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A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) espera que os Estados Unidos e os demais países mais ricos do mundo que compõem o Grupo dos Sete (G7) anunciem na sexta-feira as doações para promover a vacinação global contra o covid-19.

O vice-diretor da Opas, Jarbas Barbosa, disse quinta-feira (18) que está confiante no apoio dos países do G7 ao mecanismo Covax, sistema apoiado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) que visa garantir uma distribuição justa de vacinas contra a covid-19 a todos os países do mundo.

“O acesso equitativo ainda não está garantido. É importante ter mais doações dos países ricos”, afirmou Barbosa durante conversa com internautas transmitida pelo Facebook e Twitter.

“Na reunião dos países do G7, os Estados Unidos provavelmente farão um anúncio de uma doação e outros países também, que serão fundamentais”, completou.

Os líderes do G7 (Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido) têm um encontro virtual na sexta-feira para discutir a pandemia do coronavírus.

Barbosa também pediu "maior solidariedade" aos países mais desfavorecidos para superar a pandemia, lembrando que há países que compram vacinas em quantidades "quatro ou cinco vezes maiores" do que o necessário.

“Seria muito importante que os países ricos que já compraram cerca de 75% das vacinas mundiais pudessem ter uma atitude de maior solidariedade e fazer com que parte dessas vacinas pudessem ser usadas imediatamente também pelo mecanismo da Covax”, disse.

Este gesto das nações permitiria que a vacinação através da Covax, que se iniciará "no final de fevereiro, início de março", pudesse cogitar alcançar para o segundo semestre de 2021 uma cobertura "capaz de controlar a transmissão da covid-19" , revelou Barbosa.

Ao comentar a reunião do G7, a Casa Branca disse no domingo que o governo do presidente Joe Biden "se comprometeu a que os Estados Unidos se unissem à iniciativa Covax para comprar e distribuir vacinas globalmente e por meio de um mecanismo multilateral".

Assim que assumiu o cargo, Biden anunciou o retorno dos Estados Unidos à OMS após a saída de seu antecessor, Donald Trump.

Na quarta-feira, durante reunião virtual do Conselho de Segurança da ONU sobre vacinação contra o coronavírus, o chefe da diplomacia norte-americana, Antony Blinken, disse que os Estados Unidos vão destinar mais de 200 milhões de dólares à OMS até o final do mês.

A Opas, órgão regional da OMS, facilita a aquisição de vacinas contra a covid-19 por meio da Covax.

Das 337,2 milhões de doses que a Covax deseja distribuir no primeiro semestre de 2021, 35,6 milhões são destinadas a cerca de trinta países e territórios das Américas e do Caribe.

Quase 63 milhões de pessoas já foram vacinadas contra a covid-19 no continente americano, a maioria deles nos países do norte. Pelo menos 700 milhões são necessários para obter imunidade na região, disse a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) nesta quarta-feira (17).

“Dois meses após a entrega da primeira vacina contra a covid-19, quase 63 milhões de pessoas foram vacinadas nas Américas e no Caribe, e mais pessoas são protegidas a cada dia”, afirmou Carissa Etienne, diretora da Opas.

“Embora esses números sejam animadores, eles não são suficientes. Para se beneficiar da imunidade coletiva das vacinas, a cobertura deve ser muito alta”, explicou ela em coletiva de imprensa.

“Mais de 700 milhões de pessoas nas Américas teriam que ser vacinadas contra a covid-19 para garantir uma cobertura de 70%”, enfatizou.

A Opas, órgão regional da Organização Mundial da Saúde (OMS), aposta no sistema Covax para atingir essa meta, além dos acordos bilaterais que os países têm feito com empresas farmacêuticas, disse Etienne.

Por meio da Covax, mecanismo promovido pela OMS para garantir a distribuição equitativa das imunizações contra a covid-19 no mundo, 37 países da América Latina e do Caribe receberão vacinas anticovid, 10 deles gratuitamente.

Segundo Etienne, "nos próximos dias e semanas", os países participantes da Covax vão receber a confirmação do calendário e do número de doses para os primeiros grupos.

“Cerca de 160 milhões de doses serão distribuídas em nossa região no primeiro semestre, e as doses vão aumentar a cada mês”, anunciou.

“Tenha certeza de que a Opas está fazendo todo o possível para expandir a disponibilidade de vacinas e enviá-las rapidamente”, garantiu.

Ela também comemorou a autorização de uso emergencial pela OMS da vacina do laboratório britânico AstraZeneca e da Universidade de Oxford, uma imunização com vetor viral que é parte substancial do portfólio da Covax.

A OMS deu sinal verde nesta segunda-feira para versões da vacina produzidas pelo Serum Institute of India (SII) e pelo SKBio da Coreia do Sul.

“Este selo de aprovação internacional certifica que a vacina é segura, eficaz e está pronta para ser implementada em qualquer lugar”, observou Etienne.

"A vacina Oxford/AstraZeneca pode ser armazenada em temperaturas normais de geladeira e pode ser incorporada perfeitamente à infraestrutura de imunização existente em nossa região", apontou ela.

Etienne pediu aos países da região que as ações de preparação para as vacinas sejam sua "prioridade número um".

“Qualquer pequeno atraso pode atrasar as vacinas por semanas”, alertou, pedindo que os marcos legais regulatórios de cada país e o pessoal de saúde necessário para administrar as doses estejam prontos.

A diretora da Organização Pan-americana de Saúde (Opas), Carissa Etienne, classificou a situação do Brasil na pandemia do novo coronavírus como “particularmente preocupante”. Ela destacou o esgotamento da capacidade de atendimento, a insuficiência de estruturas e as filas para leitos de Unidades de Tratamento Intensivo (UTI).

