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O governo do Maranhão lançou um edital para construção de 22 "módulos de encontros íntimos" em 11 unidades prisionais do Estado. O valor previsto para investimento, que deve ser concluído em dois meses após a celebração do contrato, é de R$ 1,6 milhão. O anúncio da licitação foi publicado pela Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) no Diário Oficial do Maranhão na última segunda-feira, dia 17.

Cada módulo deve contar com três salas íntimas, totalizando 66 cabines. Dessas, 36 ficarão em penitenciárias de São Luís e outras 30 em unidades do interior do Estado.

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A reportagem entrou em contato com a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária para obter mais informações sobre o assunto e aguarda retorno. O espaço está aberto para manifestações.

As cadeias paraenses estão há um ano sem rebeliões, motins e fugas em massa. O último registro é do dia 29 de julho de 2019, quando 58 detentos foram mortos durante uma briga de facções dentro do Centro de Recuperação Regional de Altamira, no sudoeste do Estado.

A Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) atribui o novo cenário às medidas de ressocialização e controle das casas de detenção. Segundo o secretário de Administração Penitenciária do Pará, Jarbas Vasconcelos, a implantação de protocolo padrão do Departamento Penitenciário Nacional (Depen) também concorre para o sucesso da nova gestão. 

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O secretário Jarbas Vasconcelos afirma que o antigo sistema penitenciário era controlado pelo crime organizado. Presídios violentos resultavam da malsucedida administração. Autoridades de Segurança Pública do país classificaram o sistema prisional do Pará como um dos piores do Brasil. 

Entre as ações adotadas, explica Jarbas Vasconcelos, está o combate à criminalidade que se origina dentro dos presídios.  “Hoje o Sistema Prisional paraense está entre os melhores do Brasil. Todas as unidades prisionais têm um projeto de ressocialização baseado no incentivo ao trabalho e ao estudo de cada pessoa privada de liberdade. O objetivo é a produção de uniformes, alimentos e a manutenção e a construção de novas unidades prisionais”, disse o titular da Seap. 

Em 2019, o sistema carcerário paraense possuía 9.700 vagas prisionais. Até o final de 2020, a Seap deve entregar mais 5.778 vagas, um crescimento de mais de 50% do total recebido. Segundo Jarbas Vasconcelos, o planejamento não pretende apenas zerar o déficit prisional, mas produzir novas vagas com o controle do Estado. 

“Hoje você entra em uma unidade prisional e os internos dão ‘bom dia’ e respeitam. É uma cadeia limpa, disciplinada, com trabalho e educação. Um novo modelo prisional que o Pará está produzindo é digno para o Brasil. Esse projeto tem sido reconhecido pelo Ministério da Justiça, Departamento Penitenciário Nacional e por toda força de segurança”, afirma o secretário. “Não é apenas um trabalho da Secretaria e da sua equipe de diretores, mas de todos os diretores das unidades prisionais, de todos os servidores, agentes, policiais penais e das Forças de Segurança do Pará”, complementa. 

Reinserção social

Antes da pandemia da Covid-19, cada unidade prisional tinha uma turma de regime semiaberto. Os detentos iam às ruas para fazer reparos nas vias públicas, desentupimento de canais, limpeza das vias e praças como forma de prestar serviço à sociedade. Dentro das unidades, os internos também trabalham em atividades de manutenção, realizando serviços elétricos, hidráulicos, limpeza do local e lavagem de uniformes. 

Com a pandemia, as unidades definiram protocolo de combate ao novo coronavírus elaborado pela equipe da área de saúde com base em orientações nacionais. Os banhos de sol passaram a ser contingenciados e o uso de máscara e álcool em gel passou a ser obrigatório. “Apesar do pico vivenciado, nós não tivemos nenhum óbito dentre as pessoas presas”, destaca o secretário Jarbas Vasconcelos.

Desde o início da pandemia, as visitas presenciais foram suspensas e deram lugar às visitas virtuais. Familiares dos presos das unidades prisionais da Região Metropolitana de Belém passaram a utilizar uma rede de fibra ótica que psicografa as conversas, garantindo contato com os parentes em segurança. 

Na próxima segunda-feira (17), serão retomadas as visitas presenciais às unidades prisionais. De acordo com o secretário Jarbas Vasconcelos, os encontros seguirão critérios rigorosos de controle sanitário para preservar a saúde de detentos e familiares. 

Agentes prisionais

Após passarem por qualificação da Força Tática de Intervenção Prisional (FTIP), 15 agentes paraenses foram classificados em uma seleção, dos quais 10 receberam convocação para atuar no estado de Roraima. “Este é um passo muito importante para que nós possamos rumar à profissionalização e ao preparo crescente dos nossos servidores que cuidam do Sistema Prisional. Significa o reconhecimento da qualidade dos agentes”, afirma Jarbas Vasconcelos.

No início de 2019, a Seap contava com apenas 18 servidores concursados. Hoje são 1.578 servidores concursados que atuam nas áreas de saúde, tecnologia e administração. Um novo concurso público já foi autorizado pela Secretaria de Estado de Planejamento e Administração (Seplad), que está preparando o edital de seleção da empresa organizadora para divulgação em dezembro.

Novos projetos

A partir deste mês de agosto, ao lado da abertura das vagas e do incremento no trabalho e educação como forma de ressocialização dos presos, será implantado o Centro Integrado de Monitoramento Eletrônico, seguindo modelos operacionais do Maranhão e do Ceará, baseados em padrão norte-americano de abordagem e recaptura. “Nós esperamos dar uma contribuição efetiva para a queda dos índices de criminalidade”, afirma Jarbas Vasconcelos.

