, a pandemia tem feito países inteiros se trancarem ‘em casa’ num esforço coletivo para frear a disseminação do vírus. Sendo assim, as mais diferentes atividades estão parando ou quase isso, e na área cultural não poderia ser diferente. 

Em todo o mundo, museus estão fechando as portas aos visitantes, a exemplo do Louvre na França, fechado por tempo indeterminado; feiras literárias, festivais e turnês de música estão sendo canceladas ou adiadas, como o Lollapalooza que adiou as edições do Chile, Argentina e Brasil para o segundo semestre; sem contar nos decretos governamentais, em diferentes países, que proíbem a realização de eventos de médio a grande porte.  Com tantas restrições, a cadeia produtiva da arte e cultura deixa de ser tão produtiva assim e artistas e produtores culturais, sobretudo os que vivem somente de sua arte, começam a se preocupar com a impossibilidade de trabalhar.

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Segundo o secretário de turismo de Pernambuco, Rodrigo Novaes, estima-se que cerca de 90 eventos estão sendo cancelados ou adiados no estado, entre a segunda quinzena de março e o mês de abril. Essa onda de cancelamentos e adiamentos mexe com  toda uma cadeia de economia criativa, uma vez que artistas, técnicos, produtores e outros profissionais ligados a área da cultura ficam impossibilitados de fazer sua renda. 

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O problema chegou sem aviso prévio e deixou os trabalhadores da cultura assustados. Para a produtora cultural Mery Lemos, a crise só comprovou um fato que já é bem conhecido entre a classe: “Os trabalhadores da cultura são os mais vulneráveis em qualquer situação de crise. A sensação é de impotência, mas temos a consciência de que vai passar e voltaremos mais fortes”. A cantora e compositora pernambucana Marília Parente também se assustou com a ‘avalanche’ e demonstra preocupação em relação não só a si própria mas como à sua equipe e demais colaboradores. “Isso tudo aconteceu muito rápido e a gente que trabalha com eventos, produz os eventos com muita antecedência, como manda a boa produção. Fora que quando a gente cancela um evento tem toda uma cadeia de pessoas que são afetadas. Eu tenho músicos que agora financeiramente têm a condição de não tocar nesse show porque não vai faltar comida pra eles, e tenho músicos que precisam se alimentar, que vivem só de música, que são autônomos, que não têm uma CLT pra fazer quarentena. Quarentena é pra quem tem, na melhor das hipóteses, carteira assinada e a empresa é muito boa e liberou, mas pros artistas, muitos são autônomos e acabam vivendo de bilheteria, no caso os independentes”. 

A própria Marília chegou a cogitar manter um evento de pequeno porte, que seria nesta semana, preocupada com a rentabilidade de sua equipe. Mas, com o desdobramento da situação no Recife, achou mais prudente optar pelo cancelamento. No entanto, como a cantora menciona, alguns artistas dispõem de uma situação mais confortável para lidar com uma crise como essas. É o caso da cantora Letícia Letrux, que chegou a comentar o assunto em suas redes sociais. Ela adiou toda sua agenda de apresentações de março e abril, totalizando o cancelamento de sete shows. "Do alto do meu recente privilégio em viver de arte, me vejo no olho de um furacão, e vocês sabem, o olho do furacão é até calmo. Com sorte, mãe e pai abençoados, economias de uma caprina, consigo dizer que mesmo não fazendo shows há um tempo, consigo sobreviver dois, três meses sem fazer show. Muitos e muitas terão problemas. Isso me preocupa", postou em seu Instagram. 

Igualmente preocupado está o cantor e compositor pernambucano Juvenil Silva.Vivendo exclusivamente de sua música ele já está na produção de um show a ser apresentado via redes sociais, para poder gerar alguma renda. “Eu, se passar dois meses sem tocar, sem fazer eventos, eu não pago aluguel nem boto o cuscuz com ovo na mesa. É uma questão que quem não trabalha com cultura e arte pode até não entender, certamente não vai entender 100%. Se eu não sair e captar uma grana, a gente não come, não vive, não paga boletos. Em breve eu vou fazer um show, vou vender pro Brasil todo, inclusive para outras cidades que estão com  uma quarentena maior. Vou fazer um show live para quem pagar um ingresso normal que eu cobro geralmente por aqui, entre R$ 15 e R$ 20. Então a pessoa vai pagar e ter acesso a esse show que eu estou montando”. 

Cachê

A preocupação dos trabalhadores da arte anda emparelhada com a enfraquecida política cultural do país. Na contramão desse cenário de apreensão, a Alemanha tem prometido assistência financeira a artistas afetados pelos cancelamentos que também estão acontecendo por lá. Através de um comunicado, a ministra da cultura do país, Monika Grütters, assegurou o suporte aos profissionais da área informando que será elaborado um plano de assistência financeira sobretudo à instituições menores e artistas independentes. 

Por aqui, alguns músicos já pensam em recorrer à gestão municipal e estadual para tentar reverter a situação solicitando o adiantamento de cachês, especialmente os de shows realizados no Carnaval de 2020. “A gente tá querendo ver com o pessoal da prefeitura de Olinda, pra gente sentar e bater um papo pra tentar ver o aceleramento do pagamento do cachê do Carnaval que seria um alívio momentâneo para uma grande parcela de pessoas envolvidas com a produção de evento - e não são poucas, tem técnicos de luz, som, roadies, produtores, motoristas, iluminadores. E que a Prefeitura do Recife e o Governo do Estado do estado também olhem pra cadeia produtiva da música e aceleram esses pagamentos porque é uma forma de suprir essa ausência de trabalho que só Deus sabe quanto tempo vai durar”, diz Rogério Rogerman, vocalista da banda Bonsucesso Samba Clube. 

Roger, que também cancelou um show de seu projeto solo por precaução, pensa em elaborar algumas lives durante o tempo de quarentena. Além disso, o artista pretende aproveitar a falta de shows e apresentações para criar coisas novas. Em tempo, ele deixa um recado: "É importante q o governo se mobilize para essa cadeia, óbviamente que o foco agora é a saúde e a população mais pobre, mais vulnerável, porém, a cadeia produtiva precisa ter apoio do estado porque são milhares de pessoas que estão perdendo sua capacidade de fazer dinheiro, o estado não pode simplesmente virar as costas." 