“As hospitalizações estão aumentando na maior parte da região. A situação do Brasil é particularmente preocupante. Em Manaus há crescimento dos casos. A cidade foi severamente impactada nas últimas semanas”, ressaltou.

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A diretora da Opas relata que há informes de colapso do sistema de saúde em outros estados, com aumento das taxas de ocupação dos leitos de UTI para pacientes com a Covid-19.

Além do Brasil, outros países na região também vêm apresentando crescimento da pandemia. “O México está reportando aumento. Algumas regiões triplicando sobre as últimas semanas. Em alguns estados dos Estados Unidos e áreas do Canadá há esgotamento da capacidade [de atendimento]. No Caribe países estão vendo aumento das infecções”, comentou.

Já na Argentina e no Uruguai o movimento é de desaceleração. Etienne destacou a necessidade de manter as medidas de prevenção para fazer as curvas de casos e mortes caírem, como o distanciamento social e a higienização.

Segundo ela, há políticas públicas que podem contribuir para mitigar a circulação do vírus. Ela citou o caso do Chile, onde foi adotado um programa de apoio a pessoas infectadas disponibilizando moradias no caso de quem não tinha condições para ter um isolamento adequado.

O subdiretor da Opas, Jarbas Barbosa, falou sobre os esforços para a vacinação dos países, que deve priorizar trabalhadores de saúde, populações vulneráveis, idosos e pessoas com doenças crônicas.

Barbosa reportou que a Opas está em contato com fabricantes e que há o debate no âmbito do mecanismo Covax Facility, da OMS, para assegurar doses aos países da região. As doses deverão começar a chegar em fevereiro. 

1 milhão de mortes

Carissa Etienne lembrou que as Américas atingiram a marca de mais de 1 milhão de mortes em função da pandemia. Os Estados Unidos são responsáveis por quase metade, com mais de 426 mil óbitos, conforme mapa da Universidade Johns Hopkins. Já o Brasil é responsável por mais de 20% deste total, com quase 220 mil casos. 

A comissão externa da Câmara que avalia as ações contra a Covid-19 discute nesta quarta-feira (9) o plano do governo federal para utilização de kits de teste com validade a vencer.

A comissão ouviu representantes do Ministério da Saúde em 25/11 e deu prazo de 15 dias para que o órgão apresentasse uma solução para os cerca de 7 milhões de testes de diagnóstico do novo coronavírus que vão perder a validade entre dezembro de 2020 e março de 2021. Os kits fazem parte de uma compra feita por intermédio da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS).

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A reunião será realizada por videoconferência. Foram convidados:

- o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Arnaldo Correia de Medeiros;
- o diretor do Departamento de Logística em Saúde, Roberto Ferreira Dias;
- a diretora da Anvisa Cristiane Rose Jourdan Gomes; e
- a representante da OPAS no Brasil, Socorro Gross.

A reunião será realizada por videoconferência, às 9 horas, no plenário 3.

O público poderá acompanhar e participar do debate pela internet.

*Da Agência Câmara de Notícias

 

Os casos de covid-19 no continente americano aumentaram quase 30% em novembro em relação a outubro, disse nesta quarta-feira, 2, a diretora da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), Carissa Etienne.

"No mês de novembro, tivemos mais de seis milhões de novos casos registrados nas Américas, um aumento de quase 30% em relação aos números do final de outubro", disse Etienne em entrevista coletiva, observando que a América do Norte bateu recordes de infecções diárias.

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As Américas seguem como a região mais afetada do mundo, com 26,8 milhões de casos e 727.679 óbitos. Em seguida, aparece a Europa, com 19,05 milhões de infecções e 426.892 vítimas da pandemia.

Nas últimas 24 horas, no entanto, o número total de casos registrados em todo o mundo foi o menor desde o dia 10 de novembro, informou a Organização Mundial da Saúde (OMS) também nesta quarta-feira. Foram 460.376 novas infecções.

Este foi o quinto dia consecutivo de queda global do contágio, isso depois do registro de 636.665 casos no último domingo, 29, quando foi encerrada uma sequência de alta, de acordo com balanço publicado no site da OMS.

Desde o início da pandemia, o planeta já teve o total de 63.360.234 infecções confirmadas pelas autoridades nacionais de saúde, que informam os dados à agência, e 1.475.825 mortes.

Os pacientes recuperados, de acordo com a OMS, chegaram a 44,7 milhões. Além disso, há 18,2 milhões de casos ativos, sendo que 0,6% se referem a pessoas que estão em estado grave ou crítico. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

Os novos casos de infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) na América Latina, causador da aids, aumentaram 21% na última década, passando de 100.000 em 2010 a 120.000 em 2019, revelou nesta segunda-feira (30) a Organização Pan-americana da Saúde (Opas).

No mesmo período, o número de mortes anuais relacionadas ao HIV caiu ligeiramente, de 41.000 em 2010 para 37.000 em 2019, informou a Opas, o escritório regional da Organização Mundial da Saúde (OMS).

"Estes dados destacam que, sem dúvida, a infecção pelo HIV ainda representa um grave problema de saúde pública na América Latina", afirmou a diretora da Opas, Carissa Etienne, ao destacar que "se prevê que a covid-19 exacerbe esta situação", dado o impacto da pandemia nos serviços de saúde.

Desde que a pandemia global foi declarada em meados de março, o número de pessoas que fizeram o teste de infecção pelo HIV diminuiu "drasticamente" tanto no Caribe quanto na América Latina, revelou a Opas no comunicado.