As unidades prisionais receberão armamento suficiente para conter qualquer princípio da ordem de quebra da disciplina, informa Jarbas Vasconcelos, e se adaptar a um padrão nacional de controle e eficiência. 

Por Amanda Martins

A Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (SJDH) de Pernambuco entregou, nesta quarta-feira (1°), a terceira remessa de celulares apreendidos nas unidades prisionais do Estado ao Centro de Recondicionamento de Computadores do Recife (CRC). Pela primeira vez, foram repassados mais 2 mil aparelhos para os estudantes em situação de vulnerabilidade social que cursam tecnologia no CRC.

Com essa remessa, são 4.600 aparelhos entregues ao Centro. O repasse foi feito pelo secretário-executivo de Ressocialização, Cícero Rodrigues, na sede do Instituto, no bairro de Dois Irmãos. “É muito bom saber que das nossas revistas nas unidades prisionais do Estado, temos resultados como esse valorizando a formação do jovem e as pessoas com deficiência”, destacou Rodrigues por meio de nota.

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A ação visa promover aprendizado aos jovens e a preservação do meio ambiente. “Não podemos ficar com o lixo eletrônico que vem das unidades prisionais, nem comprometer o meio ambiente jogando o resíduo fora. Eu gostaria de não apreender nenhum celular em unidades prisionais, mas como isso ainda acontece, precisamos dar um destino a eles para que não retornem à prisão”, disse o secretário de Justiça e Direitos Humanos, Pedro Eurico, segundo informações publicadas pela assessoria do SJDH.

No CRC, os aparelhos são segregados. O plástico é destruído e descartado conforme a política de descarte de resíduos sólidos. As placas, baterias e vibra calls são transformados em robôs, bengalas e chapéus sonoros para deficientes visuais, entre outras ferramentas. Já o vidro pode virar luminárias e quadros. “Este ano estamos fazendo toda a triagem e segregação dos materiais para que no segundo semestre possamos atender 250 jovens em processo de formação”, informou o fundador e diretor-executivo do CRC, Sávio França, por meio de nota divulgado pela SJDH.

Mais de dois mil celulares apreendidos nos presídios de Pernambuco serão destinados a estudantes em situação de vulnerabilidade. A Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (SJDH), fará, nesta quarta-feira (1º), a doação dos dispositivos apreendidos nas unidades prisionais do Estado ao Centro de Recondicionamento de Computadores do Recife (CRC). 

Os aparelhos serão destinados a estudantes de cursos de tecnologia do centro, em situação de vulnerabilidade social. O secretário-executivo de Ressocialização, Cícero Rodrigues, participará da entrega na sede do Instituto, no bairro de Dois Irmãos, no Recife. Esta é a quarta remessa de dispositivos entres a instituição.

Ao todo, são quase 4.600 celulares entregues ao CRC desde a assinatura do termo de cooperação técnica, em abril de 2019. O local recebe diversos materiais eletrônicos para serem reutilizados, visando o aprendizado dos jovens e a preservação do meio ambiente. No centro, os aparelhos são segregados, o plástico é destruído e descartado conforme a política de descarte de resíduos sólidos e as placas, baterias e vibra calls são transformados em robôs, bengalas e chapéus sonoros para deficientes visuais, entre outras ferramentas. Todo o material é reciclado. 

DADOS - De janeiro a junho deste ano, foram apreendidos 1.219 celulares em presídios do Estado, 290 a menos do que no mesmo período de 2019. Já no ano passado, as revistas de materiais ilícitos contabilizaram 2.601 aparelhos recolhidos.

As visitas aos detentos em presídios federais estão suspensas por mais 30 dias. Em Portaria publicada nesta segunda-feira (29), no Diário Oficial da União (DOU), o Departamento Penitenciário Nacional suspende visitas, atendimentos de advogados, as atividades educacionais, de trabalho, as assistências religiosas e as escoltas realizadas nas penitenciárias federais do Sistema Penitenciário Federal do Departamento Penitenciário Nacional como forma de prevenção e controle de riscos do novo coronavírus por mais um mês.

As exceções poderão ser consideradas no caso de atendimentos de advogados, em decorrência de necessidades urgentes ou que envolvam prazos processuais não suspensos; escoltas de requisições judiciais, inclusões emergenciais e daquelas que por sua natureza precisem ser realizadas.

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Além disso, a portaria determina que as penitenciárias federais deverão adotar providências necessárias para promover o isolamento máximo dos presos maiores de 60 anos ou com doenças crônicas durante as movimentações internas nos estabelecimentos.

Dados divulgados pelo Departamento Penitenciário Nacional (Depen), do Ministério da Justiça e Segurança Pública, revelam que Pernambuco está entre os seis estados com maiores percentuais de pessoas privadas de liberdade (PPLs) envolvidas em atividades educacionais, juntamente com o Maranhão, Santa Catarina, Paraná, Bahia e Ceará. O levantamento é referente aos últimos três anos.

Pernambuco ocupa a terceira posição. Além de traçar o processo evolutivo, a análise do Depen objetiva reafirmar as metas estratégicas de atuação para qualificação da política de educação prisional. Em dezembro de 2019, o sistema prisional pernambucano registrou 32,70% dos presos em atividades educacionais do total de 33.642, ficando atrás apenas do Maranhão e Santa Catarina. Esse número, comparado a 2017, cresceu 12,07%, percentual que insere o Estado entre as oito unidades federativas que apresentaram aumentos consecutivos nos períodos 2017/2018 e 2018/2019.