O que dizem as gestões

Procurados pelo LeiaJá, o Governo do Estado e as prefeituras do Recife e Olinda comentaram sobre a possibilidade de adiantamento de cachês e prestação de auxílio aos artistas locais. A Prefeitura de Olinda afirmou: "Acreditamos que quase nenhum Município dispõe de recursos para implantar algum tipo de auxílio financeiro para artistas. O Governo Federal sim. Dispõe de recursos e vamos inclusive encaminhar a proposta para a União". No entanto, confirmou que o prefeito Professor Lupércio já determinou que as equipes de análise de prestação de contas do pós-evento agilizem a tramitação dos processos. Estimamos que no mês de abril iniciaremos os pagamentos".

O Governo do Estado colocou que não só a cultura como o turismo, o setor de serviços e o comércio "todos eles têm recebido uma atenção do núcleo que envolve a tomada de decisões". Além disso, afirmou estar na fase de prestação de contas e liquidação de despesas para a realização de pagamentos dos cachês do Carnaval 2020. "São cerca de 600 processos de contratação e esse rito de pagamento precisa ser respeitado conforme a legislação"; e ressaltou que os projetos aprovados nos editais do Funcultura permanecem com sua execução garantida. 

Já a Prefeitura do Recife, explicou que "foi criado um Grupo de Trabalho, formado por seis secretarias, para enfrentamento das consequências sócio-econômicas das medidas restritivas dos Planos Nacional, Estadual e Municipal de Contingência da Covid-19. Este Grupo de Trabalho está elaborando um Plano de Mitigação focado nos impactos da renda dos trabalhadores informais e autônomos, caso dos artistas. As medidas para mitigação serão anunciadas".

Mas, e agora?

Com a crise aumentando a  cada dia, devido à rápida multiplicação de casos de Covid-19 e a necessidade de se praticar o isolamento social, os artistas dependem, como nunca, do apoio do público. Verdadeiras campanhas já estão sendo compartilhadas pela internet sugerindo algumas alternativas para que os fãs possam ajudar. Algumas delas são ouvir as músicas nas plataformas de streaming, compartilhar os trabalhos com os amigos, comprar produtos de merchandising como camisetas e bonés, e não solicitar ressarcimento de compra de ingressos para eventos que tenham sido adiados, como tem pedido a própria Associação Brasileira dos Promotores de Eventos (Abrape). Embora o período peça o máximo de reclusão das pessoas, a rede de solidariedade e empatia pode acontecer através das ondas da internet. Como diz o recado de Rogerman: “A gente precisa unir forças”

Imagens: Reprodução/Instagram

 

Um dos principais centros de tecnologia da capital pernambucana, localizado no bairro do Recife, o CESAR determinou que todos os seus colaboradores trabalhem de casa. A partir da próxima quarta-feira (18), 100% da operação passará a ser realizada no regime de home office, para tentar conter o aumento de casos do Coronavírus.

“A decisão foi tomada como forma de diminuir em seus escritórios a chamada densidade populacional, o que contribui para a estratégia de ‘achatamento’ da curva de transmissão do vírus”, diz o comunicado divulgado no site oficial. Já em relação à CESAR School, as atividades já estão suspensa aguardando um novo comunicado os detalhes da realização de aulas não presenciais dos cursos de graduação, extensão, especialização, mestrado e doutorado.

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O comunicado também ressalta que a medida é de prevenção e que não existe nenhum caso suspeito ou confirmado de infecção pelo Coronavírus no CESAR. “A Gestão do CESAR está acompanhando com atenção todas as determinações tomadas pelas autoridades competentes – sejam elas federais, estaduais e municipais, em todo o país – em relação à pandemia de COVID-19. Próximos passos da estratégia de funcionamento da instituição serão definidos à medida que surjam novos fatos”, diz.

Porto Digital

Apesar de não poder determinar a mesma medida, por ser composto de mais de 330 empresas, o Núcleo de Gestão do Porto Digital, junto com as entidades que compõem o ecossistema (Softex, Assespro, Manguez.al e Seprope) montaram o Comitê de Monitoramento, Comunicação e Desenvolvimento de Ações do Porto Digital - COVID19. Foi criado um manual de boas prática para aquelas equipes que optarem por permanecer fisicamente nas instalações do Porto Digital.

Entre as medidas sugeridas estão a recomendação de substituição de canecas, pratos e talheres por material descartável, home office para colaboradores que se encontrem com sintomas, reavaliação de viagens profissionais e de eventos com aglomeração de pessoas.

A pandemia de coronavírus - que causa a Covid-19 - chegou a Pernambuco e alterou a rotina de seus moradores. Para tentar coibir a disseminação do vírus por essas terras, gestões municipais e a estadual decidiram por suspender temporariamente as aulas de instituições públicas e particulares. Só no Recife, capital pernambucana, a rede municipal de ensino atende a cerca de 93 mil estudantes que, a partir desta quarta (18), devem permanecer em suas casas por questões de segurança, a exemplo do que acontecerá nas demais cidades da Região Metropolitana e de alguns municípios do interior. 

Mas, o que fazer com a criançada confinada em casa em dias de férias antecipadas e forçadas? Alguns grupos e artistas, que desenvolvem trabalhos voltados para a infância, estão usando suas redes sociais para ajudar a entreter a molecada nesse período difícil. Tudo feito à distância, para, além de contribuir com a recomendação governamental e dos órgãos de saúde, ajudar os pequenos a entender a situação.  Confira essas dicas. 

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Tio Rodrigo Música (@tiorodrigomusica)

O músico Tio Rodrigo preparou um conteúdo para promover lives com brincadeiras, histórias e música. As apresentações são transmitidas pelo perfil @acordesealegria

Tio Bruninho (@tiobruninho)

No próximo sábado (21), o Tio Bruninho vai fazer um show online, às 16h. Além disso, ele vai dar aulas de iniciação musical através de seu perfil. A primeira acontece nesta quarta (18), também às 16h. 

Carol Levy (@carollevy)

A cantora e contadora de histórias Carol Levy também vai usar sua rede para ocupar a garotada. Ela tem publicado vídeos explicando aos pequenos sobre o coronavírus e como se proteger dele. Carol também vai fazer lives com contação de histórias e música, sempre às 11h30. 