No primeiro semestre de 2020, em oito países da América Latina e do Caribe - Guatemala, Guiana, Haiti, Honduras, Jamaica, Peru, República Dominicana e Santa Lúcia - houve cerca de 4.000 diagnósticos de infecção pelo HIV a menos do que no mesmo período de 2019, de acordo com dados oficiais.

Sem o diagnóstico, as pessoas infectadas pelo HIV não têm acesso a antirretrovirais que podem salvar suas vidas e também correm o risco de infectar outras pessoas.

Cerca de 2,1 milhões de pessoas na América Latina e 330.000 no Caribe viviam com HIV em 2019, de acordo com dados do UNAIDS, a agência da ONU de luta contra o HIV.

A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) afirmou nesta quarta-feira (18) que a resposta à covid-19 na América Central está ameaçada pela temporada de furacões e prevê um aumento das infecções, após as passagens devastadoras das tempestades Iota e Eta pela região.

O diretor de Emergências Sanitárias da Opas, Ciro Ugarte, destacou as mortes e a destruição causadas pelo furacão Iota desde a segunda-feira, apenas duas semanas após a passagem do Eta, e alertou para a "muito provável" disseminação do novo coronavírus na região "nas próximas semanas".

"O aumento nos casos de covid-19 ainda não pode ser medido, mas é muito provável que cresça nas próximas semanas", afirmou em entrevista coletiva.

Perguntado pela AFP, Ugarte lembrou que pode levar em média de cinco a sete dias a partir do momento em que uma pessoa exposta ao covid-19 comece a apresentar sintomas, e mais tempo até que novos casos sejam detectados, o sistema de vigilância seja notificado e medidas sejam implementadas para reduzir a transmissão.

"As condições pós-furacão aumentam o risco de exposição e facilitam a transmissão, particularmente em situações de emergência quando a distância física, ventilação, uso de máscara e higiene das mãos são difíceis", continuou.

"O tempo, a magnitude e a intensidade dependerão da exposição e das medidas de saúde pública em vigor, mas pode levar duas semanas ou mais antes de vermos um aumento significativo de casos", acrescentou.

Nicarágua, Honduras, Guatemala, El Salvador, Panamá e o arquipélago colombiano de San Andrés, Providência e Santa Catalina foram fortemente afetados pela passagem do Iota e Eta.

Ugarte pediu às autoridades que garantam o acesso à água e ao saneamento para as vítimas e disse que a Opas enviou equipamentos de proteção individual para cuidar dos pacientes com covid-19, mobilizando outros recursos para dar continuidade aos serviços de saúde.

O Iota, que atingiu a Nicarágua na segunda-feira como um poderoso furacão de categoria 5, o nível mais alto da escala de vento de Saffir-Simpson, matou pelo menos 25 pessoas enquanto avançava pela América Central.

O Eta tocou terra na mesma área que um furacão de categoria 4 no início de novembro, antes de se tornar uma tempestade tropical, causando enchentes e deslizamentos de terra que mataram cerca de 200 pessoas.

De acordo com números da Opas, a América Central registra pelo menos 540.600 infecções e cerca de 12.600 mortes pelo novo coronavírus.

O diretor assistente da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), Jarbas Barbosa, reforçou nesta quarta-feira (11) que uma vacina para covid-19 deve estar disponível no primeiro semestre de 2021, algo que já havia sido mencionado pela entidade. Ele disse que os avanços recentes reportados nos imunizantes desenvolvidos pelas farmacêuticas Pfizer em parceria com a BioNTech e na Sputnik V da Rússia são "boas notícias e trazem esperança".

Barbosa alertou, porém, para o fato de que nenhuma vacina foi aprovada ainda, o que torna essencial manter as medidas de saúde pública para conter a disseminação do coronavírus.

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Ao ser questionado sobre a autorização da Administração de Medicamentos e Alimentos dos Estados Unidos (FDA, na sigla em ingês) para uso de emergência do medicamento Bamlanivimabe, da farmacêutica Eli Lilly, em pacientes recentemente diagnosticados com covid-19, Barbosa pediu cautela. "Autorização de emergência não é liberação completa", afirmou, ressaltando que, nesse caso, o remédio não pode ser usado em pacientes graves.

A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) anunciou nesta quarta-feira um teste de diagnóstico rápido "acessível e confiável" para a Covid-19, capaz de ser realizado "em qualquer lugar" e dar resultados "em minutos", que segundo a instituição pode transformar o resposta da região à pandemia.

"Hoje a Opas pode fornecer acesso a centenas de milhares desses testes por meio do Fundo Estratégico da Opas, e outros milhões são esperados nas próximas semanas", afirmou a diretora da organização, Carissa Etienne, que anunciou estudos piloto no Equador, El Salvador, México e Suriname. "Se amplamente distribuído, este novo teste transformará nossa resposta à covid-19", ressaltou.

Depressão, ansiedade, estresse: a pandemia de COVID-19 causou uma "crise de saúde mental" sem precedentes em todo o continente americano, e gerou um "aumento da violência doméstica", alertou a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), nesta terça-feira (18).

"A pandemia de COVID-19 provocou uma crise de saúde mental em nossa região em uma escala que nunca vimos antes", disse a diretora da Opas, Carissa Etienne.

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De acordo com as pesquisas, nos Estados Unidos, Brasil e México, os três países americanos mais afetados pelo coronavírus, aproximadamente metade dos adultos estão estressados devido à pandemia.