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De acordo com a Secretaria Executiva de Ressocialização (Seres), o secretário de Justiça e Direitos Humanos de Pernambuco, Pedro Eurico, diz que “a educação e o trabalho são os grandes aliados da ressocialização". "Esse resultado é fruto do trabalho intenso que vem sendo desenvolvido pelo Governo de Pernambuco no sistema prisional”, acrescentou Eurico. 

No que concerne à participação em atividade educacional no sistema prisional brasileiro, o Depen destaca: a atividade formal de educação básica (educação de jovens e adultos - EJA) e educação profissional (cursos técnicos e de formação inicial e continuada); projetos de leitura (com direito à remição de pena); atividades educacionais complementares (videoteca, lazer, cultura); e atividades esportivas relacionadas ao processo educacional.

Pernambuco possui 23 unidades prisionais, 21 delas têm escolas e bibliotecas. Segundo análise da Coordenação de Educação, Cultura e Esporte (COECE), apesar de os índices ainda não atingirem a maior parte da população prisional, ao longo dos anos houve evolução considerável no número e do percentual de pessoas envolvidas em atividades educacionais no sistema prisional brasileiro. Confira o ranking dos estados em destaques:

1. MA – 55,85% das pessoas presas envolvidas em ativ. educacionais em 2019 (aumento de 45,34% entre 2017 e 2019)

2. SC – 46,87% das pessoas presas envolvidas em ativ. educacionais em 2019 (aumento de 17,51% entre 2017 e 2019)

3. PE – 32,70% das pessoas presas envolvidas em ativ. educacionais em 2019 (aumento de 12,07% entre 2017 e 2019)

4. PR – 31,94% das pessoas presas envolvidas em ativ. educacionais em 2019

5. BA – 24,41% das pessoas presas envolvidas em ativ. educacionais em 2019

6. CE – 22,17% das pessoas presas envolvidas em ativ. educacionais (aumento de 14,66% entre 2018 e 2019)

Com a suspensão das aulas das escolas prisionais, cerca de 370 reeducandos de oito presídios de Pernambuco realizaram cursos de capacitação durante a pandemia. Com início na segunda quinzena de março, eles finalizaram a qualificação nessa terça-feira (12). Outro 295 já estão em fase de conclusão.

As áreas oferecidas são Empreendedorismo, Vendas, Recursos Humanos, Logística, Marketing, Manutenção de Micro e Inglês Básico. “É uma forma de manter a capacidade cognitiva dos presos ativa e garantir a certificação e redução de pena", frisou o secretário de Justiça e Direitos Humanos, Pedro Eurico.

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Os cursos entre 40 e 80 horas aulas foram disponibilizados em unidades da Região Metropolitana do Recife e no Interior. São elas: o Presídio de Igarassu; Juiz Antonio Luiz Lins de Barros, no Complexo do Curado; Colônia Penal Feminina de Buíque; Centro Regional do Agreste, em Canhotinho; Penitenciária de Itaquitinga; Penitenciária Juiz Plácido de Souza, em Caruaru; Penitenciária Doutor Edvaldo Gomes, em Petrolina; Presídio Advogado Brito Alves, que fica em Arcoverde.

A proposta é fruto da parceria entre a Teleport Educacional e Secretaria Executiva de Ressocialização (Seres).

A Secretaria Executiva de Ressocialização (Seres) iniciou a distribuição de tablets e smartphones que serão usados nas visitas familiares por videoaudiência nas unidades prisionais de Pernambuco. A medida atende a uma Resolução Conjunta do Departamento Penitenciário Nacional – Depen e o Conselho Nacional dos Secretários de Estado da Justiça, da Cidadania, Direitos Humanos e Administração Penitenciária (Consej), aprovada nesta quarta-feira (6). O intuito é minimizar os impactos do distanciamento das famílias nesse período de pandemia pelo novo coronavírus.

A Seres recebeu a doação de dez tablets e 30 smartphones e estão sendo destinados, inicialmente, às unidades da Região Metropolitana do Recife. As videochamadas ocorrerão uma vez por semana, com a duração de até três minutos, numa sala reservada, e sob supervisão. Caso o detento tenha vontade de falar com um familiar, a comunicação será estabelecida no dia e horário marcados e o visitante receberá o link a ser utilizado. Cada estabelecimento prisional definirá a programação de acordo com a sua rotina.

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Em Pernambuco, entre outras medidas preventivas, as visitas foram suspensas há mais de um mês para evitar a aglomeração de pessoas e a disseminação da Covid-19. “Estamos seguindo as diretrizes traçadas pelas autoridades sanitárias no sentido de combater a pandemia e resguardar vidas, tanto dos servidores quanto das pessoas privadas de liberdade e seus familiares”, explica o presidente do Consej e secretário de Justiça e Direitos Humanos, Pedro Eurico.

A Gerência de Tecnologia da Informação da Seres é responsável pela instalação, coordenação e suporte das videoconferências. 

Da assessoria

Um detento do presídio de Bolonha faleceu nesta quinta-feira (2) no hospital Sant'Orsola, localizado na mesma cidade, após contrair o novo coronavírus (Sars-CoV-2). É o primeiro caso de um presidiário que faleceu da doença no país.

O homem de 77 anos havia sido colocado em prisão domiciliar há poucos dias, mas foi levado para o hospital rapidamente, sendo tratado em uma Unidade de Terapia Intensiva. Segundo fontes judiciárias, ele tinha outras patologias e não resistiu aos efeitos da Covid-19.

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Ainda segundo as informações obtidas pela imprensa italiana, os companheiros de cela da vítima foram colocadas no protocolo de segurança, indicado pelo Ministério da Saúde da Itália em fevereiro, para evitar a proliferação da doença.