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Mariane Bigio (@marianebigio)

Cantora, escritora e radialista, Mariane Bigio também está promovendo uma quarentena interativa. A proposta é promover interação entre a criançada com dicas, pocket shows, histórias e oficinas ao vivo. A ideia é que as crianças também participem, de suas casas, com objetos como lanternas, por exemplo, para o teatro de sombras e outros. A partir das 18h. 

Banda Mini Rock (@bandaminirock)

O perfil da Banda Mini Rock também vai gerar um conteúdo especial para essa temporada de reclusão. Por lá, os pequenos vão encontrar brincadeiras musicais, dicas, músicas e lives para minimizar o distanciamento físico. 

Fafá Conta (@fafaconta)

A contadora de histórias Fafá vai promover leitura de livros em seu perfil. Os horários flutuam entre a manhã e tarde. Além disso, ela também comenta sobre o que é o coronavírus e a importância da prevenção em alguns vídeos já publicados. 

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Marina Bastos (@marinabastoshistorias)

Marina Bastos também vai contar histórias através de lives. Diariamente, às 12h30. 

Circo Kikintura (@kikintura)

O Circo Kikintura promete divertir a garotada com histórias e brincadeiras em seu perfil. A primeira live será nesta quarta (18), às 10h.

Camila Genaro (@camila.genaro)

A contadora Camila Genaro vai contar histórias e ler livros, diariamente, às 15h. E ela ainda dá a opção dos pequenos escolherem qual seu livro preferido. 

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está em quarentena voluntária por causa do novo coronavírus. A informação foi divulgada pela colunista Mônica Bergamo, do jornal Folha de São Paulo. De acordo com a publicação, Lula cancelou reuniões e tem recebido poucas pessoas. 

O ex-presidente esteve na França, Alemanha e Itália no início de março. E a Europa hoje é considerada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) o epicentro do novo coronavírus. 

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Ainda de acordo com o jornal, Lula não apresenta sintomas da Covid-19, mas optou pela quarentena e não fez o teste. Outras pessoas que estiveram na mesma viagem feita pelo ex-presidente testaram negativo ao coronavírus.

A prefeitura de Pequim reforçou nesta segunda-feira as medidas de quarentena para pessoas vindas do exterior, a fim de evitar casos importados de coronavírus, que atualmente excedem as infecções de origem local.

Esse anúncio coincide com uma onda de críticas nas redes sociais contra os ocidentais, acusados de não fazer o suficiente na luta contra a epidemia.

A China, berço da pandemia de coronavírus, disse na semana passada que "praticamente conteve" a epidemia e que agora registra mais casos importados do que locais.

Portanto, a capital impôs a partir de hoje uma quarentena de 14 dias às pessoas vindas do exterior em hotéis designados pelas autoridades. Até agora, a quarentena era imposta apenas para domicílios.

Após a chegada a Pequim, os passageiros serão transferidos para um gigantesco parque de exposições transformado em um centro de exames médicos e depois direcionados para hotéis de quarentena.

Os viajantes terão que pagar os custos da quarentena. Jacob Gunter, um residente americano em Pequim, disse que demorou mais de seis horas entre sair do avião e chegar ao hotel de quarentena, onde terá que residir por duas semanas.

A passagem pelo parque de exposições "foi de longe" o momento mais caótico de sua "odisseia", mas a grande maioria dos passageiros teve "paciência". Uma equipe da AFP viu agentes com equipamento de proteção vigiando o centro de exames médicos ao lado de várias ambulâncias.

Apenas algumas pessoas, consideradas "casos particulares", serão autorizadas a passar a quarentena em casa, informou a prefeitura de Pequim. São mulheres com mais de 70 anos, gestantes, pessoas com doenças crônicas, menores isolados e pessoas que vivem sozinhas.

Desde que a Organização Mundial da Saúde (OMS) disse que a epidemia se transformou em uma pandemia, cerca de 20.000 pessoas, 10% estrangeiras, chegam à China todos os dias, segundo uma fonte do serviço de imigração.

Inquietos com a disseminação do vírus no resto do mundo, muitos chineses optaram por retornar ao seu país.

- Trump criticado -

Nesta segunda-feira, a China registrou 12 casos de infecção importada contra apenas quatro casos locais. Dos mais de 80.000 casos registrados na China, 123 se contaminaram fora do país.

Nesse contexto, os internautas chineses responsabilizam a Europa e os Estados Unidos pela rápida progressão do vírus em seus territórios.

Muitos desejam que o presidente americano Donald Trump seja contaminado, outros pedem controles mais rigorosos nas fronteiras para impedir que casos importados revivam a epidemia na China. "Não podemos desperdiçar nossos esforços", diz um internauta na rede Weibo.

Uma hashtag no Twitter, utilizada 820 milhões de vezes, condena o conceito de "imunidade coletiva", evocado por especialistas do Reino Unido e da França, que consistiria em permitir que o vírus se espalhasse lentamente na população.

O regime comunista defende a política radical que adotou no final de janeiro, quando estabeleceu quarentena em quase toda a província de Hubei (centro), berço do novo coronavírus, isolando 50 milhões de habitantes do mundo.

Mas o governo chinês foi criticado pela lentidão com que reagiu quando o vírus apareceu, a tal ponto que no final de dezembro, quando surgiram os primeiros casos, os médicos que alertaram as autoridades foram interrogados pela polícia.

A província de Hubei retorna gradualmente a um ritmo de vida normal. Nesta segunda, quatro cidades fretaram ônibus para trazer 1.600 trabalhadores migrantes de volta ao trabalho em fábricas fora da província.

Desde o início da epidemia, a China registrou 3.213 mortes em todo o país. Atualmente, menos de 10.000 pessoas são consideradas infectadas na China. Um número que deve ser comparado ao total de 24.747 casos anunciados no domingo na Itália, o país mais afetado depois da China.

Marina Ruy Barbosa usou o Twitter, no último domingo (15), para falar sobre a pandemia de coronavírus que preocupa o mundo inteiro. A atriz fez uma crítica sobre as pessoas que deveriam se isolar em casa, mas estão usufruindo desse tempo para curtir a vida rodeado de pessoas e, assim, possivelmente intensificando a disseminação do vírus Covid-19.