Isso aumentou o consumo de drogas e álcool, o que "pode agravar os problemas de saúde mental", alertou Etienne.

As medidas para conter a pandemia, somadas com os impactos sociais e econômicos do vírus, "estão aumentando os riscos de violência doméstica: a casa não é um local seguro para muitos", acrescentou, ao destacar a multiplicação dos pedidos de ajuda por abusos na Argentina, Colômbia e México.

Por outro lado, devido à interrupção de certos serviços de apoio e ao isolamento das vítimas, "é provável que o alcance real da violência doméstica durante a COVID-19 seja subestimado", disse.

Para a chefe da Opas, as crescentes necessidades de atenção da saúde mental e os recursos reduzidos para abordá-las criam uma "tempestade perfeita" em muitos países.

"É urgente que o apoio à saúde mental seja considerado um componente fundamental da resposta à pandemia", pediu.

Com quase 11,5 milhões de casos e mais de 400.000 mortos, o continente americano continua sendo o mais afetado pela COVID-19 no mundo, com 55% dos novos casos registrados na semana passada, segundo dados da Opas.

"As Américas têm aproximadamente 13% da população mundial, mas somam até agora 64% das mortes mundiais registradas oficialmente", disse Etienne.

Estados Unidos e Brasil são os países mais afetados, mas têm-se observado uma tendência crescente em regiões estáveis há várias semanas, como o Caribe.

Entre os países que registraram novos casos, ela destacou a República Dominicana, Jamaica, Bahamas e Trinidad e Tobago, além do Peru.

Diretora da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), Carissa Etienne afirmou, nesta terça-feira (18), que o número de casos da Covid-19 nas Américas atingiu quase 11,5 milhões, com mais de 400 mil mortes. Durante entrevista coletiva virtual, ela notou que a região "continua a concentrar o maior fardo" na pandemia, com 55% do total de casos registrados pelo mundo na última semana.

Etienne disse que os EUA e o Brasil continuam a ser os países mais afetados na região, mas outras nações também sofrem com uma tendência de aumento nos casos, como no Caribe. Por outro lado, algumas nações mostram menos casos, após picos da doença, afirmou ela. "Nós precisamos seguir vigilantes e manter o vírus sob controle", recomendou.

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Em suas declarações iniciais, Etienne tratou do impacto da pandemia sobre a saúde mental das pessoas. "O apoio à saúde mental deve ser considerado item fundamental na resposta à pandemia", considerou.

Diretor assistente da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), Jarbas Barbosa lembrou que não há ainda vacina disponível para a Covid-19, acrescentando que "não é possível dizer com segurança total se teremos uma vacina em seis meses". Nesse quadro, ele ressaltou a importância de se manter as medidas adotadas para conter a transmissão da doença.

"Mesmo as vacinas que estão em processos de ensaios clínicos adiantados, estes podem detectar que ela não é eficaz, ou não é eficaz para determinados grupos", apontou Barbosa, durante entrevista coletiva virtual. Questionado sobre a vacina desenvolvida pela AstraZeneca, ele lembrou que ela está na fase 3 de ensaios clínicos, a última, como outras sete. Ao mesmo tempo, apontou que pode ainda haver problemas nessa etapa, por isso a falta de garantias.

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Barbosa explicou também que, para uma vacina ser comercializada, ela precisa estar registrada na autoridade regulatória de determinado país. "Uma vacina desenvolvida nos Estados Unidos pede o registro à autoridade regulatória dos EUA e depois pode acessar esse mercado", detalhou. Para acessar outros países, é preciso fazer pedidos para as autoridades regulatórias de cada um deles, acrescentou. Além disso, as vacinas podem se submeter a avaliações da Organização Mundial da Saúde (OMS) para serem comercializadas por meio do Fundo Rotativo da Opas, que pretende facilitar seu acesso e a distribuição, complementou.

Diretor do Departamento de Doenças Transmissíveis da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), Marcos Espinal afirmou, nesta terça-feira (11), que o Brasil ainda tem "uma alta taxa de positivos nos testes para Covid-19, em alguns Estados de mais de 20%" do total realizado. Diante disso, ele disse que é "crucial continuar a implementar" testes, aumentando sua disponibilidade em solo nacional. "É preciso garantir que os testes estejam amplamente disponíveis para a população", ressaltou.

Durante entrevista coletiva da entidade, Espinal disse que alguns dados recentes poderiam mostrar que a curva de contágios no Brasil caminharia para um "achatamento". Segundo ele, porém, os números do país também sugerem "inconsistência" e mostrariam a necessidade de que se aumentem os testes para haver um panorama mais claro sobre a doença. "Não pensemos que o Brasil está fora do problema", advertiu.

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Espinal disse que é preciso levar em conta o tamanho do território, com algumas regiões em situação pior do que outras. Ele citou "alto número de casos e de mortalidade" em Estados como "São Paulo, Minas Gerais e outros". "Ainda não é uma curva que podemos dizer que está achatada", afirmou sobre o quadro geral dos novos casos em solo brasileiro.

Diretor assistente da Opas, Jarbas Barbosa falou sobre a situação mexicana. Segundo ele, o país também precisa ampliar os esforços para testar mais casos suspeitos da doença. "Há Estados do México com tendência muito forte de crescimento da Covid-19", notou.

Em outro momento da coletiva, Barbosa foi questionado sobre a possibilidade de que a vacina BCG pudesse dar algum tipo de imunidade para o novo coronavírus. Segundo ele, o tema é alvo de vários estudos, mas não há nenhuma conclusão até agora para apoiar essa conclusão. "De modo algum quem tomou essa vacina pode se considerar seguro contra a Covid", disse.