A Itália já registra 110.574 casos confirmados da Covid-19 e 13.155 mortes relacionadas à doença desde o início da pandemia no país.

Da Ansa

 Sindicato dos Agentes de Segurança Penitenciária (Sindasp) pedirá que a justiça obrigue o governo estadual a tomar a medida O Sindicato dos Agentes de Segurança Penitenciária (Sindasp) anunciou que entrará com processo judicial para que o governo de Pernambuco suspenda as visitas nos presídios do estado, devido à pandemia do coronavírus. A instituição, que irá formalizar o pedido na próxima segunda (23), argumenta que a medida é uma questão de saúde pública, pois considera que a falta de equipamentos de proteção aliada à concentração de milhares de pessoas nas unidades prisionais põe em risco a saúde de agentes, familiares e dos próprios reeducandos.

“O estado controla, fora das unidades, aglomerações de 50 pessoas a quinhentas, sendo que Unidades como Igarassu têm mais de 4 mil presos, o Complexo (do Curado) tem mais de 9 mil. Se colocar um visitante por preso vai criar uma aglomeração nessas unidades, o que é um absurdo”, afirma João Carvalho, presidente do Sindasp.

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O Governo de Pernambuco já determinou a redução do tempo de visitas, que agora será de quatro horas, nos presídios do estado. Além disso, cada reeducando poderá receber apenas um familiar, diferentemente do número de três que anteriormente era permitido. As medidas passam a valer a partir do próximo sábado (21).

Pelo menos 517 presos que fugiram de três presídios do estado de São Paulo no fim da tarde dessa segunda-feira (16) foram recapturados.

Segundo informações da Secretaria da Administração Penitenciária, a situação já foi controlada nos Centros de Progressão Penitenciária de Mongaguá, Tremembé e Porto Feliz, além da ala de semiaberto da Penitenciária de Mirandópolis.

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Até o momento, foram recapturados 184 detentos em Mongaguá, 82 em Tremembé e 251 em Porto Feliz. A secretaria não informou quantos detentos fugiram. Em Mirandópolis não houve fuga.

De acordo com a secretaria, as fugas e atos de insubordinação ocorreram por conta da suspensão da saída temporária, que ocorreria nesta terça-feira (17).  

“Todas as unidades abrigam apenas presos em regime semiaberto, que é o preso que tem a possibilidade de sair para trabalhar ou estudar durante o dia e retornar, e que por lei tem direito a cinco saídas temporárias por ano”, diz a secretaria, por meio de nota.

Ela explicou que a saída temporária que beneficiaria 34 mil sentenciados do regime semiaberto foi suspensa em razão da pandemia de Covid-19 (novo coronavírus).

Acrescentou que o objetivo é o de prevenir a instalação e propagação do vírus entre uma população vulnerável, já que, com a volta dos presos liberados, haveria o risco de o vírus ser levado ao interior das unidades.

Aulas são suspensas

Em publicação na noite de ontem em redes sociais, a prefeitura de Mongaguá lamentou o fato, e comunicou o cancelamento das aulas das creches e escolas municipais hoje, visando questões de segurança para a população e servidores municipais. A prefeitura também pediu que as pessoas evitem sair de casa até a normalização da situação.

“A Administração Municipal fará uma atualização sobre o funcionamento das mesmas para o restante da semana. A prefeitura alerta que a população evite sair de casa até que a situação se normalize. Vendo qualquer suspeito, ligue 190 ou 153. Cabe ressaltar que está em curso uma ação conjunta das Forças de Segurança (Polícia Militar, Polícia Militar Rodoviária, Romu de Mongaguá e Guarda Civil Municipal), a fim de recapturar os detentos”, diz a nota publicada numa rede social.

A reportagem tentou contato com a prefeitura de Mongaguá, mas não teve sucesso. As prefeituras de Tremembé e a de Porto Feliz ainda não se manifestaram.

Antes das fugas em massa em quatro presídios em São Paulo, o corregedor-geral de Justiça, Ricardo Anafe, havia determinado, nesta segunda-feira (16) a suspensão das saídas temporárias agendadas para março, sob a justificativa de evitar a disseminação do novo coronavírus. Segundo a Secretaria de Administração Penitenciária e o sindicato dos agentes do sistema carcerário, a decisão motivou as rebeliões.

Em sua decisão, Anafe afirma que "a presente medida não configura supressão ao direito de saída temporária, legalmente previsto na Lei de Execução

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Penal (artigo 122 da Lei nº 7.210/84), mas tão-somente visa a resguardar a saúde coletiva da população carcerária neste momento crítico, com garantia de gozo oportuno, em perfeita harmonia entre o interesse individual e a supremacia do interesse público".

Ele também determinou a notificação do governo estadual. "Encaminhe-se cópia integral deste expediente, ainda, aos Juízes Coordenadores do DEECRIM e demais Magistrados com competência em execução criminal envolvendo condenados presos".

A Pasta afirma que "estão ocorrendo atos de insubordinação nos Centros de Progressão Penitenciária de Mongaguá, Tremembé e Porto Feliz, além da ala de semiaberto da Penitenciária II de Mirandópolis".

De acordo com informações do Sindicato dos Funcionários do Sistema Prisional, "as rebeliões seriam uma reação dos presos diante da suspensão das saídas temporárias e do trabalho externo, que teria sido determinada pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo(TJ-SP) como forma de prevenção ao coronavírus".