"Acho que tem gente confundindo quarentena com férias e deixando de ir para o trabalho pra ir para a praia", disse ela.

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Ela ainda retuitou mensagens de seguidores que falaram sobre o assunto e incentivou os internautas a pensar no coletivo, tomando a decisão de ficar em casa, evitando aglomerações para frear o contágio do vírus.

Por fim, Marina sugeriu que a TV Globo, emissora para qual trabalha, liberasse a exibição 24 horas do Big Brother Brasil para todo o público, assim poderia ajudar os não-assinantes na quarentena: "A Globo poderia liberar o PPV para todo mundo e ajudar na quarentena, né? Postei e sai correndo!"

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, decretou neste domingo (15) uma "quarentena coletiva" a partir desta segunda-feira (16) em sete estados, incluindo os 6 milhões de habitantes de Caracas, após registrar sete novos infectados pelo novo coronavírus.

A partir das 5h de amanhã, Caracas e os estados de Miranda, Vargas, Zulia, Táchira, Apure e Cojedes suspendem suas atividades, salvo aquelas que envolvam a distribuição de alimentos, segurança policial e militar, e serviços de saúde e transporte, anunciou Maduro em pronunciamento na TV: "Não são férias coletivas. É uma quarentena, que necessita de grande disciplina social, um grande autocontrole", assinalou o presidente socialista.

Esta quarentena parcial se soma à proibição de voos vindos de Europa, Colômbia, República Dominicana e Panamá anunciada pelo governo nos últimos dias, bem como à suspensão de aulas e atividades esportivas.

Neste domingo, foram registrados sete novos casos de Covid-19, aumentando o número de infectados no país para 17, disse Maduro, afirmando que "todo o vírus foi importado".

No próximo domingo, dia 15, o programa Domingão do Faustão contará apenas com 20 bailarinas, metade do grupo original, no palco por conta do coronavírus. Segundo o colunista Lauro Jardim, do O Globo, uma das dançarinas está com a Covid-19.

A bailarina infectada pelo vírus estava ensaiando com outras 20 colegas de palco e, por isso, essas ficarão em quarentena. As outras trabalharão normalmente.

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Além disso, o programa, que normalmente conta com a presença de 400 pessoas, será feito sem platéia para evitar qualquer possibilidade de transmissão do coronavírus.

Nesta sexta-feira (13) o Barcelona e Paris Saint-Germain (PSG) anunciaram o cancelamento das atividades futebolistas devido ao avanço no número de casos do novo coronavírus. 

A decisão para a equipe do Barcelona foi tomada atendendo às recomendações da equipe médica do clube. Ainda não se sabe quando as atividades serão retomadas, até então, treinos e jogos continuam suspensos até nova ordem. Até quinta-feira (12), o país já havia registrado mais de 3 mil casos e 84 mortes em efeito da doença.

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Já para o PSG, a administração do clube decidiu suspender o treinamento de sua primeira equipe por um período indeterminado, devido à crise de saúde e para reduzir o risco dos jogadores serem afetados pelo coronavírus.

A partida contra o Dortmund (2-0), na última terça-feira (10) no 8º retorno do C1, foi, portanto, a última que a equipe do treinador Thomas Tuchel havia jogado antes de ser interrompida. O centro de treinamento também foi fechado e os jovens jogadores foram convidados a não sair de casa. 

Conforme noticiado pela Goal, o treinamento no clube da capital será interrompido até este domingo (15). Vale ressaltar que neste final de semana será feita uma observação sobre a continuação da medida nos dias seguintes. 

A Universidade Estadual Paulista (Unesp) determinou hoje (12) que todos os seus alunos e funcionários provenientes do exterior deverão ficar afastados, por 14 dias, do ambiente universitário. As atividades administrativas e acadêmicas nas unidades, no entanto, serão mantidas. De acordo com a instituição, não há, até o momento, nenhuma pessoa com infecção confirmada de Covid-19 na universidade.

A Unesp definiu ainda que as pessoas com sintomas respiratórios, como tosse, coriza, dor de garganta, congestão nasal, falta de ar ou febre, não deverão frequentar os recintos da universidade. “Todas as reuniões presenciais devem ser evitadas, priorizando-se os encontros por sistemas de videoconferência e outras ferramentas para comunicação a distância”, destacou em nota.

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A instituição ainda determinou que os eventos da universidade na cidade de São Paulo deverão ser evitados nas próximas semanas, remarcados para outro município ou adiados.

No primeiro dia de quarentena em toda a Itália, a capital, Roma, amanheceu com bares e restaurantes fechados, ruas desertas e pessoas trancadas em suas casas - conforme recomendou o governo. O isolamento, inédito no país, é uma forma de conter a epidemia do coronavírus.

O decreto de quarentena para toda a Itália, anunciado na segunda-feira (9) proibiu deslocamentos pelo país - a não ser em casos de necessidade comprovada de trabalho, saúde ou em urgências. O transporte público continua funcionando, mas o primeiro-ministro Giuseppe Conte pediu que as pessoas fiquem em casa. Aqueles que têm de viajar devem preencher um documento explicando os motivos e levar essa declaração consigo, sob pena de multa.

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Eventos foram suspensos e bares e restaurantes só devem abrir até as 18 horas, e em condições que garantam aos clientes pelo menos um metro de distância entre si. As regras atingem 60 milhões de italianos e devem vigorar até 3 de abril.

Turismo

Nesta terça-feira, no decorrer do dia, as ruas de Roma estavam mais quietas que o normal. Moradores encontravam lugares com facilidade no metrô, mesmo no horário de pico. E a Fontana di Trevi, geralmente lotada, ficou vazia. Pouco depois de as medidas serem anunciadas, consumidores correram para comprar alimentos e produtos de necessidade básica nos supermercados - mas apenas alguns compradores eram permitidos por vez, para garantir a distância mínima entre as pessoas. (Com agências internacionais).

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O medo da transmissão do coronavírus está esvaziando prateleiras dos mercados e gerando confusão entre os europeus. Na Inglaterra, a busca por papel higiênico fez consumidores se agredirem em um varejo. O temor foi reforçado após a Itália decretar quarentena e limitar o translado no país.