O diretor para doenças infecciosas da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), Marcos Espinal, apontou nesta terça-feira, 14, que não há evidências de que o Brasil ou alguma área do País tenha atingido a imunidade de rebanho contra a covid-19. O termo é usado pra definir uma situação de proteção coletiva, em que grande parte da população está imunizada e impede o surto de se alastrar.

"Para atingir essa imunidade, é estimado que entre 50% e 80% da população de determinado local precisa estar imune ou ter sido infectada pelo vírus", responde Espinal quando questionado sobre a situação de Manaus. Ele citou um estudo que aponta que apenas 14% dos moradores da capital do Amazonas têm anticorpos contra o novo coronavírus. "Isso não é imunidade de rebanho".

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O diretor também alerta que adotar essa proteção coletiva para combater a transmissão da doença é uma estratégia equivocada. "Não recomendamos. O custo - de vidas humanas, econômico e de saúde - é muito alto". Outra justificativa para não adoção dessa medida é a falta de conclusões sobre o tempo que dura a imunidade contra a covid-19. Espinal aponta um estudo que diz que dura apenas três meses.

A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), braço da Organização Mundial da Saúde (OMS) nas Américas, afirmou nesta terça-feira, 30, que o Brasil precisa ampliar a testagem da Covid-19 para realizar um combate mais eficiente ao vírus. O órgão também reforçou a necessidade de as autoridades passarem uma mensagem "consistente" à população em meio aos esforços para conter o avanço da doença.

"A Opas constantemente pede ao Brasil para aumentar o número de testes. Pede que a mensagem (à população) seja consistente. Se não há uma mensagem consistente, a população se confunde. Isso preocupa a Opas", alertou Marcos Espinal, diretor do departamento de Doenças Transmissíveis da Opas.

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Ciente da necessidade, o Ministério da Saúde pretende testar 24% da população - equivalente a 50 milhões de pessoas. De acordo com o ministro interino, Eduardo Pazuello, a pasta já distribuiu 11,3 milhões de unidades. No início do mês, o interino reconheceu que o País não vai conseguir cumprir a meta original do ministério de 46 milhões de exames até o fim de 2020.

Questionado pelo Estadão sobre o Brasil não ter um ministro efetivo da Saúde desde 15 de maio, quando Nelson Teich pediu demissão, Espinal minimizou a situação. O diretor reafirmou a importância de ampliar a testagem e de realizar uma comunicação clara com a população, além de manter as medidas necessárias mesmo com a reabertura da economia.

"Existe um ministro interino, mas não é só isso. O mais importante é que o Brasil tem um exército de trabalhadores dedicados, acadêmicos, médicos, enfermeiros e trabalhadores sociais que ajudam a população. É necessário continuar aumentando os testes. A mensagem deve ser consistente. Mesmo reaberto, o Brasil precisa continuar com as medidas sugeridas", disse Espinal.

Diretor-assistente da Opas, Jarbas Barbosa chamou a atenção para os riscos de realizar uma reabertura em momento inapropriado, sem reduzir os números da covid-19. Barbosa também ressaltou a importância de um monitoramento que considere as diferenças entre cada região do país.

"Primeiro, é preciso controlar a transmissão. Se começam a reabertura sem isso, vai acelerar a transmissão. Após controlar, aí sim pode reabrir. Se identificar um novo crescimento, precisa tomar as medidas adequadas. Precisa ser Estado por Estado, com o número de casos acumulados. Pois esse número acumulado informa a situação desde fevereiro até agora, para identificar se está crescendo ou se as medidas estão sendo efetivas para reduzir e controlar a transmissão", explicou.

Diretora da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), Carissa Etienne afirmou, nesta quarta-feira (24), que a Covid-19 "continua a circular bastante" em quase todos os países da região. Durante entrevista coletiva, ela destacou que quase a metade dos casos totais da doença no mundo estão em países das Américas.

Etienne lembrou que apenas os Estados Unidos e o Brasil no mundo superaram a marca de 1 milhão de casos da doença, além de citar que na América Latina os casos já superaram 2 milhões.

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Em sua declaração inicial na coletiva, a diretora da Opas admitiu que "não é fácil" a manutenção das medidas para conter o vírus, por questões sociais e econômicas. Etienne insistiu, porém, que a expectativa é de que ocorram mais surtos futuros da doença, por isso é necessário se ajustar à situação.

Etienne pediu ainda que os líderes da região superem divergências políticas e geográficas, para enfrentar a crise. Segundo ela, essas lideranças terão de tomar decisões com base em questões de saúde, sociais e econômicas. "É preciso haver estratégia orientada e sustentada contra a Covid-19", afirmou.

'Países que demoraram a adotar medidas registraram mais casos'

Diretor assistente da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), Jarbas Barbosa afirmou que os países que demoraram mais a adotar medidas de restrição à circulação de pessoas registraram mais casos da Covid-19.

"As medidas de restrição de circulação devem ser adotadas no início da transmissão, exatamente para que tenham efeito e para que a transmissão não tenha tanta velocidade e produza muitos casos graves", afirmou a autoridade de saúde, durante entrevista coletiva.

"O que é necessário agora, onde a transmissão segue crescendo, é analisar as causas pelas quais as medidas de isolamento social não têm sido efetivas e o que se pode fazer para adotar medidas mais efetivas", defendeu Barbosa, ao falar sobre a disseminação na doença nas Américas.