COM A PALAVRA, SECRETARIA DE ADMINISTRAÇÃO PENITENCIÁRIA

A Secretaria da Administração Penitenciária informa que estão ocorrendo atos de insubordinação nos Centros de Progressão Penitenciária de Mongaguá, Tremembé e Porto Feliz, além da ala de semiaberto da Penitenciária II de Mirandópolis, devido à suspensão da saída temporária, que ocorreria amanhã. Tanto o Grupo de Intervenção Rápida (GIR) quanto a Polícia Militar foram acionados e estão cuidando da situação.

A medida foi necessária pois o benefício contemplaria mais de 34 mil sentenciados do regime semiaberto que, retornando ao cárcere, teriam elevado potencial para instalar e propagar o coronavírus em uma população vulnerável, gerando riscos à saúde de servidores e de custodiados. A SAP ainda realiza a contagem para determinar o número exato de fugitivos.

Presidiários e profissionais do sistema carcerário brasileiro foram sugeridos para integrarem o primeiro grupo que receberá a imunização da Campanha Nacional de Vacinação contra a gripe H1N1. A informação nasceu de uma reunião extraordinária do Conselho Nacional dos Secretários de Estado da Justiça, Cidadania, Direitos Humanos e Administração Penitenciária do Brasil (Consel), realizada nesta quinta-feira (12), em São Paulo, com o objetivo de discutir estratégias para possíveis casos confirmados do novo coronavírus em presídios nacionais.

Responsável por conduzir o encontro, o secretário de Justiça e Direitos Humanos de Pernambuco, Pedro Eurico, acredita que a vacina poderá servir como agente protetor em quadros de doenças respiratórias. “Da mesma forma que as pessoas que estão aqui fora têm direito à assistência de saúde, aqueles que estão intramuros também devem ter suas vidas preservadas. Dentro dos presídios também há pessoas vulneráveis, como: idosos, portadores de tuberculose e HIV, além de outras patologias que os transformam em pessoas debilitadas”, argumentou o secretário.

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Durante a reunião, representantes de unidades prisionais de mais de 20 Estados definiram ações para evitar a chegada do vírus nas comunidades carcerárias. Foi revelado, ainda, que havendo casos confirmados nas cadeias, o isolamento será a primeira medida a ser adotada e o tratamento inicial se dará nas próprias enfermarias das prisões. Ocorrendo agravamento das situações, detentos poderão ser levados a centros hospitalares.

Ainda segundo Pedro Eurico, a paralisação de visitas aos presídios não será adotada. Porém, segundo o secretário, haverá mais rigor no controle das entradas. “O Brasil tem hoje quase 800 mil presos, além de milhares de servidores de diversas áreas. Nos finais de semana esses números se multiplicam com as visitas de familiares. Neste momento a restrição de visitas não é prudente. De imediato, iremos reforçar o controle da situação dentro das unidades e nas portas de entrada”, declarou Eurico.

A Campanha

De acordo com o Ministério da Saúde, as ações de vacinação da Campanha Nacional de Vacinação contra Influenza serão iniciadas no dia 23 de março. Inicialmente, a pasta orienta que sejam vacinados os idosos e trabalhadores de saúde que atuam na linha de frente do atendimento à sociedade.

“Precisamos proteger os mais vulneráveis e os que estão na linha de frente no atendimento. É importante garantir que essas pessoas tenham acesso à informação para evitar filas nos postos de saúde. Nosso desafio é realizar a campanha com segurança e evitar aglomerações. O Programa Nacional de Imunizações do Brasil (PNI) está preparado”, destacou o secretário em Vigilância e Saúde do Ministério da Saúde, Wanderson de Oliveira, conforme informações da assessoria de imprensa da pasta.

No dia 9 de maio, data que marca o ‘Dia D’ de vacinação, crianças de seis meses a menores de seis anos serão vacinadas. Também deverão ser submetidas ao procedimento pessoas com mais de 55 anos, gestantes, mães no pós-parto – até 45 dias -, população indígena e cidadãos com condições especiais. Segundo o Ministério da Saúde, a campanha seguirá até 23 de maio e a previsão é que 75 milhões de doses sejam colocadas em circulação.

A tensão mundial disseminada pela pandemia do novo coronavírus tem exigido articulações dos poderes públicos para evitar danos oriundos da doença. A possibilidade da chegada do vírus ao sistema carcerário brasileiro foi a pauta principal de uma reunião extraordinária do Conselho Nacional dos Secretários de Estado da Justiça, Cidadania, Direitos Humanos e Administração Penitenciária do Brasil (Consel), nesta quinta-feira (12), em São Paulo. Representantes de 23 estados, incluindo Pernambuco, participaram do encontro.

Presidente do colegiado, o secretário de Justiça e Direitos Humanos de Pernambuco, Pedro Eurico, pediu que os estados adotem medidas céleres nos presídios brasileiros. Nota conjunta admite, inclusive, a possibilidade de transferência - diante de um caso suspeito agravado – de detento para unidade hospitalar fora cadeia.

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Com base nas orientações do Ministério da Saúde, os gestores prisionais, ao identificarem qualquer suspeita, devem fazer o isolamento do presidiário em questão, inicialmente nas enfermarias dos próprios presídios. “Havendo agravamento do caso o preso poderá ser conduzido a centros hospitalares”, informou a Secretaria de Justiça e Direitos Humanos de Pernambuco (SJDH), por meio da sua assessoria de imprensa.  

Ainda sob o alerta da disseminação da doença e em prol da manutenção de ambientes saudáveis, o protocolo da reunião extraordinária detalhou orientações para os presídios. “Recomenda-se redobrada atenção em relação às medidas preventivas de higiene e controle, principalmente em relação aos visitantes, familiares dos presos, servidores públicos, advogados, defensores e demais pessoas que necessitem adentrar a estabelecimentos prisionais”, informa o documento.