Apreensivos com a possibilidade de a quarentena também ser confirmada na Terra da Rainha, os ingleses já estão estocando artigos de higiene e alimentos. Comprando em grandes quantidades, alguns clientes disputam os produtos no tapa. Com a tensão à flor da pele, três mulheres foram flagradas trocando socos em um supermercado de Farnborough, localizado no condado de Hampshire.

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De acordo com a agência France Presse, a disputa se estendeu para outros países e várias regiões da Austrália também estão com as prateleiras de higiene vazias. Em Sydney, a maior cidade australiana, um cliente ameaçou outro com uma faca para garantir a compra. Em outro registro, uma idosa intimida uma mulher enquanto as duas estão abraçadas com o mesmo papel.

Nesta semana, um vídeo feito dentro de um avião em Xangai, na China, mostra uma passageira sendo imobilizada com um 'mata-leão' após tossir. Segundo informações do The Sun, os demais passageiros precisaram esperar sete horas dentro da aeronave, até que ela fosse examinada.

Confira

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O governo italiano adotou por decreto, neste domingo (8), medidas excepcionais de confinamento de milhões de italianos que vivem no norte, assim como medidas restritivas que afetam todo país, válidas até 3 de abril.

As medidas de confinamento se aplicam a toda região da Lombardia e às províncias de Módena, Parma, Piacenza, Reggio Emiglia, Rimini, Pesaro e Urbino, Alessandria, Asti, Novara, Verbano-Cusio-Ossola, Vercelli, Pádua, Treviso e Veneza.

Confira abaixo as principais diretrizes estabelecidas no texto, sancionado nesta madrugada pelo chefe de governo italiano, Giuseppe Conte:

- Limitar os deslocamentos

- A partir deste domingo, os deslocamentos de pelo menos 15 milhões de italianos ficarão estritamente limitados na entrada e na saída destes territórios e intrazona. Serão possíveis apenas os deslocamentos que obedeçam a "imperativos profissionais verificáveis e a situações de urgência por razões de saúde".

- Recomenda-se às pessoas que apresentarem sintomas de infecção respiratória e febre que permaneçam em suas casas e limitem ao máximo qualquer contato social, inclusive com seu médico de confiança.

- As pessoas, cuja contaminação ao coronavírus tiver sido confirmada, devem obrigatoriamente permanecer em suas casas.

- Recomenda-se às empresas públicas e privadas que deem férias a seu pessoal para evitar deslocamentos profissionais.

- Evitar aglomerações

- Todos os eventos e competições esportivas estão suspensos. As competições, ou treinos, de atletas profissionais que participam dos Jogos Olímpicos, ou de programas nacionais e internacionais estão autorizadas, mas a portas fechadas. Todos os esportistas, diretores, ou acompanhantes que participarem destes eventos deverão ser controlados.

- Numerosas na Lombardia, as estações de esqui ficarão fechadas até nova ordem.

- Ficam suspensas todas as manifestações culturais, religiosas, ou festivas. Cinemas, pubs, teatros, museus, salões de jogo, cassinos, discotecas e outros lugares similares ficarão fechados.

- Todas as escolas e universidades deverão fechar suas portas, e os exames e concursos ficam suspensos.

- Piscinas, salas de esporte, centros termais, ou culturais devem suspender suas atividades.

- Bares e restaurantes poderão abrir a partir das 8h (hora local) e funcionar até as 18h, desde que respeitem a distância de segurança de pelo menos um metro entre os clientes.

- Esta diretriz também se aplica a shoppings e grandes lojas de departamento, que deverão fechar nos feriados, assim como nos dias que antecedem os feriados.

- Os lugares de culto continuam abertos, desde que respeitem a distância de segurança de um metro, mas as cerimônias religiosas (como casamentos e batizados) estão proibidas até nova ordem.

- Restrições em nível nacional

- Assim como no norte do país, cinemas, bares, teatros, museus, salões de jogos, cassinos, discotecas e outros lugares similares ficarão fechados.

- As competições esportivas estão suspensas, embora algumas possam ser realizadas a portas fechadas.

- Continua sendo possível fazer compras, ir a um bar ou a um restaurante durante nos dias úteis, desde que se mantenha a distância de segurança de pelo menos um metro entre os clientes.

Milhares de pessoas estavam retidas nesta quarta-feira (4) em um navio de cruzeiro na costa da Califórnia, diante da suspeita de casos do novo coronavírus a bordo. O navio Grand Princess seguia para o Havaí quando surgiu a suspeita, o que provocou seu retorno a São Francisco.

Um homem de 71 anos, que viajou no navio em seu cruzeiro anterior, para o México, faleceu vítima do coronavírus, no primeiro caso fatal registrado na Califórnia, informou a companhia Princess Cruises.

"Estamos retendo este navio, que tem milhares de passageiros, e realizaremos os testes", disse o governador da Califórnia, Gavin Newsom. Há suspeitas de infecção em 11 passageiros e 10 membros da tripulação.

A atracação do navio foi retardada para permitir "mais tempo" para a realização de testes em "um número de passageiros e membros da tripulação que apresentaram sintomas".

Um grupo de 62 passageiros que permaneceu a bordo após a viagem para o México está isolado no navio até a realização dos exames, informou a Princess Cruises à AFP, sem precisar se algum apresenta sintomas.

"Por precaução, pedimos a estes passageiros e a outros possíveis infectados que permaneçam em seus camarotes até que sejam examinados por nossa equipe médica".

Segundo Newsom, cerca de 2.500 passageiros estavam a bordo quando o navio viajou ao México. A companhia informou 1.150 membros da tripulação.

No domingo, as 58 pessoas que eram mantidas em quarentena na Base Aérea de Anápolis, em Goiás, foram liberadas após exames confirmarem que não foram contaminados pelo coronavírus. Os brasileiros foram resgatados em Wuhan, na China, epicentro dos casos da doença, e estavam em confinamento desde o dia 9 de fevereiro.

Um dos brasileiros colocados em quarentena escreveu relatos sobre a experiência de isolamento na base de Anápolis. Nos textos, Caleb Guerra, de 28 anos, estudante de Literatura que morava em Wuhan, contou como as lembranças da China permearam a estadia na base e narrou a rotina de cuidados do grupo brasileiro isolado - desde momentos de tensão a episódios de descontração.