A relação entre tabagismo e covid-19 é o tema sugerido pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e adotado pelo Brasil para comemorar, neste domingo (31), o Dia Mundial Sem Tabaco. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o tabaco mata mais de 8 milhões de pessoas, anualmente, em todo o mundo. Mais de 7 milhões dessas mortes são decorrentes do uso direto do tabaco e cerca de 1,2 milhão se devem ao fato de os não fumantes serem expostos ao fumo passivo.

A médica Tania Cavalcante, do Instituto Nacional de Câncer José de Alencar Gomes da Costa (Inca), é mestre em saúde pública e coordena a política nacional de controle do trabalho, por meio da Comissão Nacional para a Implementação da Convenção Quadro para o Controle do Tabaco e de seus Protocolos (Conicq), da qual é a secretária executiva. Cento e oitenta e um países integram a Convenção Quadro, além do Brasil.

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Falando à Agência Brasil, a sanitarista explicou que o país decidiu abordar o tema por essa linha da relação com o novo coronavírus porque entende que é preciso avançar mais no controle do tabagismo. “Porque os fumantes têm um risco maior de evoluírem com complicações, demandarem mais UTIs, respiradores mecânicos. Você vai ter uma pressão maior por conta do tabagismo nos sistemas de saúde”.

A secretária executiva da Conicq afirmou que o fumante integra o grupo vulnerável às complicações da covid-19. Estudos mostram que o fumante que contraiu a doença tem um risco duas vezes maior de ser internado em unidades de terapia intensiva (UTIs), de precisar de ventilação mecânica e de ir a óbito do que uma pessoa não fumante infectada.

Uma justificativa para isso é que doenças causadas pelo tabagismo, como câncer, doenças cardiovasculares (infarto, hipertensão), doenças pulmonares (enfizema, bronquite) e diabetes também relacionada ao hábito de fumar, todas aparecem como grupo de risco e de complicações pela covid-19, citou a especialista do Inca.

Coquetel tóxico

Tania Cavalcante ressaltou que a fumaça do tabaco é um”coquetel altamente tóxico”. São quase 7 mil substâncias tóxicas, cancerígenas, que o fumante exala todos os dias, praticamente o dia inteiro, destacou. Isso vai minando o sistema imunológico do fumante. Por isso é que o fumante já tem uma deficiência no sistema imunológico e maior risco de contrair infecções bacterianas, inclusive a tuberculose, e vírus. Esse é outro aspecto que torna o fumante vulnerável, de acordo com a especialista.

A secretária executiva da Conicq lembrou que a covid-19 evolui com uma série de alterações graves, entre as quais hipóxia (ausência de oxigênio no sangue), lesões nas partes internas dos vasos sanguíneos. “Isso gera uma resposta imunológica com uma reação inflamatória gigantesca, chamada tempestade de citocinas, e formação de trombos no organismo generalizada de forma aguda, rápida, que leva o paciente à falência múltipla de órgãos e a óbito”.

Analisando-se o que as substâncias tóxicas causam no corpo do fumante, verifica-se que é a mesma coisa que o vírus provoca, só que a evolução na pessoa que fuma é mais crônica, mais lenta. Então, quando o fumante contrai a infecção, ele já tem todos aqueles problemas que a covid gera. “Ele já entra em desvantagem nesse processo evolutivo grave da covid-19, porque já tem um terreno favorável para isso”, afirmou a sanitarista do Inca.

Citou também que o vírus, para se acoplar na célula, precisa de um receptor conhecido como enzima conversora de angiotensina 2, que aparece normalmente no corpo humano. “O vírus entra através dessa enzima. E quanto mais a gente tiver a expressão na célula dessa enzima, mais vulnerável a gente fica à invasão do vírus”. O que acontece com o fumante é que as substâncias tóxicas do cigarro aumentam a expressão dessa enzima na camada externa da membrana celular dos fumantes. “Aí, o fumante vai ter muito mais porta de entrada para o vírus do que uma pessoa que não fuma, de acordo com descobertas recentes. Isso explica porque o fumante é mais vulnerável à infecção e porque, quando infectado, ele é mais vulnerável às complicações”.

Recuperação

Ao parar de fumar, os receptores tendem a diminuir e a aparecer de forma normal. A hipóxia, que no fumante é causada pelo monóxido de carbono que ele inala na fumaça, em oito horas sem fumar já desaparece. As lesões que o fumante tem na parte interna dos vasos, bem como o processo inflamatório, desaparecem em 24 horas e a tendência de formação de broncos desaparece em duas semanas. Lá na frente, ele vai ter uma diminuição do risco de ter infarto, acidente vascular cerebral (AVC), trombose venosa profunda e tudo que está relacionado com o aumento de trombos na circulação,indicou a médica sanitarista.

“Deixar de fumar é vantajoso no curto prazo, até para as pessoas se protegerem da covid-19. É muito importante que as pessoas saibam disso, saibam desse risco e que, deixando de fumar, diminui muito o risco dessas complicações pela infecção da covid-19”. Pela recuperação dessas alterações, pode-se afirmar que o ex-fumante não está no mesmo risco que o fumante, a não ser que ele já tenha outras doenças, como enfizema. “Aí ele vai estar no risco de se infectar pela covid pelo enfizema. Não por conta do tabagismo. O mesmo ocorre se ele já tem problema de hipertensão ou diabetes, por exemplo”. Tania Cavalcante sustentou que quando a pessoa deixa de fumar, ela tira todo esse processo inflamatório. “E o processo inflamatório que a covid pode ocasionar já não vai ser tão intenso como o de um fumante”.