De acordo com Pedro Eurico, a paralisação de visitas aos presídios ainda não é medida a ser seguida. No entanto, segundo o secretário, haverá mais rigor no controle das entradas. “O Brasil tem hoje quase 800 mil presos, além de milhares de servidores de diversas áreas. Nos finais de semana esses números se multiplicam com as visitas de familiares. Neste momento a restrição de visitas não é prudente. De imediato, iremos reforçar o controle da situação dentro das unidades e nas portas de entrada”, declarou Eurico.

O diretor de políticas do Departamento Penitenciário Nacional (Depen), Abel Barradas, contou que nas unidades prisionais federais existe uma diferença em relação ao procedimento de visitas nas cadeias estaduais. “Nos presídios federais já temos um protocolo pré-estabelecido que vem sendo executado. A diferença é que lá (no presídio federal) o contato com os visitantes é por meio de parlatório. Até o momento não temos nenhum caso”, disse Barradas.

A reunião ainda chegou ao consenso de que profissionais do sistema prisional e presos devem integrar o primeiro grupo que receberá a imunização da Campanha Nacional de Vacinação contra a gripe H1N1, com o argumento de que a vacina poderá atuar como agente protetor em quadros de doenças respiratórias. “Da mesma forma que as pessoas que estão aqui fora têm direito à assistência de saúde, aqueles que estão intramuros também devem ter suas vidas preservadas. Dentro dos presídios também há pessoas vulneráveis, como: idosos, portadores de tuberculose e HIV, além de outras patologias que os transformam em pessoas debilitadas”, finalizou Pedro Eurico.

Muito diferente da opinião do presidente Jair Bolsonaro, a advogada Rosangela Moro, esposa do ministro da Justiça, Sergio Moro, publicou um texto, na noite desta terça-feira (10), em defesa do médico Drauzio Varella, que recebeu inúmeras críticas por ter abraçado uma transexual condenada por estuprar e matar um menino de 9 anos. 

A advogada começou o texto indicando o livro "Estação Carandiru", um relato do Dr. Drauzio que atendeu clinicamente os presos da Casa de Detenção de São Paulo, o maior presídio do país. Em seguida, Rosangela Moro diz: 

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"Dr. Drauzio é médico, ele não entra no presídio para julgar as pessoas. Ele entra para ouvi-las. Nada muda a crueldade de quem cometeu um crime, mas ouvir um criminoso não o torna criminoso". A postagem foi excluída logo depois.

O posicionamento de Rosangela contraria o de Bolsonaro. Na segunda-feira (9), o presidente reprovou a matéria do Fantástico dizendo que o 'o criminoso foi tratado como vítima”. 

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Ontem, Drauzio Varella compartilhou nas redes sociais um vídeo pedindo desculpas à família da vítima, bem como os que se decepcionaram com a atitude do doutor na reportagem. O médico esclareceu que não sabia do crime da detenta e reiterou que objetivo do conteúdo era mostrar as condições em que vivem as transexuais nos presídios brasileiros.

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O número de empresas em Pernambuco que integraram ex-presidiários aos seus quadros de funcionários aumentou em 52%. De acordo com dados da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (SJDH) do Estado, o quantitativo saiu de 23 para 35 em 2019.

São beneficiados, ao todo, 1.107 apenados que cumprem pena em regime aberto. Para a SJDH, empregar pessoas oriundas do sistema carcerário pode render economia às empresas, tendo em vista que, em média, companhias privadas e órgãos públicos nesse contexto pouparam quase R$ 10 milhões.

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“Economia gerada porque os contratos são regidos pela Lei de Execuções Penais, desobrigando os empregadores de encargos trabalhistas como 13° salário, férias e Fgts. Os novos convênios trazem empresas dos mais variados segmentos: corte e costura, logística, alimentos e órgãos estaduais e municipais. Quanto à economia, os dados foram extraídos com base na remuneração de um salário mínimo (R$ 998) e no número de egressos trabalhando, 1.107. Considerando os 12 meses do ano, a poupança foi de exatamente R$ 9.998.999”, explica a Secretaria por meio da sua assessoria de comunicação.

Aos 48 anos, José Fábio deixou a prisão há seis meses. Atualmente, ele cumpre pena no regime aberto e conseguiu ser inserido ao mercado de trabalho. “A essa altura da minha vida, é difícil conseguir trabalho, ainda mais por ser reeducando. Essa nova chance representa minha reconstrução pessoal e familiar”, comentou José, conforme a assessoria.

Segundo a SJDH, o Patronato Penitenciário, um dos órgãos da pasta, faz o acompanhamento dos reenducandos oferecendo assistências jurídica e psicossocial, bem como é realizado o fomento de novas empresas que podem se tornar empregadoras. Fazer os ex-detentos se afastarem do mundo do crime é um dos intuitos da iniciativa. “Nosso principal objetivo é garantir que os reeducandos consigam mudar de vida. Quanto mais instituições sensíveis, teremos mais postos de trabalho e consequentemente, menos violência. Dificilmente essas pessoas irão voltar para o crime”, diz o secretário de Justiça e Direitos Humanos, Pedro Eurico.

De acordo com o diretor administrativo da Carapitanga, companhia produtora de camarão, Gustavo do Vale, a empresa projeta aumentar o número de contratações em 2020. “Estamos em um momento de expansão da nossa empresa e com isso, contratamos 15 reeducandas. Muitas dessas mulheres não são criminosas, cometeram delitos por influência de seus companheiros. O trabalho já tem dado tão certo que estamos com planos de aumentar as contratações em 2020”, garante o diretor.