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Uma cerimônia alegre marcou o fim do isolamento - que foi possível após o terceiro exame dar resultado negativo para coronavírus. Conforme conta Guerra, o grupo era constantemente monitorado e acompanhado por uma psicóloga. As últimas amostras foram colhidas na sexta-feira e as análises foram concluídas no sábado.

Das pessoas em quarentena, 34 eram brasileiros que viviam na China e 24 eram servidores militares e civis que participaram da operação. Eles embarcaram nas aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB) que os levaram aos seus Estados de origem.

Guerra seguiu para o interior de São Paulo, onde, finalmente, encontraria a família. A seguir, os cinco textos que o jovem escreveu durante a quarentena.

DIA 1

'Não esqueço a vida que deixei por lá'

No primeiro dia de quarentena em Anápolis, sentado em um quarto depois de quase 40 horas desde que saí do meu apartamento para voltar ao Brasil, minha vida na China parece novamente um sonho distante. Na verdade, morar na China sempre acentuou a percepção do distanciamento do Brasil. Até que a tragédia de Wuhan causou a colisão dos meus dois mundos. Entre a minha identidade brasileira e meus sonhos chineses, o fator de aproximação foi o povo de uma cidade inteira prostrado a um vírus que nem nome ainda tem.

De dentro da cidade isolada e silenciosa, ouvíamos todas as vozes do mundo falando sobre nós. As ruas anônimas, nunca antes catalogadas nos radares dos jornais internacionais, se tornaram o foco de milhões de olhares. A cidade ganhara a atenção global que nunca possuíra por algo que nunca desejou ter. Meus irmãos chineses se tornaram ou estatísticas de morte ou casos suspeitos ou piadas na internet. Não consigo esquecer a parte da minha vida que deixei por lá. Não sei quando tudo vai acabar e ainda não processei toda essa história direito na minha mente.

DIA 2

'Penso no meu colega que perdeu o pai'

Na China, feijão é servido doce. Às vezes, caramelizado. E tem sido impossível comer feijão salgado sem pensar nos doces que levam feijão. Olho o pão francês servido quentinho de manhã e me alegro. De repente minha mente pergunta: "Cadê ovo cozido que passou a noite inteira mergulhado no chá e agora está da cor marrom e com gosto de cravo?".

Após o café da manhã, os médicos batem à minha porta para medir pressão, temperatura e fazer perguntas sobre como estou me sentindo. Quando eles saem, a psicóloga chega. Preencho o formulário, digo que está tudo bem. Penso na senhora que mora no apartamento ao lado do meu em Wuhan. Será que ela tem alguém perguntando como amanheceu todos os dias?

Devolvo o meu prato na cozinha e me lembro dos fins de semana tomando chá com meus amigos chineses. Penso no meu colega que acabou de perder o pai para o vírus, mas não pode nem enterrá-lo porque ele mesmo tem passado os últimos dias em uma cama de hospital infectado. Estar no Brasil agora é um privilégio do qual sou grato. Mas eu não esqueço do feijão doce.

DIA 3

'Na lavanderia, todo tipo de enredo'

Os dias seguem com poucas emoções óbvias mas centenas de pequenas peças dramáticas. Quando se tem um grupo grande que não se conhece dividindo espaços e horários, o cotidiano se torna uma exibição de diferentes gêneros cinematográficos. E, se me perguntar onde é o maior palco de exibição desses filmes, eu te respondo: a lavanderia. Na fila de pessoas que estão lavando roupas e das que esperam sua vez em uma das três máquinas, todo tipo de enredo se desenrola. É possível, por exemplo, assistir à comédia do atrasado (para buscar as roupas na máquina), despreocupado, encontrando-se com o impaciente de boca afiada. O atrasado balbucia o óbvio do ridículo: "Me desculpa, atrasei", e o impaciente responde com o sarcasmo seco: "Com tanta, mas tanta coisa que você tem para fazer aqui, deve ser fácil se atrasar".

Serei eternamente agradecido aos amigos que fiz aqui e que sentam comigo no corredor assistindo diariamente aos dramas da lavanderia. Obrigado por possibilitarem risadas nesse momento dramático das nossas vidas. Sem vocês, lavar roupa suja não seria a mesma coisa.

DIA 4

'Considero dia 21 um dos melhores do ano'

5 de janeiro de 2019 está acabando e o considero um dos piores aniversários que já passei. Cheguei em Wuhan há menos de quatro meses e não consigo lembrar qual a última vez que senti solidão tão densa. Recebo mensagem do senhor Chen, que me pergunta onde estou e diz que tem uma surpresa. Acabou de cozinhar mingau de arroz fermentado doce com tâmaras vermelhas para me dar de presente.

Desde semana passada tento contato com ele, mas não obtenho respostas. Não paro de pensar na possibilidade de o mundo ter perdido uma das pessoas mais doces de Wuhan. O dia 21 de fevereiro de 2020 está acabando e já o considero um dos melhores do ano. O senhor Chen finalmente me respondeu. "Desculpe o sumiço", diz. "Estou como voluntário para conter o risco de disseminação. Trabalho desinfetando áreas públicas e ensinando pessoas a se proteger." Ah, senhor Chen, se o mundo pudesse vê-lo! Lua de país nenhum brilharia tanto quanto o sorriso que leva no rosto já cansado pela idade, mas mais vivo do que nunca pelo amor e compaixão de um dos heróis dessa história toda.

DIA 5

'Em um posto, recebo uma mensagem'

A quarentena acabou. São duas horas da manhã do dia 25 de fevereiro e estou no ônibus, que saiu da rodoviária Barra Funda em direção ao interior de São Paulo, onde vivem os meus pais. Paramos em um posto na beira da estrada. Depois de comer um lanche em pé no balcão, compro um copo de café e sento de frente para o ônibus, esperando o horário da saída. Tiro meu celular da mochila, conecto com o sinal fraco da lanchonete e recebo uma mensagem direto da China, vinda em um grupo de amigos.

"Pessoal, mais uma mãe nos deixou", escreve uma amiga, enquanto envia uma imagem da conversa que teve com um colega de universidade. Ela não diz muito, mas pede que lembremos do seu colega em nossas orações. "Mais uma mãe nos deixou." Poucas letras que criam um mundo de emoções dentro da gente. Enquanto minha mãe me espera no fim da rota do ônibus, outra acaba de virar mais um número nas estatísticas dos jornais.