Medidas

Além de incentivar o fumante a deixar de fumar e buscar tratamento para largar o vício, a Conicq está trabalhando neste momento pela adoção de medidas para reduzir a iniciação de crianças e adolescentes no tabagismo, classificado como doença pela OMS desde a década de 1990. É considerada ainda uma doença pediátrica porque a maior parte das pessoas começa a fumar antes dos 18 anos de idade, ou seja, na adolescência, porque as estratégias de mercado são dirigidas a esse público-alvo, denunciou a mestre em saúde pública.

A inclusão de sabores nos cigarros facilita a fase da experimentação, além de aditivos que aumentam a liberação de nicotina e o poder que causa dependência. De acordo com a secretária executiva da Conicq, quase 20% das crianças e adolescentes brasileiros experimentam cigarros, apesar de ser proibido. Por isso, a Comissão está fazendo um apelo ao Congresso Nacional, no Dia Mundial sem Tabaco, para que os projetos de lei que se encontram em tramitação e que visam acabar com essas práticas, reduzindo a experimentação de crianças e adolescentes, sejam colocados como parte da agenda de enfrentamento da covid-19. ”Porque você vai diminuir o número de fumantes no Brasil, ajudar as pessoas a deixarem de fumar e adotar medidas que impeçam a iniciação do tabagismo entre os jovens”.

Número de fumantes

Tania revelou que atualmente, no Brasil, apesar de ter ocorrido uma queda significativa da proporção de fumantes no país acima de 18 anos de idade, passando de 35% em 1989 para 9,8%, em 2019, o número de fumantes no país atinge cerca de 20 milhões de pessoas. “É um número absurdo de fumantes. É quase sete vezes a população do Uruguai”. Esses fumantes brasileiros estão sob risco de contrair câncer e doenças cardiovasculares, que mais matam no Brasil, e agora também sob risco de serem contaminados e terem complicações da covid-29, congestionando a rede de saúde, as UTIs, reforçou.

Tania Cavalcante insistiu que a ideia é aproveitar o Dia Mundial sem Tabaco para chamar a atenção para o tabagismo, considerado uma pandemia desde 1986, pela Assembleia Mundial de Saúde. “E é uma pandemia que agrava a pandemia da covid-19 porque as pessoas têm a saúde frágil e maior propensão às complicações da doença e por isso, se contraírem o vírus, isso vai aumentar a demanda por atendimento, inclusive UTI e respirador mecânico”, insistiu.

Disse, ainda,que o tabagismo é uma doença altamente evitável. “O que precisa é impedir essas práticas de mercado quer fazem com que crianças e adolescentes experimentem, se tornem dependentes e não consigam mais parar de fumar, como se vê hoje”. O tratamento das doenças causadas pelo tabagismo provoca gastos da ordem de R$ 57 bilhões, contra arrecadação de impostos da ordem de R$ 13 bilhões, informou.

Impacto positivo

Entre os impactos positivos que o ato de deixar de fumar traz ao organismo, Tania Cavalcante destacou o ganho em termos de fôlego que a criatura vai passar a ter. “A pessoa já ganha fôlego, já vai ter, no curto prazo, melhoria do paladar e do olfato”. Também o cheiro da fumaça que penetra no corpo do fumante vai sumir aos poucos. “A família toda vai ganhar por conta do tabagismo passivo e quem não fuma se expõe a essa fumaça que é altamente tóxica e corre o risco de desenvolver câncer de pulmão”. O risco de ter doenças cardiovasculares, infarto, trombose, vai se igualar ao de não fumantes no prazo de um a dois anos após parar de fumar.

O risco de câncer de pulmão também cai à metade em cinco anos. Mesmo quem tem enfizema pulmonar, parando de fumar vai paralisar a evolução da deterioração do pulmão. Não vai evoluir para um quadro extremamente grave, onde a pessoa precisa ficar em oxigêncio e até em UTI. “Todo mundo mundo tem a ganhar, mesmo que já tenha algum dano causado pelo tabaco”.

Sensibilização

O diretor executivo da Fundação do Câncer, oncologista Luiz Augusto Maltoni, salientou a importância da sensibilização dos jovens, “para que eles não se iniciem no tabagismo e estejam atentos à propaganda enganosa do cigarro, em especial a questão do cigarro eletrônico que no Brasil é proibido, embora a gente saiba que existe o comércio ilegal”.

A entidade, em conjunto com outras instituições, como a Associação Médica Brasileira (AMB), vem trabalhando no sentido de alertar a população sobre os malefícios do cigarro e sua relação com a pandemia do novo coronavírus. Nas mídias sociais das entidades, os jovens, principalmente, podem ter acesso a perguntas e respostas e a vídeos que alertam para as consequências negativas do tabagismo no organismo humano, informou Maltoni.

 

Gerente de Incidentes da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), Sylvain Aldighieri afirmou nesta terça-feira, 26, que a entidade não tem recomendado o uso da cloroquina nem da hidroxicloroquina, para o tratamento da covid-19. Durante entrevista coletiva virtual da entidade, Aldighieri lembrou que na última semana surgiram artigos científicos em duas publicações importantes, British Medical Journal e The Lancet, mostrando que os medicamentos não seriam eficientes e também aumentariam o risco de arritmias cardíacas.

Aldighieri lembrou que a Organização Mundial de Saúde (OMS) decidiu suspender os testes com hidroxicloroquina em seu ensaio clínico Solidariedade (Solidarity Trial). A OMS afirmou ontem que irá revisar sua postura sobre esse medicamento, à luz das informações já disponíveis nos testes, para anunciar em até duas semanas sua posição sobre ele.