O Tribunal de Contas do Estado (TCE) deu, nessa quarta-feira (11), aval para o prosseguimento do processo de licitação para privatizar quatro presídios no Estado de São Paulo, uma das promessas de campanha do governador João Doria (PSDB). Caso o projeto se concretize, as penitenciárias de Gália I e II, Registro e Aguaí, com 3.292 vagas, serão as primeiras com administração privada do Estado.

A decisão do tribunal contraria posição do Ministério Público de Contas (MPC), que recomendou que o TCE impedisse a licitação, alegando que o modelo de privatização das quatro unidades prisionais resultaria em custo extra ao governo de quase R$ 75 milhões durante os 15 meses de contrato.

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Segundo o MPC, esse número representa um aumento de 58% em relação aos custos no modelo de administração direta, que é empregado atualmente. Para o MPC, "o estudo apresentado pelo Estado de São Paulo evidencia os custos adicionais substanciais que o modelo de cogestão trará, sem, contudo, demonstrar objetivamente os ganhos tangíveis inerentes à nova forma de prestação do serviço público".

O governo alega que, embora mais caro, a privatização dos presídios traz ganhos "imensuráveis", como eficiência e qualidade de gestão.

"O contrato de cogestão visa um ganho de qualidade na gestão prisional, que se daria em várias frentes como a melhoria da estrutura física dos presídios, da segurança, higiene, assistência material, oferta de atividades laborais e educacionais", justificou a Procuradoria da Fazenda do Estado.

O TCE decidiu que acompanhará a cada três meses a execução do contrato. Em nota à imprensa, a Secretaria de Administração Penitenciária informou que, mesmo após a privatização, a segurança externa das unidades e as escoltas continuarão sob a responsabilidade do poder público. "A iniciativa privada será responsável pela manutenção e por serviços técnicos e de apoio nas áreas psicológica, médica, odontológica, psiquiátrica, assistencial, pedagógica, esportiva." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Detentos do sistema carcerário de Pernambuco poderão participar de um campeonato de futebol. A informação foi revelada ao LeiaJá, nesta quarta-feira (11), pelo diretor do Presídio de Igarassu (PIG), na Região Metropolitana do Recife, Charles Belarmino.

A proposta está sendo estudada pela Secretaria Executiva de Ressocialização (Seres), do Governo de Pernambuco. Segundo o diretor do PIG, reeducandos de diferentes presídios poderão se enfrentar na competição, em jogos que deverão ser realizados no campo do próprio Presídio de Igarassu. Além disso, times de várzea formados por pessoas em liberdade poderão disputar o campeonato.

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“Quem vai organizar é o Presídio de Igarassu”, afirmou o diretor da unidade. Sobre como serão realizados os transportes dos detentos de um presídio para outro, Charles Belarmino revelou que o procedimento já está em fase de estudo. “Tudo isso está sendo estudado e, se Deus quiser, vai dar certo. Vai ser um sucesso”, disse ao LeiaJá.

Ainda de acordo com o diretor do PIG, caso seja aprovado, o campeonato entre presídios deve ser iniciado em julho do próximo ano. “É o tempo que estará pronta a nossa arena. Pretendemos fazer um society. Com o apoio da Secretaria e do Governo do Estado a gente vai conseguir”, declarou. O investimento para a construção do campo e realização da competição ainda não foi definido.

No que diz respeito aos presídios que deverão disputar o campeonato, alguns já estão em pauta. “Cotel, a PAI (Penitenciária Agrícola de Itamaracá) está interessada, Barreto Campelo também”, relatou Belarmino.

O diretor do PIG também informou à reportagem que triagens deverão ser feitas para definir quais detentos poderão participar do campeonato. Boa conduta é um dos principais critérios para a escolha dos participantes.

O secretário executivo da Seres, Cícero Rodrigues, também confirmou ao LeiaJá a intenção de promover o campeonato de futebol entre presidiários. Confira no vídeo:

Otimismo foi marca de um socioeducando antes do Enem para pessoas privadas de liberdade. Foto: Júlio Gomes/LeiaJáImagens

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Esqueça todo o clima criado em torno da aplicação tradicional do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Nada de familiares e professores reunidos para propagar energias positivas aos candidatos, e muito menos voluntários fazendo orações para acalmar os ânimos dos estudantes. Na prova exclusiva a pessoas privadas de liberdade, a chegada dos participantes à realização do Exame acontece de maneira tímida; não há atrasados e os únicos portões fechados são os da estrutura das unidades prisionais e socioeducativas, envoltas de muros de contensão erguidos para evitar fugas.

Nesta terça (10) e quarta-feira (11), o Enem para pessoas privadas de liberdade e sob medida socioeducativa é realizado em todo o Brasil. De acordo com o Ministério da Educação (MEC), mais de 46 mil inscrições foram confirmadas, número superior ao da edição do ano passado, quando pouco mais de 41 mil candidaturas constaram nos registros da organização da prova. As aplicações ocorrem em 1.228 penitenciárias homologadas. 

Na Fundação de Atendimento Socioeducativo (Funase) do Cabo de Santo Agostinho, na Região Metropolitana do Recife, um dos locais de aplicação do processo seletivo, o clima entre os jovens que prestam o Exame se expressou de maneira esperançosa. No geral, entre os socioeducandos, a vontade de viver em liberdade se mistura ao desejo de alcançar um bom desempenho no Enem.