As mortes causadas pelo vírus não estão tão distantes de nós assim. Na verdade, vindas com o vírus ou por qualquer outra razão, a morte nunca está tão longe e uma hora ou outra acaba sentando ao nosso lado, nos convidando a chorar a perda de quem amamos.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, afirmou neste domingo (23) que todos os protocolos nacionais e internacionais foram cumpridos para liberar o grupo de 58 pessoas que estavam em quarentena em Anápolis (GO).

Segundo o ministro, todas as determinações da Organização Mundial de Saúde (OMS) e do Ministério da Saúde foram consideradas para a liberação, que ocorreu na manhã de hoje.

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"O Ministério da Saúde orientou e deixou em condições de a gente liberar os 34 [brasileiros que foram resgatados de Wuhan, na China, epicentro do novo coronavírus] e mais os 24 que acompanharam [foram fazer o resgate] a partir do 14º dia”, disse o ministro, acrescendo que foram feitos quatro exames para verificar se estavam infectados com o vírus: um exame ainda na China e outros 3 no Brasil. “Todos com resultado negativo e dentro do prazo de 14 dias", afirmou o ministro, na Base Aérea de Brasília.

O grupo de 58 foram liberados hoje da quarentena, quatro dias antes do previsto inicialmente (18).

Antes de embarcarem em aviões da Força Aérea Brasileira (FAB), em Anápolis, para as suas cidades, os repatriados participaram de um café da manhã de despedida e de uma cerimônia, com a presença do ministro da Defesa, Fernando Azevedo; do governador do Estado de Goiás, Ronaldo Caiado; e do prefeito de Anápolis, Roberto Naves.

Segundo Ministério da Defesa, o grupo teve apoio de aeronaves da FAB, “em aproveitamento de voos de transporte logístico de material e de militares”. Os destinos foram os seguintes:

Distrito Federal - 20 passageiros, sendo 9 militares, 1 profissional do Ministério da Saúde, 1 profissional da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) e 9 repatriados;

São Paulo - 13 passageiros, sendo 11 repatriados, um militar e uma integrante do Ministério da Saúde;

Rio de Janeiro - 11 militares;

Paraná - 5 repatriados;

Santa Catarina - 4 repatriados;

Minas Gerais - 3 repatriados;

Pará - 1 repatriada;

Dois repatriados, transportados para Brasília, seguirão em voos comerciais para o Maranhão e para o Rio Grande do Norte. Um repatriado permanecerá em Anápolis (GO).

 

Após um café da manhã festivo de despedida, a Base Aérea de Anápolis já está preparada para a cerimônia que marcará o fim da quarentena de 14 dias para 58 brasileiros que foram resgatados em Wuhan, China, epicentro dos casos de coronavírus no país asiático.

As 58 pessoas que estavam em confinamento desde o dia 9 de fevereiro partirão neste domingo, 23, para suas casas no Brasil, após o resultado negativo para coronavírus obtido após a terceira análise, colhida na sexta-feira, 21, e concluída neste sábado, 22. Os exames foram realizados pelo Laboratório Central do Estado de Goiás e pela a Fundação Oswaldo Cruz.

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O ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, e o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, participarão da cerimônia de conclusão da Operação Regresso à Pátria Amada Brasil, prevista para as 10h.

A operação trouxe de volta ao País um grupo de 34 brasileiros, entre adultos e crianças, que pediu para deixar a região que se transformou no centro de contaminações. Os repatriados estavam acompanhados por mais 24 tripulantes, entre equipes de voo, médicos e pessoal de comunicação.

Uma das pessoas que está isolada é Caleb Guerra, estudante de Literatura de 28 anos. A pedido do Estado, ele está escrevendo relatos periódicos sobre a experiência na quarentena e a sua própria história de vida em Wuhan, onde estava há nove anos.

Com o fim da quarentena, os resgatados partirão ainda pela manhã em voos da Força Aérea Brasileira (FAB) para suas cidades. Um grupo com 20 deles irá para Brasília, sendo nove repatriados, nove militares, um profissional do Ministério da Saúde e um profissional da EBC.

Dois dos passageiros para Brasília seguirão em voos comerciais para o Maranhão e o Rio Grande do Norte.

Outro grupo de 13 passageiros irá para São Paulo, com 11 repatriados, um militar e uma integrante do Ministério da Saúde. Cinco repatriados serão levados pela FAB para o Paraná, três para Minas Gerais e uma para o Pará.

Apenas um repatriado permanecerá em Anápolis, enquanto onze militares que também ficaram em quarentena irão para o Rio de Janeiro.

Hoje, no Brasil, há apenas um caso suspeito de coronavírus - no Rio de Janeiro - e 52 casos investigados já foram descartados.

Nesse sábado, a Organização Mundial da Saúde (OMS) foi notificada de 599 novos casos de coronavírus, sendo 397 na China. Balanço mais recente também divulgado pela OMS aponta que 2359 morreram em decorrência da infecção e outras 77,7 mil estão infectadas pelo vírus.

Com o resultado negativo para coronavírus obtido após a terceira análise colhida nesta sexta-feira e concluída neste sábado, o governo brasileiro decidiu antecipar a liberação dos 58 brasileiros, que estão cumprindo quarentena na Base Aérea de Anápolis, a partir das 10 horas deste domingo (23).

Segundo informações do Ministério da Defesa, todos os hóspedes da Base Aérea de Anápolis, "que permanecem com o quadro assintomático, serão transportados, neste domingo, pela Força Aérea Brasileira para nove estados". Hoje, no Brasil, há apenas um caso suspeito de coronavírus e 52 casos investigados já foram descartados.

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Os exames com resultados negativos para coronavírus foram realizados pelo Laboratório Central do Estado de Goiás. O grupo está isolado desde 9 de fevereiro, quando chegou de Wuhan, na China, epicentro do coronavírus. A Missão Regresso trouxe de volta ao País um grupo de 34 brasileiros, entre adultos e crianças, que pediu para deixar a região que se transformou no centro de contaminações. Os repatriados estavam acompanhados por mais 24 tripulantes, entre equipes de voo, médicos e pessoal de comunicação.