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O gerente da Opas lembrou que alguns países, de qualquer modo, têm incluído a hidroxicloroquina em seus estudos contra a covid-19.

A Organização Pan-americana da Saúde (Opas) afirmou nesta terça-feira (12) que vê com "preocupação" a propagação da Covid-19 no Brasil e pediu às autoridades que continuem implementando medidas para conter o avanço da pandemia.

"Certamente, o aumento de casos nos últimos dias é motivo de preocupação e o pedido é que continuem fortalecendo as medidas e ações recomendadas pela OMS e pela OPAS", disse Marcos Espinal, diretor do Departamento de Doenças Transmissíveis e Análise de Saúde da organização regional, ao responder à pergunta de se a rápida disseminação da doença no Brasil é um risco para a região.

Em videoconferência com jornalistas, Espinal destacou o alto número de casos no Brasil, um país com "um vasto território" e onde "está ocorrendo a transmissão comunitária", lembrando que o fato de ter fronteiras "muito porosas" faz com que seus vizinhos também devam agir.

O novo coronavírus causou mais de 11.500 mortes e mais de 168.000 infecções no Brasil, segundo cifras oficiais. Mas especialistas advertem que devido à ausência de testes de diagnóstico em massa, o número de infectados pode ser até 15 vezes maior.

Espinal ressaltou que o Brasil é uma república federativa onde os estados têm prerrogativas para tomar decisões em questões de saúde e o estão fazendo.

"Vemos que os governadores no Brasil estão tomando medidas e é importante que as medidas continuem sendo implementadas e reforçando em um país grande, amplo, onde nem tudo é igual", pontuou.

Na mesma videoconferência, a diretora da OPAS, Carissa Etienne, alertou para a pressão que a COVID-19 representa para o sistema de saúde de grandes centros urbanos da América do Sul, entre os quais mencionou o Rio de Janeiro.

"Também estamos presenciando um impacto similar da COVID-19 nas grandes cidades da bacia do Amazonas", acrescentou.

Espinal disse que Rio de Janeiro e Manaus, capital do Amazonas, onde o novo coronavírus triplicou o número diário de óbitos, são "focos infecciosos".

São áreas "que precisam reforçar as medidas de distanciamento social, de aumento de testes de diagnóstico e de educação para a população", destacou.

O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, defendeu nesta quinta-feira (6) atuação solidária do Brasil com os países vizinhos nas estratégias a serem adotadas para um eventual combate ao novo coronavírus. Segundo o ministro, o país que requer mais atenção é a Venezuela, mas, com a ajuda da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), será possível avançar nos trabalhos de vigilância e monitoramento.

De acordo com Mandeta, o Brasil é uma referência não só para os vizinhos, mas para todo o mundo, por conta do Sistema Único de Saúde (SUS). Nesse sentido, o Brasil tem ajudado na capacitação de todos os países vizinhos, bem como de alguns da América Central.

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“Temos de ser solidários. O Paraguai, por exemplo, tem muita dificuldade com a parte laboratorial. Nós autorizamos que as amostras de seus pacientes suspeitos sejam rodadas aqui. Argentina e Uruguai têm uma boa estrutura. Nos preocupamos com a Venezuela por conta do desmanche do sistema de saúde deles, que resultou em casos de difteria e sarampo, e da fronteira com Roraima, um estado com estrutura de saúde menor e mais frágil’, afirmou o ministro após reunião com secretários de Saúde dos estados e das capitais.

“Por isso, vamos fazer um trabalho de vigilância e monitoramento junto com a Opas, que dialoga com o governo venezuelano”, acrescentou.

Carnaval

Perguntado sobre como ficarão os trabalhos preventivos ao novo coronavírus durante o carnaval, Mandetta disse que as medidas têm de ser estudadas caso a caso. “Não posso comparar o carnaval, por exemplo, de Mato Grosso, com o do Recife. As coisas são diferentes no que se refere à gestão da regulação do sistema.”

Segundo o ministro, a maioria dos casos que surgirão durante o carnaval possivelmente será de “resfriados que se autorresolvem”. “Quando o paciente tem percepção de que o resfriado é algo maior, geralmente o aconselhamento é domiciliar. Apenas uma fração da fração da fração vai usar um eventual sistema hospitalar. É com esse cenário que cada estado ou município fará seu cálculo.”

Mandetta destacou que cabe ao folião ter bom senso na hora de brincar o carnaval, em especial praticando a chamada “etiqueta respiratória”, termo usado para hábitos como os de cobrir boca e nariz na hora de tossir ou espirrar, e depois descartar o lenço no lixo (ou, quando não tiver lenço, usar o antebraço, e não as mãos, devido ao maior risco de contaminar corrimãos e demais objetos); lavar as mãos com frequência; evitar tocar olhos, nariz ou boca sem ter higienizado as mãos; ou usar máscara cirúrgica quando estiver com coriza ou tosse.

“A vida continua. Não somos uma bolha congelada no tempo. Existe o risco? Existe, porque tem lá na China um vírus novo. As pessoas saem de Pequim, vão para Roma, Lisboa; fazem conexões, convivem com pessoas por 10 ou 12 horas dentro do avião. Estamos blindados, sem risco de nunca vir o vírus aqui? Não, porque isso é próprio da humanidade. Se estiver gripado, com febre e nariz escorrendo, evitar o carnaval. Sempre houve mudança de vírus na história da humanidade. Ou nosso organismo criou imunidade, ou a ciência identifica, mapeia geneticamente e então trabalha com testes rápidos para, depois, termos a vacina”, completou.

 

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