Fotos: Júlio Gomes/LeiaJáImagens 

*Paulo Marques, de 20 anos, é natural de um município do interior de Pernambuco. Há dois anos e oito meses ele cumpre medida socioeducativa na unidade da Funase do Cabo, mas projeta, mesmo sem cravar quando ganhará a liberdade, um futuro promissor e longe do mundo do crime, pelo menos em seu discurso de cerca de cinco minutos antes de entrar na sala de realização do Enem PPL. *Marques pretende ingressar na universidade e cursar a graduação de engenharia mecânica.

De acordo com o candidato, antes da reclusão ele comercializava água mineral, em um trabalho que, segundo ele, o impediu de finalizar o ensino fundamental. Ao chegar à Funase, o rapaz teve a oportunidade de finalizar o ensino médio e agora deposita no Enem seu sonho de ingressar no ensino superior.

*Júnior Melo, 18, possui uma coleção negativa de quatro “quedas”. No mundo do crime, o termo é utilizado para simbolizar prisões. A quinta queda, porém, não está nos seus planos. “Quero estudar e cuidar da minha filha”, relatou o jovem antes da prova do Enem PPL. Melo tem o objetivo de se formar em direito.

Neste primeiro dia do Exame, os candidatos responderam, em cinco horas e 30 minutos, 90 questões de Ciências Humanas, Linguagens e redação. Já nesta quarta-feira (11), segundo e último dia do processo seletivo, serão 90 aplicados quesitos distribuídos entre as áreas de Ciências da Natureza e matemática, em um período de cinco horas.

O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), órgão responsável pela organização do Exame, até o final desta reportagem não confirmou oficialmente o tema da redação da edição 2019 do Enem PPL. Porém, ao final do processo seletivo, candidatos revelaram ao LeiaJá que a temática teria abordado o uso indiscriminado de tecnológicas. No vídeo a seguir, confira mais detalhes da prova:

Caso seja aprovado, um estudante privado de liberdade só poderá ingressar em uma graduação com aprovação da Justiça. Entre as oportunidades, existem bolsas do Programa Universidade para Todos (ProUni) e vagas do Sistema de Seleção Unificadas (Sisu). Ambas iniciativas utilizam notas do Enem para selecionar seus participantes.

As provas do Enem tradicional foram realizadas nos dias 3 e 10 de novembro. Os resultados individuais de todas as modalidades estão previstos para janeiro de 2020. Outros detalhes informativos podem ser obtidos no site do Exame.

*Nomes fictícios utilizados para preservar as identidades dos socioeducandos

O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) para pessoas privadas de liberdade (Enem PPL) será realizado nesta terça (10) e quarta-feira (11) em 1.228 unidades prisionais. No total, 46.163 inscrições foram registradas, oriundas de 25 estados e do Distrito Federal, sendo São Paulo o detentor do maio número de candidaturas, com 15.832 participantes.

Segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), responsável pela organização da prova, o número de inscritos deste ano superou a edição de 2018, quando 41.044 pessoas participaram da prova. O aumento, para o presidente do Inep, Alexandre Lopes, representa que Enem PPL tem tido saldos positivos. “Isso revela o sucesso dessa iniciativa, possível pela parceria do Ministério da Educação (MEC) e do Inep com as secretarias estaduais de segurança pública, de administração penitenciária, de direitos humanos e de educação”, comentou Lopes, conforme informações da assessoria de comunicação.

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Estratégias de segurança foram adotadas em prol do andamento do Exame. Os malotes de prova são escoltados até as unidades prisionais e a Polícia Federal deverá acompanhar a realização do Enem PPL. “Além disso, as unidades que firmaram adesão junto ao Inep devem garantir espaço escolar para as provas, segurança e sigilo durante a realização do exame. O Departamento Penitenciário Nacional (Depen) auxilia a entrada dos aplicadores nos presídios, bem como os procedimentos de aplicação”, informou o Inep.

Os candidatos que já finalizaram o ensino médio poderão acessar o ensino superior, desde que haja liberação da Justiça. Os candidatos que não concluíram ou que estejam cursando o nível médio em 2019 apenas poderão utilizar os resultados individuais do Exame como autoavaliação. “O responsável pedagógico de cada unidade prisional ou socioeducativa tem a função de acompanhar todos os trâmites do exame, desde a inscrição até o resultado. Para minimizar imprevistos no exame, o responsável pedagógico deve determinar também as salas de provas dos participantes; a transferência entre as unidades, quando necessário, dentro do prazo previsto; e excluir aqueles que tiverem sua liberdade decretada”, detalhou a organização da prova.

Os resultados dos participantes serão acessados pelos responsáveis pedagógicos. Caberá a esse profissional a divulgação dos desempenhos aos estudantes. Veja, a seguir, mais informações do Inep sobre o Enem PPL: “O Exame é constituído de redação e de quatro provas objetivas, cada uma com 45 questões de múltipla escolha. No primeiro dia do exame, serão aplicadas as provas de linguagens, códigos e suas tecnologias, redação e ciências humanas e suas tecnologias. A aplicação terá cinco horas e meia de duração, contadas a partir da autorização do aplicador para o início das provas. No segundo dia, serão aplicadas as provas de ciências da natureza e matemática. A aplicação terá cinco horas de duração”.

No primeiro dia de provas, os reeducandos devem chegar às salas de aplicação às 12h30, enquanto o preenchimento do questionário socioeconômico se dará das 12h45 às 13h20. O início do Exame está programado para 13h30 e o término para 19h.

Já no segundo dia de realização do Enem PPL, os participantes precisam chegar às salas às 13h15, enquanto o início do Exame será às 13h30. O término está programado para 18h30. Outros detalhes informativos podem ser vistos no edital do processo seletivo.

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