Uma das pessoas que está isolada é Caleb Guerra, estudante de Literatura de 28 anos. A pedido do Estado/Broadcast, ele está escrevendo relatos periódicos sobre a experiência na quarentena e a sua própria história de vida em Wuhan, onde estava há nove anos.

Neste sábado, 22, a Organização Mundial da Saúde (OMS) foi notificada de 599 novos casos de coronavírus, sendo 397 na China. O único caso sob investigação no Brasil é no Rio de Janeiro. Balanço mais recente divulgado pela Comissão de Saúde da China aponta que 2.359 pessoas morreram em decorrência da infecção e outras 77,7 mil estão infectadas pelo vírus. A OMS disse estar preocupada com o potencial do vírus continuar se espalhando, especialmente em países com sistemas de saúde mais frágeis.

Com a liberação dos 58 brasileiros da Base Aérea de Anápolis, o Ministério da Defesa considera que a operação está encerrada. "A Operação Regresso à Pátria Amada Brasil cumpre assim seu compromisso com o bem estar de todos os envolvidos na operação e com a segurança da população brasileira", informou o Ministério da Defesa em nota.

O governo dos Estados Unidos retirou nesta segunda-feira (17) centenas de americanos do cruzeiro em quarentena no Japão, onde continua aumentando o número de infectados pelo novo coronavírus, que já matou 1.770 pessoas na China.

Quase 300 americanos embarcaram ao lado de suas famílias em dois aviões: o primeiro pousou na Califórnia às 7h29 GMT (4h29 de Brasília), enquanto o segundo deve aterrissar nas próximas horas no Texas. Os repatriados serão submetidos a uma quarentena de 14 dias, período de incubação do novo coronavírus.

Entre os que retornaram aos Estados Unidos estão 14 casos positivos - de pessoas cujos resultados dos exames chegaram apenas no decorrer da operação de retirada -, anunciou o Departamento de Estado americano. Os infectados foram isolados dos demais passageiros no avião.

Em paralelo, ao menos 40 americanos que foram infectados a bordo do cruzeiro "Diamond Princess" estão hospitalizados no Japão, segundo Washington. Mais de 350 cidadãos dos Estados Unidos estavam a bordo do navio, mas nem todos aceitaram sair do cruzeiro.

Outros governos, como Austrália e Itália, anunciaram a intenção de repatriar seus cidadãos. Hong Kong também expressou o desejo de retirar quase 330 pessoas do território o mais rápido possível. O Canadá tomou a mesma decisão para 250 canadenses.

Fora da China, o principal foco de infecção da epidemia no mundo continua sendo o "Diamond Princess", que foi colocado em quarentena com 3.711 pessoas a bordo no início de fevereiro no porto de Yokohama.

De acordo com o balanço mais recente divulgado pela imprensa local, que cita fontes do Ministério japonês da Saúde, ao menos 454 pessoas que viajavam no navio foram infectadas. Os pacientes com resultado positivo para a doença são levados para hospitais do Japão.

Durante a quarentena, os passageiros devem permanecer em suas cabines. Até o momento, 1.723 foram submetidos a exames para detectar o vírus.

A epidemia de COVID-19 matou 105 pessoas nas últimas 24 horas na China continental, o que eleva para 1.770 o número de vítimas fatais no país desde o surgimento da epidemia viral em dezembro em Wuhan, capital da província de Hubei (centro), anunciaram as autoridades chinesas nesta segunda-feira.

Fora da China continental, cinco mortes foram registradas (uma nas Filipinas, uma em Hong Kong, uma no Japão, uma na França e uma em Taiwan), o que eleva o número de vítimas fatais para 1.775 no mundo.

O número de contagiados chega a 70.500 na China, e a quase 800, em 30 países e territórios.

- Celebrações canceladas -

Fora da China, depois de Singapura (75 casos), o Japão é o país mais afetado do mundo pela epidemia. Além dos casos no cruzeiro "Diamond Princess", as autoridades nipônicas informaram sobre 60 portadores do coronavírus em diferentes regiões do país.

O ministro da Saúde, Katrsunobu Kato, advertiu no domingo (16) que o Japão entrava em uma "nova fase" da infecção viral, depois que o país passou a constatar a cada dia casos adicionais entre pessoas que não viajaram para a China e que não estiveram em contato com visitantes procedentes deste país.

O ministro pediu aos japoneses que evitem reuniões e locais movimentados. O receio provocado pelo coronavírus provocou o cancelamento da cerimônia pública de aniversário do imperador Naruhito, assim como da maratona de Tóquio para atletas amadores.

Em outros países, a preocupação aumenta, depois que uma americana que viajava no cruzeiro "Westerdam" apresentou resultado positivo para o novo coronavírus. O navio atracou na semana passada no Camboja com 2.200 passageiros e membros de tripulação, após a recusa de cinco portos asiáticos.

Mais de 1.200 dos 1.455 passageiros desembarcaram. Alguns permaneceram em Phnom Penh e serão submetidos a exames antes da repatriação, enquanto outros deixaram o Camboja em voos comerciais com destino a seus países. Muitos deles seguiram via Malásia, onde a americana foi diagnosticada.

Em Pequim, especialistas enviados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) iniciaram reuniões com os colegas chineses.

- Parlamento chinês -

O número diário de novas mortes cresce na China, mas a um ritmo menor nas últimas 72 horas (105 na segunda-feira, contra 142 no domingo e 143 no sábado). O balanço diário de infectados aumenta moderadamente.

Em visita ao Paquistão, o secretário-geral da ONU, António Guterres, disse confiar em que os "esforços gigantescos da China permitirão o retrocesso progressivo da doença".

O Parlamento chinês avalia a possibilidade de adiar a sessão plenária de dez dias, o grande evento anual do regime comunista, prevista para começar em 5 de março.

Nesta segunda-feira, o Banco Central da China reduziu a taxa de juros para os empréstimos de um ano aos estabelecimentos financeiros, com o objetivo de estimular a recuperação da economia, paralisada pelo coronavírus.

O salão do automóvel de Pequim, que aconteceria de 21 a 30 de abril, será adiado devido à epidemia, anunciaram os organizadores.

A epidemia pode ter um efeito negativo no crescimento mundial em 2020, segundo a diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, que mencionou uma perda de entre 0,1 e 0,2 ponto percentual.

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